Detectando Design nas Ciencias Naturais
A inteligência deixa para trás um sinal ou evidencia característica.
Por William A. Dembski
Na vida cotidiana, as explicações que invocam ao acaso, à necessidade ou ao design cobrem todas as eventualidades. Entretanto, nas ciências naturais, uma destas modalidades é considerada supérflua. O design. Da perspectiva das ciências naturais, o design, como ação de um agente inteligente, não é uma força criativa fundamental na natureza. Ao contrário, as causas naturais cegas, caracterizadas pelo acaso e a necessidade e reguladas por leis invioláveis, são consideradas suficientes para levar a cabo toda a criação da natureza. A teoria de Darwin é um caso particular.
Mas como sabemos que a natureza não precisa da ajuda de uma inteligência projetista? Com certeza, nas ciências especiais, desde a forense a arqueologia e a Busca de Inteligência Extraterrestre (SETI em inglês), apelar a uma inteligência projetista é indispensável. E mais, dentro destas ciências existem técnicas bem desenvolvidas para identificar a inteligência. Essencial para estas técnicas é a habilidade de eliminar o acaso e a necessidade.
Por exemplo, como pode a radioastrônoma no filme Contato (protagonizada por Jodie Foster e baseada no livro de mesmo nome de Carl Sagan) inferir a presença de inteligência extraterrestre nos pulsos e pausas provenientes do espaço que eles monitoravam? Os pesquisadores analisam os sinais por meio de computadores que estão programados para reconhecer muitos padrões predeterminados. Os sinais que não se encaixam nestes padrões passam por uma “peneira’ e são classificados como acaso. Depois de anos recebendo sinais “aleatórios” que aparentemente não significam nada, os pesquisadores descobrem um padrão de pulsos e pausas que corresponde a de todos os números primos entre 2 e 101. Entretanto, os números primos são aqueles divisíveis somente por si mesmos e por um. Quando uma seqüência começa com dois pulsos, logo uma pausa, 3 pulsos, logo uma pausa, ... até 101, os pesquisadores devem inferir a presença de inteligência extraterrestre.
Eis aqui o porquê. Não existe nada nas leis da física que requeiram que os sinais de rádio tomem uma ou outra forma. A seqüência é então contingente ao invés de necessária. Além do mais, é uma seqüência larga e, portanto, complexa. Note que se a seqüência carece de complexidade pode ser facilmente produzida por acaso. Finalmente, não só era complexa, mas exibia um padrão ou especificação dada independentemente (não era só uma seqüência qualquer de números, mas uma seqüência matematicamente significativa: os números primos).
A inteligência deixa para trás de si uma marca ou sinal característico, a qual chamo de “complexidade especificada”. Um evento exibe complexidade especificada se é contingente e, portanto, não necessário; se é complexo, por tanto, não facilmente reproduzível por acaso; e se é especificado no sentido de exibir uma padrão dado independentemente. Note que a complexidade no sentido de improbabilidade não é suficiente para eliminar o acaso. Atire uma moeda suficientes vezes e será testemunha de um evento altamente improvável. Ainda assim, você não terá razão alguma para não atribuir ao azar.
O ponto importante acerca das especificações é que elas devem ser dadas objetivamente e não impostas aos eventos depois dos fatos. Por exemplo, se um arqueiro dispara flechas contra uma parede e nós pintamos depois os alvos al redor delas, estamos impondo um padrão depois dos fatos. Ao contrário, se colocam-se alvos no princípio (“especificados”) e logo depois o arqueiro os pega com exatidão, sabemos que foi por design.
Em meu livro The Design Inference, eu argumento que a complexidade especificada detecta com certeza o design. Entretanto, nesse livro eu me foco principalmente em exemplos do ser humano ao invés das ciências naturais. A crítica principal deste trabalho até o presente momento é se o mecanismo Darwiniano da seleção natural e a variação ao acaso são, de fato, capazes de gerar complexidade especificada. Mais recentemente, em No Free Lunch, eu mostro que os processo naturais não dirigidos tais como o mecanismo Darwiniano, são incapazes de gerar a complexidade especificada que existe nos organismos biológicos. Disto se segue que acaso e a necessidade são insuficientes para as ciências naturais e que as ciências naturais devem deixar algum espaço para o design.