Você tinha criado um post sobre "no que Marx acertou", acho que já ouvi especulações/interpretações ligadas à abundância, sobre a redução nos custos de produção e aumento da produtividade causar uma tendência ao aumento do desemprego, e oligopólios.
https://www.youtube.com/v/RZkeCIW75CUInteressante ressaltar que esse cara "colocou o dinheiro (?) onde a boca está" e distribuiu o livro de graça, inclusive o audiobook; você pode comprar a versão resumida do audiobook. Talvez relevante ao tópico de pirataria também.
Ainda algo relacionado:
https://www.youtube.com/v/BltRufe5kkIhttps://www.youtube.com/v/g37Ed8pBNoUAcredito que um produto em particular que seria desejado seria o espaço. O fato é que seres humanos gostam da companhia uns dos outros. A manifestação dessa preferência aparece na forma das cidades. Estas permitem rápido acesso à interação social, diversão e informação, o que ajuda a explicar porque hoje mais da metade dos humanos vivam em cidades. Assim, essa própria tendência levaria a uma competição pela ocupação de espaços em cidades.
Mas isso logo criaria o nicho para uma cultura que se importa menos com esse "luxo" espacial. As pessoas se conectariam cada vez mais pela internet, onde quer que estivessem. E com o barateamento/de-gracificação de tudo, logo desaparecia completamente o problema de infra-estrutura, onde quer que se morasse.
Pode ser que as pessoas, muitas delas, simplesmente desprezassem a necessidade de proximidade física (no mínimo com pessoas geograficamente distantes) em seus relacionamentos, mas também há a possibilidade do barateamento/custo zero do deslocamento/viagens possibilitar que as pessoas ficassem o tempo todo viajando pelo mundo, conhecendo outros lugares e pessoas.
Parte disso eventualmente levaria ao encontro espontâneo de pessoas que quisessem viver de forma mais globalmente "sedentária", em proximidade mútua. Mas não ficaria apenas na ocorrência espontânea. Logo surgiriam algoritmos de perfis das pessoas criados inteligentemente pela internet (que será ligada a tudo), fornecendo direta ou indiretamente não só o "serviço" de otimizar as redes sociais por afinidades verdadeiras, como irá também propiciar a otimização de sua localização geográfica em nível global, fazendo uma espécie de "sokoban" ou "bejeweld" com indivíduos ao redor do mundo. Em outras palavras, você e seus amigos poderiam, no estado atual das coisas, preferirem todos morar numa dada região, em proximidade uns dos outros, mas terem uma série de obstáculos para isso, dentre os quais pessoas já habitando essa região, algumas também motivadas pela atual presença de suas redes sociais lá. Mas as chances são de que mesmo as pessoas daquele círculo social ideal não estão idealmente localizadas; o sistema então deslocaria as pessoas próximas às concentrações "naturais" de suas redes, o que criaria espaço para a proximidade de outras redes, algumas das quais também já mais ou menos próximas da distritbuição ideal de localização dos nódulos, em diversos graus. Aquelas inicialmente mais dispersas iriam eventualmente se concentrando, no espaço liberado pelo deslocamento ótimo das outras.
Considerado isoladamente, isso poderia sugerir que a humanidade tenderia a se tornar cada vez mais "tribal", se fechando em "tribos urbanas", mas isso desconsidera a totalidade da personalidade dos indivíduos e como os algoritmos e mecanismos de interação social do futuro levarão as pessoas a interagirem por "afinidades menores", não necessariamente compartilhadas com sua "tribo urbana". Pense numa "cauda longa" de interesses/afinidades menores, sendo otimizada pela internet e algoritmos do futuro. Em vez de isolamento em "tribos", as pessoas estariam interagindo cada vez mais com mais pessoas, com gostos diferentes, mas ligadas por gostos em comum, e ainda assim influenciando umas as outras nos gostos divergentes. Todos se tornariam mais ecléticos e tolerantes, em um ritmo nunca antes visto na história, mesmo que ainda se preservasse algo parecido com os estereótipos de "tribos urbanas" atuais, de forma quase aleatória (ou remanescente das pessoas de maior idade, uma vez que a longevidade também aumentaria de forma até então considerada impossível).
Esse é um ponto comumente criticado em ficções futuristas como "Star Trek", onde planetas inteiros são culturas homogêneas análogas a países, mas esse é mesmo o destino do avanço tecnológico. Eventualmente nos tornaríamos um único povo.