Autor Tópico: O fundamental que as escolas e universidades não ensinam  (Lida 690 vezes)

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Offline -Huxley-

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O fundamental que as escolas e universidades não ensinam
« Online: 10 de Outubro de 2015, 18:53:07 »
Muito se fala do proselitismo político que acontece nas nossas escolas e as universidades públicas. Todavia, há um outro problema que atinge até mesmo as escolas e as universidades públicas dos países desenvolvidos. Trata-se da falta de ensino de certas habilidades que preveem bem o desenvolvimento na carreira: marketing, vendas e networking (o que inclui conectar-se com pessoas influentes e poderosas). Há outras habilidades possíveis de serem ensinadas, aquelas que são subestimadas porque servem para quase tudo, são influentíssimas e bastantes ausentes até mesmos em cursos internos de grandes empresas, como aumentar a inteligência ou o autocontrole. Recentemente, o tigre asiático high tech Singapura se tornou o primeiro país do mundo a exigir que todos os seus alunos passem por um programa de Aprendizado Social e Emocional. E a análise estatística mostra que o autocontrole na infância é um indicador mais forte do que o QI ou a classe social da família de origem para o sucesso na vida adulta (sucesso financeiro, saúde e ausência de registros criminais). Para analisar melhor a questão, ver Foco (Editora Objetiva) de Daniel Goleman.

Eu sou empregado de numa instituição cujos cursos internos incluem temas como criatividade e negociação. Onde vocês trabalham existe isso? E nas escolas e universidades que vocês já frequentaram? 

Offline Gigaview

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Re:O fundamental que as escolas e universidades não ensinam
« Resposta #1 Online: 11 de Outubro de 2015, 00:40:29 »
1. A função básica da universidade é preparar as pessoas para pensar, o resto é consequência disso. O diploma é um atestado de que até aquela data você estava mais ou menos informado sobre a sua especialidade e que tem o conhecimento básico para seguir se atualizando e aplicar o que aprendeu.

2. Existem muitos livros de auto-ajuda que ensinam o marketing pessoal aplicado ao desenvolvimento de carreiras e milhares que vão direto ao ponto de ensinar como alguém pode se tornar um milionário. Nada de errado com as dicas e macetes que podem ajudar mesmo. O problema é a tal habilidade necessária para colocar todo o conhecimento em ação. As universidades poderiam ensinar as mesmas coisas mas falharia no desenvolvimento das habilidades necessárias. Por exemplo, todo curso de administração tem uma disciplina que aborda questões relacionadas à chefia e liderança onde são discutidas e analisadas as características, diferenças e perfis de chefes e líderes. O estudo aprofundado da liderança não forma líderes mas ajuda a cada aluno reconhecer dentre suas habilidades desenvolvidas ao longo da vida aquelas que podem ser aplicadas ou melhoradas  para integrar um perfil de liderança como comunicação, relacionamento interpessoal, motivação, autocontrole, etc. O desenvolvimento da habilidade é muito pessoal e deve estar alinhado aos objetivos da pessoa.

3. Não acho que seja necessário um Programa Social e Emocional aqui parecido com esse de Singapura. A prática do esporte nas escolas supre essa necessidade. Desde pequenas as crianças aprendem a se relacionar num time, buscar resultados comuns, aprender a ganhar e perder, manter o autocontrole, etc. Da mesma forma, o incentivo de atividades extraclasses nas escolas podem ajudar a desenvolver outras habilidades como as de atenção, foco, concentração, perseverança, dentre outras.

4. Na minha universidade fazia yoga entre as aulas de engenharia. Também passei pelo karatê.
« Última modificação: 11 de Outubro de 2015, 00:47:09 por Gigaview »
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Sergiomgbr

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Re:O fundamental que as escolas e universidades não ensinam
« Resposta #2 Online: 11 de Outubro de 2015, 00:56:17 »
1. A função básica da universidade é preparar as pessoas para pensar, o resto é consequência disso.
Discordo. Acho que nessas alturas do campeonato tudo que o resta para a Universidade é entronizar o que já foi pensado, desde lá no ensino fundamental e médio, esses sim, lugares pra aprender a pensar.
« Última modificação: 11 de Outubro de 2015, 00:59:32 por Sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Gigaview

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Re:O fundamental que as escolas e universidades não ensinam
« Resposta #3 Online: 11 de Outubro de 2015, 04:05:07 »
1. A função básica da universidade é preparar as pessoas para pensar, o resto é consequência disso.
Discordo. Acho que nessas alturas do campeonato tudo que o resta para a Universidade é entronizar o que já foi pensado, desde lá no ensino fundamental e médio, esses sim, lugares pra aprender a pensar.

