Autor Tópico: Fabricação digital desktop iniciará uma nova revolução industrial?  (Lida 1481 vezes)

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Offline -Huxley-

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Faça você mesmo, diz livro de Chris Anderson

Em Makers, o americano Chris Anderson explica como a disseminação das impressoras 3D pode abrir novas oportunidades de negócios para os donos de pequenas e médias empresa

Yuri Vasconcelos, da PME



Segundo livro de Anderson, novas tecnologias podem mudar o modelo tradicional de indústria

São Paulo - Existem  muitos casos de empreendedores de sucesso que escreveram livros contando como fizeram para transformar suas empresas em líderes de mercado, grandes marcas ou exemplos de boas práticas de gestão. Menos comuns são histórias como a do jornalista americano Chris Anderson — ele primeiro construiu uma carreira sólida como escritor para depois abrir a própria empresa.

Autor de obras como A Cauda Longa e Freemium, nas quais analisa como as novas tecnologias estão revolucionando os negócios, Anderson deixou, no começo de novembro, o cargo de editor-chefe da revista americana de tecnologia e negócios Wired para trabalhar em tempo integral na 3D Robotics, empresa fundada em 2007. Seu negócio é fabricar drones, como são chamados os aeromodelos que voam sem que ninguém os comande, usando sensores, aparelhos de GPS e computadores para se locomover de um lugar para outro. 

A decisão de deixar o emprego para se tornar empreendedor em tempo integral tem muito a ver com as experiências que levaram Anderson a escrever seu livro mais recente,  Makers — A Nova Revolução Industrial, já lançado no Brasil. Na obra, ele conta como uma nova geração de inventores está criando pequenas indústrias graças à ajuda de ferramentas como as impressoras 3D, que moldam peças e objetos com base em desenhos de computador, e à facilidade de comunicação e troca de informações pela internet.

O livro e a 3D Robotics começaram a nascer há pouco mais de cinco anos, numa manhã ensolarada de domingo, quando Anderson teve a ideia de construir um drone para os filhos utilizando peças de um aeromodelo e um kit para montar brinquedos robóticos da Lego.

Nas semanas seguintes, ele criou uma rede social na internet para trocar informações com outras pessoas que também montam brinquedos eletrônicos como passatempo. A partir de então, a empresa ajudou a desenvolver partes, softwares e projetos de drones — Anderson estima já ter vendido centenas de aviõezinhos e mini-helicópteros controlados por computador.

Em Makers, Anderson esboça as características do que acredita ser o prenúncio de uma nova Revolução Industrial. "A ideia a respeito do que é uma fábrica está começando a mudar rapidamente", afirma ele. "Assim como a internet democratizou a inovação em bits, multiplicando os novos negócios em setores como o de softwares e de comércio eletrônico, uma nova classe de tecnologias está democratizando a inovação em átomos, facilitando a produção de objetos a baixo custo."

Em vez das grandes indústrias movidas a máquinas e a equipamentos pesados, Anderson acredita ter iniciado uma nova era na qual qualquer um pode ter uma pequena fábrica na garagem de casa. O livro e a experiência com a 3D Robotics ajudaram a transformar Anderson numa espécie de celebridade entre os makers ("fazedores", em inglês), como estão ficando conhecidos os donos de pequenas indústrias em setores como o de genética, brinquedos, moda e computação.

Seu mantra é a sigla DIY (as iniciais de Do it yourself, ou "Faça você mesmo"). Os makers surgiram nos Estados Unidos há alguns anos e ganharam força recentemente. Hoje, já existem várias publicações dedicadas aos interessados nesse tipo de empreendedorismo, e seus seguidores se encontram anualmente para discutir as novidades em eventos que reúnem milhões de pessoas, como a Maker Faire, a principal feira de DIY do planeta, que acontece na Califórnia.

No livro, Anderson narra, num estilo simples e direto, como os em­preendedores podem produzir, com poucos recursos, bens tão diversos quanto eletrônicos, sapatos e brinquedos graças a recursos digitais que não existiam até pouco tempo atrás.

