Autor Tópico: falsas falácias  (Lida 1113 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline João da Ega

  • Nível 21
  • *
  • Mensagens: 774
falsas falácias
« Online: 06 de Junho de 2014, 08:52:33 »
Me parece que algumas aparentes falácias podem não ser necessariamente um mau argumento.
Por exemplo:
1. Falácia argumento ad populum:
A: Fritjof Capra, físico renomado, provou que os fenômenos observados pela física quântica já eram explicados, em outros termos, pelas tradições místicas orientais há milênios.
B: Não entendo merda nenhuma de mecânica quântica, mas sei que a esmagadora maioria dos físicos explicam os fenômenos que ocorrem em níveis sub-atômicos dentro do materialismo, sem precisar recorrer ao misticismo.

2. Apelo à autoridade, quando o assunto é ligado à área de expertise da citada pessoa:
A: não existe aquecimento global gerado por causas antrópicas.
b: Cara, o cientista X (não o professor X) publicou este ano um estudo na Science, estudo esse
com grande repercussão e citações por outros cientistas renomados, em que demostra que a causa antrópica é determinante para o aquecimento global.

Que acham?
"Nunca devemos admitir como causa daquilo que não compreendemos algo que entendemos menos ainda." Marquês de Sade

Offline Gigaview

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.604
Re:falsas falácias
« Resposta #1 Online: 06 de Junho de 2014, 09:48:47 »
Não vejo A como ad populum. É bullshit puro.

O apelo à autoridade subentende o uso da notoriedade de quem afirma para fortalecer o argumento. Como a ciência é impessoal, resultados científicos não podem ser afetados pela notoriedade de quem os produz.
« Última modificação: 06 de Junho de 2014, 09:53:05 por Gigaview »
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Geotecton

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 28.345
  • Sexo: Masculino
Re:falsas falácias
« Resposta #2 Online: 06 de Junho de 2014, 09:51:34 »
Me parece que algumas aparentes falácias podem não ser necessariamente um mau argumento.
Por exemplo:
1. Falácia argumento ad populum:
A: Fritjof Capra, físico renomado, provou que os fenômenos observados pela física quântica já eram explicados, em outros termos, pelas tradições místicas orientais há milênios.
B: Não entendo merda nenhuma de mecânica quântica, mas sei que a esmagadora maioria dos físicos explicam os fenômenos que ocorrem em níveis sub-atômicos dentro do materialismo, sem precisar recorrer ao misticismo.

2. Apelo à autoridade, quando o assunto é ligado à área de expertise da citada pessoa:
A: não existe aquecimento global gerado por causas antrópicas.
b: Cara, o cientista X (não o professor X) publicou este ano um estudo na Science, estudo esse
com grande repercussão e citações por outros cientistas renomados, em que demostra que a causa antrópica é determinante para o aquecimento global.

Que acham?

O primeiro exemplo não é um argumento ad populum e sim um tipo do de autoridade (ou ad verecundiam) porque usa a figura de um especialista (físico, no caso) para fazer afirmações que não correspondiam ao observado então. E mesmo depois que certos fenômenos foram explicados, não aconteceu sob a ótica mística e sim científica.

O segundo caso pode nem ser considerado uma falácia porque o que refuta a afirmação 'A' são os dados obtidos e mencionados em 'b' que foram publicados por um "grande cientista".
Foto USGS

Offline João da Ega

  • Nível 21
  • *
  • Mensagens: 774
Re:falsas falácias
« Resposta #3 Online: 06 de Junho de 2014, 10:34:16 »
O que eu tô levantando como um possível uso não condenável de "falácias", Geotecton, são as respostas: B1 (que apela pra maioria dos físicos = ad populum) e B2 (o cientista X, fodão, que publica na science = apelo à autoridade)
"Nunca devemos admitir como causa daquilo que não compreendemos algo que entendemos menos ainda." Marquês de Sade

Offline Geotecton

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 28.345
  • Sexo: Masculino
Re:falsas falácias
« Resposta #4 Online: 06 de Junho de 2014, 11:05:44 »
O que eu tô levantando como um possível uso não condenável de "falácias", Geotecton, são as respostas: B1 (que apela pra maioria dos físicos = ad populum) e B2 (o cientista X, fodão, que publica na science = apelo à autoridade)

Entendo.

