Tópico: Sete provas de que o governo faz mal à saúde

[Rhyan]

27/04/2015 às 12:20 \ Economia, Saúde
Sete provas de que o governo faz mal à saúde

1. O governo cobra 41% de imposto sobre o protetor solar

Usar protetor solar é um ato simples para evitar câncer de pele, doença que atinge 180 mil brasileiros por ano. Mas quem optar por seguir as recomendações médicas e usar o produto terá que pagar 41% de imposto. Com os tributos, o protetor solar brasileiro é um dos mais caros do mundo.

2. O governo proíbe remédios contra câncer (e prende quem os traz ao Brasil)

A primeira regra do tratamento de câncer é que tempo é tudo. Quanto antes o tumor for tratado, maior a chance de sobrevivência. Seria bom avisar isso para a Anvisa. Há pelo menos onze remédios contra câncer já aprovados pelo FDA (a Anvisa americana) e por agências europeias que não podem entrar no Brasil porque a Anvisa tarda em aprová-los. Essa burocracia está criando um mercado negro de remédios no Brasil. Em março, uma operação da Receita Federal combateu o crime terrível, cruel e hediondo de trazer remédios importados a doentes brasileiros.

3. Campanha contra o agasalho

A Campanha do Agasalho todo mundo conhece, mas pouca gente sabe que há no Brasil uma campanha com o objetivo contrário: cobrar mais de quem quer se proteger do frio. Desde 2012, o governo sobretaxa em 97% o valor dos cobertores vindos do Uruguai, Paraguai e da China. O motivo da sobretaxa é que os produtos são muito baratos, e poderiam ameaçar fabricantes nacionais.

4. A Anvisa dificulta a importação de equipamentos médicos modernos

Até 2010, clínicas e hospitais interessados em adquirir máquinas e equipamentos mais modernos podiam importar qualquer produto que tivesse alguma certificação internacional. De repente, porém, decidiu-se que somente equipamentos certificados pela própria Anvisa entrariam no país. Detalhe: a agência demora em média quatro anos para analisar e certificar equipamentos que já são usados em todo o mundo. Hospitais que em 2015 quiserem comprar equipamentos que emitem menos radiação só podem escolher os lançados até 2011.

5.  Carro mais seguro paga mais imposto

Em 2011, montadoras da Ásia chegaram no Brasil oferecendo carros com airbags duplos e laterais e freios ABS, na mesma faixa de preços dos “peladões” nacionais. A reação do governo não foi aplaudir ou celebrar a inovação, mas sobretaxar os veículos para que eles deixem de competir com os das montadoras nacionais. Até hoje as importadoras não voltaram ao patamar de vendas anterior.

6. O governo restringe o número de médicos no país

O Brasil tem 1,8 médicos por mil habitantes, e boa parte deles concentrados em grandes cidades. É menos do que a meta do Ministério da Saúde (2,5 por mil). Como piorar esse quadro? Dificultando a criação de cursos de medicina. Desde 2013, para se abrir uma nova turma é necessário esperar que os funcionários do Ministério da Educação lancem um edital autorizando o negócio. Um menor número de médicos significa, por oferta e procura, serviços piores e preços maiores da consulta.

7. O governo proíbe cigarros que provocam menos câncer

Cigarros eletrônicos têm dez vezes menos substâncias cancerígenas que cigarros comuns e não produzem fumaça, apenas vapor, sem prejudicar a saúde de quem vive perto de fumantes. Por isso os “e-cigarettes” são febre no mundo todo – com exceção da Turquia e do Brasil. Desde 2009, a Anvisa proíbe a venda do produto por aqui. O mais incrível é que os diretores da Anvisa dizem que têm como objetivo aprimorar, e não atrapalhar, a saúde no Brasil.

Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/cacador-de-mitos/2015/04/27/sete-provas-de-que-o-governo-faz-mal-a-sua-saude/

[JJ]

6. O governo restringe o número de médicos no país

O Brasil tem 1,8 médicos por mil habitantes, e boa parte deles concentrados em grandes cidades. É menos do que a meta do Ministério da Saúde (2,5 por mil). Como piorar esse quadro? Dificultando a criação de cursos de medicina. Desde 2013, para se abrir uma nova turma é necessário esperar que os funcionários do Ministério da Educação lancem um edital autorizando o negócio. Um menor número de médicos significa, por oferta e procura, serviços piores e preços maiores da consulta.

