Autor Tópico: Lições não aprendidas do século XX que continuam sendo tentadas no Brasil  (Lida 1195 vezes)

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Rhyan

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Lições não aprendidas do século XX que continuam sendo tentadas no Brasil
por Diogo Costa, segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

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Nos séculos XIX e XX, a vida do europeu comum foi prejudicada, não beneficiada, pelos seus impérios coloniais. O crescimento econômico da Rússia foi freado, não acelerado, pelo planejamento central soviético. As regulamentações progressistas americanas e suas antecipações européias serviram para proteger monopólios no setor de transportes — como as ferrovias —, no setor de varejo — como comércios de luxo —, e também monopólios profissionais, como o dos médicos.  As regulamentações progressistas não ajudaram consumidores.
A legislação "protetora" nos Estados Unidos e o "salário família" na Europa inferiorizaram as mulheres. Psiquiatras armados pelo estado prenderam homossexuais nos Estados Unidos e democratas na Rússia. O New Deal impediu, em vez de ajudar, a recuperação americana após a Grande Depressão.

Os sindicatos elevaram os salários de metalúrgicos e operários do setor automotivo, mas reduziram os salários dos trabalhadores não sindicalizados. Os salários mínimos protegeram empregos sindicais, mas fizeram com que os pobres permanecessem desempregados. Os códigos de construção civil por vezes impediram desabamentos e incêndios, mas sempre garantiram a estabilidade de construtoras bem conectadas deixando a moradia mais cara para os pobres. Permissões de zoneamento e planejamento protegeram os proprietários ricos em vez dos moradores pobres. Controles de aluguel deixaram os pobres e os doentes mentais desabrigados, porque ninguém irá fazer casas baratas quando a lei encarece as construções a força. Os ricos ficam com os apartamentos com controle de aluguel e com as casas históricas nas vizinhanças antes pobres.

A regulamentação elétrica elevou o custo da eletricidade, assim também fizeram as proibições de energia nuclear. As regulamentações financeiras não ajudaram os pequenos investidores. Seguros federais de depósito permitiram que os bancos tratassem seus correntistas de modo irresponsável. O movimento de conservação do oeste americano enriqueceu fazendeiros que utilizaram terras públicas para o gado e enriqueceu empresas madeireiras que utilizaram terras públicas para o corte de árvores. As proibições no comércio de drogas recreativas resultaram no aumento do consumo de drogas, na destruição de bairros pobres e no encarceramento de milhões de jovens. Governos proibiram comércios de agulhas e publicidade de preservativos, e negaram a existência da AIDS.

O Espaço Vital econômico da Alemanha foi finalmente conquistado pela arte privada da paz, não pela arte pública da guerra. A duradoura Esfera de Co-prosperidade da Grande Ásia Oriental foi construída por japoneses de terno e gravata, não por bombardeiros de mergulho. A Europa se recuperou depois das suas duas guerras civis do século XX principalmente pelo seu próprio esforço de trabalho e investimento, e não principalmente por causa da caridade de-governo-para-governo como a Comissão Hoover ou o Plano de George Marshall. A ajuda externa de-governo-para-governo enriqueceu ditadores tiranos sem beneficiar os pobres.

A importação do socialismo para o terceiro mundo, mesmo sob as formas relativamente não violentas de gandhismo-fabiano sufocou o crescimento, enriqueceu grandes industrialistas e manteve o povo na pobreza. As teorias malthusianas concebidas no Ocidente foram colocadas em prática na Índia e especialmente na China, resultando em milhões de meninas desaparecidas. A revolução verde, patrocinada por capitalistas, foi atacada por políticos ambientalistas ao redor do mundo, mas permitiu que lugares como a Índia se tornassem auto-suficientes em cereais.

O poder estatal em diversas partes da África subsaariana foi usado para tributar uma maioria de agricultores em benefício dos primos do presidente e de uma minoria de burocratas urbanos. O poder estatal em diversas partes da América Latina impediu reformas agrárias de acontecerem e patrocinou o desaparecimento de pessoas. A propriedade estatal do petróleo na Nigéria, no México e no Iraque foi utilizada para apoiar o partido no poder, sem causar benefício algum para a população.

