Gosto da poesia do livro dos Cânticos (ou "Cantares de Salomão", como também é conhecido: o único livro da Bíblia que não menciona Deus, se não me engano), Eclesiastes, com seu célebre trecho "ateu":
"Porque o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais, e lhes sucede a mesma coisa; como morre um, assim morre o outro; e todos têm o mesmo fôlego, e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade.
Todos vão para um lugar; todos foram feitos do pó, e todos voltarão ao pó.
Quem sabe que o fôlego do homem vai para cima, e que o fôlego dos animais vai para baixo da terra?
Assim que tenho visto que não há coisa melhor do que alegrar-se o homem nas suas obras, porque essa é a sua porção; pois quem o fará voltar para ver o que será depois dele?" Ec. 3:19-22
O trecho da carta paulina aos Coríntios sobre o amor ("Ainda que eu falasse a língua dos anjos [...]") também é bastante poética.
Acho legal esse tipo de tópico: acredito que enquanto ainda formos capazes de ver os pontos positivos do que criticamos, há sentido em nos denominarmos "céticos"