Autor Tópico: A ilusão da popularidade  (Lida 552 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline Skeptikós

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.125
  • Sexo: Masculino
  • Séxtos Empeirikós
A ilusão da popularidade
« Online: 06 de Julho de 2015, 13:23:49 »
Como as redes sociais fazem com que você ache que algo raro é comum

Pesquisadores analisam a ilusão da popularidade

02/07/2015 - 11H07/ ATUALIZADO 11H0707 / POR LUCIANA GALASTRI / Revista Galileu


REDES SOCIAIS E SUAS LIGAÇÕES FORA DA MÉDIA (FOTO: CHRIS POTTER / FLICKR / CREATIVE COMMONS)

Você já reparou que, em redes sociais, alguns posts se espalham rapidamente enquanto outros, que podem ter o conteúdo igualmente interessante, são condenados ao limbo da internet? Cientistas da Universidade do Sul da Califórnia já - e eles descobriram uma explicação plausível para isso, uma ilusão que afeta a todos nós.

Cientistas que analisam a internet sabem da natureza cheia de paradoxo de redes sociais. Por exemplo, o paradoxo da amizade: em média, seus amigos terão sempre mais amigos que você. Oi? Por que isso acontece e como isso se relaciona com a popularidade dos posts? Calma que já chegamos lá.

A maioria das pessoas tem um número pequeno de amigos - enquanto um punhado de gente tem um número gigante de contatos. E assim esse segundo grupo acaba com a confiabilidade da média. Pense dessa forma: você tira a média de altura entre o seu grupo de amigos e descobre que ela é de 1,70 metro. A chance é que a sua altura esteja próxima dessa. Agora imagine que você tem um único amigo que mede algo em torno de 1km (sim, exageramos bastante). Se você tirar a média entre todos os seus amigos e seu amigo gigante, o número será muito superior à altura da maior parte do grupo. E a mesma coisa acontece em redes sociais. Tirar a média não é a melhor forma de analisar os dados nessa situação.

Os cientistas agora descobriram um paradoxo relacionado, que eles chamam de 'ilusão da maioria'. Esse é um fenômeno no qual alguém observa um comportamento ou um traço na maior parte de seus amigos - apesar de ser raro na rede toda. Algo do tipo 'não acredito que candidato X ganhou a eleição quando a maior parte do meu Facebook é claramente a favor do candidato Y'. Basicamente, sua amostragem não representa o comportamento da rede como um todo.

Para ilustrar, eles fizeramo seguinte diagrama: 14 círculos ligados formando uma pequena rede social. Eles pintam três círculos - e contam quantos círculos são ligados a eles por um só passo. Na esquerda, os círculos não coloridos 'vêem' mais da metade de seus vizinhos coloridos. Já na direita, nenhum dos não coloridos passa pelo mesmo. Mas a estrutura da rede é a mesma nos dois casos. A única coisa que muda são os círculos que estão coloridos.


A ILUSÃO DA MAIORIA ILUSTRADA (FOTO: REPRODUÇÃO - MIT)

Essa é a ilusão da maioria - a impressão que um atributo específico é comum quando, globalmente, ele é extremamente raro. O motivo? A ilusão da maioria só ocorre quando os círculos mais populares são coloridos - os que têm o maior número de ligações.

Mudando a configuração da pequena rede, os cientistas descobriram que a ocorrência do fenômeno é extremamente comum. Mas o quão comum é na 'vida real'? Analisando blogs e redes de cunho político, por exemplo, descobriu-se que 60% a 70% dos 'círculos' terão vizinhos ativos - mesmo que só 20% dos círculos estejam coloridos.

A moral da história é que essa ilusão pode nos fazer acreditar em algo que não é verdade, na existência de uma maioria que não é uma maioria.

Isso pode parecer inofensivo no caso de memes ou vídeos de gatos. Mas também pode ocorrer em posts de ponto de vista extremista ou de comportamento antisocial. Vários estudos mostraram que adolescentes superestimam o quanto seus amigos bebem e a quantidade de drogas que usam. Isso porque pode existir um ponto 'fora da curva', alguém que beba muito mais do que a média e que seja extremamente popular. A ilusão da maioria.

Via MIT Review

Fonte: Revista Galileu
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Pedro Reis

  • Nível 39
  • *
  • Mensagens: 4.084
Re:A ilusão da popularidade
« Resposta #1 Online: 06 de Julho de 2015, 14:29:36 »
É o caso da rejeição ao PT.

Parece muito maior do que realmente é.

E vão para 16 anos no poder...

Offline Skeptikós

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.125
  • Sexo: Masculino
  • Séxtos Empeirikós
Re:A ilusão da popularidade
« Resposta #2 Online: 06 de Julho de 2015, 14:41:01 »
É o caso da rejeição ao PT.

Parece muito maior do que realmente é.

E vão para 16 anos no poder...
Me parece que atualmente é tão grande quanto parece mesmo, até por que os estudos que demonstram isso são embasados em metodologias que em teoria são capazes de produzir resultados representativos da população geral muito próximos da realidade, diferente da impressão de senso comum tirada por usuários de redes sociais, que levam em consideração apenas a opinião das pessoas presentes em sua pequena e especifica rede, mas não a opinião das pessoas da rede geral.

Abraços!
« Última modificação: 06 de Julho de 2015, 14:43:33 por Skeptikós »
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!