Para Anderson, o desenvolvimento de impressoras 3D de baixo custo — hoje há modelos a partir de 1.000 dólares no mercado americano — tem sido a principal arma do exército à frente da nova Revolução Industrial. Essas máquinas permitem a qualquer um com uma ideia na cabeça e algum conhecimento técnico transformar-se num industrial do novo milênio.

São pessoas como o engenheiro americano Will Chapman, fundador da BrickArms, um dos exemplos citados no livro. A empresa fabrica armas de brinquedo adaptáveis aos bonecos da Lego. O negócio foi criado a pedido de seu filho caçula. O garoto queria formar um pelotão de soldados da Segunda Guerra Mundial com bonecos, e Chapman decidiu ajudá-lo produzindo as armas e os acessórios numa impressora 3D.

Atualmente, a BrickArms fabrica réplicas de rifles M16, lançadores de granada e outros modelos de armamentos e acessórios bélicos em miniatura.

Para Anderson, os makers também se beneficiam da cultura de colaboração nascida com a disseminação da internet. Ele se refere, basicamente, à facilidade de encontrar parceiros interessados em colaborar para o desenvolvimento de um novo produto, fornecer peças e insumos necessários para que um projeto seja concluído e até mesmo gente disposta em financiar o desenvolvimento de novas ideias.

Um dos casos narrados em Makers é o do americano Alex Andon, que largou o emprego numa grande com­panhia de biotecnologia para criar a Jellyfish Art, fabricante de aquários para águas-vivas. Sem dinheiro para montar o negócio, ele recorreu ao Kick­starter, um site no qual os empreendedores podem divulgar seus planos de negócios em busca de investidores. Seu objetivo inicial era conseguir em torno de 3.000 dólares para produzir as primeiras peças — em menos de 30 dias, Andon arrecadou cerca de 130.000 dólares.

Na 3D Robotics, Anderson também recorreu a colaboradores que encontrou na internet. O design dos mini-helicópteros e dos aviões vendidos pela empresa de Anderson, por exemplo, bem como os softwares usados na produção deles, é fruto da criação voluntária de internautas.

A última parte do livro é um apêndice onde Anderson lista as principais ferramentas utilizadas pelos makers. Além das impressoras 3D, há equipamentos como cortadores a laser e soft­wares de design que ajudam arquitetos e engenheiros a conceber os desenhos técnicos de seus projetos. Anderson afirma que as novas tecnologias encurtaram o caminho entre o surgimento de uma ideia e sua transformação num negócio.

No passado, segundo ele, inventores como o americano Thomas Edison precisavam gastar milhares de horas de pesquisa e desenvolvimento de protótipos em seus laboratórios para chegar a um produto bom o suficiente para ser lançado no mercado. Hoje, o mesmo trabalho pode ser feito em poucos meses ou semanas, custando apenas uma fração do que era preciso gastar no desenvolvimento de um novo produto até poucos anos atrás.

"O custo de começar uma empresa, montar seus primeiros protótipos e lançar um novo produto no mercado está caindo drasticamente", afirma Anderson.

Ultrapassada a barreira de entrar no mercado, os novos industriais têm dois caminhos a seguir. Um deles é estruturar seus negócios num modelo de pequena escala, fabricando produtos customizados para mercados específicos. Outros empreendedores, no entanto, podem utilizar tudo o que a tecnologia tem a oferecer para tirar uma empresa do papel, testar seus produtos, responder às necessidades do consumidor e, então, construir uma companhia com produção em larga escala.

No livro, Anderson dá como exemplo a história da Sparkfun, empresa fundada pelo engenheiro Nathan Siedle. A empresa surgiu da necessidade que Siedle tinha, quando era estudante, de encontrar os componentes eletrônicos necessários a seus projetos de faculdade. Por isso, ele decidiu criar um negócio especializado em desenhar e produzir placas de circuitos impressos. Hoje, a empresa tem uma linha de produção automatizada, emprega mais de 120 funcionários e fatura 30 milhões de dólares por ano.

