Eu por acaso vendo um artigo de historia sobre Thomas Jefferson e achei uma explicação [quase "profetica"] de porque a America Protestante a democracia se desenvolveu plena enquanto na Latina houve ditaduras e atrasos politicos:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Jefferson#Jefferson_e_a_Am.C3.A9rica_Latina
Jefferson e a América Latina
Em 1786, na França, alguns estudantes brasileiros (inconfidentes) chegaram a tratar com Jefferson a respeito da possibilidade da independência política do Brasil. 11
Em outra ocasião, ele chegou a expressar que estava perfeitamente seguro de que os países da América Latina acabariam por repelir o jugo da Espanha e de Portugal, mas era decididamente cético quanto à sua capacidade de se auto-governarem.
Jefferson compartilhava do tradicional pensamento protestante, de que os católicos são “papistas”, que não agem com liberdade de consciência, mas sempre em obediência ao Papa. Com isso, não poderiam aceitar com sinceridade as liberdades comuns e as obrigações correlativas e que, ao contrário, tanto a Igreja Católica quanto seus fiéis poderiam nutrir secretamente o pensamento de trabalhar pelo aniquilamento de uma constituição democrática, o que poderia ser colocado em prática no momento em que tivessem oportunidade para isso.
Por isso, Jefferson temia que o seu futuro fosse constituído de uma sucessão de despotismos militares, durante longo tempo. Para ele, a América Latina não tinha a tradição anglo-saxônica de liberdades, nem mesmo a concorrência de denominações religiosas que impediram o estabelecimento por parte do Estado de alguma Igreja, e que, portanto, trabalhou em prol da liberdade religiosa, e, consequentemente, em nome da democracia.
Conforme ele, a “diferença de opinião é vantajosa em religião. Os diversos segmentos desempenham a função de um Censor morum (“censor de costumes”) um sobre os outros” (“difference of opinion is advantageous in religion. The several sects perform the office of a Censor morum over each other”).
Com o passar dos anos, Jefferson demonstrou estar correto em suas opiniões. A América Latina passou e ainda passa por uma série de despotismos, tendo uma democracia frágil, e muitos intelectuais católicos importantes declararam ao longo da história, em especial no Brasil, que a Igreja tinha o dever de trabalhar contra a República.
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Os princípios políticos de Jefferson foram também fortemente influenciados por John Locke, particularmente em relação ao princípio da inalienabilidade dos direitos, da soberania popular e em especial, da limitação do poder do Estado e da divisão tripartida do poder.
http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Locke
JOHN LOCKE
Dedicou-se também à filosofia política. No Primeiro Tratado sobre o Governo Civil, critica a tradição que afirmava o direito divino dos reis, declarando que a vida política é uma invenção humana, completamente independente das questões divinas.
Para Bernard Cottret, biógrafo de João Calvino, contrastando com a história trágica da brutal repressão aos protestantes na França no século XVI e a própria intolerância e zelo religioso radical de Calvino em Genebra, o nome de John Locke está intimamente associado à tolerância. Uma tolerância que os franceses aprenderam a valorizar apenas na década de 1680, quase às portas do Iluminismo. Como Voltaire afirmou, a tolerância é, para os franceses, um artigo de importação.
Bernard Cottret afirma: A tolerância é o produto de um espaço geográfico específico, nomeadamente o noroeste da Europa. Ou seja: a Inglaterra e os Países Baixos. E ela é, no final, em especial, a obra de um homem - John Locke - a quem o século XVII dedica um culto permanente.
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Galicanismo
GALICANISMO
Chamou-se Galicanismo à tendência separatista da igreja católica da França em relação a Roma e ao Papa.
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Aí que se pode ver a causa de ter liberdades religiosa nos EUA, pois cada seita protestante concorria entre si pra ser aceita como "a religiao verdadeira". Então a sociedade e o governo não querendo talvez ver a sociedade mergulhada em caos e guerra civil resolveu dar liberdade pra todos [mesmo a contragosto]. Não foi o Protestantismo em si mas
concorrencia religiosa.
Enquanto na America Latina havia uma
"unica verdade religiosa" (ICAR), isso nao estimulou a luta pela liberdade individual. Tanto é que nossa independencia aqui no Brasil, por exemplo, foi (mal) copiada da independencia dos EUA. Se os EUA não tivesse feito a independencia deles teria muita chance de aqui tambem não haver. Mas mesmo paises como Canadá [falo mais da parte da inglesa], por exemplo, que ao contrario dos EUA se mantiveram polticamente dependentes da Inglaterra, se tornarm desenvolvidos e com democracia; pois tinham tradição parecida com EUA de liberdades religiosas.
Eles foram influenciados por John Locke, que foi o responsavel
(É verdade que J. Locke defendia a liberdade do homeme europeu protestante mas justificou a hostilização com catolicos e tomada de terras de nativos, considerado como barbaros, etc.)
Mas a França catolica conseguiu do jeito dela separar Estado de Religiao usando o Galicanismo - separatismo entre Igreja e Estado.
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Fiz esse topico porque muita gente em outro topico postava argumentos como se Islã fosse pior que Cristianismo. E talvez o problema foi que Islã não passou pelos mesmo separatismos [entre estado e religiao], através surgimento de seitas em numero e/ou intensidade muito maior que os apenas Sunitas/Xiitas [há outros mas sao poucos expressivos] como ocorreu na Inglaterra com o Protestantismo.
Não houve concorrencia religiosa dentro do proprio Islã.