No ensino fundamental e médio se aprende basicamente ler, escrever, e fazer contas para  teoricamente  ler, escrever e fazer contas até ficar maduro o suficiente para aprender a pensar como um adulto.
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

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Offline Sergiomgbr

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Re:O fundamental que as escolas e universidades não ensinam
« Resposta #4 Online: 11 de Outubro de 2015, 10:31:06 »
1. A função básica da universidade é preparar as pessoas para pensar, o resto é consequência disso.
Discordo. Acho que nessas alturas do campeonato tudo que o resta para a Universidade é entronizar o que já foi pensado, desde lá no ensino fundamental e médio, esses sim, lugares pra aprender a pensar.

No ensino fundamental e médio se aprende basicamente ler, escrever, e fazer contas para  teoricamente  ler, escrever e fazer contas até ficar maduro o suficiente para aprender a pensar como um adulto.
Exatamente.
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Offline Skeptikós

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Re:O fundamental que as escolas e universidades não ensinam
« Resposta #5 Online: 13 de Outubro de 2015, 16:16:31 »
A resposta é não para as suas duas peguntas, mas concordo com você, eu leio muito a respeito destes assuntos, e me sinto muito mais confiante e produtivo no que faço, graças a estes conhecimentos acumulados relativos a inteligência emocional e optimização da comunicação. No entanto é curioso ver que ali bem perto dos próprios tigres asiáticos, vemos exemplos indo na contra mão desta lógica, como o japão, que vem pretendendo acabar com uma série de cursos de ciências sociais, partindo do pressuposto de que eles não são uteis para se construir uma sociedade produtiva. Tem que ser muito ingênuo para não perceber que nós humanos não funcionamos como máquinas, não da para ignorar os fatores sociais que influenciam o nosso desempenho, fazer isso é ao meu ver fadar uma sociedade inteira ao fracasso.
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
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Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Geotecton

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Re:O fundamental que as escolas e universidades não ensinam
« Resposta #6 Online: 13 de Outubro de 2015, 16:23:10 »
[...]
No entanto é curioso ver que ali bem perto dos próprios tigres asiáticos, vemos exemplos indo na contra mão desta lógica, como o japão, que vem pretendendo acabar com uma série de cursos de ciências sociais, partindo do pressuposto de que eles não são uteis para se construir uma sociedade produtiva.
[...]

Eu, por outro lado, acho ótimo que um país notório como o Japão faça um experimento sócio-educacional como este. Se forem bem sucedidos, no mínimo obrigará a uma profunda re-estruturação das ditas 'ciêncis sociais' naquele país.
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Offline Skeptikós

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Re:O fundamental que as escolas e universidades não ensinam
« Resposta #7 Online: 13 de Outubro de 2015, 16:29:42 »
[...]
No entanto é curioso ver que ali bem perto dos próprios tigres asiáticos, vemos exemplos indo na contra mão desta lógica, como o japão, que vem pretendendo acabar com uma série de cursos de ciências sociais, partindo do pressuposto de que eles não são uteis para se construir uma sociedade produtiva.
[...]

Eu, por outro lado, acho ótimo que um país notório como o Japão faça um experimento sócio-educacional como este. Se forem bem sucedidos, no mínimo obrigará a uma profunda re-estruturação das ditas 'ciêncis sociais' naquele país.
E se forem mal?
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Offline Dr. Manhattan

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Re:O fundamental que as escolas e universidades não ensinam
« Resposta #8 Online: 13 de Outubro de 2015, 16:37:24 »
Muito se fala do proselitismo político que acontece nas nossas escolas e as universidades públicas. Todavia, há um outro problema que atinge até mesmo as escolas e as universidades públicas dos países desenvolvidos. Trata-se da falta de ensino de certas habilidades que preveem bem o desenvolvimento na carreira: marketing, vendas e networking (o que inclui conectar-se com pessoas influentes e poderosas).

Sem entrar no mérito da questão, mas não é verdade que esse tipo de habilidade não é ensinada. Dependendo da escola, há sim um aprendizado de "networking" e "marketing"; a maioria dos adolescente o faz de forma espontânea. Aliás, já ouvi dizer que o objetivo das escolas de elite inglesas (elite em um sentido diferente do que estamos habituados) é muito mais fazer com que os alunos estabeleçam conexões com pessoas de famílias poderosas, do que o aprendizado formal.


Há outras habilidades possíveis de serem ensinadas, aquelas que são subestimadas porque servem para quase tudo, são influentíssimas e bastantes ausentes até mesmos em cursos internos de grandes empresas, como aumentar a inteligência ou o autocontrole.

