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Em 15 de julho de 1908, o arqueólogo Luigi Pernier estava estudando o sítio arqueológico de um palácio minóico de Festo, próximo a Hagia Triada, que fica na costa sul da ilha de Creta. Lá, diferente do que certos apóstolos tendem a se enganar, os cretenses não eram sempre mentirosos, mesmo quando isso era dito por um cretense. Durante as escavações, Pernier encontrou uma coisa estranha. Um prato de argila com umas inscrições. O que estava ali? Ninguém sabia. Para que servia aquele treco? Ninguém fazia a menor ideia. Aquilo poderia ser usado como frisbee? Meio pesado. Aquilo era minóico? Eu que sei?Mas alguns pesquisadores parece que descobriram os segredos envoltos no Disco de Festo. Aliens? Maçonaria? Feitiços da Bruxa do 71?Esta gracinha aí é o Disco de Festo, datado em 4000 anos e que nem se sabe se era mesmo de Creta ou da civilização minóica. Isso porque até então ninguém conseguiu traduzir que diabos está escrito nele. Não se sabe como começar, se estavam agrupada em letras ou palavras, ideogramas ou coisa parecida. É uma delícia para historiadores e arqueólogos, pois aguça os sentidos, ilumina nossa curiosidade. O mistério dele o faz ser único e atrai pesquisadores do mundo inteiro que pretendem saber, não o que é aquilo simplesmente, mas o porque, como, onde e quando aquilo foi feito.De acordo com os espertões da Wikipédia, o professor Alberto Mendes de Oliveira, antigo professor do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro (ainda vou entender como ser professor do Pedro II era sempre reconhecido como status de alguma coisa), disse que sabia o que estava escrito. Era a frase "Eu sou o senhor todo poderoso, supremo arquiteto universal, onisciente, onipresente e onipotente, criei os céus, a terra, o mar e tudo que neles há e conservo a verdade para sempre, para todos os povos, nações, raças e tribos dos meus domínios". Saiu até notícia no Correio da Manhã. De onde o distinto professor tirou esta tradução? Provavelmente do lugar no qual vocês estão pensando. Curiosamente, a civilização minóica não tinha um arroubo teológico tão forte como descrito pelo professor. Na reportagem, o preclaro professor disse que entrou em contato com a UNESCO e a Rainha Elisabeth II. Podia ter entrado em contato com o diretor do Museu, mas quem sou eu para dizer como você deve fazer suas pesquisas?Para terminar a vergonha alheia temporal, o professor Oliveira queria ganhar um prêmio Nobel. Seria maravilhoso, se houvesse prêmio Nobel de História.O dr. Gareth Owens é professor de cultura helênica e diretor do Escritório de Relações Internacionais do Instituto Tecnológico e Educacional de Creta, que é um instituto que lida com tecnologia, educação e fica em Creta.Com a ajuda do dr. John Coleman, que veleja, anda de bike e decifra escritas antigas, sendo do Departamento de Fonética de Oxford, Owens parece ter descoberto o que diabos tem no Disco de Festo.Para começar, existia uma coisa chamada Escrita Linear A que foi um sistema de escrita utilizado na Creta minóica. Foi antecessora da Escrita Linear B, micênica, utilizada para grafar a língua helênica dos invasores indo-europeus oriundos do continente.Ambas as formas de escritas foram encontradas em Creta, registradas em placas de argila, como era costume na época, porque anda não tinham inventado o PDF. Diferente dos egípcios, os cretenses não se utilizaram da escrita pintada ou esculpida em baixo-relevo nas colunas e nas paredes dos templos e palácios. Tábuas de argila conseguem durar muito tempo, pois não precisam de tintas. Fez-se as marcações e guardou direitinho num armário, beleza. Ficará estável por muito, muito tempo.No caso dos símbolos do Disco de Festo, dá pra perceber que alguns destes sinais também encontram similaridades com os hieróglifos egípcios. Desta forma a ideia do professor Oliveira de usar símbolos correspondendo a palavras não é bem assim, pois não era bem assim que os hieróglifos funcionavam. O problema era saber se a escrita era logográfica ou fonética, como todo hieróglifo pode ser.Escritas logográficas usam um fragmento mínimo capaz de expressar significado ou a menor unidade significativa que se pode identificar., chamado "morfema". Já um ideograma é mais um símbolo gráfico que representa uma ideia do que um grupo de letras dispostas de acordo com o fonemas da língua falada, tal como se faz nas linguagens alfabéticas. Os exemplos de ideogramas incluem a sinalização para encontrar caminho, como em aeroportos e outros espaços onde muitas pessoas podem não conhecer a língua do lugar em que estão, bem como os números árabes e a notação matemática, que são usados em todo o mundo independentemente de como são pronunciados em diferentes línguas.Um logograma é um grafema simples que representa uma palavra ou morfema. Este símbolo gráfico contrasta com outros sistemas de escrita, tal como os alfabetos, nos quais cada símbolo (letra) representa principalmente um som ou uma combinação de sons.No caso do Disco de Festo, os pesquisadores reconheceram que a escrita é um hieróglifo fonético, e de acordo com Owens, a palavra de valor mais comum é ‘mãe’, e em particular, a deusa-mãe da época minóica. Ele ainda disse que, usando o que ele já encontrou, 90 por cento do disco já pode ser decifrado; um sistema complexo de sinais encontrados em três partes de um lado da ortografia disco que traria I-QE-KU-RJA, com I-QE que significa "grande dama de importância". Outra palavra crucial é AKKA, que significa "mãe grávida".
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