A própria 3D Robotics também poderia ser um exemplo eloquente de como uma pequena indústria dessa nova era da manufatura pode encontrar seus caminhos para o crescimento. Pouco depois de pedir demissão da Wired, Anderson captou 5 milhões de dólares com dois fundos de capital de risco americanos. O dinheiro será aplicado na expansão da empresa. "Encontrei a oportunidade de perseguir um sonho de empreendedorismo", disse Anderson pouco depois do anúncio do investimento.

Fonte: http://exame.abril.com.br/revista-exame-pme/edicoes/0056/noticias/faca-voce-mesmo-diz-livro-de-chris-anderson?page=1

Offline -Huxley-

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Re:Fabricação digital desktop iniciará uma nova revolução industrial?
« Resposta #1 Online: 03 de Agosto de 2013, 18:19:27 »


Já li um pouco a versão em português do livro citado no artigo. Ele também fala sobre como essas pequenas empresas de makers poderão ser geradoras de empregos, citando a sua ideia central exposta no livro A Cauda Longa, que diz respeito à estratégia dos empreendedores de se vender uma grande variedade de itens onde cada um vende pequenas quantidades, ao invés de apenas os poucos itens populares que vendem muito. Também há a menção a possibilidade de o baixo custo dessas tecnologias levarem a empreendimentos de "código aberto", o que levaria a tecnologia de fabricação a algo mais voltado a questões de preocupação de compartilhamento de acesso, tal como já acontece atualmente com os softwares. A autossuficiência seria algo a sonhar num futuro em que tecnologia diminuiria drasticamente a escassez. Anderson cita o projeto da Global Village Construction Set como precursor dessa ideia de autossuficiência. Vejam: http://opensourceecology.org/gvcs.php
« Última modificação: 04 de Agosto de 2013, 07:53:56 por -Huxley- »

Offline Fernando Silva

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Re:Fabricação digital desktop iniciará uma nova revolução industrial?
« Resposta #2 Online: 08 de Abril de 2019, 07:34:30 »
Já estão imprimindo em 3D até peças em metal:
Citar
“Siemens is doing some interesting work with ground-based gas turbines,” Wohlers says. In printing the turbine burners with a laser-based 3D metal printer made by EOS, “they’ve consolidated 13 parts into one,” he says, “which means they’ve eliminated many welds, reduced [build time] from 26 weeks to 3 weeks, and reduced weight by 22 percent.”
https://spectrum.ieee.org/metalprint0419

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Fabricação digital desktop iniciará uma nova revolução industrial?
« Resposta #3 Online: 08 de Abril de 2019, 13:39:51 »
Assim como impressoras de papel, "2d", que tem aquelas de porte doméstico, de escritório, industrial, há diferentes níveis de qualidade, custo/benefício e robustez para "impressoras 3d".

Offline Peter Joseph

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Offline Peter Joseph

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Re:Fabricação digital desktop iniciará uma nova revolução industrial?
« Resposta #5 Online: 09 de Abril de 2019, 11:56:16 »
Citar
Fabricação digital desktop iniciará uma nova revolução industrial?

Esta nova Revolução Industrial já se iniciou, mais ou menos em 2011, e já está em pleno desenvolvimento:

../forum/topic=30473.0.html
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Offline Pedro Reis

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Re:Fabricação digital desktop iniciará uma nova revolução industrial?
« Resposta #7 Online: 09 de Abril de 2019, 21:21:55 »
Há muito tempo eu já profetizei para amigos meus que impressoras 3D serão a nova revolução nas nossas vidas. O impacto será maior que a tecnologia dos smartphones.

Mas uma coisa me preocupa: é inevitável que a fabricação doméstica de armas automáticas se torne possível em algum futuro mais ou menos próximo.

Associada a esta profecia, faço outra. Quando for possível fabricar a sua própria arma caseira, qualquer lei de controle de posse de armas se tornará obsoleta. Então ocorrerá algo engraçado: os fabricantes de armas é que vão criar argumentos para justificar o controle da fabricação caseira de armamentos e irão patrocinar campanhas para proibir que qualquer um imprima sua própria arma.

