0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.
Inicio o tópico desejando aos pais do fCC um feliz dia dos pais!
Filhinhos de papaiOntem, os pais foram bajulados, festejados como heróis. Ocorre que muitos, tidos como pais bonzinhos, são péssimos pais. Outro dia, escrevendo sobre os “ativistas”, empreguei a expressão “filhinho de papai”. Comum na década de sessenta, hoje pede explicação complementar. Então, era usual, assim como “playboy”. Ambas se referiam a jovens de famílias abastadas, mas carentes de educação, tendo suas transgressões acobertadas pelos pais. Garotada com dinheiro, mas sem rumo. Eram chamados de “juventude transviada”, coisa que de lá para cá só tem se agravado.Refletindo sobre, conclui-se que há também filhinhos de papai pobres; crianças e jovens cujos pais culpam e peitam professores pelas faltas e deficiências de seus rebentos. É uma praga que se alastra pelo país e uma das principais causas da indigência educacional.Há também aqueles que não têm pai; ou porque ausentes ou porque omissos. Sujeito que anda de escapamento aberto ou som alto na madrugada é um destes faltos de paternidade. Não tiveram um pai para lhes dizer: “filho, isto não se faz!”. O descontrole começa cedo. São crianças salientes que fazem barulho e se portam mal em locais públicos e os pais acham bonitinho. Coisa difícil de ver no exterior.Educação e urbanidade é um tácito código de conduta elaborado pela sociedade humana no decorrer de milênios e visa harmonia da coletividade. As regras deste código de conduta são transmitidas oralmente de pais para filhos e reforçados pelo exemplo.Aqueles que ignoram este código estão mal adaptados e sofrerão as consequências, mais cedo ou mais tarde. Este código de conduta é como a cerca que nos jardins zoológicos mantém os visitantes a metro e meio da jaula das feras. Se uma pessoa a ignora ou permite seus filhos a ignorarem, achando-se superior e imune aos limites estipulados pelo bom senso, está assumindo os riscos desta quebra de contrato. Pode não custar nada, mas pode custar um braço ou a própria vida.Há pais que permitem – ou até estimulam – seus filhos dirigirem antes da idade legal. Acham isto bonito e sinal de precocidade. Outros se omitem sabendo que seu filho – já maior – exagera no álcool e na velocidade. Este comportamento mal adaptado de pais e filhos não raro custa lágrimas de sangue.Entre a infinidade de enganos que grassam no país, há o cometido por muitos que pensam estarem levando vantagem ao descumprir regras de conduta preconizadas para o bem de todos. Um mau hábito que insistem em repassar aos filhos. É uma forma de pobreza de espírito.O médico Cezar Zillig escreve neste espaço às segundas-feiras