É MENTIRA!
EU NÃO QUERO UMA IDEOLOGIA PRA VIVER!

Com um misto de vergonha e orgulho (besta) posso dizer que li e ouvi tudo o que os conservadores BRASILEIROS escreveram nos últimos anos, sendo que no caso de alguns deles - Olavão e Cia, ou seja, o pessoal do
midiasemmascara, Reinaldo Azevedo e Diogo Mainardi - a tarefa foi um pouco mais difícil, afinal eles já tinham muita coisa escrita antes de eu conhecê-los, e isso só se deu lá por 2005-2006.
Bom, porque eu fiz isso? Tempo sobrando!
Para quem não sabe, fiquei dois anos sem trabalhar devido a uma cirurgia, então aproveitei para mergulhar fundo na internet, pesquisei de tudo: racismo, pedofilia, ateísmo, política.... tudo na louca e sem nenhum método, eu queria ver o que as pessoas pensavam quando estavam protegidas pelo anonimato. O detalhe é que me viciei nisso e não passo o dia sem ler artigos do pessoal conservador (não gosto do termo direita

) ou liberal (também não gosto do termo esquerda

). Esse port é uma tentativa de me livrar deste vício e seguir em frente.
Afinal, qual o motivo de eu me me interessar pelo conservadorismo?
Fui dirigente sindical durante mais de uma década, então posso dizer que eu já conhecia o pensamento liberal "na prática", então eu queria ver o outro lado da questão. Algumas coisas eram estranhas para mim: porque algo que me parecia lógico - permitir o casamento gay, por exemplo - eram, ou ainda são, combatidos (sim, a palavra é essa) com unhas e dentes pelos conservadores?
Depois de muito ler, a conclusão é uma só: os conservadores alegam que o mundo sempre foi assim, então ele tem que ser assim, mudá-lo é coisa de gente psicótica!
Claro que a conclusão acima é um reducionismo absurdo, mas este é o cerne da questão: da mesma maneira que os liberais são acusados de verem o indivíduo como uma célula de um organismo maior (um
ente social formado por todos os indivíduos - outro reducionismo exagerado) os conservadores acham que o indivíduo é o centro do mundo, desde que esse indivíduo exerça os papéis já determinados pela tradição. Assim, um homossexual, mesmo que tenha respeitada sua individualidade de exercer sua sexualidade como bem entender (assim os nossos conservadores afirmam), o fato dele negar o seu papel biológico (macho) e social (homem, pai de família, etc) é um traço típico de quem nega a realidade, querendo ser o que não é.
O exemplo acima é só um dentre muitos que eu poderia citar, até coisas banais - gostar ou não de um filme, por exemplo - são motivos para uma debate ideológico.
Então eu me cansei!
Não adianta eu me definir ideologicamente, se eu entrar no canal do conde Loppeux (UI!) vou ser taxado de esquerdista, se eu enviar uma mensagem para a Marilena Chauí, serei uma aberração cognitiva/política/social (não necessariamente nessa ordem). Não importa o que você seja, as pessoas irão enxergá-lo da maneira que elas acharem conveniente.
Então é besteira eu me preocupar!
Ser ateu não me faz um monstro assassino de criancinhas, achar que a livre concorrência deva ser estimulada não me faz cúmplice de homens que escravizam crianças em canaviais.
Numa conversa com minha filha de doze anos, expliquei para ela que eu acredito que os mitos da criação (que deram a origem às diversas religiões e uma série de tradições) são importantes e que antes de combatê-los devemos procurar entendê-los. O cérebro humano evoluiu fazendo comparações, buscando explicações para tudo o que nos rodeava, então deus ou deuses são lógicos dentro de um contexto evolucionário. Todas estas coisas: religião, superstição, etc... irão acompanhar o homem até a sua extinção, a não ser que num próximo salto evolucionário deixemos de acreditar em fantasias (o que acho pouco provável).
E foi aí que eu realmente me dei conta que os militantes (sejam de esquerda ou direita) escrevem as mesmas coisas desde que eu passei a conhecê-los melhor. São os mesmos argumentos, os mesmos sofismas, os mesmos lugares comuns. Nosso cérebro acaba transformado todas essas coisas em religião, nos agarramos a uma ideia, a um conceito, transformamos um simples pensamento num dogma e passamos defendê-lo com unhas e dentes. Somos passionais demais para tratar desses assuntos. É perda de tempo discutir ideologia, porque você vai pegar alguém e o colocar dentro de um espectro político qualquer que você tenha em mente, e este outro vai fazer a mesma coisa com você!!!
Cansei. Eu achei que conhecendo o pensamento dos conservadores e dos liberais eu iria encontrar uma maneira de me definir, eu iria entender o meu papel político, social.
É bobagem.
Como diz a minha assinatura:
VOCÊ É ÚNICO, ASSIM COMO TODOS OS OUTROS!