Mesmo que o traço "criminalidade" seja parcial e significativamente hereditário, existe limitação dos modelos de hereditariedade da genética quantitativa (aquela que pesquisa os traços que envolvem interação de vários genes) em serem informativos em estimarem a influência genética na população humana. Já abrir um tópico sobre isso.
O argumento da “influência do gene único” merece ser analisado. Evidência da genética mendeliana é importante, mas ela traz uma armadilha enganosa para o público leigo que acompanha esses estudos por meio de jornalistas científicos. Mesmo que a ausência de um gene "normal" aumente a chance de criar a patologia no comportamento de um grupo de crianças maltratadas, isso ainda diz muito pouco acerca da magnitude da influência genética nas diferenças e semelhanças geralmente observadas entre irmãos gêmeos e irmãos adotivos. Para entender isso, basta citar uma analogia. Um fio desconectado faz um carro enguiçar, mas isso não significa que um fio sozinho é capaz de colocar o carro em movimento.
No que diz respeito a isso, o geneticista Massimo Pigluicci falou (citação de citação, vejam o livro de David Shenk que eu referi no tópico criado por mim):
“Os biólogos se deram conta de que, se você modifica ou os genes ou o meio ambiente, o comportamento resultante pode mudar drasticamente. O truque, então, não está em dividir as causas entre o que é inato e o que é adquirido, e sim avaliar [a maneira] como os genes e o ambiente dialogam para gerar o aspecto e o comportamento de um indivíduo.”