Mas uma falácia já é um problema de lógica por definição. Portanto, se eu afirmo que é uma falácia não há como não condenar o seu uso. Em outras palavras, ou é falácia ou não é.
Foto USGS

Offline Skeptikós

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.125
  • Sexo: Masculino
  • Séxtos Empeirikós
Re:falsas falácias
« Resposta #5 Online: 06 de Junho de 2014, 13:27:17 »
Me parece que algumas aparentes falácias podem não ser necessariamente um mau argumento.
Por exemplo:
1. Falácia argumento ad populum:
A: Fritjof Capra, físico renomado, provou que os fenômenos observados pela física quântica já eram explicados, em outros termos, pelas tradições místicas orientais há milênios.
B: Não entendo merda nenhuma de mecânica quântica, mas sei que a esmagadora maioria dos físicos explicam os fenômenos que ocorrem em níveis sub-atômicos dentro do materialismo, sem precisar recorrer ao misticismo.

2. Apelo à autoridade, quando o assunto é ligado à área de expertise da citada pessoa:
A: não existe aquecimento global gerado por causas antrópicas.
b: Cara, o cientista X (não o professor X) publicou este ano um estudo na Science, estudo esse
com grande repercussão e citações por outros cientistas renomados, em que demostra que a causa antrópica é determinante para o aquecimento global.

Que acham?
Os dois exemplos acima continuam sendo falácias. No primeiro, o fato da maior parte dos cientistas concordarem com uma conclusão especifica não garante que ela seja a melhor ou correta (Ex: quando Einstein propôs a teoria da relatividade a maioria esmagadora dos cientistas discordaram dele). Além disso este argumento acima comete outra falácia além do apelo a popularidade, que é o apelo a autoridade anônima, pois diz que a "maioria esmagadora dos cientistas" concordam com algo, mas ele não especifica que cientistas são esses, nem se quer um nome.

A segunda é ainda pior, advoga o domínio da verdade a um individuo em detrimento do outro, simplesmente pela posição que ele ocupa, sem mais nada acrescentar, além da citação de que suas conclusões foram publicadas numa revista de prestigio (intensificando ainda mais o apelo a autoridade com base no prestigio da revista), mas não apresenta dado algum que sustente tal conclusão, um claro exemplo de falácia do apelo a autoridade.

Existem sim, exemplos onde o apelo a popularidade1 e o apelo a autoridade2 não são falácias, mas estes casos acima não são exemplos disso.


Notas:
1 Como em questões de opinião pública cujo o objetivo é indicar a preferência de um grupo social sobre determinado tema.
2 De Rerum Natura, Argumentos de autoridade, Exemplos onde o apelo a autoridade não é uma falácia.
« Última modificação: 06 de Junho de 2014, 14:01:17 por Skeptikós »
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Skeptikós

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.125
  • Sexo: Masculino
  • Séxtos Empeirikós
Re:falsas falácias
« Resposta #6 Online: 06 de Junho de 2014, 14:13:57 »
Um outro exemplo onde um argumento de uma autoridade não é uma falácia é por exemplo em contextos que envolvam questões normativas, onde a resposta final da questão deve estar sob concordância com uma lei estabelecida. Se uma pergunta sobre qual a idade minima de um adolescente, para que um ato sexual entre este e um adulto não seja considerado crime for feita, o argumento de um juiz federal com base no código penal valerá mais do que a opinião divergente de um padre ou pastor.
« Última modificação: 06 de Junho de 2014, 14:16:37 por Skeptikós »
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Sergiomgbr

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 11.712
  • Sexo: Masculino
  • uê?!
Re:falsas falácias
« Resposta #7 Online: 06 de Junho de 2014, 18:15:33 »
Me parece que algumas aparentes falácias podem não ser necessariamente um mau argumento.
Por exemplo:
1. Falácia argumento ad populum:
A: Fritjof Capra, físico renomado, provou que os fenômenos observados pela física quântica já eram explicados, em outros termos, pelas tradições místicas orientais há milênios.
B: Não entendo merda nenhuma de mecânica quântica, mas sei que a esmagadora maioria dos físicos explicam os fenômenos que ocorrem em níveis sub-atômicos dentro do materialismo, sem precisar recorrer ao misticismo.

2. Apelo à autoridade, quando o assunto é ligado à área de expertise da citada pessoa:
A: não existe aquecimento global gerado por causas antrópicas.
b: Cara, o cientista X (não o professor X) publicou este ano um estudo na Science, estudo esse
com grande repercussão e citações por outros cientistas renomados, em que demostra que a causa antrópica é determinante para o aquecimento global.

Que acham?
Se Fritjof Capra provou mesmo alguma coisa, não é falácia.(está falando do livro "O Tao da física"?)
Mesmo que ele não tenha provado, mas que tenha construído um argumento não refutado9ou não refutável)  relacionando misticismo com a Física Quântica, dependendo do contexto de suas considerações, não parece ser o caso de uma falácia mas apenas literatura.

