Bom, o CC está mesmo com falta de assunto, nem tópico sobre feminismo aparece mais aqui, então acabei de ver mais uma propaganda com aquela menina que toda gente instruída do Facebook gosta e que era da MTV (ou quase isso)... ahhh, sei lá, aquela propaganda que tem uma garota tocando violão (ou ukelelê, sei lá) num fundo azul (ou vermelho, não sei direito) e que fala algo sobre "tocar ukelelê e estudar geografia" (ou algo do tipo).
A questão é: sempre concordei com quem acha que.
1- o espírito da verdadeira Arte reside na atemporalidade e na universalidade: não é Arte se só é capaz de emocionar, de cativar, de constranger, de consternar elementos de um mesmo grupo social, etário, econômico, temporal, racial... submetido às mesmas forças midiáticas (num sentido amplo, desde o jornalão da capital até a caixa de autofalante do boteco da esquina) que determine que é aquilo que deve emocionar, cativar, contranger ou consternar.
2 - o espírito da verdadeira Arte (seja ela qual for e tenha a arrogante expressão "verdadeira Arte" algum sentido) é melhor acessado por quem teve melhor educação formal, daí que quem ouve Radiohead, assiste Lars von Trier, lê Machado de Assis e venera Shirin Neshat é geralmente morador da parte baixa e não da parte alta de São Conrado.
3 - o acima não é regra absoluta, daí existir Cartola.
4 - o inverso do item 2 é verdadeiro, daí o sucesso popular do funk, do pagode e dos filmes de zumbi.
Dito isto: ukelelê, a menina de cabelo preto do comercial de sei lá o quê, o grupo que faz cantigas pelo corredor da casa, a namorada do barbudo (confesso, eu gostava daquela propagandinha da Vivo) já não deram na porra do saco não?