Autor Tópico: Médica interrompia o tratamento de pacientes de SUS em UTI  (Lida 3463 vezes)

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Offline Fabi

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Médica interrompia o tratamento de pacientes de SUS em UTI
« Online: 21 de Fevereiro de 2013, 01:45:48 »
Jovem que trabalhou com médica confirma a eutanásia de pacientes

Testemunha que trabalhou com Virgínia Soares de Souza, a chefe da UTI do hospital evangélico, diz que ela interrompia os tratamentos de pacientes do SUS para liberar os leitos para pacientes de planos particulares.

A testemunha trabalhou como técnico de enfermagem nesse hospital por dois anos. Hoje é enfermeiro em outro hospital e quer fazer a denúncia à polícia. “Isso ela praticou dentro da UTI, interrompia o tratamento de um paciente de SUS para permitir que um paciente de convênio ocupasse o mesmo leito. Se não havia paciente de convênio esperando leito, ela prosseguia o atendimento”.

O advogado da médica nega as acusações. “Este inquérito e a prisão se devem a equívocos. Ela sempre agiu dentro dos critérios racionais de terapia intensiva. Ela é médica intensivista há muitos anos e nunca agiu de forma antiética”, garante Elias Assad, advogado.

A polícia prendeu a chefe da UTI do segundo maior hospital de Curitiba, ontem de manhã, enquanto ela trabalhava. Virgínia Soares foi levada para uma prisão na região metropolitana de Curitiba.

A polícia investigava a chefe da UTI há um ano, por suspeita de maus tratos e envolvimento nas mortes de pacientes. Segundo a investigação, as denúncias partiram de funcionários do hospital.
A direção do hospital evangélico informou que abriu uma sindicância e que, por enquanto, não vai gravar entrevista. O conselho regional de medicina também vai apurar as denúncias.
Esta manhã, a polícia ouviu mais funcionários do hospital. Desde que a médica foi presa, o núcleo de repressão de crimes contra a saúde tem recebido telefonemas de pessoas que querem denunciar, vir prestar depoimento espontaneamente.

Fonte: http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2013/02/jovem-que-trabalhou-com-medica-confirma-eutanasia-de-pacientes.html

Eu risquei a palavra eutanásia da notícia porque isso que ela fez não é eutanásia, porque a eutanásia tem que ser o desejo do paciente terminal e família, isso que ela fez é assassinato, sem consentimento e usando como critério o $$ ...
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Offline Geotecton

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Re:Médica interrompia o tratamento de pacientes de SUS em UTI
« Resposta #1 Online: 21 de Fevereiro de 2013, 06:56:50 »
Eu acho suspeita, para dizer o mínimo, esta notícia de que a médica eliminou pacientes do SUS. Se não for demonstrado o total desequilíbrio emocional dela, isto estará me parecendo uma notícia 'plantada'.
Foto USGS

Offline Contini

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Re:Médica interrompia o tratamento de pacientes de SUS em UTI
« Resposta #2 Online: 21 de Fevereiro de 2013, 09:57:56 »
Ha que se investigar tambem se haviam grupos de interesse distintos disputando cargos dentro do hospital... Tão absurdo, mas igualmente provável, é alguem "plantar" uma historia, como o Geo disse, para afastar a médica em questão!
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Offline Laura

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Re:Médica interrompia o tratamento de pacientes de SUS em UTI
« Resposta #3 Online: 21 de Fevereiro de 2013, 10:52:57 »
Se for verdade, é um crime gravíssimo e sem dúvida o caso merece investigação minuciosa. Mas segundo a notícia, até o momento não há nenhuma outra evidência além de algumas testemunhas (é desnecessário lembrar, mas testemunhas são pessoas, pessoas são corruptíveis e sem evidências mais concretas, é só uma palavra contra outra). Portanto, já considerar a médica uma assassina é precipitado.

Offline Osler

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Re:Médica interrompia o tratamento de pacientes de SUS em UTI
« Resposta #4 Online: 21 de Fevereiro de 2013, 16:12:08 »
Não duvido que em pacientes terminais, os famosos SPP (Se parar, parou), medidas avançadas de cuidados intensivos (Reversão de Parada Cardio-Respiratória, uos de ventilação mecânica, etc..) tenham sido de maneira proposital ignoradas.  Qualquer médico com experiência maior em Terapia Intensiva já viu situações similares ocorrerem, como A Eutanásia não é permitida por lei tais relatos ficam no off-records.
Já trabalhei em Unidades mistas (SUS e convênio/particulares) mas nunca vi médicos intensivistas fazendo esse tipo de opção pela fonte pagadora do paciente, até porquê a remuneração dos profissionais costumava ser sobre forma de salário/PJ com remuneração fixa.  Alguns hospitais tercerizam os CTIs, e ai sim pode haver remuneraçao por produtividade, não sei se é o caso.
No mais as ditas acusações veiculadas na imprensa são absolutamente vagas e imprecisas, relacionadas mais a forma de tratar da médica em questão do que abordagens realmete técnicas.  Mas como a imprensa normalmente não se aprofunda nesse tipo de caso (como por exemplo chamar um especialista não comprometido para opinar) vamos ficar discutindo só as manchetes.

