Autor Tópico: Bebês recém-nascidos com caudas  (Lida 4716 vezes)

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Offline Huxley

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Bebês recém-nascidos com caudas
« Online: 29 de Agosto de 2005, 01:44:26 »
Bem, peguei esse texto traduzido postado pelo Aurélio(Mr.Hammond) lá do RV.
http://www.forumnow.com.br/vip/mensagens.asp?forum=15836&grupo=17762&topico=2767921&pag=2
Acharia interessante ler alguns comentários a respeito.

Exemplo 2: Bebês recém-nascidos com caudas
Primariamente devido à intenso interessse médico, humanos são uma das especies melhor caracterizadas e várias anomalias do desenvolvimento são conhecidas. Há vários atavismos humanos que refletem nossa herança genética comum com outros mamíferos. Uma das mais sensacionais é a existência da rara “cauda humana verdadeira” (também conhecida por “processo coccigeal”, “progeção coccigeal”, “apêndice caudal”, e “cauda vestigial”). Mais de 100 casos de caudas humanas foram registrados na literatura médica. Menos de um terço dos casos bem documentados foram o que é medicinalmente conhecido como “pseudo-caudas” (Dao and Netsky 1984; Dubrow et al. 1988). Pseudo-caudas não são caudas verdadeiras; elas são simplesmente lesões de vários tipos coincidentalmente encontradas na região caudal dos recém-nascidos, muitas vezes associadas com a coluna espinhal, cóccix, e várias más-formações.
Em contraste, a cauda atávica verdadeira de humanos resuta de uma regressão incompleta do fim mais distal da cauda embrionária normal encontrada no feto humano em desenvolvimento (veja a Figura 2.4.1 e a discussão abaixo sobre o desenvolvimento da cauda embrionária humana normal; Belzberg et al. 1991; Dao and Netsky 1984; Grange et al. 2001; Keith 1921). Ainda que formalmente uma má-formação, a cauda verdadeira humana é usualmente benigna na natureza (Dubrow et al. 1988; Spiegelmann et al. 1985). A cauda humana verdadeira é caracterizada por um arranjo complexo de tecido adiposo e conectivo, ligações centrais de músculos estriados longitudinalmente no centro, vasos sangüíneos, fibras nervosas, células de gânglios nervosos e órgãos especializados de sensibilidade à pressão (corpúsculos Valter-Pacini). Isso é coberto por pele normal, repleta de folículos capilares, glândulas sudoríparas e sebáceas (Dao and Netsky 1984; Dubrow et al. 1988; Spiegelmann et al. 1985). Caudas humanas verdadeiras variam em comprimento de cerca de 2,5 centímetros até cerca de 12.7 centímetros (em um bebê recém-nascido), e podem ser movidas voluntariamente através de contrações de tiras musculares em resposta à vários estados emocionais (Baruchin et al. 1983; Dao and Netsky 1984; Harrison 1901; Keith 1921; Lundberg et al. 1962).
Apesar das caudas humanas usualmente não terem estruturas esqueléticas (alguns artigos médicos alegaram que caudas verdadeiras nunca tem vértebras), várias caudas humanas foram encontradas com cartilagem e até cinco, bem desenvolvidas, vértebras articuladas (veja Figura 2.2.2; Bar-Maor et al. 1980; Dao and Netsky 1984; Fara 1977; Sugumata et al. 1988). De qualquer forma, as vértebras caudais não são um componente necessário das caudas dos mamíferos. Ao contrário do que é freqüentemente reportado na literatura médica, há ao menos um exemplo de uma cauda de primata que não tem vértebras, como encontrada na cauda rudimentar de 8 centímetros de Macaca sylvanus (“macaca”, em inglês, “Barbary ape”) (Hill 1974, p. 616; Hooten 1947, p. 23).
Caudas humanas verdadeiras são raramente herdadas, ainda que vários casos familiares sejam conhecidos (Dao and Netsky 1984; Ikpeze and Onuigbo 1999; Touraine 1955). Em um caso isso foi herdado por pelo menos três gerações de indivíduos do sexo feminino (Standfast 1992).


Figura 2.2.2. Imagem de raio-X de uma cauda atávica encontrada em uma garota de seis anos de idade. Uma radiografia da região sacral de uma garota de seis anos com uma cauda atávica. A cauda era perfeitamente no meio do corpo e protundia a partir de baixo das costas como um apêndice. As cinco vértebras normais estão indicadas em azul calro e numeradas; as três vértebras caudais coccígeas estão indicadas em amarelo claro. O cóccix inteiro (usualmente três ou quatro pequenas vértebras fundidas) é normalmente do mesmo tamanho da quinta vértebra sacral. Nesse mesmo estudo, os cirurgiões relataram dois outros casos de uma cauda humana atávica, uam com três vértebras caudais, uma com cinco. Todas eram benignas, e apenas uma foi cirurgicamente “corrigida” por razoes estéticas (imagem reproduzida de Bar-Maor et al. 1980, Figura 3.)


