FALTA DE MATÉRIA-PRIMA PROVOCA ESCASSEZ DE CERVEJA EM CUBAO país enfrenta seu terceiro verão mais quente desde 195. Para os turistas sedentos por cerveja, o jeito é encarar o preço maior e tentar se refrescar.
por Felippe Hermes 21 de agosto de 2014
Não bastasse o calor de um dos verões mais severos das últimas seis décadas, Cuba vem enfrentando nos últimos meses uma
severa escassez de cerveja, uma das bebidas mais populares na ilha, junto ao rum. O desabastecimento teve sua fase mais crítica em março, porém a produção só deverá ser normalizada nesse mês de setembro.
O país enfrenta seu terceiro verão mais quente desde 1951, segundo o instituto de meteorologia da ilha, com temperaturas médias de 28 graus. Para os turistas sedentos por cerveja nos bares e restaurantes da ilha, o jeito é encarar o preço maior e tentar se refrescar.
Segundo a imprensa local, a escassez ocorre por falta de matéria prima. A cevada maltada, principal ingrediente para a elaboração da cerveja, faltou no primeiro quadrimestre do ano na empresa mista “Bucaneiro”, o que provocou o desabastecimento da bebida na rede de comércio estatal. Pela falta do produto, alguns restaurantes particulares, conhecidos popularmente como “paladares”, aumentaram seus estoques, colaborando com a falta da cerveja local.
A produção de cerveja em Cuba fica a cargo de uma joint venture entre o governo cubano e uma empresa alemã, responsável por produzir 4 marcas, com uma produção anual de 1,5 milhões de hectolitros – cerca de 450 milhões garrafas, segundo o site da Bucanero, fundada no final dos anos 80.
Crise na economia faz Venezuela elevar a gasolina pela primeira vez desde 1996Poucas coisas dão mais notoriedade à Venezuela do que títulos de Miss Universo e gasolina barata, o que se depender do governo do presidente Nicolás Maduro, deve logo ter seus dias contados. Maduro vem enfrentando dificuldades para controlar a economia do país e garantir seu objetivo de instalar o socialismo pleno em 2019.
A Venezuela enfrenta atualmente a inflação mais severa do ocidente, e o governo persiste na política de transformar os lucros com o petróleo em medidas populistas que minimizem os estragos sociais de uma economia em completo desarranjo, em especial o desabastecimento crônico de alguns produtos.
A tradicional medida de controle sobre o preço da gasolina – que faz com que encher um tanque de um veículo seja mais barato do que encher um pneu de ar – vinha sendo mantida desde 1996, sem alterações.
Com o país entrando em retração econômica, queimando reservas internacionais para manter a taxa artificial de câmbio, tornou-se evidente a necessidade do governo Maduro de conseguir caixa com a medida. Outro ponto que suporta esta tese é a insistência do governo em encontrar um comprador para a Citigo, rede de 5.600 postos de combustíveis e 3 refinarias que a estatal venezuelana possui nos Estados Unidos. Segundo estima-se, as ofertas pela empresa teriam girado em torno de US$8 e 15 bilhões.
A medida, porém, é cautelosa. Historicamente os venezuelanos veem o petróleo quase como um direito de nascença e o massacre de ‘Caracazo’, quando a população foi fortemente reprimida após protestar contra o aumento do preço do transporte coletivo, ocorrido em consequência do aumento do preço do combustível, é apenas mais um capítulo dessa história. Segundo alguns historiadores, o Caracazo está na raiz da tentativa de golpe de Hugo Chávez em 1992 (3 anos após os protestos).
Segundo os críticos, a necessidade do aumento está diretamente ligada ao programa ‘Petrocaribe’, implementado por Chávez, que destina centenas de milhares de barris de petróleo por dia para apoiar o regime cubano, vendidos de forma subsidiada.
Segundo João Pires, vice-presidente de analistas do Mobius Risk Group, com sede em Houston, o programa de subsídios estatais para o petróleo custa ao governo algo entre US$ 12 e 25 bilhões. Igor Hernandez, que dirige o programa de estudos em energia do Instituto de Estudos Administrativos de Caracas, diz que para compensar o gasto, seria necessário que a PDVSA (estatal venezuelana de petróleo), vendesse seus produtos por um valor 25 vezes superior ao cobrado atualmente.
Desde 2007, a Venezuela acumula ainda uma conta de US$ 56 bilhões de dólares com o governo Chinês, um valor que a China espera receber em petróleo, e que foi inicialmente utilizado pela Venezuela para manter seus programas sociais, forçando ainda mais o país a realizar um ajuste no setor.
Argentina aplica novo controle de preçosEm mais uma tentativa de conter o processo inflacionário que hoje beira os 30% ao ano, o governo argentino enviou ao Congresso do paí nessa semana, uma lei que visa dar poderes ao Estado de proteger o cidadão contra preços abusivos – na prática, uma autorização para que o governo determine os preços máximos de bens que forem considerados relevantes.
Luis Etchevehere, líder da Sociedade Rural, uma associação de produtores argentinos, trata o projeto como ‘inconstitucional’ e afirma que ele viola o direito de propriedade, podendo agravar a situação de recessão que afeta o país, além de ampliar o desemprego.
O projeto reforma a Lei do Abastecimento, criada pelo presidente Juan Domingo Perón, em 1974. Caso seja aprovada, a lei permite ao governo fixar preços máximos e multar os que estiverem em desacordo, com valores entre 5 mil e 10 milhões de pesos (entre 600 e 1 milhão de dólares), além da possibilidade de fechamento de empresas, em casos mais graves.
O presidente da Fiat Argentina, Cristiano Ratazzi, lembrou as semelhanças com as leis impostas pelo governo venezuelano para controlar empresas. O secretário de comércio Augusto Costa rebateu a afirmativa mencionando que a possibilidade de fixar-se um teto para preços ocorre também em países europeus, como a Espanha.
Apesar de possuir maioria no Congresso, o governo Kirchner não descarta realizar alterações no projeto.
Fonte:
http://spotniks.com/falta-de-materia-prima-provoca-escassez-de-cerveja-em-cuba/