Tópico: Mario Vargas Llosa ou Gabriel Garcia Marquez

[João da Ega]

Qual dos dois únicos sul-americanos (salvo engano) laureados com nobel você prefere?

[Rocky Joe]

Nunca li o Llosa, e do Marquez li só "Memórias de minhas putas tristes" - não lembro muita coisa, a não ser que achei sem graça. Mas na época (adolescência) eu achei até O Estrangeiro sem graça; e hoje em dia é um dos meus livros prediletos. Então não diz muita coisa.

Um escritor sul-americano contemporâneo que estou para ler há um tempo e sempre esqueço é o Bolaño.

[Osler]

Prefiro o Garcia Marquez, Cem Anos de Solidão junto com o Tempo e o Vento, marcaram bastante um período da minha vida

[João da Ega]

Eu conheci primeiro Garcia Marquez - "Cem anos", depois "Amor nos tempos do cólera", e "memória de minahs putas... (o melhor é mesmo o primeiro. e este último achei meio fraquinho)
Mas considero Vargas Llosa melhor: Pantaleão as visitadoras (hilário, baseado numa história real de uma seção do exercito encarregada de levar putas pros soldados na selva), A guerra do fim do mundo (história de canudos romanceada, considerada o melhor livro sobre o episodio, depois de Os Sertões), Elogio da Madrasta e Os cadernos de D. rigoberto (são uma sequência, a história de uma lolita de calças, literatura sutilmente erótica), Travessuras da menina má (bem legal também). tô lendo agora Conversa no Catedral (sobre o período da ditadura no Peru). Não achei no mesmo nível: "A casa verde" e "tia julia e o escrivinhador".

Llosa é um liberal e Marquez, socialista, mas não foi por divergência política que o primeiro deixou roxo o olho do Gabo com um soco:

[Madame Bovary]

Infelizmente, nunca li nada do Llosa. Na verdade, nem muito do Marquez também, só Ninguém escreve ao coronel e Cem anos de solidão. O primeiro é muuuuuuuuuuuuuuito bom!

[Liddell Heart]

Amo os dois, mas preciso ler mais a fase esquerdista do Llosa, que me disseram ser a melhor. Enfim, entre os dois fico com Eduardo Galeano ou Fuentes. heheh

[Geotecton]

Amo os dois, mas preciso ler mais a fase esquerdista do Llosa, que me disseram ser a melhor. Enfim, entre os dois fico com Eduardo Galeano ou Fuentes. heheh

Então você gosta de ficção?

[Liddell Heart]

Amo os dois, mas preciso ler mais a fase esquerdista do Llosa, que me disseram ser a melhor. Enfim, entre os dois fico com Eduardo Galeano ou Fuentes. heheh

Então você gosta de ficção?

Realismo fantástico. 

[Geotecton]

Amo os dois, mas preciso ler mais a fase esquerdista do Llosa, que me disseram ser a melhor. Enfim, entre os dois fico com Eduardo Galeano ou Fuentes. heheh

Então você gosta de ficção?

Realismo fantástico. 

Beirando o delírio.

[Dr. Manhattan]

Não lida ainda nada do Llosa. Do Marquez li "O amor nos tempos do cólera", "O outono do patriarca", "Diário de um náufrago" e "12 contos peregrinos". O primeiro me marcou bastante. O interessante d'o outono do patriarca é que se tratava de uma alegoria do Pinochet, mas que poderia muito bem ser aplicado ao Fidel.

[Liddell Heart]

Amo os dois, mas preciso ler mais a fase esquerdista do Llosa, que me disseram ser a melhor. Enfim, entre os dois fico com Eduardo Galeano ou Fuentes. heheh

Então você gosta de ficção?

Realismo fantástico. 

Beirando o delírio.

Acho uma construção simbólica, só isso. Como um historiador disse uma vez (lembro dele por ele ser uma das maiores fontes do "Manual politicamente incorreto da História" e ser totalmente a favor da memória social do zumbi), a construção de um imaginário social é tão importante como o próprio entendimento da ~história factual~ (aqui falo da historiografia documental contemporânea e não de reprodução da ~história hegemônica~ por jornalistas). Não que a Inglaterra tenha realmente financiado a guerra do Paraguai, mas a experiência da guerra-fria nos lembrou como o imperialismo das potências do norte serviu para financiar abominações em solo latino, é assim como entendo o revisionismo da esquerda latina, não como marxismo cultural, mas fruto do reconhecimento da história como um campo em disputa e fonte-mor dos conhecimentos da ciência política, como bem dizia Maquiavel (que aliás é reinterpretado, com sua obra "O Príncipe", como algo comunista pelo Gramsci)

[Liddell Heart]

Não lida ainda nada do Llosa. Do Marquez li "O amor nos tempos do cólera", "O outono do patriarca", "Diário de um náufrago" e "12 contos peregrinos". O primeiro me marcou bastante. O interessante d'o outono do patriarca é que se tratava de uma alegoria do Pinochet, mas que poderia muito bem ser aplicado ao Fidel.

Assim como o socialismo libertário de Orwell foi revisto como uma defesa do conservadorismo das democracias (Neo?)liberais?

[João da Ega]

e morreu o grande Gabo, posições ideológicas à parte.

(mas mantenho minha preferência pela obra do Llosa).