Os homens árabes continuaram empobrecidos ao utilizar do poder estatal para negar educação e o direito de dirigir às mulheres árabes. A captura de governos pelo clero corrompeu religiões e destruiu economias. A captura do governo pelos militares corrompeu exércitos e destruiu economias.

Políticas industriais, do Japão à França, serviram de apoio para indústrias falidas, como na agricultura e no varejo, em vez de escolher vencedores. A regulamentação de demissões elevou o nível do desemprego na Alemanha e na Dinamarca, e especialmente na Espanha e na África do Sul. Nos anos 1960, os edifícios ocidentais de moradia inspirados por Le Courbusier condenaram os pobres em Roma, Paris e Chicago a viverem em cortiços.

Nos anos 1970, o socialismo oriental de larga escala destruiu o meio ambiente. Nos anos 2000, os "coletivistas da geração do milênio," vermelhos, verdes ou comunitários, se opuseram a uma globalização que ajuda os pobres, mas que ameaça dirigentes sindicais, capitalistas ligados ao estado e a carreira de pessoas nas ONGs ocidentais.

Assim a historiadora econômica Deirdre McCloskey convida seus interlocutores, oponentes do capitalismo liberal, a reconsiderarem suas propostas políticas futuras à luz dos acontecimentos políticos passados.

Fica irresistível adicionar nossas experiências nacionais ao catálogo de fatos de McCloskey:

O controle estatal sobre o valor do café não revigorou a produtividade nacional, mas acelerou o declínio das exportações brasileiras. Políticas trabalhistas copiadas de Mussolini não deixaram os trabalhadores brasileiros mais independentes, apenas menos competitivos. Os projetos das universidades federais não criaram centros globais de excelência acadêmica, mas fizeram com que o suor da família pobre financiasse o curso de antropologia do filho da família rica.

A proibição dos cassinos não deixou o povo mais virtuoso, mas deixou seu vício mais clandestino. Barreiras à importação não estimularam o comércio interno, mas causaram a exclusão comercial dos mais pobres. O planejamento urbano modernista da nossa capital não ergueu a cidade do futuro, mas criou uma ilha de monumentos excêntricos cercada de satélites de pobreza por todos os lados.

A tomada de poder pelos militares não serviu para a restauração de instituições republicanas, mas serviu para a imposição de suas próprias instituições autocráticas. Os desembolsos de um banco de desenvolvimento não popularizaram o empreendedorismo, mas premiaram empresários ligados ao governo. Políticas desenvolvimentistas dos anos 1970 não culminaram em grandes conquistas econômicas, mas na década perdida dos anos 1980.

Gastos públicos financiados por inflação não criaram uma infraestrutura de verdade, mas projetaram uma prosperidade de mentira. A militarização da polícia não diminuiu o número anual de homicídios violentos, mas aumentou o número de execuções sem o devido processo legal. Congelamentos de preços não foram capazes de impedir que a inflação se avolumasse, mas foram capazes de impedir que bens de consumo chegassem às prateleiras.

Substituições de importação não criaram indústrias competitivas, mas financiaram o atraso tecnológico com os impostos dos pobres. Políticas de incentivo à cultura não criaram obras primas, mas fizeram com que a produção cultural respeitasse menos o público e mais a aprovação do financiamento público. Confisco de poupança não serviu para derrubar a inflação, mas serviu para derrubar a confiança no estado de direito.

A expansão do funcionalismo burocrático não fez do país um modelo de administração pública, mas fez com que o Brasil tivesse mais cursos de direito do que todo o resto do mundo. Uma tributação de nível escandinavo não transformou o Brasil numa Suécia, mas transformou Brasília numa Disneylândia.

E assim o Brasil, que terminou o século XIX com vocação para Estados Unidos, entrou no século XXI tentando alcançar a renda per capita do México.