Se um cientista "proeminente" faz um estudo de grande impacto, que outros cientistas renomados  aclamam inconteste, não parece haver a figura de uma falácia. Mas se tivermos que aceitar a premissa "A" (de que não há aquecimento global ...) como verdadeira, não há como não caracterizar uma falácia.
« Última modificação: 06 de Junho de 2014, 18:20:25 por sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline -Huxley-

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 13.616
Re:falsas falácias
« Resposta #8 Online: 06 de Junho de 2014, 22:09:03 »
Dizer que qualquer argumento que, de algum modo, recorra a autoridade é uma falácia é que é a verdadeira falácia. Tentem aprender a jogar xadrez baseado no que dizem mestres enxadristas e baseado no que diz um leigo qualquer, e depois me respondam se qualquer argumento que apele à autoridade é uma falácia.

Muito bom o artigo da nota 2 do Skeptikós, ele já responde o tópico.

Um bom argumento de autoridade é uma heurística, uma estratégia informal, intuitiva e especulativa que conduz, algumas vezes a uma solução eficaz e, outras vezes, não. Sempre é melhor achar uma solução ou resposta por um processo algorítmico, mas isso nem sempre é possível. Quando a última coisa acontece, é preferível usar heurísticas a atirar no escuro.   
« Última modificação: 06 de Junho de 2014, 22:11:08 por -Huxley- »

Offline Sergiomgbr

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 11.712
  • Sexo: Masculino
  • uê?!
Re:falsas falácias
« Resposta #9 Online: 06 de Junho de 2014, 23:13:50 »
Dizer que qualquer argumento que, de algum modo, recorra a autoridade é uma falácia é que é a verdadeira falácia. Tentem aprender a jogar xadrez baseado no que dizem mestres enxadristas e baseado no que diz um leigo qualquer, e depois me respondam se qualquer argumento que apele à autoridade é uma falácia.


Não funciona assim, sempre depende de um contexto, caso contrário, eu poderia argumentar; Você só vai ser um enxadrista completo se for religioso, o Grande Mestre Alekhine quem disse.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline -Huxley-

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 13.616
Re:falsas falácias
« Resposta #10 Online: 07 de Junho de 2014, 07:55:19 »
Dizer que qualquer argumento que, de algum modo, recorra a autoridade é uma falácia é que é a verdadeira falácia. Tentem aprender a jogar xadrez baseado no que dizem mestres enxadristas e baseado no que diz um leigo qualquer, e depois me respondam se qualquer argumento que apele à autoridade é uma falácia.


Não funciona assim, sempre depende de um contexto, caso contrário, eu poderia argumentar; Você só vai ser um enxadrista completo se for religioso, o Grande Mestre Alekhine quem disse.

Foi por isso que, logo abaixo do trecho do post mencionado acima, eu recomendei a leitura do artigo da nota 2 do post do Skeptikós como o encontro da resposta ao tópico.
« Última modificação: 07 de Junho de 2014, 08:05:41 por -Huxley- »

Offline Sergiomgbr

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 11.712
  • Sexo: Masculino
  • uê?!
Re:falsas falácias
« Resposta #11 Online: 07 de Junho de 2014, 12:22:10 »
Dizer que qualquer argumento que, de algum modo, recorra a autoridade é uma falácia é que é a verdadeira falácia. Tentem aprender a jogar xadrez baseado no que dizem mestres enxadristas e baseado no que diz um leigo qualquer, e depois me respondam se qualquer argumento que apele à autoridade é uma falácia.


Não funciona assim, sempre depende de um contexto, caso contrário, eu poderia argumentar; Você só vai ser um enxadrista completo se for religioso, o Grande Mestre Alekhine quem disse.

Foi por isso que, logo abaixo do trecho do post mencionado acima, eu recomendei a leitura do artigo da nota 2 do post do Skeptikós como o encontro da resposta ao tópico.
Mas não há a mesma relação de antagonismo entre duas autoridades, um jurídica e outra religiosa, onde a que prevalece é a jurídica, que coincide com uma lei estabelecida, e sim a proposta argumentativa em que o que se evidencia é o apelo à autoridade, na qual se inserem as condições em que você definiria uma não caracterização de uma falácia por apelo à autoridade, usando como referência a autoridade de um mestre enxadrista.
« Última modificação: 07 de Junho de 2014, 12:24:31 por sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Skeptikós

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.125
  • Sexo: Masculino
  • Séxtos Empeirikós
Re:falsas falácias
« Resposta #12 Online: 07 de Junho de 2014, 14:23:26 »
Dizer que qualquer argumento que, de algum modo, recorra a autoridade é uma falácia é que é a verdadeira falácia. Tentem aprender a jogar xadrez baseado no que dizem mestres enxadristas e baseado no que diz um leigo qualquer, e depois me respondam se qualquer argumento que apele à autoridade é uma falácia.


