Tópico: Depoimento de alguém que visitou uma montadora na Ásia. O Brasil está perdido.

[Eu]

Vivo e trabalho há alguns anos no Sudeste Asiático.
Certa vez fui conhecer a linha de produção da Hyundai Motors. Quase caí de costas.
Com apenas 1 operário apertando 1 botão, a fábrica produz 1 automóvel a cada 57 segundos, em média.
Pouquíssimos operários no chão da fábrica, mas um departamento de P&D com DEZ MIL engenheiros.
Conseguem imaginar o que é uma indústria automobilística com 10.000 engenheiros?
Para um país nas condições do Brasil (ou mesmo dos EUA), é impossível disputar com gente assim.

[Geotecton]

Vivo e trabalho há alguns anos no Sudeste Asiático.
Certa vez fui conhecer a linha de produção da Hyundai Motors. Quase caí de costas.
Com apenas 1 operário apertando 1 botão, a fábrica produz 1 automóvel a cada 57 segundos, em média.
Pouquíssimos operários no chão da fábrica, mas um departamento de P&D com DEZ MIL engenheiros.
Conseguem imaginar o que é uma indústria automobilística com 10.000 engenheiros?
Para um país nas condições do Brasil (ou mesmo dos EUA), é impossível disputar com gente assim.

Mas você deve acrescentar um fator importante: protecionismo. A Hyundai e outras grandes grupos empresariais coreanos só chegaram onde estão por causa do intenso protecionismo e da fortíssima "parceria" entre setor privado e público.

[Gigaview]

O estranho nessa estória é constatar que a Hyundai Motors não produz nada que tenha uma diferenciação de mercado que justifique o envolvimento de 10.000 engenheiros e que talvez isso seja uma evidência significativa de ineficiência e de mal uso de inteligência qualificada.

[_tiago]

10.000 engenheiros e ainda precisam de um funcionário raso pra apertar um botão.

Brincadeiras à parte, os 10.000 engenheiros, talvez, respondam por todas as operações deles em todos os cantos do mundo... Sei lá! Tem que ver se é verdade.

[Partiti]

Mas você deve acrescentar um fator importante: protecionismo. A Hyundai e outras grandes grupos empresariais coreanos só chegaram onde estão por causa do intenso protecionismo e da fortíssima "parceria" entre setor privado e público.

Só um adendo, não foi só o protecionismo, eles fecharam a Coréia enquanto se desenvolvia um mercado de capitais minimamente eficiente, uma infra-estrutura decente e uma mão-de-obra bem educada. Depois eles liberaram o comércio. Engana-se quem acha que só protecionismo sem nenhuma estratégia, consegue desenvolver uma Hyundai da vida.

[Fabrício]

Mas você deve acrescentar um fator importante: protecionismo. A Hyundai e outras grandes grupos empresariais coreanos só chegaram onde estão por causa do intenso protecionismo e da fortíssima "parceria" entre setor privado e público.

Só um adendo, não foi só o protecionismo, eles fecharam a Coréia enquanto se desenvolvia um mercado de capitais minimamente eficiente, uma infra-estrutura decente e uma mão-de-obra bem educada. Depois eles liberaram o comércio. Engana-se quem acha que só protecionismo sem nenhuma estratégia, consegue desenvolver uma Hyundai da vida.

Se protecionismo funcionasse bem hoje o  Brasil seria a maior potência mundial em informática...

[Partiti]

Mas você deve acrescentar um fator importante: protecionismo. A Hyundai e outras grandes grupos empresariais coreanos só chegaram onde estão por causa do intenso protecionismo e da fortíssima "parceria" entre setor privado e público.

Só um adendo, não foi só o protecionismo, eles fecharam a Coréia enquanto se desenvolvia um mercado de capitais minimamente eficiente, uma infra-estrutura decente e uma mão-de-obra bem educada. Depois eles liberaram o comércio. Engana-se quem acha que só protecionismo sem nenhuma estratégia, consegue desenvolver uma Hyundai da vida.

Se protecionismo funcionasse bem hoje o  Brasil seria a maior potência mundial em informática...

Esse foi o problema. Foi só protecionismo, nada além disso. O Brasil está muito longe de ter uma infra-estrutura decente ou mão-de-obra qualificada, além de um mercado de capitais muito caro, apesar de razoávelmente líquido.

[Fabrício]

Mas você deve acrescentar um fator importante: protecionismo. A Hyundai e outras grandes grupos empresariais coreanos só chegaram onde estão por causa do intenso protecionismo e da fortíssima "parceria" entre setor privado e público.

Só um adendo, não foi só o protecionismo, eles fecharam a Coréia enquanto se desenvolvia um mercado de capitais minimamente eficiente, uma infra-estrutura decente e uma mão-de-obra bem educada. Depois eles liberaram o comércio. Engana-se quem acha que só protecionismo sem nenhuma estratégia, consegue desenvolver uma Hyundai da vida.

Se protecionismo funcionasse bem hoje o  Brasil seria a maior potência mundial em informática...

Esse foi o problema. Foi só protecionismo, nada além disso. O Brasil está muito longe de ter uma infra-estrutura decente ou mão-de-obra qualificada, além de um mercado de capitais muito caro, apesar de razoávelmente líquido.

Mas isso é muito Brasil,  pegamos um problema complexo, jogamos sobre ele  uma solução simples, e fingimos que foi resolvido, até estourar uns 10 - 20 anos depois.

[Skorpios]

O estranho nessa estória é constatar que a Hyundai Motors não produz nada que tenha uma diferenciação de mercado que justifique o envolvimento de 10.000 engenheiros e que talvez isso seja uma evidência significativa de ineficiência e de mal uso de inteligência qualificada.

Mau?

[Gigaview]

Sim. 

[Johnny Cash]

O estranho nessa estória é constatar que a Hyundai Motors não produz nada que tenha uma diferenciação de mercado que justifique o envolvimento de 10.000 engenheiros e que talvez isso seja uma evidência significativa de ineficiência e de mal uso de inteligência qualificada.

Boa análise, Giga.

Ademais, a quantidade de engenheiros em uma montadora normalmente varia de acordo com o nível de automatização e identidade das plantas e, sobretudo, a quantidade de componentes e sistemas delegados ao próprio desenvolvimento ou gerenciados no esquema de codesign com o fornecedor. Se a opção pelo codesign for recorrente, parte dos engenheiros estarão trabalhando para os fornecedores, enquanto o desenvolvimento interno completo de todos os sistemas irá exigir mais mão de obra capaz.

Aqui no Brasil existe uma planta pouco automatizada que cospe 1 carro pronto a cada 26 segundos. No quesito produtividade dá um espanco na Hyundai e seus 10 mil engenheiros.

edit: corrigido o Hyundai.