Autor Tópico: "Como ficar rico em dez passos"  (Lida 1337 vezes)

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Offline -Huxley-

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"Como ficar rico em dez passos"
« Online: 10 de Janeiro de 2016, 21:00:35 »
Na década de 1970, um psicólogo israelense chamado Daniel Kahnemann, juntamente com outro psicólogo chamado Amos Tversky, publicou um estudo na Science que mudou enormemente a visão que os cientistas sociais tinham sobre a racionalidade humana. Esse trabalho, que mais tarde o ajudou a ganhar o Prêmio Nobel de Economia de 2002, basicamente traz uma luz sobre porque nos desviamos da racionalidade. Anteriormente a ele, acreditava-se que a mente humana é racional e que a emoção trazia desvios para a irracionalidade. O estudo de Kahnemann, porém, mostrou que o desvio para a irracionalidade encontra-se mais na própria estrutura do aparelho cognitivo do que na emocionalidade. Em tomada de decisões, devido aos limites da memória de trabalho, temos atalhos cognitivos que poupam o gasto de energia mental, mas podem levar a erros cognitivos custosos (na verdade, esses atalhos são muitos eficientes em várias situações, razão pela qual suspeita-se que eles tenham uma base evolutiva). Em resumo, no cérebro é dotado de heurísticas, regras intuitivas, especulativas e informais, que as vezes levam a uma solução de problemas, mas outras vezes não. Muitas dessas heurísticas tem vieses de crenças específicas.

Um viés específico é o otimismo, que foi tema do capítulo 24 (“O Motor do Capitalismo”) do livro Rápido e Devagar do psicólogo israelense. Por causa do viés do otimismo, é comum toparmos com a ideia que existem receitas razoavelmente precisas para qualquer empresa ou pessoa com inteligência mediana enriquecer. Todavia, segundo Kahnemann, essa ideia leva em conta as seguintes certezas (1) podemos nos concentrar no que queremos e podemos fazer, negligenciando os projetos e as habilidades dos outros; (2) nós podemos explicar o passado e predizer o futuro negligenciando o papel da sorte e nos concentrando no papel causal da habilidade; (3) o sucesso pode ser perseguido concentrando no que sabemos e negligenciando o que não sabemos.

Todas essas premissas são falsas (muito provavelmente) e mesmo que fossem verdadeiras haveria uma grande dificuldade em gerar evidências seguras para elas. Mas os psicólogos e economistas comportamentais mostram que nossa mente é especialmente vulnerável em acreditar no conselho e na promessa dos charlatões do enriquecimento que usam raciocínios do tipo “sucesso é uma decisão” ou “é só ter força de vontade”, especialmente quando o charlatão é alguém bem-sucedido. Ademais, a premissa da incerteza incomputável é que ela implica entender que investir em capitais de risco é uma opção mais racional do que investir em loterias. Essa é uma percepção contra-intuitiva que não entra na mente de muitas pessoas que sonham em ficar ricas. Antes de falar do lado bom da incerteza, vou jogar uma luz sobre  porque a matéria de estudo dos economistas e financistas é tão complicada.

Porque quem fala sobre dinheiro erra tantas previsões? Um elemento-chave para compreender isso reside no que está descrito no livro A Lógica do Cisne Negro do filósofo, estatístico e investidor Nicholas Nassim Taleb (ver a parte do glossário):

“Argumento do regresso estatístico (ou o problema da circularidade estatística): Precisamos de dados para descobrir uma distribuição de probabilidades. Como sabemos se o que temos é suficiente? A partir da distribuição de probabilidade. Se ela for gaussiana, então alguns pontos de dados serão suficientes. Como sabemos se é gaussiana? Através dos dados. Assim, é necessário que os dados nos digam qual distribuição de probabilidade deve ser presumida, e precisamos de distribuição de probabilidade que nos diga qual o volume de dados necessário. Isso causa um grave argumento de regresso, que é, até certo ponto, vergonhosamente contornado lançando-se mão da curva gaussiana e de seus parentes.”

Pegue um livro de introdução à econometria, por exemplo, Econometria Básica de Damodar Gujarati, e verá a pressuposição da distribuição de probabilidade gaussiana para dados econômicos. Outro exemplo. A teoria do apreçamento das opções Black-Scholes pressupõe que a distribuição dos preços do ativo-objeto é log-normal, o que faz com que a distribuição dos retornos desse ativo seja normal.