Já ouviu falar de... esporte? :) Eu sei que o objetivo desse tipo de ensino não é aumentar a inteligência ou o autocontrole, mas creio que estes são benefício indiretos dessas atividades.

Recentemente, o tigre asiático high tech Singapura se tornou o primeiro país do mundo a exigir que todos os seus alunos passem por um programa de Aprendizado Social e Emocional. E a análise estatística mostra que o autocontrole na infância é um indicador mais forte do que o QI ou a classe social da família de origem para o sucesso na vida adulta (sucesso financeiro, saúde e ausência de registros criminais). Para analisar melhor a questão, ver Foco (Editora Objetiva) de Daniel Goleman.

É uma experiência recente ou já existem resultados?

Eu sou empregado de numa instituição cujos cursos internos incluem temas como criatividade e negociação. Onde vocês trabalham existe isso? E nas escolas e universidades que vocês já frequentaram? 

Criatividade é algo difícil de ensinar. Por coincidência, em uma reunião recente com meus orientandos, eu lhes dei algumas dicas para criatividade: procurar relacionar qualquer notícia com sua área de trabalho, preocupar-se mais com a quantidade do que com a qualidade das ideias (ideias boas são raras, então só se pode ter uma ideia boas depois de descartarmos dezenas de ideias ruins), confiar no seu taco, etc. Não é receita de bolo, e nem me considero um exemplo de criatividade, mas exige prática. Negociação seria um bom tópico a ser ensinado. Acho que valeria a pena ser incluído no currículo... do ensino médio.
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Alan Watts

Offline Skeptikós

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Re:O fundamental que as escolas e universidades não ensinam
« Resposta #9 Online: 13 de Outubro de 2015, 16:49:23 »
Um exemplo da importância das ciências sociais para a optimização da produtividade em uma sociedade: Estudos Hawthorne. Não acha que descobertas como essas não são importantes para se optimizar os processos de produção em uma sociedade? Isso é ciência social trabalhando a serviço da optimização da produção, como isso não seria útil para uma sociedade, mesmo pensando como útil apenas aquilo relativo a produção de mercadoria e serviços, e o avanço em tecnologia.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:O fundamental que as escolas e universidades não ensinam
« Resposta #10 Online: 13 de Outubro de 2015, 19:02:05 »
Muito se fala do proselitismo político que acontece nas nossas escolas e as universidades públicas. Todavia, há um outro problema que atinge até mesmo as escolas e as universidades públicas dos países desenvolvidos. Trata-se da falta de ensino de certas habilidades que preveem bem o desenvolvimento na carreira: marketing, vendas e networking (o que inclui conectar-se com pessoas influentes e poderosas).

Sem entrar no mérito da questão, mas não é verdade que esse tipo de habilidade não é ensinada. Dependendo da escola, há sim um aprendizado de "networking" e "marketing"; a maioria dos adolescente o faz de forma espontânea. Aliás, já ouvi dizer que o objetivo das escolas de elite inglesas (elite em um sentido diferente do que estamos habituados) é muito mais fazer com que os alunos estabeleçam conexões com pessoas de famílias poderosas, do que o aprendizado formal.

Mas isso não é "parte do curso", é algo extra-extra-curricular, um efeito colateral, que pode ser espontâeo por parte do aluno ou o intencionado pelos pais. É como ser sócio de um clube onde também haveria essas mesmas oportunidades, um clube que não tenha "networking/panelinha/camaradagem" no nome ou na brochura.

O que de modo geral também não será anunciado escancaradamente porque a sociedade ainda preza muito pelo valor da meritocracia, ou, ao menos em manter sua aparência.

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E a análise estatística mostra que o autocontrole na infância é um indicador mais forte do que o QI ou a classe social da família de origem para o sucesso na vida adulta (sucesso financeiro, saúde e ausência de registros criminais). Para analisar melhor a questão, ver Foco (Editora Objetiva) de Daniel Goleman.

É uma experiência recente ou já existem resultados?

Não deve ser a única coisa que existe a respeito, mas a mais clássica é a observação longitudinal dos coortes do experimento de não comer um marshmallow colocado diante da criança, para ganhar dois em alguns minutos.

Offline Sergiomgbr

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Re:O fundamental que as escolas e universidades não ensinam
« Resposta #11 Online: 13 de Outubro de 2015, 19:10:36 »
Dã! Eu não gosto de Marshmallow então não comeria, logo tenho autrocontrole ninja e sou MENSA.
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Offline -Huxley-

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Re:O fundamental que as escolas e universidades não ensinam
« Resposta #12 Online: 13 de Outubro de 2015, 20:01:10 »
1. A função básica da universidade é preparar as pessoas para pensar, o resto é consequência disso. O diploma é um atestado de que até aquela data você estava mais ou menos informado sobre a sua especialidade e que tem o conhecimento básico para seguir se atualizando e aplicar o que aprendeu.


