O "encapsulamento" ou endossimbiose antecede ao último ancestral comum de todos os eucariotos.
Só consigo fazer sentido de que "a Eva pode ser uma espécie de peixe", se estiver vindo junto da suposição de DNA mitocondrial inalterado desde que a própria linhagem humana era esse peixe (ou que de alguma forma "pegamos" mitocôndrias desse peixe). Mas não, o DNA mitocondrial vem sofrendo mutações (e definitivamente não vem de algum peixe senão nossa tata10ravó (ou tata10ravô, já que antes dos mamíferos a transmissão não era necessariamente matrilinear)), mas de forma que se supõe ser tão próxima de neutra quanto possível, especialmente num intervalo menor de tempo da linhagem hospedeira, porque as mitocôndrias estão habitando um ambiente bastante similar nesse tempo todo.
O que mais tem relevância nessa questão não é o DNA mitocondrial não ser nuclear, ou vir em última instância de uma bactéria, mas a possibilidade de evolução adaptativa de alguma forma, variações mitocondriais levarem vantagem reprodutiva por uma razão ou outra (que deveria ter o efeito de fazer a linhagem parecer mais antiga), ou ainda, alguma tendência a mutações não aleatórias. Acho que isso poderia fazer parecer que linhagens não tão aparentadas são mais aparentadas, se a mesma mutação ocorre repetidas vezes, ou fazer linhagens próximas parecerem ser mais distantes do que são, se houver alguma propensão a mutações divergentes. Mas acho que essas coisas não estão "ameaçando" significativamente a validade do DNA mitocondrial como marcador de linhagens, na vasta maior parte do tempo, não deve parecer estar acontecendo.