Para entender quão absurda é essa premissa, basta ver um exemplo de Taleb que eu modifiquei aqui para fins didáticos (originário de outro livro dele chamado Antifrágil). Imagine que um extraterrestre estivesse fazendo uma pesquisa sobre a renda média das pessoas no México. Alguém poderia dizer que ele não colheria nada de relevante até que topasse com Carlos Slim e sua fortuna bilionária maior do que a de Bill Gates. Isso não aconteceria se ele estivesse fazendo uma pesquisa sobre o peso médio dos mexicanos. Não é possível encontrar alguém que pese milhares de toneladas. No primeiro caso, a incerteza vive numa província que Taleb chama de "Extremistão". Na segunda, a incerteza vive numa província chamada de Mediocristão. No último caso, a lei do Mediocristão é descrita assim: "Quando a amostra é grande, nenhum exemplar isolado alterará de modo significativo o agregado ou o total". No primeiro caso, tem-se esse enunciado "No Extremistão, as desigualdades são tantas que uma única observação pode exercer um impacto total sobre o agregado ou sobre o total".

Devido a isso, ele considera que existem ideias que possuem pouca ou nenhuma importância fora da curva gaussiana. São elas: média, desvio-padrão, correlação e regressão.

Segundo o filósofo libanês, são questões que parecem pertencer ao Mediocristão: altura, peso, ingestão de calorias, acidentes automobilísticos, taxas de mortalidade, QI. Já questões que parecem pertencer ao Extremistão são: riqueza, renda, venda de livros por autor, citações de livros por autor, reconhecimento de um nome como celebridade, número de referências no Google, populações das cidades, utilização de palavras em um vocabulário, de falantes por língua, danos causados por terremotos, mortes na guerra, mortes decorrentes de incidentes terroristas, tamanho dos planetas, tamanho de companhias, propriedade de ações, altura entre espécies, mercados financeiros, preços de commodities, taxas inflacionárias, dados econômicos. As coisas que vivem sob aleatoriedade forte são mais numerosas.

Outra observação interessante dele é essa: se você estiver lidando com inferências qualitatitivas, às quais as magnitudes não se aplicam (não existem graus de morte ou gravidez), então pode presumir que está no Mediocristão. É isso que acontece na maioria das vezes em teorias da psicologia e na medicina. Mas se estiver lidando com agregados, onde as magnitudes importam, como renda, riqueza, etc. É aqui onde os argumentos de teorias econômicas e financeiras são invalidadas pelo problema do “cisne negro”, isto é, os eventos extremos que jogam a aleatoriedade para um outro patamar. 

Ademais, muito do sucesso tem origem em vantagens arbitrárias, como a sorte. Sucesso depende gravemente de contágios sociais. Um experimento descrito no livro O Andar do Bêbado de Leonard Mlodinow é bastante instrutivo sobre essa alegação. Pesquisadores recrutaram 14.341 participantes e lhes pediram que escutassem, classificassem e, se desejassem baixassem 48 bandas de músicas das quais nunca tinha ouvido. Os ouvintes foram divididos em oito mundos tinham a oportunidade de saber a popularidade das músicas, mas apenas em cada um de seus respectivos mundos. Qual foi o resultado? Ele desmentiu a ideia de que o sucesso é governado quase exclusivamente pelas características intrínsecas da pessoa ou produto, algo que poderíamos chamar de visão determinística de mundo.

“Se a visão determinística do mundo fosse verdadeira, as mesmas músicas deveriam ter dominado todos os oito mundos , e as classificações de popularidade neles deveriam ter concordado com a qualidade intríseca determinada pelas pessoas isoladas. No entanto, os pesquisadores descobriram justamente o contrário: a popularidade de cada música variava amplamente entre os diferentes mundos, e a popularidade de música com qualidade intrínseca semelhante apresentava grande variação.”