Ah, e se ela realmente tratava diferente por conta do SUS e isso for provado, tem de receber as punições apropriadas para o caso.
“Como as massas são inconstantes, presas de desejos rebeldes, apaixonadas e sem temor pelas conseqüências, é preciso incutir-lhes medo para que se mantenham em ordem. Por isso, os antigos fizeram muito bem ao inventar os deuses e a crença no castigo depois da morte”. – Políbio

Offline Moro

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Re:Médica interrompia o tratamento de pacientes de SUS em UTI
« Resposta #5 Online: 21 de Fevereiro de 2013, 17:23:22 »
e tem um cara que sabia disso e não denunciou?  Agora vai denunciar.. prevejo que ele está ferrado.
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Offline Fabi

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Re:Médica interrompia o tratamento de pacientes de SUS em UTI
« Resposta #6 Online: 21 de Fevereiro de 2013, 19:25:26 »
Eu acho suspeita, para dizer o mínimo, esta notícia de que a médica eliminou pacientes do SUS. Se não for demonstrado o total desequilíbrio emocional dela, isto estará me parecendo uma notícia 'plantada'.
Ha que se investigar tambem se haviam grupos de interesse distintos disputando cargos dentro do hospital... Tão absurdo, mas igualmente provável, é alguem "plantar" uma historia, como o Geo disse, para afastar a médica em questão!
Se for verdade, é um crime gravíssimo e sem dúvida o caso merece investigação minuciosa. Mas segundo a notícia, até o momento não há nenhuma outra evidência além de algumas testemunhas (é desnecessário lembrar, mas testemunhas são pessoas, pessoas são corruptíveis e sem evidências mais concretas, é só uma palavra contra outra). Portanto, já considerar a médica uma assassina é precipitado.
Perderam a parte onde a polícia investigava ela há um ano? E que foram denuncias de funcionários (aka enfermeiros e técnicos) e não de familiares inconformados?

Claro que usam palavras sensacionalistas, colocam títulos chocantes, mas a polícia mesmo já disse que viu indícios de que as maiores vítimas desse desligamento de aparelhos eram pacientes do SUS.

Infelizmente essa é a dura realidade de pessoas pobres e desinformadas, eu sei que a maioria aqui vive numa bolha isolada do resto do mundo (tem dinheiro, informação) e desconhece essas coisas. Mas pessoas pobres não tem oportunidades, nem voz e são vítimas de injustiças e até mesmo crimes por causa dessas condições que eles vivem.
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Offline Fabi

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Re:Médica interrompia o tratamento de pacientes de SUS em UTI
« Resposta #7 Online: 21 de Fevereiro de 2013, 19:44:30 »
Não duvido que em pacientes terminais, os famosos SPP (Se parar, parou), medidas avançadas de cuidados intensivos (Reversão de Parada Cardio-Respiratória, uos de ventilação mecânica, etc..) tenham sido de maneira proposital ignoradas. 
Mas tem gente que relata pessoas na UTI sem nenhuma medicação e suporte, apenas deitado no colchonete esperando a morte sem nenhum atendimento médico. Fora a insistência dessa médica em pedir o desligamento de aparelhos para os familiares.

Não leiam notícias dessa médica da imprensa daqui, eles são muito ruins, melhor buscar na imprensa nacional.

Citar
Mãe de paciente diz que chefe de UTI em Curitiba pediu para que fosse buscar filho morto no hospital

A governanta Juraci da Maia afirma ter ouvido da médica Virgina Helena Soares de Souza um pedido para que fossem desligados os equipamentos que por cerca de uma semana mantiveram vivo o filho dela, Helder Bispo dos Santos, internado na UTI (unidade de terapia intensiva) da instituição com meningite e trombose cerebral.

"Na UTI, meu filho teve coma induzido. Uns cinco ou seis dias depois do internamento, ela (Virginia) me falou que iriam desligar os equipamentos, e que eu deveria buscar o corpo no IML (Instituto Médico Legal) na manhã seguinte. Cheguei a ir ao cemitério, ver o preço do sepultamento. Mas resolvi voltar ao hospital para fazer uma última oração ao lado dele. Foi quando ele reagiu", conta.