Não funciona assim, sempre depende de um contexto, caso contrário, eu poderia argumentar; Você só vai ser um enxadrista completo se for religioso, o Grande Mestre Alekhine quem disse.

Foi por isso que, logo abaixo do trecho do post mencionado acima, eu recomendei a leitura do artigo da nota 2 do post do Skeptikós como o encontro da resposta ao tópico.
Mas não há a mesma relação de antagonismo entre duas autoridades, um jurídica e outra religiosa, onde a que prevalece é a jurídica, que coincide com uma lei estabelecida, e sim a proposta argumentativa em que o que se evidencia é o apelo à autoridade, na qual se inserem as condições em que você definiria uma não caracterização de uma falácia por apelo à autoridade, usando como referência a autoridade de um mestre enxadrista.
A nota 2 ao qual ele se refere é esta: De Rerum Natura, Argumentos de autoridade, Exemplos onde o apelo a autoridade não é uma falácia.
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline -Huxley-

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 13.616
Re:falsas falácias
« Resposta #13 Online: 07 de Junho de 2014, 15:14:13 »
Dizer que qualquer argumento que, de algum modo, recorra a autoridade é uma falácia é que é a verdadeira falácia. Tentem aprender a jogar xadrez baseado no que dizem mestres enxadristas e baseado no que diz um leigo qualquer, e depois me respondam se qualquer argumento que apele à autoridade é uma falácia.


Não funciona assim, sempre depende de um contexto, caso contrário, eu poderia argumentar; Você só vai ser um enxadrista completo se for religioso, o Grande Mestre Alekhine quem disse.

Foi por isso que, logo abaixo do trecho do post mencionado acima, eu recomendei a leitura do artigo da nota 2 do post do Skeptikós como o encontro da resposta ao tópico.
Mas não há a mesma relação de antagonismo entre duas autoridades, um jurídica e outra religiosa, onde a que prevalece é a jurídica, que coincide com uma lei estabelecida, e sim a proposta argumentativa em que o que se evidencia é o apelo à autoridade, na qual se inserem as condições em que você definiria uma não caracterização de uma falácia por apelo à autoridade, usando como referência a autoridade de um mestre enxadrista.

Todo o seu post me pareceu incompreensível. Eu não entendi como eu definiria "Você só vai ser um enxadrista completo se for religioso, o Grande Mestre Alekhine quem disse" uma não caracterização de uma falácia por apelo à autoridade. Um bom argumento de autoridade não é bom apenas porque apela a autoridade, mas porque se faz os seguintes questionamentos: a) as fontes estão informadas e b) são imparciais?; c) compararam-se as fontes?; d) existem outros argumentos mais fortes ou de força igual a favor da conclusão contrária? Dizer que um plano místico é indispensável a um jogo que obedece a regras terrenas é uma demonstração incontestável de não-autoridade; isso viola mais de uma regra citada atrás.
« Última modificação: 07 de Junho de 2014, 15:31:21 por -Huxley- »

Offline -Huxley-

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 13.616
Re:falsas falácias
« Resposta #14 Online: 07 de Junho de 2014, 15:30:17 »
Dizer que qualquer argumento que, de algum modo, recorra a autoridade é uma falácia é que é a verdadeira falácia. Tentem aprender a jogar xadrez baseado no que dizem mestres enxadristas e baseado no que diz um leigo qualquer, e depois me respondam se qualquer argumento que apele à autoridade é uma falácia.


Não funciona assim, sempre depende de um contexto, caso contrário, eu poderia argumentar; Você só vai ser um enxadrista completo se for religioso, o Grande Mestre Alekhine quem disse.

Foi por isso que, logo abaixo do trecho do post mencionado acima, eu recomendei a leitura do artigo da nota 2 do post do Skeptikós como o encontro da resposta ao tópico.
Mas não há a mesma relação de antagonismo entre duas autoridades, um jurídica e outra religiosa, onde a que prevalece é a jurídica, que coincide com uma lei estabelecida, e sim a proposta argumentativa em que o que se evidencia é o apelo à autoridade, na qual se inserem as condições em que você definiria uma não caracterização de uma falácia por apelo à autoridade, usando como referência a autoridade de um mestre enxadrista.
A nota 2 ao qual ele se refere é esta: De Rerum Natura, Argumentos de autoridade, Exemplos onde o apelo a autoridade não é uma falácia.

As quatro regras estão mais bem explicadas lá do que aqui. São elas:

1) O especialista (a autoridade) invocado tem de ser um bom especialista da matéria em causa.

2) Os especialistas da matéria em causa não podem discordar significativamente entre si quanto à afirmação em causa.

3) Só podemos aceitar a conclusão de um argumento de autoridade se não existirem outros argumentos mais fortes ou de força igual a favor da conclusão contrária.