Por outro lado, um economista americano Arthur de Vany fez uma pesquisa que tentava desvendar o mistério sobre quais decisões levam ao sucesso financeiro e quais levam ao fracasso em Hollywood. Ele reuniu dados obre a bilheteria de 300 filmes de Hollywood e chegou a mesma conclusão do roteirista William Goldman, cuja toda a sabedoria sobre o assunto foi resumida numa só frase “Ninguém sabe nada”. Eis um trecho de um livro não-econômico (A Nova Dieta da Evolução, onde ele explica as semelhanças de suas ideias sobre alimentação e economia) em que ele explica isso: 

“Não há uma forma de planejar o sucesso de um filme desde o princípio. Descobrimos que nem a escolha dos atores, diretores ou roteiristas, nem o gênero do filme, nem o assunto fazem uma diferença padrão na forma como os filmes foram recebidos pelo público na forma como os filmes foram recebidos pelo público. Alguns filmes de alto orçamento foram um sucesso de bilheteria, enquanto outros, um fracasso. Filmes pequenos e “de qualidade”, feitos para arrecadar quantias modestas, exibiram a mesma gama de possibilidades (mas com riscos menores, é claro). Nem mesmos aclamações ou reprovações da critica parecem  importar. O único fator previsível de futura arrecadação de um filme é quão bem a obra foi recebida desde a estreia. Os filmes populares tendiam a ganhar mais popularidade, pois a propaganda boca a boca positiva atraía mais pessoas aos cinemas. Os filmes sem popularidade ganhavam ainda mais desprezo pelo público, enquanto as suas receitas caíam.” 

Obviamente, o aprendizado é improvável se o ambiente é irregular e imprevisível no mundo de negócios com elevadíssimo potencial de retorno (startups cujo potencial não está precificado nos seus ativos). Usando a referência de Karl Popper, Taleb, lembra em A Lógica do Cisne Negro que para prever eventos históricos, é necessário prever inovações tecnológicas, o que é fundamentalmente imprevisível:

“Se você pode profetizar a invenção da roda, já sabe qual é a aparência de uma roda e, portanto, já sabe como construir uma roda, então já está encaminhado (...)

O simples conhecimento que algo foi inventado costuma levar a uma série de invenções de natureza similar (...)

fazer previsões exige conhecimento sobre tecnologias que serão descobertas no futuro… Mas tal conhecimento iria permitir quase automaticamente que começar essas tecnologias imediatamente. Portanto, não sabemos o que saberemos.”

Se é verdade que não sabemos o que saberemos, então se percebe a seguinte implicação relevante descrita pelo trader libanês. Grande parte daquilo que chamamos de criatividade inovadora empreendedora é simplesmente um esforço de tentativa-e-erro para que o acaso entre em sua vida de trabalho, de maneira que você tenha a somente a inteligência para selecionar qual entre duas ou mais opções testadas será a exercida. E o melhor de tudo: isso não é como jogar em loterias, pois os bilhetes de loteria tem possibilidades conhecidas e bem apresentadas, o que é o contrário do conceito de se beneficiar de "cisnes negros"que Taleb apresenta. 

Ademais, o filósofo libanês vê uma ironia do destino para os empreendedores: empiricamemente, percebe-se que os capitalistas de risco saem-se melhor do que os empreendedores. Ele cita o pesquisador Thomas Astebro que mostra que os retornos gerados por invenções independentes são muito menores que o capital em investimento de risco. A maioria dos empreendedores são pagos com outra moeda: a esperança.

Dito isso, acho que tudo o que foi colocado é suficiente para liquidar a confiança na maioria dos chavões de livros de auto-ajuda financeira.
« Última modificação: 11 de Janeiro de 2016, 20:08:24 por -Huxley- »

Offline Buckaroo Banzai

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Re:"Como ficar rico em dez passos"
« Resposta #1 Online: 11 de Janeiro de 2016, 00:31:46 »
Quais são os chavões de livros de auto-ajuda financeira?

Uma vez eu vi uns vídeos (uma reportagem, acho que da CBC) e um(ns) artigos dizendo que o cara do "pai rico, pai pobre" (algo assim) era essencialmente uma fraude, não ganhava nada nos investimentos que dizia fazer (imobiliários), mas sim em vender livros, palestras e cursos, de preço bem elevado e qualidade questionável, talvez com elementos "piramidais", também, não lembro dos detalhes. Acho que tinha algo como praticamente constranger as pessoas a se endividarem para continuar comprando material do curso.

