Tópico: Lei que autoriza inglês nas universidades gera revolta na França

[Südenbauer]

Putz, os franceses adoram um protesto mesmo.

Lei que autoriza inglês nas universidades gera revolta na França

Daniela Fernandes
De Paris para a BBC Brasil
Atualizado em  23 de maio, 2013 - 05:08 (Brasília) 08:08 GMT

Um projeto de lei que autoriza as universidades da França a darem aulas em inglês, discutido atualmente pelo Parlamento, está causando grande polêmica no país.

Os opositores à medida - inúmeros intelectuais e políticos - afirmam que "a invasão do inglês" nas faculdades representa uma "ameaça" à língua francesa.

A polêmica é tão grande que o jornal Libération publicou uma capa toda escrita em inglês na terça-feira.

O governo ressalta que a iniciativa visa atrair à França estudantes universitários de outros países, sobretudo emergentes, e também "excelentes professores" internacionais que não falam francês.

"Muitos alunos, sobretudo de Coreia do Sul, China, Brasil, Índia e Cingapura, gostariam de estudar na França, mas se sentem desencorajados pelo fato de que é preciso saber falar francês", afirma a ministra do Ensino Superior, Geneviève Fioraso.

O objetivo, segundo ela, é aumentar a porcentagem de estudantes estrangeiros nas faculdades francesas, dos 12% atuais para 15% em 2020.

Mas em um país tão apegado à sua língua, a questão provocou debates acalorados antes mesmo do texto começar a ser discutido pelos deputados, na quarta-feira.

Reforma do ensino

O texto de 59 artigos, chamado "lei Fioraso", é bem mais amplo e trata da reforma do ensino superior em geral.

A autorização de cursos em línguas estrangeiras nas universidades é apenas um artigo desse projeto de lei, mas ofuscou as demais medidas previstas.

Nos últimos dias, vários artigos de opinião foram publicados em jornais franceses por personalidades que ou criticam fortemente ou apoiam a utilização do inglês nos cursos universitários.

A Academia Francesa de Letras, instituição criada em 1653, fez um alerta sobre "os perigos de uma medida apresentada como uma aplicação técnica, mas que, na realidade, leva à marginalização da língua francesa".

Prêmios Nobel e 'sabotagem do francês'

No campo dos que apoiam a iniciativa estão grandes nomes da área científica, como Françoise Barré-Sinoussi (Prêmio Nobel de Medicina pela codescoberta do vírus da Aids), Serge Haroche (Nobel de Física) e o matemático Cédric Villani (Medalha Fields, a maior premiação mundial nessa área).

"Os cientistas do mundo inteiro utilizam o inglês para se comunicar", afirmam em um artigo publicado pelo jornal Le Monde.

Segundo eles, o projeto de lei "favorece a inserção da França no mundo ao reforçar sua atratividade".

"Para que a pesquisa francesa possa se impor na Europa, pesquisadores devem se comunicar com seus vizinhos, ou seja, falar em inglês. Na Alemanha, Suécia ou Finlândia isso não é mais questionado", diz Haroche.

Mas inúmeros intelectuais das áreas de ciências humanas e letras e até mesmo políticos governistas se revoltaram contra a medida, temendo que ela reforce a "hegemonia do inglês" no mundo e reduza a diversidade linguística.

Um grupo de cerca de 30 deputados socialistas, do partido do presidente François Hollande, pediu a retirada do artigo do projeto de lei.

"Recusemos a sabotagem do francês", escreveu em um artigo no Le Monde o linguista Claude Hagège. "Estamos em guerra", diz ele, ressaltando que o projeto de lei disseminará um "câncer" e que o governo sofre "pulsões de autodestruição".

"Ensinar em inglês nos levaria a ser um país colonizado cuja língua não pode mais expressar tudo", afirma o filósofo Michel Serres.

Hipocrisia

Para a ministra Fioraso, "é tempo de acabar com a hipocrisia" - referindo-se ao fato de que o inglês já é utilizado em vários cursos nas chamadas "grandes escolas francesas", de ensino superior em áreas como administração e engenharia.

Ela rebate as críticas ressaltando que os cursos universitários em inglês seriam realizados "em um contexto preciso e para um público-alvo bem determinado".

A chamada lei Toubon, de 1994, atualmente em vigor, determina o francês como língua de ensino, concursos e teses. Ela prevê exceções no caso de cursos de "línguas e culturas regionais ou estrangeiras ou quando os professores são convidados estrangeiros".

O projeto de lei prevê ampliar essas exceções, permitindo aulas em línguas estrangeiras "no âmbito de acordos com universidades internacionais ou de programas financiados pela União Europeia".

Apesar da grande polêmica, somente 1% dos cursos seriam ministrados em inglês, segundo a ministra, e eles se concentrariam nas áreas científica e econômica.