4) Os especialistas da matéria em causa, no seu todo, não podem ter fortes interesses pessoais na afirmação em causa.

Offline Sergiomgbr

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 11.712
  • Sexo: Masculino
  • uê?!
Re:falsas falácias
« Resposta #15 Online: 07 de Junho de 2014, 16:56:46 »
Dizer que qualquer argumento que, de algum modo, recorra a autoridade é uma falácia é que é a verdadeira falácia. Tentem aprender a jogar xadrez baseado no que dizem mestres enxadristas e baseado no que diz um leigo qualquer, e depois me respondam se qualquer argumento que apele à autoridade é uma falácia.


Não funciona assim, sempre depende de um contexto, caso contrário, eu poderia argumentar; Você só vai ser um enxadrista completo se for religioso, o Grande Mestre Alekhine quem disse.

Foi por isso que, logo abaixo do trecho do post mencionado acima, eu recomendei a leitura do artigo da nota 2 do post do Skeptikós como o encontro da resposta ao tópico.
Mas não há a mesma relação de antagonismo entre duas autoridades, um jurídica e outra religiosa, onde a que prevalece é a jurídica, que coincide com uma lei estabelecida, e sim a proposta argumentativa em que o que se evidencia é o apelo à autoridade, na qual se inserem as condições em que você definiria uma não caracterização de uma falácia por apelo à autoridade, usando como referência a autoridade de um mestre enxadrista.

Todo o seu post me pareceu incompreensível. Eu não entendi como eu definiria "Você só vai ser um enxadrista completo se for religioso, o Grande Mestre Alekhine quem disse" uma não caracterização de uma falácia por apelo à autoridade. Um bom argumento de autoridade não é bom apenas porque apela a autoridade, mas porque se faz os seguintes questionamentos: a) as fontes estão informadas e b) são imparciais?; c) compararam-se as fontes?; d) existem outros argumentos mais fortes ou de força igual a favor da conclusão contrária? Dizer que um plano místico é indispensável a um jogo que obedece a regras terrenas é uma demonstração incontestável de não-autoridade; isso viola mais de uma regra citada atrás.
Não há nada para esclarecer.

Quando você disse, "Dizer que qualquer argumento que, de algum modo, recorra a autoridade é uma falácia é que é a verdadeira falácia"

Eu argumentei,
Não funciona assim, sempre depende de um contexto

já que quando eu afirmo,

"Você só vai ser um enxadrista completo se for religioso, o Grande Mestre Alekhine quem disse"

trata-se de uma afirmação onde eu estou recorrendo a uma verdadeira falácia de apelo à autoridade.



Até onde eu sei eu não sei.

Offline Sergiomgbr

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 11.712
  • Sexo: Masculino
  • uê?!
Re:falsas falácias
« Resposta #16 Online: 07 de Junho de 2014, 17:50:25 »


Dizer que um plano místico é indispensável a um jogo que obedece a regras terrenas é uma demonstração incontestável de não-autoridade; isso viola mais de uma regra citada atrás.
Não, se essa for uma premissa do próprio jogo.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline -Huxley-

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 13.616
Re:falsas falácias
« Resposta #17 Online: 07 de Junho de 2014, 20:14:48 »
Dizer que qualquer argumento que, de algum modo, recorra a autoridade é uma falácia é que é a verdadeira falácia. Tentem aprender a jogar xadrez baseado no que dizem mestres enxadristas e baseado no que diz um leigo qualquer, e depois me respondam se qualquer argumento que apele à autoridade é uma falácia.


Não funciona assim, sempre depende de um contexto, caso contrário, eu poderia argumentar; Você só vai ser um enxadrista completo se for religioso, o Grande Mestre Alekhine quem disse.

Foi por isso que, logo abaixo do trecho do post mencionado acima, eu recomendei a leitura do artigo da nota 2 do post do Skeptikós como o encontro da resposta ao tópico.
Mas não há a mesma relação de antagonismo entre duas autoridades, um jurídica e outra religiosa, onde a que prevalece é a jurídica, que coincide com uma lei estabelecida, e sim a proposta argumentativa em que o que se evidencia é o apelo à autoridade, na qual se inserem as condições em que você definiria uma não caracterização de uma falácia por apelo à autoridade, usando como referência a autoridade de um mestre enxadrista.

Todo o seu post me pareceu incompreensível. Eu não entendi como eu definiria "Você só vai ser um enxadrista completo se for religioso, o Grande Mestre Alekhine quem disse" uma não caracterização de uma falácia por apelo à autoridade. Um bom argumento de autoridade não é bom apenas porque apela a autoridade, mas porque se faz os seguintes questionamentos: a) as fontes estão informadas e b) são imparciais?; c) compararam-se as fontes?; d) existem outros argumentos mais fortes ou de força igual a favor da conclusão contrária? Dizer que um plano místico é indispensável a um jogo que obedece a regras terrenas é uma demonstração incontestável de não-autoridade; isso viola mais de uma regra citada atrás.
Não há nada para esclarecer.

