Tópico: O que acontece quando se critica privilégios neste país

[Cumpadi]

"Recentemente", um ex-professor meu foi afastado de dar aulas de medicina na UnB por este parágrafo da matéria da revista piauí:

"As falhas na implantação do convênio acabaram aumentando a resistência de parte do corpo docente. “Por que Harvard não aceita qualquer um?”, perguntou Marcelo Hermes, professor de bioquímica no curso de medicina, em seu apartamento funcional no campus. “Para manter o nível de ensino”, respondeu ele mesmo. “O papel da universidade é colocar profissionais qualificados no mercado. Ponto. Essas exceções afundam a universidade.”

Uma crítica simples e informal falando sobre o óbvio: que as cotas indígenas não são injustas e ineficientes. Ao contrário dos negros burgueses (e mesmo a minoria não tão burguesa, pobre mesmo nunca é) que passam por cotas, pode-se observar de fato que os indígenas reprovam e reprovam e reprovam antes de finalmente conseguirem finalizar o curso de medicina, o que dá um custo de fato significativamente mais alto para eles (em termos de tempo) e para a sociedade (em termos de $$). Ou seja, nada de mentira ou racismo por racismo aí. Mas claro, neste país agora quem critica privilégios é um reaça, racista, homofóbico, coxinha, etc.

Bastante irônico que quando a população critica os privilégios dos políticos, salários de funcionários públicos do judiciário, ela é sumariamente ignorada.

Mesmo eu não tendo mais aulas com o mesmo e não concordando muito com a ideologia dele, acho que isso mostra o quão intolerante é a democracia, que supostamente se baseia no livre debates de ideias (veja a definição da NU, caso você não saiba como é definido liberdade de expressão). A UnB é uma instituição pública *SUSTENTADA POR PAGADORES DE IMPOSTOS* que em teoria segue os princípios democráticos e meritocráticos. Em teoria a democracia enfatiza o livre debate de ideias, mas na hora que você sai da linha do politicamente correto e expressa sua opinião, você é imediatamente atacado pelas pessoas que controlam o poder. E para elas debate é o caralho, tem é de indocrinar todos com a mesma ideia e ponto final.

O triste é que esses (já raros) professores que mais se aproximam de liberal ficam cada vez mais raros por causa de censuras assim cada vez mais sensíveis. Enquanto isso pela 3^a vez no curso tenho uma aula inaugural dizendo: "o SUS não é discutido nunca com vocês", por isso nesta matéria super original vamos aprender sobre toda a burocracia inútil do SUS, todas as leis, pré-âmbulos e ideais inúteis criados para/pelo SUS, como o SUS é supimpa e pioneiro nisso e aquilo, super foda e justo (que todo mundo já aprendeu e esqueceu 2 vezes, por que será em?).

[Sergiomgbr]

"Recentemente", um ex-professor meu foi afastado de dar aulas de medicina na UnB por este parágrafo da matéria da revista piauí:

"As falhas na implantação do convênio acabaram aumentando a resistência de parte do corpo docente. “Por que Harvard não aceita qualquer um?”, perguntou Marcelo Hermes, professor de bioquímica no curso de medicina, em seu apartamento funcional no campus. “Para manter o nível de ensino”, respondeu ele mesmo. “O papel da universidade é colocar profissionais qualificados no mercado. Ponto. Essas exceções afundam a universidade.”

Uma crítica simples e informal falando sobre o óbvio: que as cotas indígenas não são injustas e ineficientes. Ao contrário dos negros burgueses (e mesmo a minoria não tão burguesa, pobre mesmo nunca é) que passam por cotas, pode-se observar de fato que os indígenas reprovam e reprovam e reprovam antes de finalmente conseguirem finalizar o curso de medicina, o que dá um custo de fato significativamente mais alto para eles (em termos de tempo) e para a sociedade (em termos de $$). Ou seja, nada de mentira ou racismo por racismo aí. Mas claro, neste país agora quem critica privilégios é um reaça, racista, homofóbico, coxinha, etc.

Bastante irônico que quando a população critica os privilégios dos políticos, salários de funcionários públicos do judiciário, ela é sumariamente ignorada.

Mesmo eu não tendo mais aulas com o mesmo e não concordando muito com a ideologia dele, acho que isso mostra o quão intolerante é a democracia, que supostamente se baseia no livre debates de ideias (veja a definição da NU, caso você não saiba como é definido liberdade de expressão). A UnB é uma instituição pública *SUSTENTADA POR PAGADORES DE IMPOSTOS* que em teoria segue os princípios democráticos e meritocráticos. Em teoria a democracia enfatiza o livre debate de ideias, mas na hora que você sai da linha do politicamente correto e expressa sua opinião, você é imediatamente atacado pelas pessoas que controlam o poder. E para elas debate é o caralho, tem é de indocrinar todos com a mesma ideia e ponto final.

O triste é que esses (já raros) professores que mais se aproximam de liberal ficam cada vez mais raros por causa de censuras assim cada vez mais sensíveis. Enquanto isso pela 3^a vez no curso tenho uma aula inaugural dizendo: "o SUS não é discutido nunca com vocês", por isso nesta matéria super original vamos aprender sobre toda a burocracia inútil do SUS, todas as leis, pré-âmbulos e ideais inúteis criados para/pelo SUS, como o SUS é supimpa e pioneiro nisso e aquilo, super foda e justo (que todo mundo já aprendeu e esqueceu 2 vezes, por que será em?).

parcus, se você tem uma sociedade de repolhos só resta admitir repolhos na universidade, eleger repolhos para  presidente, se converter em repolho e ser feliz.