Pelo que eu li a respeito, na verdade o Hawking capitulou a uma crítica que vinha sendo mantida por Leonard Susskind desde que ele divulgou a teoria da perda de informação - e, francamente, buracos negros mudaram muito pouco, o que foi reconhecido é que a superfície da área limite do horizonte de evento não é uma coisa indistinta (como originalmente se pensava), mas sim um "achatamento" daquilo que, fora do horizonte, seriam as coisas que caíram na singularidade.
Como é possível, assim, recuperar da superfície a "informação" sobre o que caiu (algo que a tese original do Hawking negava), então não existe a perda de informação (que era a origem das críticas), e o conceito da singularidade se altera porque ela passa a ter algum nível de organização (deixando, assim de ter "entropia absoluta", pois existem modificações que, se pudessem ser implementadas, tornariam uma configuração der um buraco negro diferente da organização original do mesmo buraco negro).
E também porque da informação "achatada" pode ser recuperada a realidade tridimensional da coisa que existia antes de ser engolida, o conceito foi usado como base da teoria holográfica, principalmente quando se percebeu que o horizonte de evento não é um caso especial, e que o mesmo fenômeno é verdade em circunstâncias mais ordinárias - mas aí não me pede para detalhar, que ainda não encontrei um bom autor explicando de forma acessível a leigos o conceito de holografia cosmológica.
Mas, e esse é o ponto importante, as manchetes sobre a questão tem sido bastante sensacionalistas. Matéria condensada continua formando singularidades, e continua sendo bem melhor evitar chegar perto.
T+
Fred.