O mínimo que se pode esperar das escolas ou universidades é que elas se organizassem, com ajuda de entrevistas e observações de professores e alunos, para determinar o básico conhecimento tácito necessário ao sucesso acadêmico. Há algum tempo atrás, o psicólogo cognitivo Robert Sternberg, juntamente com uma equipe de Harvard liderada por Howard Gardner instituiu um programa de pesquisa de seis anos chamado Inteligência Prática para as escolas. Os alunos do programa demonstraram um aumento significativo nas capacidades de leitura, redação, deveres de casa e realização de testes ao longo do ano letivo, comparados com estudantes das mesmas escolas que não estavam no programa. Isso foi relatado no livro de Sternberg em 1996 chamado Successful Intelligence: How Practical and Creative Intelligence Determine Success in Life. Nunca vi nada parecido aqui no Brasil nos meus vários anos de escola e universidade.     

2. Existem muitos livros de auto-ajuda que ensinam o marketing pessoal aplicado ao desenvolvimento de carreiras e milhares que vão direto ao ponto de ensinar como alguém pode se tornar um milionário. Nada de errado com as dicas e macetes que podem ajudar mesmo. O problema é a tal habilidade necessária para colocar todo o conhecimento em ação. As universidades poderiam ensinar as mesmas coisas mas falharia no desenvolvimento das habilidades necessárias. Por exemplo, todo curso de administração tem uma disciplina que aborda questões relacionadas à chefia e liderança onde são discutidas e analisadas as características, diferenças e perfis de chefes e líderes. O estudo aprofundado da liderança não forma líderes mas ajuda a cada aluno reconhecer dentre suas habilidades desenvolvidas ao longo da vida aquelas que podem ser aplicadas ou melhoradas  para integrar um perfil de liderança como comunicação, relacionamento interpessoal, motivação, autocontrole, etc. O desenvolvimento da habilidade é muito pessoal e deve estar alinhado aos objetivos da pessoa.

Se o conhecimento tácito a que referi fosse algo que não pode ser aprendido com a ajuda de outras pessoas, então acho que os cursos de administração deveriam ser extintos das universidades. Idem para alguns outros cursos da área de humanas, como Marketing. A pesquisa básica e aplicada de outras disciplinas da área de humanas supririam a lacuna ou então as pessoas aprenderiam por si mesmas sozinhas tudo nessas áreas.

3. Não acho que seja necessário um Programa Social e Emocional aqui parecido com esse de Singapura. A prática do esporte nas escolas supre essa necessidade. Desde pequenas as crianças aprendem a se relacionar num time, buscar resultados comuns, aprender a ganhar e perder, manter o autocontrole, etc. Da mesma forma, o incentivo de atividades extraclasses nas escolas podem ajudar a desenvolver outras habilidades como as de atenção, foco, concentração, perseverança, dentre outras.

Não acho que a simples existência de desafios em esportes façam essas competências florescerem, pois se assim fosse, os testes de QI jamais decepcionariam em prevê resultados da vida real, pois o sucesso acadêmico depende de muitos desafios que demandam habilidades não-g . Quanto às atividades extraclasses, elas poderiam ser planejadas cuidadosamente para ter o máximo de impacto possível na inteligência intrapessoal e interpessoal.
« Última modificação: 13 de Outubro de 2015, 20:50:40 por -Huxley- »

Offline -Huxley-

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Re:O fundamental que as escolas e universidades não ensinam
« Resposta #13 Online: 13 de Outubro de 2015, 20:04:48 »

Criatividade é algo difícil de ensinar. Por coincidência, em uma reunião recente com meus orientandos, eu lhes dei algumas dicas para criatividade: procurar relacionar qualquer notícia com sua área de trabalho, preocupar-se mais com a quantidade do que com a qualidade das ideias (ideias boas são raras, então só se pode ter uma ideia boas depois de descartarmos dezenas de ideias ruins), confiar no seu taco, etc. Não é receita de bolo, e nem me considero um exemplo de criatividade, mas exige prática. Negociação seria um bom tópico a ser ensinado. Acho que valeria a pena ser incluído no currículo... do ensino médio.

Não acho que exista técnica de criatividade bem estruturada, mas as pessoas podem ser incentivadas a serem mais criativas. O estudo das características psicológicas das pessoas criativas pode ser um bom ponto de partida para prescrições baseadas em modelagem.
« Última modificação: 13 de Outubro de 2015, 20:51:01 por -Huxley- »

 

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