Brasileiros

O debate já ultrapassou as fronteiras francesas. Em artigo publicado na quarta-feira pelo jornal Libération, um grupo de diretores de cursos universitários de outros países, inclusive do Brasil, que lidam com o envio de estudantes ao exterior, pede aos franceses para "manter sua língua na universidade".

No texto, o grupo diz que a escolha de estudar na França se dá "justamente pelo fato de o país ter uma outra maneira de ver o mundo e um modelo cultural alternativo ao anglo-saxão dominante", diz o artigo.

O projeto de lei deverá ser votado na próxima semana pelos deputados e depois será enviado ao Senado.

Ele recebeu o apoio do Unef, principal sindicato de estudantes universitários, ligado ao partido socialista, mas é criticado por vários sindicatos de professores, que lançaram apelos de greve.

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/05/130522_universidades_franca_ingles_pai_df.shtml

[Pagão]

Nicolas Chauvin.....

[Fabrício]

Que frescura...

[Gaúcho]

O importante é protestar, o motivo é secundário.

[Dr. Manhattan]

Que frescura...

2.

E ainda digo mais: baitolagem.

[André Luiz]

Bem levando em conta as rivalidades historicas eles estao certos em proteger o idioma deles, por mais que seja um porre, lingua de viado enfim

[Fabrício]

Bem levando em conta as rivalidades historicas eles estao certos em proteger o idioma deles, por mais que seja um porre, lingua de viado enfim

Língua que se fala fazendo biquinho só pode ser coisa de boiola mesmo.

[Geotecton]

O problema está no orgulho nacional, visto que os franceses nunca admitiram (e não admitem!) que foram largamente sobrepujados em todas as áreas inicialmente pela Grã-Bretanha e depois pelos Estados Unidos.

[_tiago]

Acho bonito o francês e nem acho coisa de viado, o que me faz recordar que no brasil qualquer coisa é coisa de viado, o que pra mim é uma puta viadagem .
Agora, o protesto é orgulho idiota, mal pensado, mesquinho, fútil e infeliz. Incrível é quantidade de gente disposta a se sujeitar a um protesto destes e se convencer que a língua materna realmente encontra-se ameaçada pelo fato de se ensinar outra nas universidades. Mas eu já vi esse medo aqui, de outra forma, mas vi. Até projeto de lei foi elaborado pra defender o português-tupiniquim das ameaças capitalistas.

[Fabrício]

Acho bonito o francês e nem acho coisa de viado, o que me faz recordar que no brasil qualquer coisa é coisa de viado, o que pra mim é uma puta viadagem .

 

[Pregador]

A existência de uma língua universal para divulgação do conhecimento é algo fantástico. Se é o inglês ótimo. Por mim não faria nenhuma diferença se fosse russo, francês viado ou espanhol. Se o inglês alcançou essa hegemonia que seja. Quem sabe daqui 50 anos os países de língua inglesa não estejam mais no centro do mundo e com tanta hegemonia assim. Mas e que importa? Tentaram o esperanto, não deu certo. O inglês deu.

[Muad'Dib]

A existência de uma língua universal para divulgação do conhecimento é algo fantástico. Se é o inglês ótimo. Por mim não faria nenhuma diferença se fosse russo, francês viado ou espanhol. Se o inglês alcançou essa hegemonia que seja. Quem sabe daqui 50 anos os países de língua inglesa não estejam mais no centro do mundo e com tanta hegemonia assim. Mas e que importa? Tentaram o esperanto, não deu certo. O inglês deu.

O inglês deu certo por causa da hegemonia político-econômica dos EUA. Mas esse acaso é muito bem vindo para a instituição de uma linguagem universal devido a facilidade de aprendizado. Para mim faria diferença se fosse russo, francês-viado e até mesmo espanhol.

Depois de ler esse tópico eu lembrei do fato que não tem site de jornais franceses (pelo menos o Le Monde) em inglês. Acho que é o único pais desenvolvido a não ter jornais nacionais em inglês.

[André Luiz]

O francês foi durante muito tempo a língua da nobreza, da diplomacia e do comercio exterior mesmo em épocas de domínio britânico

Eles gostando ou não o inglês por ser mais simples facilitou a coisa toda

[Derfel]

Não é por ser mais simples, mas por causas econômicas mesmo.

[Dr. Manhattan]

Não é por ser mais simples, mas por causas econômicas mesmo.

Não sei se dá para afirmar isso de forma tão categórica. O Sérgio Buarque de Hollanda, em Raízes do Brasil, conta que durante a ocupação holandesa de Pernambuco os índios mostraram grande resistência a aprender o holandês, porque (segundo ele) seria este mais difícil de aprender a falar do que o português. No caso do inglês, a vantagem é que a gramática é relativamente simples, o vocabulário é vasto e ele é praticamente feito para se criar neologismos. O ruim é a pronúncia e aprender a soletrar corretamente as palavras.

[Derfel]

Mas o inglês não foi a primeira língua franca. Em todos os casos houve uma hegemonia por força cultural, econômica ou militar. Foram os casos do latim, grego e francês . E não imagino o grego ou o latim como línguas fáceis (ainda que falemos uma variante do latim).