Mas será tão inútil quanto os esforços  da poderosa indústria fonográfica para impedir o download de pirataria MP3.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Fabricação digital desktop iniciará uma nova revolução industrial?
« Resposta #8 Online: 09 de Abril de 2019, 21:59:12 »
Não sei se as leis se tornarão exatamente obsoletas (ou significativamente mais do que já sejam, ainda que talvez seja argumentável que o problema não são as leis, mas a falta de fazê-las valer).

Qualquer arma ilegalmente possuída, independentemente de quem a fabricou (já existindo fabricação artesanal), é ilegal, e quem as têm está sujeito a sanções legais. Não é algo muito diferente para os criminosos a quem investir nisso pode valer a pena, sendo talvez até mais dispendioso e inacessível do que a fabricação artesanal de tecnologia mais simples, e provavelmente sempre de qualidade inferior ao que podem obter, seja do mercado ilegal de produção industrial, ou de produção artesanal/industrial com tecnologia mais simples/especializada.

O maior efeito deve ser de se ter um pouco mais de nerds frustrados malucos matando gente de vez em quando, agora com armas caseiras. Ou vendendo armas num mercado ilegal com menos ou sem significativo contato eventual com a indústria legal.

Offline Pedro Reis

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Re:Fabricação digital desktop iniciará uma nova revolução industrial?
« Resposta #9 Online: 09 de Abril de 2019, 23:37:44 »
Vai depender da qualidade. Porque o custo promete ser baixo.

Gravadores de CD, DVD acabaram derrubaram a indústria fonográfica porque a qualidade da cópia é muito próxima do que se pode comprar na loja.

Anote esta profecia:

Quem vai querer uma impressora 3D hoje? Pra muito pouca gente vale a pena investir esse dinheiro, já que seria pouco mais que um brinquedinho para a maioria das pessoas. Exatamente o que eram os computadores domésticos no final dos anos 70 e veja em quê se transformaram o como transformaram tudo.

Mas assim que impressoras se tornarem mais comuns, algumas fábricas irão disponibilizar os arquivos para que consumidores possam imprimir peças sobressalentes de seus produtos. Coisas como um botão de máquina de lavar, o envólucro de um controle remoto, peças de um liquidificador, quase todo tipo de peça de reposição... Inicialmente você vai comprar estas peças em lojas que possuem impressoras 3D que vão vender por um menor preço estas peças. Inclusive vai ser possível encontrar aquelas peças que ninguém acha mais para comprar, como aquela presilha de plástico da sua lambretinha 2003...

Isso vai estimular a produção de arquivos 3D e também a aquisição de impressoras, que vão se tornar cada vez mais comuns e baratas. Até o ponto em que serão tão comuns e baratas que vários fabricantes só vão fornecer peças sobressalentes em formatos de arquivo de impressão.

Isso vai obrigar muita gente a adquirir estes equipamentos, como eu que não recebo mais minha conta de gás pelo correio e preciso imprimir na minha impressora. O mercado aumentando o custo cai, a tecnologia evolui ainda mais porque o mercado se torna atrativo e competitivo, e mais pessoas adquirem impressoras  3D estimulando ainda mais a queda nos preços e a evolução da tecnologia...

Nesse ponto a maioria dos fabricantes deixa de produzir peças sobressalentes e ter acesso a uma impressora 3D deixa de ser supérfluo e passa a ser necessário. O mercado se torna imenso assim como o das impressoras que imprimem em papel e infinitas utilidades são inventadas para estes equipamentos. A qualidade se torna incrível e então é possível alguém imprimir seu próprio fuzil semi-automático com uma qualidade tão boa que já não justifica pagar 40 mil dólares ao contrabandista de armas por um brinquedinho destes.

É nesse ponto que a Colt irá se tornar "pacifista" liderando uma campanha para que haja rigoroso controle sobre o direito da posse de armas.

