Trata-se de um politeísta enrrustido que restringe os seus deuses aos limites dos palcos e que espera uma recompensa pelo desconforto que acha que estaria causando ao seu Deus Maior. Sem dúvida uma grande demonstração de fé e de comprometimento com a divindade.
Deus, em sua máxima sabedoria e benevolência ainda expressa bom humor para tolerar os caprichos dessa alma em conflito. Permitiu que brotasse em boa situação familiar, com saúde, boa aparência, inteligência e talento artístico além de fazer cruzar seu caminho a sub-divindade Malu Mader para lhe dar filhos e consolidar uma família feliz.
Na realidade, Beloto está sendo vítima da obsessão dos espíritos dos palcos. Não pecebe que seus "deuses" não passam de espíritos fanfarrões, parte de uma trupe que ainda depois de mortos insistem em se apresentar a platéias de mortos e vivos. Com potente cola ectoplasmática se fixam na carcaça carnal e desvirtuam os pensamentos de suas vítimas atraindo-os invariavelmente para o álcool, às drogas e à luxuria. Apesar da obsessão, nota-se a presença da mão divina orientando-o disciplinadamente na direção de valores nobres e no cuidado com sua família.
Talvez o texto de Beloto seja para ser compreendido ao contrário. Uma demonstração de fé. É assim que prefiro entendê-lo. Que Deus o abençoe.