Autor Tópico: DroneLeaks?  (Lida 359 vezes)

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Offline Jack Carver

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DroneLeaks?
« Online: 17 de Outubro de 2015, 16:39:08 »
Citação de: CARTA CAPITAL
A vez dos DroneLeaks

Novo vazamento do Pentágono traz revelações assustadoras sobre o uso de drones


Em Cabul, meninos afegãos observam soldado da Otan em 11 de outubro: o efeito dos drones aliena e indigna as populações atingidas

Criado pelo empresário Pierre Omidyar e pelos jornalistas Glenn Greenwald e Laura Poitras, celebrizados pela cobertura do caso Edward Snowden, além de Jeremy Scahill, famoso pelas reportagens sobre a “Guerra ao Terror” e os mercenários da ex-Blackwater, o site jornalístico The Intercept acaba de publicar uma reportagem devastadora intitulada The Drone Papers sobre o uso de drones pelo Pentágono, baseada em documentos secretos fornecidos por uma fonte anônima, na maioria slides de apresentações internas.

O material descreve como o governo dos Estados Unidos encobre a realidade sobre o número de civis vitimados por drones ao classificar mortos não identificados como “inimigos”, mesmo se não fossem os alvos pretendidos. Desde que sejam homens e não haja prova positiva de que eram inocentes, presume-se que eram terroristas.

Também mostra como a lista de suspeitos aparece nos terminais dos operadores de drones, ligando códigos associados com celulares para localizá-los por GPS. Revela ainda que os alvos estão longe de se limitar a membros identificados de organizações terroristas como a Al-Qaeda e do Taliban.

Qualquer um pode ser transformado em alvo se for considerado “ameaça aos interesses dos EUA ou a seu pessoal”, inclusive em países como o Iêmen e a Somália, onde Washington não tem tropas nem interesses declarados. Basta os militares selecionarem um alvo e Obama assinar uma autorização, processo que geralmente demora 60 dias.

Para identificar, caçar e matar pessoas, os militares dependem de sinais de inteligência, ou “SIGINT”, baseados em comunicações interceptadas e metadados sobre uso de computadores e celulares, de caráter reconhecidamente pouco confiável. “Isso exige uma fé cega na tecnologia”, diz a fonte anônima. “Há inúmeros casos em que eu me deparei com inteligência falha. É impressionante o número de casos em que identificadores são mal atribuídos a certas pessoas. Depois de seguir alguém por meses ou anos pensando estar perto de um alvo realmente quente, você descobre que era o tempo todo o telefone da mãe dele.”


Drone BQM-74E da Marinha dos EUA é lançado da fragata USS Underwood em setembro de 2012: os veículos não tripulados são parte essencial das forças armadas norte-americanas (Foto: Divulgação)

É um retrato de uma campanha voltada para o assassinato sem riscos para estadunidenses, ao custo de violência e morte crescentes entre os afegãos. Nove em cada dez vítimas de ataques de drones não eram os alvos pretendidos. Ao matar inocentes, os bombardeios dos EUA enfurecem os sobreviventes civis e muitos deles passam a apoiar os fundamentalistas ou juntam-se às suas fileiras. Quando de fato se consegue eliminar algumas lideranças, o resultado também é contraproducente.

Como mostram estudos sérios, isso tende a tornar os grupos militantes menos seletivos e ainda mais violentos contra civis, talvez por promover membros de nível inferior com menos escrúpulos que os superiores assassinados.

Para evitar alimentar a oposição interna à guerra ao pôr em risco soldados e aviadores, alguns dos quais inevitavelmente acabariam mortos, capturados ou mutilados, Obama e o Pentágono optaram por uma tática indolor aos olhos da mídia e do público ocidental e capaz de obter êxitos imediatos de propaganda, mas que não é capaz de efetivamente frear os avanços das forças fundamentalistas. Pelo contrário, a longo prazo tende a favorecê-las e multiplicá-las, ampliando ainda mais o ódio e o rancor contra a intromissão de Washington e seus aliados.

Além disso, ao distanciar os comandantes e operadores do cenário da batalha real a ponto de reduzir os alvos inimigos a códigos impessoais, selecionados pela análise estatística de uso de comunicações, cria no Pentágono uma ilusão de onipotência totalmente contraproducente, ao mesmo tempo em que se perde a compreensão do que realmente se passa na frente de batalha, do modo de pensar do inimigo e da situação política, entendimento sem o qual é impossível vencer qualquer guerra. É abrir mão da sabedoria em nome da informação.


Matéria relacionada pode ser lida também na DW:
EUA omitem mortes civis por drones, diz site

E no site oficial: The Intercept.
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“Dêem-me controle sobre o dinheiro de uma nação e não me importa quem faz as suas leis. - Mayer Amschel Rothschild

Offline Johnny Cash

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Re:DroneLeaks?
« Resposta #1 Online: 19 de Outubro de 2015, 09:12:34 »
Muitas das fontes que dão os EUA como responsáveis por tudo que acontece no mundo, normalmente através de agendas secretas e maquiavelicamente calculadas, o que demonstraria uma capacidade sobrenatural de atingir os resultados que deseja acabam, ao mesmo tempo, acusando os EUA de cometer erros basilares (pra quem tem tamanha capacidade de planejamento), além de dizer que atuam de forma infantil contrariamente a estudos certos e de resultado bem conhecido popularmente.


Eu acho isso engraçado.


De toda forma, se é verdade essa matança de inocentes, deliberadamente, nessa proporção 9x1... uau... Como vaza isso e ninguém mais sério faz um alarde mundial brutal? Ainda que, mesmo com alarde, deva ser insanamente impossível parar a máquina.

Offline Skeptikós

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Re:DroneLeaks?
« Resposta #2 Online: 19 de Outubro de 2015, 17:09:01 »
Eu não duvido da afirmação de que os EUA mata muitos inocentes em suas investidas militares, e de que ainda por cima maquia suas ações e resultados, transformando fracassos militares em grandes jogadas, e vítimas inocentes em terroristas genocidas aos olhos da mídia, mas devemos concordar que o texto tem um viés anti-americano latente, pouco preocupado com a veracidade daquilo que é dito, por exemplo, muito do que foi dito no texto acima não foi referenciado, como a informação de que 9 em 10 vitimados por ataques por drones americanos sejam inocentes.

Abraços!
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Jack Carver

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Re:DroneLeaks?
« Resposta #3 Online: 19 de Outubro de 2015, 20:53:57 »
Os detalhes(só que em inglês) estão no último link postado.

A propósito, um texto interessante:
http://www.thenation.com/article/american-drone-operators-are-quitting-record-numbers/


Adendo: As inúmeras fontes de críticas da política externa norte-americana(intervencionismo que vem de décadas) não são exatamente ser contra os EUA em si, dando um ar de ser contra tudo e todos( sociedade civil, cultura, etc), geralmente são contra essas posições políticas vigentes da mesma; contra o discurso de hipocrisia, de lançar luz a fatos pouco explicados, até para o público interno, coisa que não se vê nas mídias de massa.
« Última modificação: 19 de Outubro de 2015, 21:01:17 por Jack Carver »
O Brasil é um país de sabotadores profissionais.

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Offline Pasteur

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Re:DroneLeaks?
« Resposta #4 Online: 21 de Outubro de 2015, 08:43:33 »
Vamos esperar que a tecnologia melhore para diminuir os assassinatos efeitos colaterais.

Talvez assim:

<a href="https://www.youtube.com/v/gcNEC9NaJuE" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/gcNEC9NaJuE</a>

 

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