http://blogs.estadao.com.br/fabio-alves/remedio-para-o-brasil-crescer-e-amarco-e-vai-doer-diz-economista-do-goldan-sachs/SÃO PAULO – A economia brasileira cresceu a um ritmo muito mais lento no primeiro trimestre de 2014 do que se esperava na virada do ano, e a perspectiva para os próximos trimestres é de que atividade econômica siga em velocidade reduzida, na opinião do economista-chefe para América Latina do banco Goldman Sachs, Alberto Ramos.
Depois de o Produto Interno Bruto (PIB) ter crescido apenas 2,7% em 2011, 1% em 2012 e 2,3% em 2013, os analistas do mercado financeiro esperam um resultado também decepcionante em 2014. Na mais recente pesquisa semanal Focus, do Banco Central, os economistas consultados projetam um avanço de 1,69% do PIB em 2014 e de 1,9% em 2015. É ainda pouco.
Para Alberto Ramos, foram dois os grandes vilões para a expansão mais baixa do que o esperado no primeiro trimestre deste ano: inflação mais elevada e confiança menor de consumidores e empresários. O remédio para o Brasil voltar a crescer a taxas maiores é amargo e vai provavelmente doer, segundo Ramos. É, contudo, um remédio necessário e inadiável.
“O Brasil é uma economia com problemas estruturais muito sérios e com desequilíbrios conjunturais”, diz Ramos, em entrevista por telefone de seu escritório em Nova York.
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É como se o Brasil tivesse nos últimos anos comendo muito doce, ganhando peso, mas agora vai ter que correr bastante, suar e ficar cansado para perder toda a gordura que acumulou”
Recessão técnica. Infelizmente, segundo o economista do Goldman Sachs, o ajuste que a economia brasileira necessita fazer será um que resultará provavelmente numa recessão técnica, o que afetará, inclusive, a criação de empregos.
“Só a contração do PIB é que vai conseguir matar a dinâmica atual da inflação”, argumenta Ramos.