Tem um tal de BBV que parece não concordar que o governo dificulta a abertura de cursos de medicina.   

[DDV]

6. O governo restringe o número de médicos no país

O Brasil tem 1,8 médicos por mil habitantes, e boa parte deles concentrados em grandes cidades. É menos do que a meta do Ministério da Saúde (2,5 por mil). Como piorar esse quadro? Dificultando a criação de cursos de medicina. Desde 2013, para se abrir uma nova turma é necessário esperar que os funcionários do Ministério da Educação lancem um edital autorizando o negócio. Um menor número de médicos significa, por oferta e procura, serviços piores e preços maiores da consulta.

Tem um tal de BBV que parece não concordar que o governo dificulta a abertura de cursos de medicina.   

Eu disse que o Brasil é o país com mais faculdades de medicina no mundo, mais até do que China e Índia (5 vezes mais populosos). Se ainda assim é pouco, é outra discussão.

Você fala de "abrir faculdade de medicina" como se fosse algo tão simples e banal como abrir um boteco. Não lhe culpo pela falta de noção, mas deveria ter um simancolzinho melhor.

O Buckaroo já deu a dica.

[Buckaroo Banzai]

Mas poderia ser tão fácil quanto abrir um boteco. O JJ não falou nada sobre qualidade das aulas e dos formandos. Vocês sempre ficam assumindo coisas sobre o que ele diz.

Aliás, se o governo não se intrometesse, não precisaria nem haver curso para que a pessoa se declarasse médico.

Mas isso não seria um problema, porque haveriam cursos bons, e as pessoas iriam atrás só das pessoas formadas nesses cursos bons, e boicotariam os ruins e os pilantras. E isso geraria uma espiral de eficiência crescente que eventualmente culminaria numa espécie de moto-perpétuo da saúde pública-privada.


Refutem isso, anarcoxinhas. Fica evidente que somente com o comunismo teremos uma saúde pública que chegue aos pés da cubana.

[DDV]

Nem imagino o que Libertário e JJ devem pensar da Anvisa e FDA...

[Buckaroo Banzai]

A conclusão/ponto de partida deve ser que fazem mais mal do que bem.

Um argumento que me lembro de ter visto era algo como que proibir as pessoas de serem cobaias voluntárias a novos tratamentos faz com que morram pessoas que seriam salvas por eventuais tratamentos que funcionassem, ao mesmo tempo em que, quando descobre-se e aprova-se tal tratamento, o governo se gaba de estar salvando N milhares de vidas todos os anos, mas não contabiliza as vidas que matou por não ter liberado antes...

[...]

...the FDA’s often arbitrary but always time-intensive requirements have created a system in which new drugs take somewhere around 10 to 15 years to come to market, at a typical cost of $800 million or more. As my Reason colleague Ronald Bailey has written, this means the FDA’s caution “may be killing more people than it saves.” How’s that? “If it takes the FDA ten years to approve a drug that saves 20,000 lives per year that means that 200,000 people died in the meantime.”

[...]

http://reason.com/blog/2014/03/09/kill-the-fda-before-it-kills-again-dalla

[Cumpadi]

Acho que o dano maior ocorre quando a indústria utiliza-se do poder dessas agências para controlar o mercado, proibindo o uso de medicamentos eficazes que "coincidentemente" não tem mais patente. Por exemplo (e existem exemplos no Brasil também, mas é um pouco mais difícil de achar):

"Another drug removed was the antihistamine carbinoxamine, which was created prior to needing FDA approval, in the early 1950s. It was approved by the FDA in a slightly modified form in 2006. It is now sold exclusively by Mikart, Inc and Pamlab, LLC with no future competition because the FDA has banned all 120 other versions of carbinoxamine." https://www.techdirt.com/articles/20110324/02181913605/fda-suddenly-bans-drugs-that-have-been-market-decades.shtml