O caso ocorreu em 2004. Helder, hoje com 26 anos, é estudante do terceiro ano do curso de Direito, em Curitiba. "Eu estou vivo para contar o que aconteceu. Depois que as notícias começaram a sair, resolvi que irei à polícia revelar o meu caso, ajudar na investigação. Um professor me disse que minha mãe é testemunha, e eu, uma prova", afirma.

Diretora médica da UTI, Virginia está sob prisão preventiva desde a terça-feira (19) suspeita, segundo a polícia, de "antecipação de mortes" dentro da UTI geral. "Não falamos em eutanásia (provocar a morte a pedido ou com consentimento do paciente ou familiares). Para nós, trata-se de homicídios", afirmou na quarta (20) a delegada-titular do Núcleo de Repressão aos Crimes Contra a Saúde (Nucrisa), Paula Brisola, que comanda o inquérito.

Helder teve o atendimento no Evangélico custeado pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Ao todo, passou 28 dias na instituição para se recuperar da meningite. A polícia investiga diferenças no tratamento oferecido a pacientes da rede pública, e diz haver indícios de que eles eram as principais vítimas dos crimes dos quais Virginia é suspeita.

Erro médico

Durante quase dez anos enfermeira voluntária no Evangélico e esposa de um pastor que realizava cultos e prestava assistência espiritual a pacientes e familiares no hospital, Juraci atribui a sobrevivência de Helder ao acesso facilitado à UTI de que ela e o marido dispunham.

"Uns quatro dias depois da internação do meu filho na UTI, a doutora Virginia me disse que iriam desligar os equipamentos. 'Mãe, você tem que entender que ele só está ligado pelos equipamentos, não há mais esperanças', ela falava", afirma Juraci. "Depois dela dizer isso, meu padastro, que é pastor, passou a ficar 24 horas por dia ao lado do Helder", afirma Francine Bispo dos Santos, irmã do rapaz.

A cadeia de eventos que levou Helder à UTI do Evangélico começa com um possível erro médico na Unidade de Saúde 24 Horas do Campo Comprido (zona oeste de Curitiba), da prefeitura. "Ele tinha dor de cabeça. Quando chegamos lá, deram duas injeções e nos mandaram pra casa. Mas daí ele passou a ter convulsões. Resolvi levá-lo ao Evangélico, onde eu conhecia o pessoal", conta Juraci.

No hospital, disseram que ele estava morto. Mas implorei e o colocaram na UTI", relata a mãe de Helder. Ali, foi entubado e mantido em coma induzido. "Conforme os dias passavam, eu pedia para ele prosseguir internado, e ela (Virginia) me dizia – 'mãe, a gente não pode [manter o paciente na UTI], temos outros pacientes para internar no lugar'."

Com poucas sequelas do período – além das cicatrizes das sondas e tubos que o mantiveram vivo, convive com enxaquecas periódicas –, Helder crê ter sido vítima, pelo menos, de erro médico. "Até eu reagir, quando meus pais foram fazer a última oração ao meu lado, achavam que eu já tinha morte encefálica", argumenta.

Da única suspeita até agora identificada pela polícia, ele tem algumas lembranças. "Naquela época, já a chamavam de a chefe da UTI [Virginia passou a ser diretora médica da unidade em 2006]. Ela era a única médica que nunca estava de jaleco branco, tinha as unhas compridas e exalava cheiro de cigarro."

"Paranoia coletiva"

Na resolução 1995/2012, que "dispõe sobre as diretivas antecipadas de vontade dos pacientes", o CFM (Conselho Federal de Medicina) estabelece que conflitos éticos – como, por exemplo, a interrupção do funcionamento de mecanismos artificiais de suporte à vida – não podem ser resolvidos isoladamente por um médico.

"Não sendo conhecidas as diretivas antecipadas de vontade do paciente, nem havendo representante designado, familiares disponíveis ou falta de consenso entre estes, o médico recorrerá ao Comitê de Bioética da instituição, caso exista, ou, na falta deste, à Comissão de Ética Médica do hospital ou ao Conselho Regional e Federal de Medicina para fundamentar sua decisão sobre conflitos éticos, quando entender esta medida necessária e conveniente", diz o texto.

"Não seria permitido a um médico, isoladamente, tomar a decisão de desligar equipamentos. É algo que teria de ser documentado, com autorização da família ou do próprio paciente. E temos um comitê de ética aqui, para analisar eses casos. Se aconteceu, é crime, realmente", falou o diretor clínico do Evangélico, Gilberto Pascolat.

Ele acha, entretanto, "extremamente inverossímil" que Virginia tenha agido dessa forma. "Sigo achando que tudo é má interpretação de frases ditas por ela [no ambiente de trabalho]."