Como com outras estruturas atávicas, caudas humanas são mais provavelmente resultantes de mutação somática ou germinal, ou uma influência ambiental que reativa uma rota de desenvolvimento latente que ficou preservada, ao menos parcialmente, no genoma humano (Dao and Netsky 1984; Hall 1984; Hall 1995). De fato, os genes que controlam o desenvolvimento de caudas em camundondos e em outros vertebrados foram identificados (os genes Wnt-3a e Cdx1; Greco et al. 1996; Prinos et al. 2001; Schubert et al. 2001; Shum et al. 1999; Takada et al. 1994). Como previsto pela ancestralidade comum a partir da evidência do atavismo, esses genes da cauda também foram encontrados no genoma humano (Katoh 2002; Roelink et al. 1993). Como discutido abaixo em detalhes, o desenvolvimento da cauda humana normal no embrião foi extensivamente investigada, e a apoptose (morte celular programada) tem uma significante importância na remoção da cauda do embrão humano depois que ela é formada. É agora sabido que a regulação negativa do gene Wnt-3a induz a apoptose as células caudais durante o desenvolvimento do camundongo (Greco et al. 1996; Shum et al. 1999; Takada et al. 1994), e efeitos similares são observados em humanos (Chan et al. 2002). Adicionalmente, pesquisadores identificaram um camundongo mutante que não desenvolve uma cauda, e esse fenótipo deve-se a mutação regulatória que diminui a dosagem do gene Wnt-3a (Greco et al. 1996; Gruneberg and Wickramaratne 1974; Heston 1951). Dessa forma, a evidência atual idica que causa genética da perda da cauda na evolução dos macacos foi provavelmente uma (ou mais) simples mutação regulatória que diminuiu sutilmente a dosagem do gene Wnt-3a. Invertidamente, umamutação ou fator ambiental que aumente a dosagem do gene Wnt-3a iria reduzir a apoptose da cauda humana durante o desenvolvimento e iria resultar em sua retenção, como um atavismo, no recém-nascido.

Críticas:
A existência da cauda humana verdadeira é infelizmente muito chocante para vários anti-evolucionistas religiosamente motivados, como Duane Gish, quem também escreveu um artigo freqüentemente citado intitulado “Evolution and the human tail" (Gish 1983; veja também Menton 1994; ReMine 1982). Somente baseado nas particularidade de um único estudo (Ledley 1982), esses autores erroneamente concluiram que a cauda humana atávica “não é nada mais que uma má-formação anômala não traceável à qualquer estaco ancestral imaginário” (Gish 1983). De qualquer forma, seus arguentos são claramente dirigidos às pseudo-caudas, não às verdadeiras. Gish alega que essas estruturas não são caudas verdadeiras por várias razões: (1) elas não apresentam vértebras, (2) elas não são herdadas, e (3) a semelhança à uma cauda é “altamente superficial”e simplismente uma “má-formação anômala”. Menton alega mais além qe (4) todas as caudas verdadeiras têm músculos e podem se mover, enquanto as caudas humanas não podem. Cada um desses argumentos é factualmente falso, como explicado acima e bem documentado na literatura médica. Vértebras e cartilagem têm ocasionalmente sido encontradas em caudas humanas. De qualquer forma, ao contrário das alegações de Gish, Menton e ReMine, vértebras não são um requerimento para caudas. M. sylvanus é um exemplo perfeito de primata cuja cauda carnuda não têm vértebras (Hill 1974, p. 616; Hooten 1947, p. 23). Vários casos são conhecidos onde caudas humanas foram herdadas. Além disso, nós agora sambemos os genes responsáveis pelo desenvolvimento das caudas em mamíferos, e todos os humanos os têm. Herança da estruturas da cauda per se é desnecessaria já que o sistema de desenvolvimento foi herdado mas é normalmente inativado em humanos. A “semelhança” à caudas não-humanas está muito distante de ser superficial, já que todas as caudas humanas verdadeiras são complexas estruturas compostas de camadas simétricas de músculos voluntários, vasos sangüíneos, nervos especializados e órgãos sensitivos, e elas podem realmente mover-se e contrair-se. Para o leitor cético, provavelmente a melhor evidência que essas estruturas são caudas verdadeiras seja a inspeção visual. Imagens fotográficas de uma cauda atávica de um recém-nascido podem ser encontrada no site Virtual Hospital da Universidade de Iowa, completa, com os movimentos contractéis da cauda documentados.

Texto traduzido do:
http://www.talkorigins.org/faqs/comdesc/section2.html#ontogeny




http://www.vh.org/adult/provider/anatomy/AnatomicVariants/SkeletalSystem/Images/19.html

Putz, fiquei curioso,existem casos semelhantes em outras espécies, onde uma mutação raras de desenvolvimento "reativaram" as estruturas vestigiais?
"A coisa mais importante da vida é saber o que é importante". Otto Milo

Meu blog: http://biologiaevolutiva.blogspot.com

 

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