Podemos concluir com McCloskey:

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Qualquer um que, depois do século XX, ainda acredita que socialismo, nacionalismo, imperialismo, mobilização, planejamento central, regulamentação, zoneamento, controle de preços, política tributária, sindicatos trabalhistas, cartéis de empresas, gastos públicos, policiamento intrusivo, fé na união entre religião e política, ou que a maioria das propostas de ação governamental totalizante do século XIX ainda são ideias puras e inofensivas para melhorar nossas vidas não está prestando atenção.

___________________

Diogo Costa é presidente do Instituto Ordem Livre e professor do curso de Relações Internacionais do Ibmec-MG. Trabalhou com pesquisa em políticas públicas para o Cato Institute e para a Atlas Economic Research Foundation em Washington DC. Seus artigos já apareceram em publicações diversas, como O Globo, Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo. Diogo é Bacharel em Direito pela Universidade Católica de Petrópolis e Mestre em Ciência Política pela Columbia University de Nova York.  Seu blog: http://www.capitalismoparaospobres.com

Fonte: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1773

Offline Geotecton

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Re:Lições não aprendidas do século XX que continuam sendo tentadas no Brasil
« Resposta #1 Online: 11 de Janeiro de 2014, 18:02:57 »
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Lições não aprendidas do século XX que continuam sendo tentadas no Brasil

Diogo Costa, segunda-feira, 6 de janeiro de 2014
[...]
Nos anos 1970, o socialismo oriental de larga escala destruiu o meio ambiente. Nos anos 2000, os "coletivistas da geração do milênio," vermelhos, verdes ou comunitários, se opuseram a uma globalização que ajuda os pobres, mas que ameaça dirigentes sindicais, capitalistas ligados ao estado e a carreira de pessoas nas ONGs ocidentais.

Eu concordo plenamente que o socialismo (em todos os lugares) destruiu o meio-ambiente. Mas o mesmo (e mais intensamente) fez o capitalismo.
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Rhyan

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Re:Lições não aprendidas do século XX que continuam sendo tentadas no Brasil
« Resposta #2 Online: 11 de Janeiro de 2014, 18:07:05 »
Depende do que você chama de capitalismo. Leia sobre Free Market Environmentalism. Há dados mostrando que países com melhores índices de liberdade econômica respeitam melhor o meio ambiente.

Offline _tiago

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Re:Lições não aprendidas do século XX que continuam sendo tentadas no Brasil
« Resposta #3 Online: 11 de Janeiro de 2014, 18:15:33 »
Pode haver uma correlação: melhores índices de liberdade econômica e maior cuidado com o meio ambiente. Porém, o cuidado com o meio ambiente decorreria de outros fatores. Pode bem ser que, em geral, países com um capitalismo mais livre, talvez assim o sejam pelo alto nível de educação da sua população. Dessa forma, a causa do maior cuidado com o ambiente seria o nível de educação que, variando, faz variar o nível de liberdade econômica e o cuidado com o meio ambiente.

Só supondo. :P

Offline Geotecton

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Re:Lições não aprendidas do século XX que continuam sendo tentadas no Brasil
« Resposta #4 Online: 11 de Janeiro de 2014, 18:25:43 »
Depende do que você chama de capitalismo. Leia sobre Free Market Environmentalism. Há dados mostrando que países com melhores índices de liberdade econômica respeitam melhor o meio ambiente.

Então eu devolvo com a mesma resposta: Depende do que você chama de 'socialismo' para afirmar que este sistema é o 'agressivo ambientalmente'.
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Rhyan

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Re:Lições não aprendidas do século XX que continuam sendo tentadas no Brasil
« Resposta #5 Online: 11 de Janeiro de 2014, 18:50:47 »
Considere que um país tenha uma floresta muito importante para o meio ambiente. Se esse floresta for pública dificilmente vai ser bem protegida pelo governo e cai no problema da "tragédia dos comuns". Caso essa floresta seja propriedade privada de alguns proprietários, eles terão incetivos econômicos para explorá-la de forma consciente visando o longo prazo.

Capitalismo pode significar capitalismo de estado, corporativismo, livre mercado... Socialismo só significa uma coisa.