"Estamos vendo um surto de paranoia coletiva. Ontem, alguém descobriu meu telefone para sugerir a culpa da médica pela morte de um senhor de mais de 80 anos na UTI. Todo mundo que passou por lá vai ter algo a dizer contra ela, nesse momento. Daqui a pouco vão jurar que a viram indo toda tarde ao banco de sangue tomar uma caipirinha de sangue coagulado", ironizou o advogado de Virginia, Elias Mattar Assad.

"Trata-se de um assunto muito delicado, que foi tratado de maneira muito ruim pela polícia. Isso causou uma onda de insegurança pública. Amanhã pretendo fazer uma carta aberta ao CFM sobre o caso", afirmou.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/02/21/mae-de-paciente-diz-que-chefe-de-uti-em-curitiba-pediu-para-que-fosse-buscar-filho-morto-no-hospital-rapaz-sobreviveu.htm
Risquei a bobagem, não tem muito a ver com o assunto esse negócio de usar roupa de médico ou não.
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Offline Geotecton

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Re:Médica interrompia o tratamento de pacientes de SUS em UTI
« Resposta #8 Online: 21 de Fevereiro de 2013, 23:46:19 »
[...]
Infelizmente essa é a dura realidade de pessoas pobres e desinformadas, eu sei que a maioria aqui vive numa bolha isolada do resto do mundo (tem dinheiro, informação) e desconhece essas coisas. Mas pessoas pobres não tem oportunidades, nem voz e são vítimas de injustiças e até mesmo crimes por causa dessas condições que eles vivem.

Pode ser que eu, dentro de minha 'maravilhosa bolha', nada saiba do resto do mundo imperfeito. Mas eu conheço quatro médicos, que são clientes e amigos, que trabalham naquele hospital e que manifestaram uma total surpresa com o que estava ocorrendo. Ou seja, até onde eles sabem, a taxa de mortalidade de pacientes naquele hospital está dentro da média dos demais hospitais do estado, considerando as unidades de mesmo porte.
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Offline Laura

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Re:Médica interrompia o tratamento de pacientes de SUS em UTI
« Resposta #9 Online: 22 de Fevereiro de 2013, 00:14:35 »
Perderam a parte onde a polícia investigava ela há um ano? E que foram denuncias de funcionários (aka enfermeiros e técnicos) e não de familiares inconformados?

Claro que usam palavras sensacionalistas, colocam títulos chocantes, mas a polícia mesmo já disse que viu indícios de que as maiores vítimas desse desligamento de aparelhos eram pacientes do SUS.

O que eu perdi foi a parte onde a acusação foi provada. Li sobre a investigação que ocorre há um ano e sobre as testemunhas, achei tudo muito vago. A segunda fonte já melhorou um pouco, mas ainda assim, nada conclusivo. Não que isso não possa vir a ocorrer, mas por enquanto é uma só hipótese, por mais que possa parecer real.

Offline Fabi

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Re:Médica interrompia o tratamento de pacientes de SUS em UTI
« Resposta #10 Online: 23 de Fevereiro de 2013, 20:20:38 »
Mas eu conheço quatro médicos, que são clientes e amigos, que trabalham naquele hospital e que manifestaram uma total surpresa com o que estava ocorrendo. Ou seja, até onde eles sabem, a taxa de mortalidade de pacientes naquele hospital está dentro da média dos demais hospitais do estado, considerando as unidades de mesmo porte.
Existem médicos e médicos. Há maus profissionais, especialmente quando se trata de SUS, se até com plano de saúde os pacientes enfrentam problemas, imagine no SUS que paga bem menos.
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Re:Médica interrompia o tratamento de pacientes de SUS em UTI
« Resposta #11 Online: 23 de Fevereiro de 2013, 20:24:50 »
Polícia Civil infiltrou agente em UTI para investigar médica do PR

A investigação da Polícia Civil que levou ao indiciamento de uma médica sob suspeita de homicídio teve o apoio de um policial disfarçado de auxiliar de enfermagem na UTI de um hospital de Curitiba.

A Folha apurou que esse agente permaneceu por dois meses infiltrado no Hospital Universitário Evangélico, entre o fim de 2012 e o início deste ano, próximo de Virgínia Soares Souza, 56, presa desde o início da semana. Ela nega ter cometido crimes.

A polícia usa o relato desse policial na investigação, iniciada há um ano, e ainda apura a possível participação de outros funcionários da UTI na morte de pacientes. O inquérito está sob sigilo.

A prisão da médica motivou uma onda de registros de ocorrência por familiares de pessoas que morreram quando estavam internadas no local.

Cerca de 60 novos depoimentos foram colhidos desde terça-feira pela polícia, dez vezes o total de casos do inquérito --que oficialmente investiga seis mortes, segundo apurou a reportagem.

