Bom dia,
Sim, houve perseguição sistemática no Império Romano. Não vou linkar referências aqui porque estou desgraçadamente sem tempo. Mas eu exorto qualquer um a se aprofundar mais na pesquisa de fontes históricas credíveis para corroborar ou descartar as considerações a respeito dessa questão muito mistificada por séculos de propaganda cristã, quase sempre tida como verdade histórica, porém insustentáveis diante de uma análise critica até mesmo rasteira.
"Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao pai senão por mim."
"Ide e pregai o Evagelho a todas as partes e todos os povos"
Duas sentenças atribuídas a Jesus aparentemente inofensivas mas que expressam a base de intolerância inerente ao cristianismo. A primeira ratifica a cristianismo como a única religião legítima, o único caminho possivel para a salvação do Homem. A segunda impõe a todos cristão a missão do evangelismo, ou seja, não basta aceitar Jesus, para ser cristão é preciso abraçar a missão de desviar as almas enganadas pelas falsas doutrinas e direciona-las ao único caminho de salvação: Jesus.
É irônico que, enquanto hoje, muitos se deixam influenciar por propagandas politicamente motivadas que descrevem o islâ como uma religião de intolerãncia, o cristianismo já nasceu intolerante por doutrina, intrínsicamente intransigente com qualquer outro tipo de crença.
Duas coisas ainda precisam ser ditas sobre os romanos: Primeiro, eram politeístas. Os romanos reverenciavam uma infinidade de deuses. Havia deus para tudo, para se ter uma ideia romanos tinham deuses até para fechaduras e até outros ainda mais bizarros. Milhares de deuses para todos as necessidades de gostos. Historicamente religiões politeístas tendem a não ser sectárias por uma razão muito simples: quando se reverenciam centenas de deuses, então um a mais não faz diferença.
Eu segundo lugar Roma era um grande império e a cidade de Roma cosmopolita, com gentes de toda parte do vasto império romano. Todos trazendo seus hábitos, suas culturas, e, claro, suas religiões. Como resultado a liberdade religiosa em Roma ERA GARANTIDA POR LEI. E todas as religiões conviviam em saudável harmonia.
Então há que se perguntar: porque os cristãos foram perseguidos? Não por rejeitarem as divindades locais, porque isto não era problema. Certamente não por pregarem o amor, a caridade e a fraternidade, porque estes não são motivos de ódio. Então por quê?
O motivo esteve na crença cristã de Jesus ser o unico salvador, Filho de um Deus unico, e na missão atribuída a todo cristão de levar o evangelho a todas as almas que consideravam perdidas.
Pode ser chocante dizer isso e complemente diferente do mito que os próprios cristãos disseminaram por séculos, mas eles, os cristãos, é que eram os intransigentes, os sectários e os preconceituosos. Agressivos com outros cultos e não raro usavam de violência destruindo templos e atacando fiés. ( Nada muito diferente do que vemos hoje em relação a certas religiões afro-brasileiras e às vezes até mesmo contra a Igreja catolica ). Este comportamento em pouco tempo os tornaram odiados e execrados em toda ROMA, não pelo Estado, mas pela população em geral. E não tardou para o Esatado os usar como bode espiatorio.
Veja este relato de Suetônio a respeito de um tal de Crestus ( possivelmente Cristo ), os responsabilizando por uma série de disturbios:
“Como os judeus, por instigação de Chrestus, estivessem constantemente provocando distúrbios, ele [Claudio] os expulsou de Roma”
Veja, os cristãos não foram parar no coliseu como comida de leões só por pregarem inofensivos amor e caridade como sempre nos contou a história oficial. Isso não faz o menor sentido. Muito menos por rejeitarem alguns deuses em um ambiente religioso onde conviviam, literalmente, milhares de deuses e cada um escolhia os seus, e onde a liberdade de culto era garantida por lei séculos antes de se conceber a ideia de estados laicos.
A verdade parece ser a de que a religião cristã acabou por não ser respeitada como uma consequência da ausência de respeito de nutriam por qualquer religião alheia, e pela maneira agressiva - às vezes violenta mesmo - com que se achavam no direito de combater outros credos.