Jovem cria óculos para vigilância policialCésar Esteves
2 de Julho, 2015
Jornal de Angola onlineO jovem angolano inventor Mavi Nguengo, criou um par de “óculos inteligentes”, que pode ser usado por órgãos policiais com a finalidade de ajudar no combate à criminalidade.
Fotografia: Kindala ManuelMavi Nguengo é o vencedor da última edição do “Angola 35 Graus”, na categoria de Ciência e Tecnologia, por ter criado um relógio com um dispositivo para controlar o ciclo mestrual da mulher.
Os “óculos inteligentes” são capazes de identificar uma carta de conduçao falsa, carros roubados, marginais foragidos e o comportamento de um agente regulador de trânsito e da ordem pública durante o exercício das suas funções.
O criador disse, ontem, em Luanda, que, com o recurso aos “óculos inteligentes”, pode ser feito o cruzamento de informação entre várias unidades policiais e ser reconhecido o tipo de arma usada por agentes da Polícia e por marginais.
A tecnologia, disse, vai trabalhar em sintonia com sensores vigilantes, instalados em postos de iluminaçao pública. A título de exemplo, Mavi Nguengo, que já tem no seu currículo três criações, disse que se, numa zona onde estiverem instalados sensores houver um disparo de arma de fogo, o sensor capta o barulho que, de seguida, é enviado para um agente que estiver a fazer uso de um exemplar dos “óculos inteligentes” próximo do local da ocorrência.
Poder tecnológicoApós a recepção da mensagem, os óculos, com base no seu alto poder tecnológico, faz uma comparação com outros sons. Os óculos têm uma capacidade de alcance de dois mil metros. “Caso o dispositivo identifique algum suspeito, ele avisa o agente da Polícia com ajuda de um aplicativo de reconhecimento facial num microcomputador”, acrescentou Mavi Nguengo, um jovem de 21 anos que faz, em simultâneo, dois cursos superiores, electrónica e computação, em Luanda, e gestão e contabilidade, à distância.
Confiança O jovem disse acreditar que a tecnologia, criada em dois anos, vai mudar a forma de abordagem dos agentes e revolucionar o trabalho dos Ministérios do Interior e da Defesa Nacional.
Além de contribuírem para o reforço do combate à criminalidade, os “óculos inteligentes” vão registar o trabalho do polícia, com destaque para a forma como interage com os cidadãos.
O jovem inventor acredita ainda que, desta forma, vai ser possível identificar facilmente os polícias que têm conduta que mancha a imagem da corporação. “Temos ouvido todos os dias notícias de polícias que desenvolvem comportamentos indecorosos. E não tem sido fácil identificá-los. Com o surgimento desta tencologia, vai permitir, caso seja aproveitada, identificar os agentes com estes comportamentos”, acentuou o inventor, que já representou Angola em várias feiras internacionais de tecnologia.
Caso o agente retire os óculos para praticar algum acto indecoroso, explica o inventor, “cai uma mensagem no sítio onde estiverem registados os óculos a avisar de que o polícia retirou os óculos numa determinada hora”, acrescentou o inventor Mavi Nguengo.