A técnica de enfermagem Edinéia de Lima Leal, 27, foi ontem à polícia relatar a morte do irmão Ewerton Virgílio Leal, 21, em 2012, de parada respiratória, após sofrer acidente de motocicleta, ficar tetraplégico e passar 30 dias internado.

"O quadro era grave por causa da perda de movimentos. Mas era um menino de 21 anos, supersaudável", disse à Folha.

Segundo ela, o irmão chegou a dizer que queriam matá-lo, retirando o oxigênio dele várias vezes. "Nós não temos prova, mas queremos que investiguem", disse. O hospital confirma que Ewerton esteve internado na UTI.

Segundo policiais, os novos casos são registrados e darão origem a outros inquéritos. Será analisado se os relatos são verossímeis e, se comprovadas irregularidades, poderão ser anexados à investigação principal.
Uma ex-paciente disse ao "Jornal Nacional" que ficou internada em dezembro e ouviu a médica mandando que desligassem seus aparelhos. Ela disse que, na ocasião, escreveu um bilhete pedindo para que fosse retirada de lá.

Ontem, o "Jornal Hoje" exibiu depoimento de uma ex-técnica de enfermagem que disse ter visto um colega injetando uma seringa numa paciente de 83 anos, em 2009, após conversa com Virgínia.

"Minutos depois, ela [a idosa] foi a óbito", disse a mulher, que não se identificou.

A direção do hospital diz já ter mudado a equipe da UTI.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1235661-policia-civil-infiltrou-agente-em-uti-para-investigar-medica-do-pr.shtml
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Offline Hold the Door

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Re:Médica interrompia o tratamento de pacientes de SUS em UTI
« Resposta #13 Online: 24 de Fevereiro de 2013, 17:36:01 »
Essa história ainda está muito mal explicada. Ela pode até ser culpada, mas muita coisa nessas acusações está realmente lembrando o caso da Escola Base...
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Offline O Grande Capanga

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Re:Médica interrompia o tratamento de pacientes de SUS em UTI
« Resposta #14 Online: 25 de Fevereiro de 2013, 11:25:42 »
Segundo as notícias, o que difere esse caso da Escola Base é que houve investigação policial por cerca de 1 ano (até com policial infiltrado no hospital) e há testemunhas de funcionários que trabalharam diretamente com ela. Sem contar que tem até uma mensagem escrita num papel de uma paciente pedindo ajuda:



É claro que essa enxurrada de denúncias após a prisão dela é pra ficar esperto. Pode até ser que os denunciantes dizem a verdade de que um ente querido morreu naquela UTI, mas fica foda provar que foi devida a ação dolosa da médica. A prova viria com testemunhos de quem estava próximo.

Offline Hold the Door

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Re:Médica interrompia o tratamento de pacientes de SUS em UTI
« Resposta #15 Online: 26 de Fevereiro de 2013, 20:00:12 »
Segundo as notícias, o que difere esse caso da Escola Base é que houve investigação policial por cerca de 1 ano (até com policial infiltrado no hospital) e há testemunhas de funcionários que trabalharam diretamente com ela. Sem contar que tem até uma mensagem escrita num papel de uma paciente pedindo ajuda:



É claro que essa enxurrada de denúncias após a prisão dela é pra ficar esperto. Pode até ser que os denunciantes dizem a verdade de que um ente querido morreu naquela UTI, mas fica foda provar que foi devida a ação dolosa da médica. A prova viria com testemunhos de quem estava próximo.

Mas qual o grau de expertise do policial infiltrado para julgar uma ação médica, ainda mais em ambiente de UTI? O mesmo se pode dizer de relatos de familiares, ainda mais em um clima de histeria e linchamento como esse agora. É exatamente isso que lembra o caso da Escola Base.

Muitas vezes em UTI médicos tem que tomar decisões difíceis, medicamente corretas, mas que podem parecer aos olhos de leigos como "descaso" ou "má vontade de tratar". Isso ocorre quando o médico não se dá ao trabalho de explicar de forma clara e detalhada a condição do paciente, o que está acontecendo, o que pode e o que não pode ser feito por ele até que não reste nenhuma dúvida.

Por exemplo, no caso de um aparelho de ventilação mecânica, o seu uso não é isento de efeitos colaterais, podendo provocar sérias lesões pulmonares com o uso prolongado. Assim, é sempre uma preocupação médica manter a ventilação mecânica o menor tempo possível. Se um médico acha que o paciente já tem condições de respirar bem sem o aparelho, pode realizar uma "prova", desligando-o e monitorando a saturação de oxigênio no sangue. Isso pode muito bem parecer ao paciente, familiares e mesmo técnicos em enfermagem como uma "tentativa de assassinato" se o médico acha que suas condutas não são da conta de ninguém.

Além disso, nenhum médico cuida sozinho da UTI. Existem outros médicos na equipe e custa a acreditar que ela tenha feito tudo isso debaixo dos narizes deles sem eles perceberem nada de diferente.