Offline Eremita

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Re:Fabricação digital desktop iniciará uma nova revolução industrial?
« Resposta #10 Online: 10 de Abril de 2019, 06:29:48 »
A nova revolução industrial vai ser, socialmente falando, uma bosta para a geração que a vir nascendo.

Isso porque vão criar tudo quanto é restrição contra o uso das impressoras 3D pela população, assim que ela tornar-se importante o suficiente para tal. É copyright sobre hardware (sim...), governo tosco querendo banir impressão de cilindros (vai que é cano de arma?), objetos banidos por serem um "risco à segurança da própria pessoa" ou por serem potencialmente falsificações (como o PS impedindo que você edite cédulas - exceto que agora é com objetos 3D), restrições práticas no mercado permitindo que apenas indústrias tenham o cacife para comprar as que fazem algo decente...

Para as próximas gerações, talvez, a coisa melhore.
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Offline Fernando Silva

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Re:Fabricação digital desktop iniciará uma nova revolução industrial?
« Resposta #11 Online: 10 de Abril de 2019, 09:03:53 »
Imagino que a munição não será tão fácil de imprimir em 3D.

Offline Peter Joseph

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Re:Fabricação digital desktop iniciará uma nova revolução industrial?
« Resposta #12 Online: 10 de Abril de 2019, 09:18:50 »
Há muito tempo eu já profetizei para amigos meus que impressoras 3D serão a nova revolução nas nossas vidas. O impacto será maior que a tecnologia dos smartphones.

Mas uma coisa me preocupa: é inevitável que a fabricação doméstica de armas automáticas se torne possível em algum futuro mais ou menos próximo.

Associada a esta profecia, faço outra. Quando for possível fabricar a sua própria arma caseira, qualquer lei de controle de posse de armas se tornará obsoleta. Então ocorrerá algo engraçado: os fabricantes de armas é que vão criar argumentos para justificar o controle da fabricação caseira de armamentos e irão patrocinar campanhas para proibir que qualquer um imprima sua própria arma.

Mas será tão inútil quanto os esforços  da poderosa indústria fonográfica para impedir o download de pirataria MP3.

Futuro próximo?!  :biglol: Armas já são impressas:

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Offline Peter Joseph

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Re:Fabricação digital desktop iniciará uma nova revolução industrial?
« Resposta #13 Online: 10 de Abril de 2019, 09:21:21 »
Imagino que a munição não será tão fácil de imprimir em 3D.

Este é o maior empecilho no momento. Mas a impressão 3D molecular vem aí pra resolver este detalhe :hihi:
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Re:Fabricação digital desktop iniciará uma nova revolução industrial?
« Resposta #14 Online: 10 de Abril de 2019, 09:23:53 »
A nova revolução industrial vai ser, socialmente falando, uma bosta para a geração que a vir nascendo.

Isso porque vão criar tudo quanto é restrição contra o uso das impressoras 3D pela população, assim que ela tornar-se importante o suficiente para tal. É copyright sobre hardware (sim...), governo tosco querendo banir impressão de cilindros (vai que é cano de arma?), objetos banidos por serem um "risco à segurança da própria pessoa" ou por serem potencialmente falsificações (como o PS impedindo que você edite cédulas - exceto que agora é com objetos 3D), restrições práticas no mercado permitindo que apenas indústrias tenham o cacife para comprar as que fazem algo decente...

Para as próximas gerações, talvez, a coisa melhore.

É a fase do Rentismo, a qual provavelmente entraremos totalmente ou em partes:

Citar
Na penúltima parte da série sobre possíveis futuros após o fim do Capitalismo, – com o fim do uso de trabalho humano assalariado na produção de mercadorias, extrapolando as tendências atuais de aplicação de tecnologias como Inteligência Artificial, Robótica, Fabricação Aditiva, Nanotecnologia, etc – encaramos uma distopia em que as elites do sistema capitalista atual têm sucesso em manter seus privilégios e poderes, usando patentes e direitos autorais para bloquear e restringir para si o que poderia ser o livre-acesso universal à abundância possibilitada pelas conquistas do conhecimento humano num cenário em que a própria escassez poderia ser deixada para trás.

