Decidi abordar sobre um assunto tão polêmico, incomum e desconhecido.
Obs: Acredito que aqui existam pessoas suficientemente inteligentes para discutir um assunto como esse...
Definição:
Não tem relação com religião.
Trata-se de uma atração especial por pessoas com deficiência. Uma parafilia (que é atração por coisas incomuns). Há divergências de opiniões sobre isso ser patologia, outros acham isso normal, há os que acham pecado, interessante, etc. Existem tanto devotees heterossexuais como homossexuais. O devoteísmo começa normalmente na infância como uma fase de encanto, na adolescência como fase de repressão e na fase adulta como fase de reconhecimento dessa identidade, aspiração ou atração.
Conceituo diversas causas para isso e o devoteísmo depende muito de pessoa para pessoa. Não há uma só definição certa de comportamento. Por exemplo, existem os cuidadores, tarados, românticos, idealistas, etc. Há aqueles que tratam o deficiente como se fosse somente a deficiência (isto é, sente somente atração pela deficiência em si), outros já se interessam tanto pela deficiência como pela pessoa, outros mais pela pessoa do que pela deficiência em si, vai depender. Existe um tipo que considero patológico, que é chamado de Wannable, que é a pessoa que deseja ser deficiente, e costuma tentar isso na prática mesmo, já vi um vídeo de um homem que congelou as próprias pernas porque queria amputá-las...
Algumas causas seriam contato com colegas deficientes na infância, experiências incomuns, sensibilidade social, a própria aparência e biotipo do devotee, entre outras possíveis causas, talvez até como uma psicopatia (neste caso quando o devotee trata o deficiente apenas como objeto de satisfação sexual, e não como gente). Ou até mesmo o próprio devotee ser deficiente também. Conheci pela internet uma mulher que é devotee antes e depois de perder sua perna... Antes de perder ela sentia atração por homens amputados, agora sente por homens com pólio (membros atrofiados), porque agora para ela, por causa do acidente, o coto se tornou algo comum, não mais encantador. Já conheci umas poucas devotees homossexuais também.
Enfim, no universo dos desejos tortos, existe todo tipo de gente.
Há os que procuram mais amizade, romance e até mesmo sexo. Acha que todas as deficientes são coitadinhas? Se engana quem acha isso. Já vi fotos de muitas por aí mostrando suas genitálias na internet em sites específicos, e ao mesmo tempo mostrando seus cotos de forma sensual. Isso já mostra que de coitadinhas e inocentes, estas aí não tem nada. E acho que existe um público perfeito pra essas (os devotees que se focam mais no aspecto sexual).
Geralmente homens devotees sentem mais atração por mulheres amputadas e mulheres devotees sentem mais atração por homens cadeirantes. Essa forma de atração por esses tipos específicos poderia estar na própria natureza masculina e feminina. Feminino em relação ao instinto materno mais acentuado e masculino em relação a homens devotees entenderem cotos como se fossem algo como seios balançando. A idéia é que um instinto materno mais acentuado faria certas mulheres sentirem vontade de querer cuidar de alguém, neste caso, homens que teriam dificuldades de locomoção (cadeirantes) e com outros tipos de problemas debilitantes.
No caso do homem é um pouco mais complicado. É como se o coto fosse algo como um órgão de atração sexual. Isto é, acredito que para muitos, uma mulher com coto pra fora seria como ela estar nua. E então, a sensação de tesão sexual. Normalmente o devotee mais imaturo costuma ficar reparando bastante essas coisas nas ruas do que um que aprendeu a disfarçar melhor o olhar. Isso é importante porque é feio ficar reparando essas coisas, apesar de parecer atraente para nós devotees. Isso mesmo, nós, porque sou um deles! E digo isso aqui porque sou do tipo que cansou de esconder isso a vida toda, 20 anos escondendo isso.
Agora vou abordar o meu caso.
Meu devoteísmo, minha obstinação:
Ele é assim... Do tipo heterossexual, atração especial por cotos e membros finos atrofiados de mulheres somente. Especialmente por amputação ou má formação de perna ou antebraço. Às vezes sinto atração por moças mancando. O meu tipo demanda mais um relacionamento romântico e inspiração através do esforço alheio.