Não estou dizendo que ela é inocente, pode até ser realmente culpada, mas é necessário muito cuidado com esse tipo de acusação tão grave, ainda mais quando cai na mídia e vira histeria.
Hold the door! Hold the door! Ho the door! Ho d-door! Ho door! Hodoor! Hodor! Hodor! Hodor... Hodor...

Offline Osler

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Re:Médica interrompia o tratamento de pacientes de SUS em UTI
« Resposta #16 Online: 28 de Fevereiro de 2013, 22:48:01 »
Transcrições de grampos usadas para incriminar médica no Paraná trocam "raciocinar" por "assassinar"

Rafael Moro Martins
Do UOL, em Curitiba
28/02/201320h29

Policiais responsáveis por transcrever as escutas telefônicas usadas pela médica Virginia Helena Soares de Souza anotaram "assassinar" quando na verdade ela disse "raciocinar" num diálogo com colega da UTI (unidade de terapia intensiva) do Hospital Evangélico, em Curitiba. A reportagem do UOL teve acesso à gravação, em que pode se ouvir claramente as palavras da médica.

A transcrição, em que consta o registro do verbo "assassinar", é usada para embasar o pedido de prisão temporária da médica, feito em 31 de janeiro pela delegada-titular do Nucrisa (Núcleo de Repressão aos Crimes Contra a Saúde), Paula Brisola, ao qual a reportagem também teve acesso.

Nesta quinta-feira (28), a própria polícia admitiu o erro, em nota oficial. "(...) Há nos autos uma corrigenda substituindo o verbo 'assassinar' por 'raciocinar'", diz trecho da nota.

Virginia está presa desde o último dia 19, suspeita de "antecipar mortes" no segundo maior hospital de Curitiba. Diretora da UTI geral desde 2006, ela foi indiciada por homicídio qualificado. A polícia investiga seis óbitos que considera suspeitos, ocorridos sob os cuidados de Virginia. Outros três médicos e uma enfermeira foram presos entre os dias 23 e 25.

A reportagem não teve acesso à corrigenda –-um documento em que é feita a correção dos autos de degravação das escutas feitas nos telefones de Virginia. Na quarta, o UOL teve acesso às 200 páginas iniciais do inquérito.

Delas, fazem parte os autos de degravação e o pedido de prisão, entre outros documentos emitidos entre o fim de janeiro e o início de fevereiro. A corrigenda, porém, não faz parte desse lote.

O advogado de Virginia, Elias Mattar Assad, sugeriu à reportagem que a corrigenda teria sido feita apenas após seu escritório alertar para a confusão feita entre os verbos "raciocinar" e "assassinar".

Após ouvir a declaração do defensor da médica, por volta das 19h desta quinta, o UOL procurou o delegado-geral Marcus Vinicius Michelotto e a assessoria de imprensa da Polícia Civil, mas nenhum dos dois atendeu às ligações feitas para seus telefones celulares.
"Jogada ardilosa"

A conversa foi gravada em 24 de janeiro. Virginia, de casa, conversa com médico. Segundo a polícia, no inquérito, tratam do "quadro clínico grave de um paciente e a lotação da UTI". Veja a transcrição, conforme está nos autos de degravação e no pedido de prisão da médica:

Médico: Até o Anderson quer conversar com a doutora aqui.
Virginia: Esse foi caprichado, né?
Médico: Esse foi. Quadro clínico bonito, caprichou.
Virginia: Puta merda, Rodolfo. (risos)
Médico: Bem na hora que nós estamos tranquilos.
Virginia: (risos)
Médico: Ai, ai
Virginia: Nós estamos com a cabeça bem tranquila pra assassinar, pra tudo, né? Porque até a Itamara falou pensei em Lime (provavelmente faz referência à doença de Lyme).
Médico: Lime. Agora?
Virginia: É, então. É, querido, sei lá com que estamos lhe dando.

Porém, como a própria polícia reconhece, Virginia disse "estamos com a cabeça bem tranquila para raciocinar". No mesmo diálogo, outro provável erro chama a atenção – na última frase de Virginia, parece mais provável que ela tenha dito "lidando", e não "lhe dando".

Para Assad, o erro "coloca em suspeição todo o trabalho de investigação". Ele sugere que a troca de verbos foi intencional. "É uma maldade. Com essa jogada ardilosa, a delegada conseguiu a prisão temporária, depois converte em preventiva e demoniza a figura da médica, e depois a prisão dos outros médicos, para retirar a credibilidade de seus testemunhos."