Offline Pedro Reis

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Re:"Como ficar rico em dez passos"
« Resposta #2 Online: 11 de Janeiro de 2016, 10:49:39 »
Sintetizando:

- É difícil construir modelos econômicos estatístico-probabilísticos confiáveis. Não há outra forma de se construir modelos econômicos.

- Em se tratando de finanças pessoais ou de uma empresa, não há como garantir que alguém ou algum processo seja suficientemente competente para alcançar o sucesso. O acaso e também o desconhecimento de informações relevantes são fatores não controlados que agem de forma determinante para o sucesso e o fracasso. Tanto ou mais que competência, habilidade ou talento.

- Não há como prever o surgimento de novas tecnologias que podem alterar profundamente o ambiente de negócios.

Acho que faltou examinar uma outra premissa implícita dos livros de auto-ajuda financeira cuja falsidade é até mais óbvia: os autores deste tipo de filão garantem que qualquer um que ler o livro e seguir o método será bem sucedido. Isto não é muito diferente dos esquemas de pirâmide, uma vez que não é preciso demonstrar que a riqueza não é acessível a todos, não importando o quanto as pessoas se esforcem. Simplesmente não há recursos suficientes para que a maioria tenha uma vida de luxos.

Essa realidade também tem consequências para ideologias econômicas. Desde marxistas até neo-liberais.

Por um lado a generalização do bem-estar material não pode ser alcançada por uma simples distribuição igualitária dos atuais recursos. Mesmo que tal distribuição fosse possível somente faria com que todos se tornassem igualmente pobres. Por outro lado não se pode atribuir a prosperidade de alguns países apenas ao tipo de política econômica praticada. Não se pode dizer : " Nos EUA se faz desse jeito, no Brasil não fazemos assim. Por isso somos pobres e eles ricos, devemos copiar aquele modelo."

Se a China, por exemplo, consumisse petróleo per capita como os Estados Unidos o planeta aqueceria e as reservas se esgotariam em poucos anos. Portanto a prosperidade dos chineses vai recair na necessidade de construírem um novo modelo radicalmente diferente do atual modelo capitalista-consumista.

Somente o gerenciamento altamente eficiente e macro-planejado dos recursos, mas ainda permitindo as iniciativas livres,  pode minorar a pobreza. A atual dinâmica econômica exige crescimento percentual continuado, uma economia que não está crescendo é uma economia em crise. Mas o crescimento exponencial é insustentável no médio/longo prazo, portanto se não houver uma correção de rumo o colapso é inevitável.

Isto requer uma profunda mudança, até de mentalidade. Somos levados a crer que uma "vida bem" é uma "vida de bens" e condicionamos nossa busca da felicidade ao projeto de ter acesso a um número cada vez maior de bens supérfluos. Falsas necessidades artificialmente criadas pela mentalidade consumista, que vem a ser um subproduto nefasto de um modelo capitalista fundado em expectativas irreais e guiado primordialmente pelos interesses aleatórios da ganância pessoal.

Um exemplo claro de que uma economia de mercado sem regulações não vai acarretar automaticamente no melhor dos mundos são as grandes cidades, aquelas metrópoles caóticas que se permitiram crescer com planejamento insuficiente, ao sabor da especulação imobiliária, oportunismo político e até de cada pequena intervenção individual indiferente às consequências para o todo.

A região metropolitana do Rio de Janeiro pode ser um estudo de caso.

No início dos anos 60 a população crescia a altas taxas e o país se industrializava. Com base em processos semelhantes ocorridos em outros países era previsível o inchamento das metrópoles, inclusive com a emigração da população rural. Já havia uma tendência, por parte da população de baixa renda, de ocupar áreas de risco, com alto custo e extrema dificuldade técnica de urbanização. Justamente por consequência do interesse particular de cada um de morar próximo às oportunidades de trabalho.

No governo de Carlos Lacerda existiu um projeto para se evitar um caos que era previsível. Haveria remoção destas comunidades para as imensas áreas planas e desocupadas da Zona Oeste, cujos custos de desapropriação eram baixíssimos na época e posteriormente a ligação ferroviária com o centro, que seria de fácil realização uma vez que a Barra era então somente um descampado deserto.

O projeto esbarrou na hipocrisia e demagogia politica, e depois no desinteresse dos governos militares que estavam mais preocupados em gastar os bilhões dos empréstimos em projetos geo-políticos de estradas na selva e usinas nucleares.

