Achei interessante um artigo sobre o tema que saiu na Edição Especial da Sciam sobre antropologia. Posto aqui uma síntese.
O autor sugere, de início que “ao invés de se opor a competição, a cooperação operou juntamente com ela desde o início para dar forma à evolução na Terra”. Células, fungos, formigas e o Homo Sapiens, sempre houve uma vantagem evolutiva em unir-se a quem está próximo.
Em seguida, o autor menciona cinco “mecanismos que governam a manifestação da cooperação” e que se aplicam a todos os organismos vivos. Destas, destaca a reciprocidade indireta, que ocorre quando “um indivíduo decide ajudar a outro com base apenas na necessidade de reputação individual”. Entre os macacos-japoneses foi observado que aqueles menos quistos, aumentavam sua reputação “coçando as costas” daqueles mais bem posicionados na hierarquia do gurpo. Ou seja, o puxa-saco tem explicação evolutiva!
No homem, essa forma de cooperação destaca-se em decorrência da linguagem. Não só diferenciamos quem é quem no grupo, como também queremos saber tudo de todos e, desta forma, nos posicionarmos melhor dentro do grupo. Nesta perspectiva, concluo que a linguagem auxilia nas distinções de quem podemos confiar e quem não, além de podemos convencer outros a seguir objetivos em comum. Segundo o autor, esta interação entre a cooperação indireta e a linguagem é vantagem evolutiva pois “leva à rápida evolução cultural, condição central a nossa adaptabilidade como espécie”.
Por fim, informa o autor que “simulações evolucionistas indicam que a cooperação é intrinsecamente instável: períodos de prosperidade cooperativa inevitavelmente dão lugar à deserção destrutiva”.