Quando você disse, "Dizer que qualquer argumento que, de algum modo, recorra a autoridade é uma falácia é que é a verdadeira falácia"

Eu argumentei,
Não funciona assim, sempre depende de um contexto

já que quando eu afirmo,

"Você só vai ser um enxadrista completo se for religioso, o Grande Mestre Alekhine quem disse"

trata-se de uma afirmação onde eu estou recorrendo a uma verdadeira falácia de apelo à autoridade.

Eu não disse não existe falácia de apelo autoridade. Eu só disse que a proposição "QUALQUER argumento que apele a autoridade é uma falácia" é falsa. Existe uma grande diferença entre afirmar que não existe falácia de apelo autoridade e dizer que que a proposição "QUALQUER argumento que apele a autoridade é uma falácia" é falsa. 

Offline -Huxley-

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 13.616
Re:falsas falácias
« Resposta #18 Online: 07 de Junho de 2014, 20:15:30 »


Dizer que um plano místico é indispensável a um jogo que obedece a regras terrenas é uma demonstração incontestável de não-autoridade; isso viola mais de uma regra citada atrás.
Não, se essa for uma premissa do próprio jogo.

Então, nesse caso, não é xadrez.

Offline Sergiomgbr

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 11.712
  • Sexo: Masculino
  • uê?!
Re:falsas falácias
« Resposta #19 Online: 07 de Junho de 2014, 20:28:36 »
Dizer que qualquer argumento que, de algum modo, recorra a autoridade é uma falácia é que é a verdadeira falácia. Tentem aprender a jogar xadrez baseado no que dizem mestres enxadristas e baseado no que diz um leigo qualquer, e depois me respondam se qualquer argumento que apele à autoridade é uma falácia.


Não funciona assim, sempre depende de um contexto, caso contrário, eu poderia argumentar; Você só vai ser um enxadrista completo se for religioso, o Grande Mestre Alekhine quem disse.

Foi por isso que, logo abaixo do trecho do post mencionado acima, eu recomendei a leitura do artigo da nota 2 do post do Skeptikós como o encontro da resposta ao tópico.
Mas não há a mesma relação de antagonismo entre duas autoridades, um jurídica e outra religiosa, onde a que prevalece é a jurídica, que coincide com uma lei estabelecida, e sim a proposta argumentativa em que o que se evidencia é o apelo à autoridade, na qual se inserem as condições em que você definiria uma não caracterização de uma falácia por apelo à autoridade, usando como referência a autoridade de um mestre enxadrista.

Todo o seu post me pareceu incompreensível. Eu não entendi como eu definiria "Você só vai ser um enxadrista completo se for religioso, o Grande Mestre Alekhine quem disse" uma não caracterização de uma falácia por apelo à autoridade. Um bom argumento de autoridade não é bom apenas porque apela a autoridade, mas porque se faz os seguintes questionamentos: a) as fontes estão informadas e b) são imparciais?; c) compararam-se as fontes?; d) existem outros argumentos mais fortes ou de força igual a favor da conclusão contrária? Dizer que um plano místico é indispensável a um jogo que obedece a regras terrenas é uma demonstração incontestável de não-autoridade; isso viola mais de uma regra citada atrás.
Não há nada para esclarecer.

Quando você disse, "Dizer que qualquer argumento que, de algum modo, recorra a autoridade é uma falácia é que é a verdadeira falácia"

Eu argumentei,
Não funciona assim, sempre depende de um contexto

já que quando eu afirmo,

"Você só vai ser um enxadrista completo se for religioso, o Grande Mestre Alekhine quem disse"

trata-se de uma afirmação onde eu estou recorrendo a uma verdadeira falácia de apelo à autoridade.

Eu não disse não existe falácia de apelo autoridade. Eu só disse que a proposição "QUALQUER argumento que apele a autoridade é uma falácia" é falsa. Existe uma grande diferença entre afirmar que não existe falácia de apelo autoridade e dizer que que a proposição "QUALQUER argumento que apele a autoridade é uma falácia" é falsa.
Ou seja, você disse,

"Dizer que qualquer argumento que, de algum modo, recorra a autoridade é uma falácia é que é a verdadeira falácia",

bom, neste caso, então tá.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline -Huxley-

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 13.616
Re:falsas falácias
« Resposta #20 Online: 07 de Junho de 2014, 20:47:46 »
Dizer que qualquer argumento que, de algum modo, recorra a autoridade é uma falácia é que é a verdadeira falácia. Tentem aprender a jogar xadrez baseado no que dizem mestres enxadristas e baseado no que diz um leigo qualquer, e depois me respondam se qualquer argumento que apele à autoridade é uma falácia.