Primeira causa com origem na infância, através de ter antes estudado num ambiente de crianças especiais (não que eu tinha retardo, é porque apenas não tinha interesse em me concentrar no estudo e talvez em função disso um atraso na fala) e provavelmente outras causas desconhecidas. Digo isso porque naquela época, até os 7 anos, já me encantava com esse tipo de coisa. Uma vez cheguei a me aproximar de um garoto e perguntei o que ele tinha no braço... depois disso meus pais me esculacharam e comecei a esconder isso ainda mais na adolescência, apesar de nessa época esse desejo só ter aumentado (tensão na panela de pressão). Antes de estar nesse ambiente, cheguei a ver meu avô com uma só perna... por causa de diabetes. Sei lá, vai ver que aquilo me impressionou de uma forma que depois me interessei por isso... Só tinha uns 4 para 5 anos, época em que os primeiros sinais devoteístas surgiram.
Também depois que fui para uma escola normal, comecei a sentir saudade daquele ambiente, porque lá nunca fui prejudicado como fora desde o primário até o segundo grau em função de eu ser mais velho, gordo e inocente. Foi só depois que saí daquele ambiente que comecei a me sentir mais diminuído. Naquele ambiente, eu mesmo liderava grupinhos, mandava e desmandava (talvez porque eu era o único que não tinha retardo como os outros, era o mais esperto de todos, só tinha um pouco de hiperatividade). Na época tinha de 6 a 7 anos, e tinha lá um de 11 e outro de 13 anos, ainda no terceiro período... No ambiente convencional, queria brincar, mas em função de eu ter sido diferente dos demais, comecei a sofrer de isolamento. Ficava mais com as meninas mesmo no recreio, enquanto meus colegas ficavam jogando futebol (nunca tive aptidão a isso). Sempre me sentira diminuído nas aulas de educação física.
Uma segunda causa importante e que desconfio é minha própria aparência, meu biotipo. Não que eu tenha deficiência, mas sempre tive algumas limitaçõeszinhas, principalmente em relação à atividade esportiva... minha própria miopia, o fato de que sempre fui gordinho e prejudicado socialmente por isso, etc. Meu biotipo não é bom e acho que não é do tipo que, fisicamente falando, contribua com a evolução da espécie humana (às vezes penso em fazer vasectomia). Tendo eu essas impressões, estaria de certa forma próximo à condição destas moças com as quais sinto atração especial. Seleção natural. Meu biotipo não me dá muitas vantagens físicas e por isso na hora de procurar relacionamento, acabo nunca sendo suficientemente atraente. Onde a seleção natural vem, acabo prejudicado, outro toma meu lugar. E isso é fato para muitas pessoas que têm alguma deficiência mais grave. A verdade é que meu próprio organismo ou DNA deve ter muitos genes ruins, e daí acabo socialmente prejudicado. Isso é algo que observei ao longo da vida.
O meu biotipo não se aplica aos ideais construídos por nosso molde social, assim como o de moças com deficiência.
Uma terceira causa foram experiências incomuns, premonições, sonhos/pesadelos, relacionados a amputações... e que isso também teria contribuído a esse meu comportamento, tenha consolidado isso em mim. Imagine você ficar muitas vezes sonhando que partes do seu corpo caem... assim como estar acordado e ter visões de que um dia vai usar prótese de perna. Perceba a gravidade da situação. E eu ainda era pré-adolescente, não tinha a quem recorrer e não podia falar do assunto porque não entendia direito e porque tinha vergonha em função das broncas que recebi no passado por ter algumas vezes ter ficado reparando na deficiência alheia.