In 2006, the FDA launched a new initiative that would make it possible to gain exclusivity on some generic drugs. And that’s when everything started to go downhill for colchicine:

    In June 2006, the FDA launched its Unapproved Drugs initiative to bring drugs like colchicine—those which had been safely marketed and used for decades, but never formally approved—under its regulatory control by dragging them through the modern drug approval process (from which the FDA benefits financially).
    In 2007, in direct response, a drug manufacturer called URL Pharma (a company later bought and sold by Takeda Pharmaceuticals) started testing colchicine, with the aim of patenting its own version.
    In February 2008, the FDA banned injectable colchicine, permanently eliminating a cheap, effective, nonsurgical, and natural treatment for back pain. However, at the time FDA reassured consumers that this would not affect the availability of colchicine in tablet form.
    In July 2009, the FDA not only approved URL Pharma’s patented version of colchicine for gout, but granted URL Pharma three years of market exclusivity and seven years of Orphan Drug Protection for its treatment of FMF. URL Pharma’s version was called Colcrys.
    In September 2010, the FDA reneged on its promise, and took enforcement action against producers of pure oral colchicine.
http://healthimpactnews.com/2013/fda-bans-natural-pain-treatment-to-protect-patented-drug-that-does-same-thing/

Apesar do título desta última, eu só sei mesmo que colchichina é sabidamente efetiva para tratamento de crise de gota (nunca ouvi falar de tratar dor nas costas com isso, mas imagino que possa funcionar). De qualquer forma, é um monopólio desnecessário, já que a patente da droga já expirou.

[Lorentz]

Nem imagino o que Libertário e JJ devem pensar da Anvisa e FDA...

Muitos americanos mais informados não confiam na FDA.

[Buckaroo Banzai]

Muitos americanos mais informados não confiam na FDA.

[Lorentz]

Por isso fiz questão de mencionar "mais informados", porque os menos informados não confiam em nada mesmo. 

Já ouvi o Átila no Nerdcast falando que o FDA não é tão confiável para regular alimentos nocivos como as agências europeias. O Steven Novella também já fez críticas no podcast dele sobre o FDA ter permitido homeopatia entre outras coisas.

[Lorentz]

http://www.shape.com/blogs/shape-your-life/13-banned-foods-still-allowed-us

[Rhyan]

Esse pessoal tem uma mentalidade tão estatista que eles só conseguem imaginar uma regulação estatal. Como se não existissem regulações privadas, e o mercado é sempre a melhor opção para determinar o que é melhor e o que é pior.

[Rhyan]

A Anvisa proíbe remédios da câncer, demorou muito para liberal o remédio de cannabinol (ainda usa muita regulação) e as pessoas vêm aqui defende-la.

Pior que isso, os conservadores que defendem a polícia com sua capacidade de resolver 8% dos homicídios.

[Lorentz]

Esse pessoal tem uma mentalidade tão estatista que eles só conseguem imaginar uma regulação estatal. Como se não existissem regulações privadas, e o mercado é sempre a melhor opção para determinar o que é melhor e o que é pior.

No caso de saúde, o mercado terá alguns óbitos antes de se regular algo, não é mesmo? Quem quer ser a cobaia do mercado?

[Rhyan]

Esse pessoal tem uma mentalidade tão estatista que eles só conseguem imaginar uma regulação estatal. Como se não existissem regulações privadas, e o mercado é sempre a melhor opção para determinar o que é melhor e o que é pior.

No caso de saúde, o mercado terá alguns óbitos antes de se regular algo, não é mesmo? Quem quer ser a cobaia do mercado?

Não, haveria certificados, um mercado de certificados privados. Os serviços estariam mais baratos, os mais pobres ao invés de morrerem nas filas teriam médicos ruins na pior das hipóteses.

E o mercado continuaria punindo economicamente erros médicos e médicos ruins.

Mas poderia ser melhor que isso sem o corporativismo dos planos de saúde:

Médicos do Sírio e do Einstein abrem clínica particular em Heliópolis
http://www.estadao.com.br/noticias/geral,medicos-do-sirio-e-do-einstein-abrem-clinica-particular-em-heliopolis,903810

Funciona para todos os outros setores do mercado.