[Pagão]

Bom mesmo era quando o português era a língua franca pelos mares e costas do Oriente..., então sim...

[Dr. Manhattan]

Bom mesmo era quando o português era a língua franca pelos mares e costas do Oriente..., então sim...

Sério? Que eu saiba, embora os portugueses tenham dominado o comércio com o Oriente no século XVI, os nativos de Portugal nunca eram maioria em seus navios - país de população pequena, mkaay.

[Pagão]

Bom mesmo era quando o português era a língua franca pelos mares e costas do Oriente..., então sim...

Sério? Que eu saiba, embora os portugueses tenham dominado o comércio com o Oriente no século XVI, os nativos de Portugal nunca eram maioria em seus navios - país de população pequena, mkaay.

Certo, mas o português tornou-se língua franca de comércio inclusive bem dentro já do período de hegemonia holandesa ...., apenas mudou com os ingleses...

[West]

Imagina se toda essa sacanagem que os políticos estão querendo fazer - institucionalizar a corrupção: descaradamente os políticos agora querem poder roubar livremente sem serem incomodados por meio da PEC 37 que acaba com o MP e da limitação dos poderes (pra não dizer acabar de fez) do STF - fosse na França ou se nosso povo tivesse a mesma consciência política? Já tinhamos tocado fogo no congresso com políticos dentro e tudo!

E não existe esse negócio de língua de veado. Em qualquer língua quem é macho fala como macho, mulher como mulher e fresco como fresco.

[Barata Tenno]

E essa foi a primeira aula ele como criticar o PT em um tópico que não tem nada a ver com o assunto. Semana que vem tem mais criançada, no mesmo horário e no mesmo canal.

[West]

O tópico está em uma área chama "história, sociedade, comportamento e filosofia". Trata de uma questão cultural do povo francês que é sua consciência e ativismo político, coisa inexistente na sociedade brasileira. A crítica não foi ao governo do PT, mas a cultura de corrupção e sem-vergonhice dos políticos brasileiros de uma forma geral, que agora querem descaradamente institucionalizar a corrupção, bem como à falta de conscicência políticia, inanição e paralisia do povo brasileiro face aos desmandos com a coisa público. Se isso tudo não tem nada a ver com o assunto, paciência.

[Dr. Manhattan]

Tá. Então faça um tópico sobre a institucionalização da corrupção no Brasil.

Agora voltando ao tópico: li um comentário recente de uma jornalista que vive em Paris, que disse que o problema dos franceses é que lá eles têm a noção de que você só sabe falar uma outra língua se é capaz de se expressar com total fluência nela. Além disso, segundo ela, o ensino de línguas por lá é geralmente muito ruim, o que faz com que muitos franceses acabem desistindo de aprender outras línguas além do francês.

Naturalmente, tem também o aspecto baitolístico-afrescalhado-chauvinista dessa história, que não pode ser descartado.

[West]

Tá. Então faça um tópico sobre a institucionalização da corrupção no Brasil.

Agora voltando ao tópico: li um comentário recente de uma jornalista que vive em Paris, que disse que o problema dos franceses é que lá eles têm a noção de que você só sabe falar uma outra língua se é capaz de se expressar com total fluência nela. Além disso, segundo ela, o ensino de línguas por lá é geralmente muito ruim, o que faz com que muitos franceses acabem desistindo de aprender outras línguas além do francês.

Naturalmente, tem também o aspecto baitolístico-afrescalhado-chauvinista dessa história, que não pode ser descartado.

A questão central do meu post não foi a institucionalização da corrupção no Brasil, mas o ativismo político dos franceses em contraste com a paralisia/leniência dos brasileiros. Aliás, muita gente aí enveredou por esse caminho na discussão, inclusive o próprio autor do tópico. Vão reclamar com os outros também ou só leram meu post?

[Geotecton]

Tá. Então faça um tópico sobre a institucionalização da corrupção no Brasil.

Agora voltando ao tópico: li um comentário recente de uma jornalista que vive em Paris, que disse que o problema dos franceses é que lá eles têm a noção de que você só sabe falar uma outra língua se é capaz de se expressar com total fluência nela. Além disso, segundo ela, o ensino de línguas por lá é geralmente muito ruim, o que faz com que muitos franceses acabem desistindo de aprender outras línguas além do francês.

Naturalmente, tem também o aspecto baitolístico-afrescalhado-chauvinista dessa história, que não pode ser descartado.

A questão central do meu post não foi a institucionalização da corrupção no Brasil, mas o ativismo político dos franceses em contraste com a paralisia/leniência dos brasileiros. Aliás, muita gente aí enveredou por esse caminho na discussão, inclusive o próprio autor do tópico. Vão reclamar com os outros também ou só leram meu post?

Sem problema com a sua postagem.

Que a caravana siga...