Na nota oficial, a polícia refuta a insinuação, e procura minimizar o erro. "O Departamento da Polícia Civil informa também que todos os mandados de prisão expedidos pela Justiça neste caso, até o momento, foram concedidos devido à análise de um inquérito com cerca de mil páginas e não por um verbo, como tenta provar o advogado de defesa de uma das suspeitas."

Em outra nota, emitida na quarta, a polícia admite que escutas telefônicas foram o principal meio usado para colher evidências contra os médicos suspeitos. "A despeito da autorização judicial para infiltrar um policial na UTI dirigida pela doutora Virgínia Soares de Souza, a execução da medida se tornou inviável do ponto de vista operacional, optando-se pela interceptação telefônica autorizada judicialmente", afirma o texto.
O caso

A investigação sobre a possível "antecipação de mortes" na UTI do Hospital Evangélico veio a público na terça-feira passada (19), com a notícia da prisão temporária da médica Virginia Helena Soares de Souza. As primeiras informações davam conta de que ela era suspeita de eutanásia – induzir pacientes à morte a pedido ou com o consentimento deles.

A ação, que envolveu cerca de uma dezena de policiais, recolheu prontuários e documentos com dados sobre internações e mortes na UTI do Evangélico. "Investigamos a antecipação de mortes dentro da UTI geral. Não falamos em eutanásia. Para nós, trata-se de homicídios", afirmou, no dia seguinte, a delegada Paula Brisola.

Na sexta (22), o advogado de Virginia, Elias Mattar Assad, reuniu o filho e ex-funcionários dela para entrevista à imprensa. Em comum, todos falaram do gênio difícil da médica ("minha mãe sempre foi grosseira", disse o filho) e sugeriram que a antipatia gerada por ela no Evangélico poderia estar por trás das denúncias.

No sábado (23), a polícia prendeu outros três médicos. Ao programa "Fantástico", levado ao ar no dia seguinte pela da TV Globo, dois deles se disseram inocentes. Na segunda (25), uma enfermeira que era procurada desde o sábado apresentou-se à polícia. À noite, a Justiça decretou o fim do sigilo do inquérito.

O secretário da Segurança Pública do Paraná, Cid Vasques, revelou que a investigação começou em março de 2012, quando denúncias anônimas contra Virginia feitas por um ex-funcionário da UTI do Evangélico – que afirmou "trabalhar há anos na área da saúde e jamais ter visto algo, em nenhum hospital, de tamanha gravidade" – chegaram à Ouvidoria Geral do Estado. As revelações desencadearam a investigação que indiciou a ex-diretora médica da UTI (unidade de terapia intensiva) do Hospital Evangélico por homicídio qualificado.

Na denúncia, que abre o inquérito, lê-se que "muitos pacientes do hospital que se encontram em estado de coma, com risco de sequelas ou de demorarem para sair desta situação, têm a frequência respiratória de seus aparelhos diminuída. Após isso, são ministrados medicamentos que bloqueiam as vias respiratórias juntamente com os remédios diários, o que leva, em muito caso, ao óbito do paciente, propositalmente."

Na quarta (27), o advogado da médica apresentou pedido de habeas corpus em que pleiteia a liberdade dela.



fonte:  UOL noticias
« Última modificação: 28 de Fevereiro de 2013, 23:22:18 por Geotecton »
“Como as massas são inconstantes, presas de desejos rebeldes, apaixonadas e sem temor pelas conseqüências, é preciso incutir-lhes medo para que se mantenham em ordem. Por isso, os antigos fizeram muito bem ao inventar os deuses e a crença no castigo depois da morte”. – Políbio

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Re:Médica interrompia o tratamento de pacientes de SUS em UTI
« Resposta #17 Online: 15 de Abril de 2013, 21:50:42 »
Escola Base?
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Junta médica vê "fortes suspeitas" de ao menos 100 homicídios em UTI

A equipe de médicos montada pelo MPE (Ministério Público Estadual) tem "fortes suspeitas" de que pelo menos 100 pacientes foram assassinados na UTI (unidade de terapia intensiva) geral comandada pela médica Virginia Helena Soares de Souza no Hospital Evangélico, o segundo maior de Curitiba. A junta médica analisa os prontuários de 300 de pacientes que morreram na unidade.

O rol de três centenas de prontuários foi triado a partir de outro, maior, que continha pelo menos 1.000 documentos relativos a todos os pacientes que morreram na UTI do Evangélico entre 2006 –-quando Virginia tornou-se diretora médica-– até 19 de fevereiro de 2013, quando ela foi presa pela polícia por suspeita de "antecipar óbitos". (ainda bem que pararam de chamar de eutanásia)

De acordo com a equipe, os pacientes teriam sido mortos com o uso de medicamentos anestésicos e relaxantes musculares combinados com a redução da ventilação mecânica, disse ao UOL um dos médicos que participa da equipe.