Offline JJ

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Re:Lições não aprendidas do século XX que continuam sendo tentadas no Brasil
« Resposta #6 Online: 14 de Janeiro de 2014, 13:15:40 »
Considere que um país tenha uma floresta muito importante para o meio ambiente. Se esse floresta for pública dificilmente vai ser bem protegida pelo governo e cai no problema da "tragédia dos comuns". Caso essa floresta seja propriedade privada de alguns proprietários, eles terão incetivos econômicos para explorá-la de forma consciente visando o longo prazo.


Caso essa floresta seja propriedade privada de alguns proprietários, e não haja leis contrárias a isso e um Estado para fazer que sejam obedecidas, o normal será os proprietários derrubarem e devastarem a floresta para vender a madeira e/ou fazerem pastagens (ou plantarem alguma cultura agrícola se o solo for adequado para isso). 


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« Última modificação: 14 de Janeiro de 2014, 20:30:33 por JJ »

Rhyan

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Re:Lições não aprendidas do século XX que continuam sendo tentadas no Brasil
« Resposta #7 Online: 14 de Janeiro de 2014, 13:55:20 »
Sim, eles tendem a buscar o mais lucrativo de acordo com a propriedade.

Mas é um fato empírico que países mais liberais cuidam melhor do meio ambiente, entre outras coisas como menos trabalho infantil, maior igualdade de gênero, etc..

<a href="http://www.youtube.com/v/_XPK4EsK4Mg" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/v/_XPK4EsK4Mg</a>

Offline Diegojaf

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Re:Lições não aprendidas do século XX que continuam sendo tentadas no Brasil
« Resposta #8 Online: 14 de Janeiro de 2014, 14:00:54 »
Tipo?
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Geotecton

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Re:Lições não aprendidas do século XX que continuam sendo tentadas no Brasil
« Resposta #9 Online: 14 de Janeiro de 2014, 14:03:52 »
Sim, eles tendem a buscar o mais lucrativo de acordo com a propriedade.

Ou seja, dane-se o meio-ambiente e as espécies não-humanas desde que os grandes capitalistas e os que 'mamam' no Estado sejam satisfeitos.

É isto?
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Offline JJ

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Re:Lições não aprendidas do século XX que continuam sendo tentadas no Brasil
« Resposta #11 Online: 14 de Janeiro de 2014, 20:34:54 »
Sim, eles tendem a buscar o mais lucrativo de acordo com a propriedade.

Ou seja, dane-se o meio-ambiente e as espécies não-humanas desde que os grandes capitalistas e os que 'mamam' no Estado sejam satisfeitos.

É isto?



Certamente que sim, raros iriam pensar em preservar alguma coisa.  A maioria iria passar o trator de lamina e derrubar tudo. A maioria não iria deixar sequer dez metros de mata na beira dos rios.  A extinção de espécies iria se acelerar até o ponto de não sobrar quase nenhuma.  A devastação seria ampla, geral e irrestrita.



.

Rhyan

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Re:Lições não aprendidas do século XX que continuam sendo tentadas no Brasil
« Resposta #12 Online: 16 de Janeiro de 2014, 06:29:28 »
Como dane-se? A realidade está aí: compare o tratamento que tem a floresta amazônica com as florestas da Fibra, da Klabin e da Suzano. Estou dizendo que o mais rentável é a preservação, geralmente. Se ambientalistas do greenpeace e similares querem tanto preservar a amazônia, que comprem, ou façam campanha para comprarem títulos da floresta. Há tantas outras formas de lucro com biodiversidade, empresas farmacêuticas, turismo, etc.. O modelo de preservação estatólatra já provou que dá errado, e se pesquisarem vão ver que o modelo privado-capitalista já provou dar resultados positivos.