Não funciona assim, sempre depende de um contexto, caso contrário, eu poderia argumentar; Você só vai ser um enxadrista completo se for religioso, o Grande Mestre Alekhine quem disse.

Foi por isso que, logo abaixo do trecho do post mencionado acima, eu recomendei a leitura do artigo da nota 2 do post do Skeptikós como o encontro da resposta ao tópico.
Mas não há a mesma relação de antagonismo entre duas autoridades, um jurídica e outra religiosa, onde a que prevalece é a jurídica, que coincide com uma lei estabelecida, e sim a proposta argumentativa em que o que se evidencia é o apelo à autoridade, na qual se inserem as condições em que você definiria uma não caracterização de uma falácia por apelo à autoridade, usando como referência a autoridade de um mestre enxadrista.

Todo o seu post me pareceu incompreensível. Eu não entendi como eu definiria "Você só vai ser um enxadrista completo se for religioso, o Grande Mestre Alekhine quem disse" uma não caracterização de uma falácia por apelo à autoridade. Um bom argumento de autoridade não é bom apenas porque apela a autoridade, mas porque se faz os seguintes questionamentos: a) as fontes estão informadas e b) são imparciais?; c) compararam-se as fontes?; d) existem outros argumentos mais fortes ou de força igual a favor da conclusão contrária? Dizer que um plano místico é indispensável a um jogo que obedece a regras terrenas é uma demonstração incontestável de não-autoridade; isso viola mais de uma regra citada atrás.
Não há nada para esclarecer.

Quando você disse, "Dizer que qualquer argumento que, de algum modo, recorra a autoridade é uma falácia é que é a verdadeira falácia"

Eu argumentei,
Não funciona assim, sempre depende de um contexto

já que quando eu afirmo,

"Você só vai ser um enxadrista completo se for religioso, o Grande Mestre Alekhine quem disse"

trata-se de uma afirmação onde eu estou recorrendo a uma verdadeira falácia de apelo à autoridade.

Eu não disse não existe falácia de apelo autoridade. Eu só disse que a proposição "QUALQUER argumento que apele a autoridade é uma falácia" é falsa. Existe uma grande diferença entre afirmar que não existe falácia de apelo autoridade e dizer que que a proposição "QUALQUER argumento que apele a autoridade é uma falácia" é falsa.
Ou seja, você disse,

"Dizer que qualquer argumento que, de algum modo, recorra a autoridade é uma falácia é que é a verdadeira falácia",

bom, neste caso, então tá.


Eu tenho minha dúvida se o "algum" que pus tem, necessariamente, efeito de negação sobre o "qualquer". Mas, como isso não tem relevância para o assunto do tópico, então o que importa é que você tenha me entendido (foi o que aparentemente aconteceu).

Offline João da Ega

  • Nível 21
  • *
  • Mensagens: 774
Re:falsas falácias
« Resposta #21 Online: 11 de Junho de 2014, 12:30:12 »
Me parece que algumas aparentes falácias podem não ser necessariamente um mau argumento.

2. Apelo à autoridade, quando o assunto é ligado à área de expertise da citada pessoa:
A: não existe aquecimento global gerado por causas antrópicas.
b: Cara, o cientista X (não o professor X) publicou este ano um estudo na Science, estudo esse
com grande repercussão e citações (aqui quis dizer que o artigo foi citado por oputros especialistas) por outros cientistas renomados, em que demostra que a causa antrópica é determinante para o aquecimento global.

Que acham?

As quatro regras estão mais bem explicadas lá do que aqui. São elas:

1) O especialista (a autoridade) invocado tem de ser um bom especialista da matéria em causa. (o cara o é)

2) Os especialistas da matéria em causa não podem discordar significativamente entre si quanto à afirmação em causa (a comunidade científica o apoia em suas teses).

3) Só podemos aceitar a conclusão de um argumento de autoridade se não existirem outros argumentos mais fortes ou de força igual a favor da conclusão contrária (não há, mas isso pode não ter ficado claro na contra-argumentação).

4) Os especialistas da matéria em causa, no seu todo, não podem ter fortes interesses pessoais na afirmação em causa (é, isso também não fica claro, mas é difícil demonstrar a ausência de interesses pessoais).