https://ominhocario.wordpress.com/2017/12/18/rentismo-um-futuro-automatizado-de-abundancia-bloqueada-pela-desigualdade/
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Offline Eremita

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Re:Fabricação digital desktop iniciará uma nova revolução industrial?
« Resposta #15 Online: 10 de Abril de 2019, 09:41:35 »
Imagino que a munição não será tão fácil de imprimir em 3D.
Mais ou menos:

A bala (1), estojo (2) e o aro (4) podem ser impressos. Pólvora (3) é trivial de fazer em casa. A espoleta (5) seria um pouco mais difícil.
Mesmo assim, creio que seriam colocadas limitações nas impressoras 3D só pra diminuir o potencial delas, já que a partir do momento que imprimo algo em casa deixo de comprar de alguém. Armas, copyright, tudo isso seria só desculpa.

É a fase do Rentismo, a qual provavelmente entraremos totalmente ou em partes:
Sim. E pensei direto na produção têxtil da Revolução Industrial strictu sensu: quem tinha acesso às máquinas modernas não eram os pequenos produtores, mas os tubarões.
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Offline Peter Joseph

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Re:Fabricação digital desktop iniciará uma nova revolução industrial?
« Resposta #16 Online: 10 de Abril de 2019, 09:57:47 »
O que estão chamando de Quarta Revolução Industrial ou Revolução 4.0, vejo muito mais como um novo tipo, não meramente uma continuação da sequência anterior. Principalmente por que nenhuma nova tecnologia realmente nova foi inventada, o que está ocorrendo é o aprimoramento gigantesco das ferramentas que já existiam aliado a uma interconexão entre elas, fazendo informação correr dentro de um sistema inteligente formado por todas elas. Por isto mesmo, prefiro particularmente chama-la de Primeira Revolução Informacional ou Revolução Dataísta:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Data%C3%ADsmo

Assim como o Mercantilismo foi a parte final da transição para o capitalismo, que surgiu propriamente dito somente durante a Primeira Revolução Industrial. Hoje estamos vivendo o mercantilismo informacional, ultima fase antes da revolução informacional gerar uma nova sociedade, assim como a primeira revolução industrial fez no mundo humano. Este mercantilismo informacional que vivemos hoje em seus momentos finais, é o que muitos chamam como Era da Informação:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Era_da_informa%C3%A7%C3%A3o
« Última modificação: 10 de Abril de 2019, 11:03:44 por Peter Joseph »
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Fabricação digital desktop iniciará uma nova revolução industrial?
« Resposta #17 Online: 10 de Abril de 2019, 12:03:28 »
Futuro próximo?!  :biglol: Armas já são impressas:

Por enquanto (ou até alguns anos atrás) só imprimiam parte da arma, mais simples, com menos mecanismos, combinando a outras partes construídas de forma convencional.

Offline Marcel

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Re:Fabricação digital desktop iniciará uma nova revolução industrial?
« Resposta #18 Online: 16 de Abril de 2019, 11:52:05 »
Eu acredito que as empresas continuarão poderosas nesse mundo das impressoras 3D. Elas vão ganhar dinheiro vendendo os "cartuchos" destas impressoras. Afinal, para produzir os objetos (ou comida, seja o que for), mesmo que em nível molecular, serão necessárias essas moléculas e átomos em "cartuchos". Mas vai chegar o dia em que vai ser preciso somente jogar "lixo" na impressora e ela reutiliza a matéria desse lixo como matéria prima. Na verdade, a longo prazo, as possibilidades são "infinitas" e até mesmo "assustadoras". Vai chegar o dia em que vai se poder imprimir qualquer coisa, até pessoas, programadas, pra fazer um exército. O futuro vai ser caótico... kkk

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Fabricação digital desktop iniciará uma nova revolução industrial?
« Resposta #19 Online: 16 de Abril de 2019, 14:00:23 »
Antes desse ponto de domínio da matéria deve ser mais provável uma "migração" para realidades virtuais. Tanto num estilo meio matrix, com corpos físicos, mas talvez eventualmente até deixando de existirem humanos propriamente animais, apenas consciências em substrato "virtual".