Rhyan

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Re:Lições não aprendidas do século XX que continuam sendo tentadas no Brasil
« Resposta #13 Online: 16 de Janeiro de 2014, 07:52:10 »
Ambientalismo de livre mercado:

<a href="http://www.youtube.com/v/ERhJsHTrsv8" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/v/ERhJsHTrsv8</a>

Ambientalismo estatal

<a href="http://www.youtube.com/v/n_RJeto5Sug" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/v/n_RJeto5Sug</a>


Agora é a vez de vocês:

1) Refutem a teoria da Tragédia dos Comuns;

2) Provem que o estado pode ser um bom preservador do meio ambiente.

Offline JJ

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Re:Lições não aprendidas do século XX que continuam sendo tentadas no Brasil
« Resposta #14 Online: 16 de Janeiro de 2014, 09:21:58 »
Como dane-se? A realidade está aí: compare o tratamento que tem a floresta amazônica com as florestas da Fibra, da Klabin e da Suzano. Estou dizendo que o mais rentável é a preservação, geralmente. Se ambientalistas do greenpeace e similares querem tanto preservar a amazônia, que comprem, ou façam campanha para comprarem títulos da floresta. Há tantas outras formas de lucro com biodiversidade, empresas farmacêuticas, turismo, etc.. O modelo de preservação estatólatra já provou que dá errado, e se pesquisarem vão ver que o modelo privado-capitalista já provou dar resultados positivos.


Você está se referindo a florestas artificiais de silvicultura ? Porque se for isso elas são desertos verdes, não são florestas que tem a biodiversidade das florestas naturais. E se você estiver se referindo a alguma reserva de floresta nativa privada grande,  elas só fizeram isso porque existem leis e o Estado que de uma forma ou de outra (direta ou indiretamente) as incentivou a fazer isso.  E no caso da ausência do Estado e das suas leis seria só uma questão de tempo para eles devastarem a floresta nativa.


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Offline Geotecton

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Re:Lições não aprendidas do século XX que continuam sendo tentadas no Brasil
« Resposta #15 Online: 16 de Janeiro de 2014, 22:16:02 »
Como dane-se? A realidade está aí: compare o tratamento que tem a floresta amazônica com as florestas da Fibra, da Klabin e da Suzano.

Não há como comparar a Floresta Amazônica com as "florestas" mantidas pelas empresas privadas supra. A começar pela área. Fiz uma pesquisa e constatei que a Suzano tem cerca de 296 mil hectares de área de floresta natural, a Klabin tem 179 mil hectares e a Fibra tem 343 mil hectares. Somando são 818 mil hectares que equivalem, portanto, a 8.180 Km2. A mata da Amazônia tem uma área de mais de 5,3 milhões de Km2. Ou seja, a Amazônia é mais de 647 vezes maior que a soma das três "florestas". A diversidade biológica, ecológica e fisiográfica da Amazônia também é muito maior que a soma das três "florestas".
 

Estou dizendo que o mais rentável é a preservação, geralmente.

A preservação ambiental não deve ser restrita a um cálculo de economicidade.


Se ambientalistas do greenpeace e similares querem tanto preservar a amazônia, que comprem, ou façam campanha para comprarem títulos da floresta.

Nem haveria a necessidade disto porque a maior parte das terras são públicas voltadas para um determinado fim ou devolutas, estas ocupadas amplamente de modo irregular por pessoas que vão de agricultores a 'grileiros'. Bastaria que o Estado emitisse títulos de posse precários para aqueles que querem preservar.


Há tantas outras formas de lucro com biodiversidade, empresas farmacêuticas, turismo, etc..

A pesquisa farmacêutica e o turismo podem ser realizados sem que seja importante a natureza do proprietário.


O modelo de preservação estatólatra já provou que dá errado,

Nem sempre.

Vide o caso exemplar do parque de Yellowstone.


e se pesquisarem vão ver que o modelo privado-capitalista já provou dar resultados positivos.

"Resultados positivos"?

