sou contra o ensino religioso (de qualquer espécie) nas escolas,
Sou contra o ensino de uma religião, mas não contra o ensino religioso. Entender as expressões religiosas e sua história faz parte do processo de compreensão de um povo.
E vai além disso, facilita a interação respeitosa e tolerante entre as pessoas seguidoras de posturas filosófico-religiosas diferentes, visto que elas se compreenderão mutuamente no sentido de entender a base daquilo no qual se sustenta a crença do outro. Sem preconceitos infundados adquiridos de maneira informal e arbitrária como os de que umbandistas são macumbeiros e praticantes de magia negra (com sacrifícios humanos) e os de que os maçons fazem pactos com o diabo para crescerem na vida. certamente preconceitos como esses seriam reduzidos, e a convivência pacifica entre grupos religiosos distintos, ao meu ver seria maximizada.
sou contra crucifixos e imagens religiosas em repartições públicas, etc.
Novamente, quando se trata de uma expressão cultural ou histórica não vejo mal. Exemplos são a bandeira de Pernambuco e da Inglaterra, por exemplo.
E esta expressão cultural muitas veze possui um simbolismo muito forte e positivo por trás, que ultrapassa a tradição religiosa e se configura como um simbolismo válido mesmo num país dito laico. já este simbolismo pode dar sentido a uma prática considerada como desejável pelo estado.
Um exemplo disso é a deusa da mitologia greco-romana Justiça (Dice), usada no mundo todo como um simbolo do poder judiciário.
Abaixo um exemplo disso aqui mesmo no Brasil, com a estatua de Justiça localizada em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal, em Brasília. Neste caso o poder judiciário representado pelo simbolismo da estátua consiste segundo a
Wikipédia em uma mulher com os olhos vendados, uma espada e uma balança; os olhos vendados representam a imparcialidade da justiça e sua intenção de nivelar o tratamento jurídico de todos por igual; e a espada representa a força, a coragem, a ordem e a regra necessárias para impor o direito. Porém a escultura não mostra a balança, que representaria a ponderação dos interesses das partes em litígio
Abaixo uma outra imagem da deusa Justiça, desta vez segurando também a sua balança:
Sobre o simbolismo dos crucifixos nos tribunais, segundo o jurista gaúcho Paulo Brossard, ex-ministro do STF, eles não estão lá em reverência a uma das pessoas da Santíssima Trindade, segundo a teologia cristã. Mas para simbolizar a figura de um homem que foi acusado, processado, julgado, condenado e executado injustamente, vítima de pusilanimidade de Pilatos, que tendo consciência da inocência do perseguido, preferiu lavar as mãos, e com isso passar à História.
1 Ou seja, ele esta lá para nos lembrar de sermos justos, e de não cometermos erro semelhante aquele que esta no banco dos réus.
1 Cf.
crucifixo cassado e caçado: que simbolo mesmo esta indo para a lata do lixo?, Por Paulo Brossard