Cheguei ao ponto de escolher um dia namorar uma moça def do que eu ter que vivenciar tal drama pressentido muitas vezes. Como se estivesse negociando com deus ou com meu próprio destino, acreditando nisso. Mas pra mim não era problema, porque de qualquer forma sempre tive esse interesse incomum. E mais, a cartomante que fui alguns dias me disse que tenho tendência a acidente com veículos, principalmente motos... E isso bate direitinho com essa paranóia que sempre tive ao longo da vida em relação a trânsito, e em função destas visões, como que um sinal de alerta. Pra mim, a qualquer momento, deus virá com uma serra elétrica e cortar parte de meu corpo fora... Para terem uma idéia de como é essa sensação, ouçam:
E entenderão como é esse meu sentimento, essa expectativa ruim. Uma tendência de fato que te persegue.
Prefiro vivenciar essas premonições na prática através de alguém do que isso ocorrer comigo mesmo (entendam agora porque critico os wannables). E para mim estar me relacionando com uma moça assim de certa forma irá me preparar psicologicamente se caso tiver o azar de uma tragédia do tipo ocorrer (como as situações que pressenti). Para mostrar como trato isso com seriedade, sempre que atravesso uma rua, costumo dar uma corridinha, mesmo com o carro longe. Como se isso fosse um instinto meu de evitar esse tipo de tragédia. Não preciso de vidente ou cartomante para perceber que, se uma tragédia desse tipo ocorrer comigo, segundo essas percepções que tive ao longo da vida, já posso ver de imediato eu sendo tratado como coitadinho e inferiorizado pela sociedade, e isso é algo que sinto que tenho que evitar a todo custo.
Uma quarta causa seria uma espécie de empatia com esse tipo de pessoas que desenvolvi em função daquele ambiente que frequentei no passado. Uma colega minha do primário reclamou dizendo que eu era o único que não ficava implicando com ela (ela tinha atraso de aprendizagem, falta de oxigenação cerebral). Sempre ao longo da vida tinha uma simpatia maior com pessoas assim, e não só a atração sexual. Certamente porque viviam situações similares as que vivi no meu passado, em relação às interações sociais. Em relação às dificuldades de socialização, então eu teria muita coisa a ver com pessoas assim, aumentando ainda mais a minha noção do que elas vivenciariam diariamente e daí então por causa disso essa minha afinidade maior. Conta nisso também que tenho tendência a gostar de ajudar os outros. Em relação a moças com deficiência, não eu fazer as coisas no lugar delas, mas sim dar um apoio moral.
Um quinto motivo adicional seria uma forma minha de me rebelar contra as imposições de gosto na sociedade, contra a indústria da moda. Como se eu estivesse fazendo questão de estar seguindo um caminho inverso das tendências sociais, como se eu quisesse viver ao contrário, para trás, ao contrário da mente coletiva que vive em seu único sentido. Tem portanto questão social envolvida no meu devoteísmo também.
Percebam então que tenho 4 grandes motivos para admitir meu devoteísmo e me obstinar nisso até de fato conseguir me relacionar com alguém desse tipo que sinto mais atração. Pois que moças com corpo perfeito não iriam querer namorar alguém como eu, então, a estratégia é optar por moças com deficiência (sobretudo amputadas). Moças obesas não dariam certo, pois vejo que o relacionamento tenderá a esfriar ao longo prazo. A solução seria achar uma gostosa e bonitona amputada. Como tenho limitações notórias e várias desvantagens, o jeito é fazer uma seleção mais exigente de quem devo me relacionar.
Porém a questão da personalidade conta, mais ainda que a aparência. Personalidade peso 2. Aparência peso 1 na seleção.
Depois pretendo postar mais características do devoteísmo. Por enquanto, fiquem com o principal.
Obs: Atualmente estou afim de uma moça loira que não tem o antebraço esquerdo, aqui mesmo em Niterói. Ela é dentucinha e magrinha, já a vi umas poucas vezes pelas ruas. Dizem que ela é bem simpática. Seria ela a minha solução?
Levando em conta essas minhas causas, no meu caso, vocês acham que é patologia ou se trata somente de questão de formação da personalidade, ou melhor, uma parafilia saudável de alguém que acha certo que moças com deficiência têm direito a um relacionamento e que procura ter um relacionamento saudável com tais?