Quais são eles?
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Offline Geotecton

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Re:Lições não aprendidas do século XX que continuam sendo tentadas no Brasil
« Resposta #16 Online: 16 de Janeiro de 2014, 22:35:23 »
Agora é a vez de vocês:

1) Refutem a teoria da Tragédia dos Comuns;

No caso em questão ('manutenção de florestas'), o Estado pode administrar a situação para mante-la no limite do que posso chamar de 'número de Dunbar ambiental'. Além disto, a 'teoria da Tragédia dos Comuns' também não é resolvida satisfatoriamente por empreendimentos unicamente privados.


2) Provem que o estado pode ser um bom preservador do meio ambiente.

Parque Nacional do Yellowstone.
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Re:Lições não aprendidas do século XX que continuam sendo tentadas no Brasil
« Resposta #17 Online: 20 de Janeiro de 2014, 22:53:56 »
Não há como comparar a Floresta Amazônica com as "florestas" mantidas pelas empresas privadas supra. A começar pela área. Fiz uma pesquisa e constatei que a Suzano tem cerca de 296 mil hectares de área de floresta natural, a Klabin tem 179 mil hectares e a Fibra tem 343 mil hectares. Somando são 818 mil hectares que equivalem, portanto, a 8.180 Km2. A mata da Amazônia tem uma área de mais de 5,3 milhões de Km2. Ou seja, a Amazônia é mais de 647 vezes maior que a soma das três "florestas". A diversidade biológica, ecológica e fisiográfica da Amazônia também é muito maior que a soma das três "florestas".


Esse limite de tamanho e preservação privada é baseado em quê? Achismos?
 

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A preservação ambiental não deve ser restrita a um cálculo de economicidade.

Não tem outra opção, que o ambiente seja valorado (biologicamente, que seja) e por isso preservado. Querer falar de meio ambiente ignorando economia é um tiro no pé, não tem futuro.


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Quais são eles?

Sem pesquisar muito em inglês...:

Em 10 anos, reservas particulares na mata atlântica crescem 80%
http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2014/01/1399507-em-10-anos-reservas-particulares-na-mata-atlantica-crescem-80.shtml

Offline Geotecton

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Re:Lições não aprendidas do século XX que continuam sendo tentadas no Brasil
« Resposta #18 Online: 20 de Janeiro de 2014, 23:12:32 »
Não há como comparar a Floresta Amazônica com as "florestas" mantidas pelas empresas privadas supra. A começar pela área. Fiz uma pesquisa e constatei que a Suzano tem cerca de 296 mil hectares de área de floresta natural, a Klabin tem 179 mil hectares e a Fibra tem 343 mil hectares. Somando são 818 mil hectares que equivalem, portanto, a 8.180 Km2. A mata da Amazônia tem uma área de mais de 5,3 milhões de Km2. Ou seja, a Amazônia é mais de 647 vezes maior que a soma das três "florestas". A diversidade biológica, ecológica e fisiográfica da Amazônia também é muito maior que a soma das três "florestas".
Esse limite de tamanho e preservação privada é baseado em quê? Achismos?

Os números foram retirados dos sites institucionais de cada uma das três empresas citadas por você.

E a maior diversidade da Floresta Amazônica pode ser constatada em qualquer compêndio científico sobre o tema.


A preservação ambiental não deve ser restrita a um cálculo de economicidade.
Não tem outra opção, que o ambiente seja valorado (biologicamente, que seja) e por isso preservado. Querer falar de meio ambiente ignorando economia é um tiro no pé, não tem futuro.

Não meu caro.

Querer tratar as questões de meio-ambiente com viés somente financeiro é que é um "tiro no pé" porque capitalistas são completamente ignorantes no que diz respeito a Ciência. Além de que boa parte deles é imediatista.


Quais são eles?

Sem pesquisar muito em inglês...:

Em 10 anos, reservas particulares na mata atlântica crescem 80%
http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2014/01/1399507-em-10-anos-reservas-particulares-na-mata-atlantica-crescem-80.shtml

Entendo.

Repare, no entanto, que a área total preservada não tem mais que 1.420 Km2, ou seja, mal chega a pouco mais de 1,00% da cobertura de Mata Atlântica original. E a maioria somente preservou porque teve um conjunto de benefícios do Estado, incluindo a redução (até a isenção) do ITR.
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