A médica aguarda em liberdade julgamento por sete homicídios duplamente qualificados e formação de quadrilha, crimes pelos quais foi denunciada pelo MPE.

A fonte não soube afirmar se prontuários são dos mesmos pacientes que receberam as 346 prescrições da combinação entre um relaxante muscular e um anestésico assinadas por Virginia, cuja análise a Polícia Científica entregou ao MPE na semana passada.

No relatório, a polícia afirma que os pacientes morreram no mesmo dia da aplicação dos medicamentos em 91,6% dos casos – percentual sete vezes superior ao dos outros médicos que atuavam na UTI.

Boletins de ocorrência
Dos 300 prontuários separados pelos médicos para a análise final, constam os de pacientes cujos familiares foram à polícia registrar boletins de ocorrência contra Virginia, por suspeitarem da conduta da médica. Também estão ali todos os documentos de pacientes citados em conversas interceptadas pela polícia entre Virginia e outros médicos da equipe médica.

Em comum, os casos que despertam suspeitas têm o uso dos medicamentos pancurônio (relaxante muscular) e propofol ou thionembutal (anestésicos), seguido da redução da ventilação mecânica. Segundo médicos, o uso do pancurônio requer ventilação mecânica reforçada, pois torna o paciente incapaz de respirar naturalmente. Em UTIs, o medicamento é útil em casos em que o médico deseja usar exclusivamente o respirador artificial.

"O pancurônio deve ser usado em doses contínuas, gota a gota. Nos prontuários, verificamos que na UTI do Evangélico a dose ele era aplicada de uma só vez. O thionembutal, um anestésico, há anos é pouco usado em UTIs, mas aparece com frequência nos prontuários da equipe de Virginia. E esses remédios eram usados em dosagem padrão, o que é absurdo – a dose deve ser calculadas de acordo com o peso, tamanho e idade do paciente", relata um dos participantes do grupo que trabalha no MPE.

Novo inquérito apura mais 21 mortes
A mesma equipe de médicos já concluiu que há indícios de homicídio em outros 21 casos suspeitos. O MPE pediu à polícia para que abrisse novo inquérito para investigá-los em 11 de março, mesmo dia em que denunciou Virginia e outros quatro médicos, três enfermeiros e uma fisioterapeuta à Justiça.

A polícia confirmou que o inquérito foi aberto, mas não deu detalhes sobre seu andamento, porque o caso está sob sigilo determinado pela Justiça.

Outro lado
"A mim, a doutora Virginia disse que tudo o que fez são atos médicos, fundamentados na literatura. Por isso, nenhum prontuário me preocupa. Confio na palavra dela", disse o advogado Elias Mattar Assad, que defende a médica na Justiça.

O advogado disse, na semana passada, que se prepara para rebater todas as acusações do MPE. Nesta segunda, ele voltou a criticar a investigação que prendeu sua cliente. "Minha indagação é por que não fizeram tudo isso antes de tornar pública a investigação, de levar Virginia à prisão e execrá-la publicamente? Por que agora, depois de tudo isso, é que se buscam provas? Então antes não havia provas?", questionou.

O caso
Virginia foi presa em 19 de fevereiro. Com a detenção dela, veio a público investigação policial de quase um ano sobre possíveis homicídios na UTI do Evangélico.

Em 11 de março, o MPE ofereceu denúncia à Justiça oferecer denúncia contra Virginia (por sete homicídios duplamente qualificados), os médicos Anderson de Freitas (dois homicídios duplamente qualificados), Edison Anselmo da Silva Junior e Maria Israela Cortez Boccato e as enfermeiras Laís da Rosa Groff e Patrícia Cristina de Gouveia Ribeiro (um homicídio duplamente qualificado cada).

Todos, além do enfermeiro Claudinei Machado Nunes e da fisioterapeuta Carmencita Emília Minozzo, também irão responder por formação de quadrilha.

No dia 15, a Justiça acatou a denúncia, transformando os denunciados em réus, mas determinou a soltura de todos os suspeitos presos, à exceção de Virginia. Ela teve a liberdade decretada apenas no dia 20, a pedido da defesa, após passar 30 dias detida.

No dia 25, o MPE recorreu, mas o juiz Daniel Surdi de Avelar, da 2.ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba, manteve a médica em liberdade. Agora, aguarda-se pronunciamento do TJ (Tribunal de Justiça do Paraná) a respeito.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/04/15/junta-medica-ve-fortes-suspeitas-de-ao-menos-100-homicidios-em-uti.htm

*Meus comentários em vermelho.
Difficulter reciduntur vitia quae nobiscum creverunt.

“Deus me dê a serenidadecapacidade para aceitar as coisas que não posso mudar, a coragem para mudar o que posso, e a sabedoria para saber a diferença” (Desconhecido)

 

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