Quanto ao segundo exemplo, não estaria liberado da alcunha de falácia, nos termos das regras acima?
« Última modificação: 11 de Junho de 2014, 12:45:41 por João da Ega »
"Nunca devemos admitir como causa daquilo que não compreendemos algo que entendemos menos ainda." Marquês de Sade

Offline Skeptikós

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.125
  • Sexo: Masculino
  • Séxtos Empeirikós
Re:falsas falácias
« Resposta #22 Online: 11 de Junho de 2014, 13:10:35 »
No seu exemplo dois é dito apenas que a ideia do cientista X foi citada por outros especialistas, não diz que estes concordaram com ele. Mas supondo que estes outros especialistas tenham concordado com o cientista X, ainda sim, outros especialistas não é o mesmo que todos os especialistas, mesmo que outros especialistas concordem com ele, talvez alguns dos que discordem tenham opiniões de força maior ou igual a favor de uma conclusão contrária ao do cientista X. Isso anularia a força do argumento do cientista X, impossibilitando-o de ser usado como um argumento de autoridade válido.

Como demonstrado no texto do link que eu passei, e especificamente nas partes essências, que foram isoladas e citadas aqui pelo forista Huxley, para que um argumento seja válido ele deve respeitar aqueles quatros requisitos. Leia o texto completo e você entenderá o porque dos seus exemplos de argumentos de autoridades ainda se enquadrarem como uma falácia: De Rerum Natura, Argumentos de autoridade, Exemplos onde o apelo a autoridade não é uma falácia.

Abraços!

"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline -Huxley-

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 13.616
Re:falsas falácias
« Resposta #23 Online: 13 de Junho de 2014, 16:47:52 »
Me parece que algumas aparentes falácias podem não ser necessariamente um mau argumento.

2. Apelo à autoridade, quando o assunto é ligado à área de expertise da citada pessoa:
A: não existe aquecimento global gerado por causas antrópicas.
b: Cara, o cientista X (não o professor X) publicou este ano um estudo na Science, estudo esse
com grande repercussão e citações (aqui quis dizer que o artigo foi citado por oputros especialistas) por outros cientistas renomados, em que demostra que a causa antrópica é determinante para o aquecimento global.

Que acham?

As quatro regras estão mais bem explicadas lá do que aqui. São elas:

1) O especialista (a autoridade) invocado tem de ser um bom especialista da matéria em causa. (o cara o é)

2) Os especialistas da matéria em causa não podem discordar significativamente entre si quanto à afirmação em causa (a comunidade científica o apoia em suas teses).

3) Só podemos aceitar a conclusão de um argumento de autoridade se não existirem outros argumentos mais fortes ou de força igual a favor da conclusão contrária (não há, mas isso pode não ter ficado claro na contra-argumentação).

4) Os especialistas da matéria em causa, no seu todo, não podem ter fortes interesses pessoais na afirmação em causa (é, isso também não fica claro, mas é difícil demonstrar a ausência de interesses pessoais).

Quanto ao segundo exemplo, não estaria liberado da alcunha de falácia, nos termos das regras acima?

Eu sou contra raciocínios do tipo "linha divisória". Um critério de argumento de autoridade e sua antítese são duas categorias que podem representar um continuum de eficácia argumentativa ao invés de duas classes isoladas com um limite claro entre elas. O critério "Os especialistas da matéria em causa não podem discordar significativamente entre si quanto à afirmação em causa" é aproximadamente cumprido quando alguém diz "Os especialistas de Biologia concordam que o criacionismo bíblico é falso" e outro alguém responde "Duane Gish, PhD em Bioquímica pela Universidade da Califórnia, discordava de tal proposição" (para quem não sabe: (1) Gish foi um dos líderes do movimento "Criacionismo Científico"; (2) não existe "Criacionismo não-religioso"). Quanto à proposição "A causa antrópica é determinante para o aquecimento global", ela tavez não alcance a mesma eficácia argumentativa do caso anterior, mas é bem menos pior do que a proposição em que Duane Gish é invocado. Há muito mais possibilidade de veracidade num fato admitido até por facções contrárias, do que num fato afirmado apenas por uma, e negado por outra. Especialistas de convicções muito diferentes podem concordar sobre a veracidade do aquecimento global e sobre a falsidade do criacionismo bíblico, mas o mesmo não pode ser dito sobre a veracidade do criacionismo bíblico.
« Última modificação: 13 de Junho de 2014, 21:22:50 por -Huxley- »

Offline -Huxley-

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 13.616
Re:falsas falácias
« Resposta #24 Online: 13 de Junho de 2014, 17:59:19 »
Baseando-se nos dados apresentados no site Skeptical Science, pode-se dizer que há um consenso científico significativo de que há aquecimento global e de que nós temos influência nele. Portanto, eu não considero uma falácia um argumento de autoridade que se baseie nesse consenso (não há 100 % de consenso, é claro, mas onde é que há?), se não forem apresentados argumentos diretos contrários a ele. Todavia, como não foi dessa maneira que o João da Ega apresentou o argumento, então é bom explicitar essa discrepância para não haver mal entendido. 

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!