Mas mesmo muito antes desse mais extremo, ainda deve haver uma tendência a essa rota/tendência de realidade virtual. Cada vez as pessoas estão mais imersas em dispositivos. Para que se preocupar com reproduzir a composição física do melhor cheeseburguer do mundo se você pode ter a nutritividade ideal do que quer que seja, combinada um sabor ainda mais delicioso do que o desse cheeseburguer através de realidade virtual avançada, estímulo neuronal artificial que pode te dar um leque muito mais amplo de experiências com as mesmas bases materiais? Além de "felicidade"?

<a href="https://youtube.com/v/7udZ5ux0dYE?start=604&amp;end=711" target="_blank" class="new_win">https://youtube.com/v/7udZ5ux0dYE?start=604&amp;end=711</a>

Offline Marcel

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Re:Fabricação digital desktop iniciará uma nova revolução industrial?
« Resposta #20 Online: 16 de Abril de 2019, 15:09:57 »
Antes desse ponto de domínio da matéria deve ser mais provável uma "migração" para realidades virtuais. Tanto num estilo meio matrix, com corpos físicos, mas talvez eventualmente até deixando de existirem humanos propriamente animais, apenas consciências em substrato "virtual".

Mas mesmo muito antes desse mais extremo, ainda deve haver uma tendência a essa rota/tendência de realidade virtual. Cada vez as pessoas estão mais imersas em dispositivos. Para que se preocupar com reproduzir a composição física do melhor cheeseburguer do mundo se você pode ter a nutritividade ideal do que quer que seja, combinada um sabor ainda mais delicioso do que o desse cheeseburguer através de realidade virtual avançada, estímulo neuronal artificial que pode te dar um leque muito mais amplo de experiências com as mesmas bases materiais? Além de "felicidade"?

<a href="https://youtube.com/v/7udZ5ux0dYE?start=604&amp;end=711" target="_blank" class="new_win">https://youtube.com/v/7udZ5ux0dYE?start=604&amp;end=711</a>


Concordo que isso pode acontecer. Mas acho meio perigoso isso. Pois mesmo que as pessoas "migrem" pro mundo "virtual", esse mundo virtual é real, ou seja, precisa de base material pra existir (sei lá, dentro de chips, computadores). E esses computadores e chips onde o mundo virtual existirá, estarão sujeitos aos perigos do mundo real, tipo pessoas que não entraram nesse mundo virtual chegarem e queimarem tudo por exemplo. O que vocês pensam sobre isso? Estranho né. Viver num mundo virtual, mas vulnerável às ameaças do mundo real, que talvez as pessoas nem lembrem que ainda existe fora da "matrix".

Offline Peter Joseph

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Re:Fabricação digital desktop iniciará uma nova revolução industrial?
« Resposta #21 Online: 17 de Abril de 2019, 09:24:38 »
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Cientistas conseguiram imprimir um coração em 3d, com vasos sanguíneos e ventrículos. O órgão será feito com células do próprio paciente.


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Offline Sergiomgbr

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Re:Fabricação digital desktop iniciará uma nova revolução industrial?
« Resposta #23 Online: 17 de Abril de 2019, 11:28:21 »
Agora já podem providenciar um coração para os comunistas.  Vai ficar faltando só o cérebro e torcer pra que funcione sem ciclosporina, vai saber...
« Última modificação: 17 de Abril de 2019, 11:30:38 por Sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Peter Joseph

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Re:Fabricação digital desktop iniciará uma nova revolução industrial?
« Resposta #24 Online: 17 de Abril de 2019, 11:34:05 »
Tomara que produzam cérebros também, o Brasil tá precisando urgente de uns 50 milhões de cérebros no mínimo  :biglol:
"Não é sinal de saúde estar bem adaptado a uma sociedade doente." - Krishnamurti

"O progresso é a concretização de Utopias." – Oscar Wilde
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