O resultado nós conhecemos, e do resto de estrago se encarregou a especulação imobiliária que redesenhou ao bel prazer a cidade. Não houve escrúpulos nem impedimentos mesmo para se transformar o bairro de Copacabana, que era cartão postal não só do Rio mas do Brasil, em uma horrenda favela vertical de concreto.

Hoje a ligação com a zona oeste passando pela Barra será feita por metrô. Além de insuficiente a um custo milhares de vezes maior. O que já se gastou em saneamento, saúde, segurança pública, obras de contenção de encostas, pavimentação, projetos de urbanização, instalação de redes de água e energia ( que devido ao caos destes lugares são facilmente consumidos sem pagamento ), em áreas onde implementar um simples sistema de coleta de lixo já é um pesadelo logístico, talvez consista em centenas de milhares de vezes o que poderia ter custado um bom projeto de crescimento ordenado.

O lucro das construtoras e cada cidadão tentando arrumar a própria vida do melhor jeito que pudesse no lugar de projetos visionários como os do arquiteto e urbanista Sérgio Bernardes, que jamais saíram do papel. O verdadeiro laissez-faire e o resultado é esse que aí está.

Além disso a qualidade do projeto urbanístico ( ou a falta de qualidade da ausência deste ) tem maior impacto sobre a qualidade de vida da população do que a própria renda familiar. Se o cidadão vive em uma típica favela de alguma região metropolitana brasileira mesmo um enorme aumento de 100% na renda se refletiria pouco em termos de qualidade de vida.

Considerando a renda típica dessa faixa social ganhar o dobro não seria suficiente para investir em uma habitação em área mais favorecida, talvez nem mesmo para adquirir um plano de saúde. Continuariam convivendo com gravíssimos problemas de segurança, falta de saneamento, serviço precário de coleta de lixo, falta de lazer, a tortura diária do transporte público, o pesadelo do SUS, escola para os filhos, a pior possível, e uma infinidade de problemas não necessariamente relacionados com a baixa renda, mas devidos principalmente a desorganização dos sistemas nos grandes centros urbanos.

Desse modo quando o pobre logra melhorar de renda tudo que ele consegue é atingir uma nova faixa de consumo. Ele pode adquirir produtos e serviços mais sofisticados, mas quase sempre pouco necessários, e a raiz do ímpeto para consumir estes bens mais caros está no fato de que a auto-imagem em uma sociedade consumista ( consequentemente a auto-estima ) está ligada ao grau de prestígio social dos bens e serviços que você é capaz de consumir.

Riqueza para todos não é possível mas também não é necessária. Uma existência agradável para quase todos é desejável e uma meta mais próxima da realidade.

Mas para isso, antes, a revolução.

Offline -Huxley-

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Re:"Como ficar rico em dez passos"
« Resposta #3 Online: 11 de Janeiro de 2016, 19:05:46 »
Quais são os chavões de livros de auto-ajuda financeira?

Dois foram citados no post...“sucesso é uma decisão” ou “é só ter força de vontade”. A maior parte dos chavões se fundamenta na ilusão do controle. Citarei outro logo a seguir.

Uma vez eu vi uns vídeos (uma reportagem, acho que da CBC) e um(ns) artigos dizendo que o cara do "pai rico, pai pobre" (algo assim) era essencialmente uma fraude, não ganhava nada nos investimentos que dizia fazer (imobiliários), mas sim em vender livros, palestras e cursos, de preço bem elevado e qualidade questionável, talvez com elementos "piramidais", também, não lembro dos detalhes. Acho que tinha algo como praticamente constranger as pessoas a se endividarem para continuar comprando material do curso.

O nome do autor é Robert Kiyosaki. É dele a frase... “Pai rico dizia: 'Investir não é arriscado. O arriscado é não ter controle'" (citação do livro Pai Rico - O Guia de Investimentos).

Offline -Huxley-

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Re:"Como ficar rico em dez passos"
« Resposta #4 Online: 11 de Janeiro de 2016, 19:51:24 »

Acho que faltou examinar uma outra premissa implícita dos livros de auto-ajuda financeira cuja falsidade é até mais óbvia: os autores deste tipo de filão garantem que qualquer um que ler o livro e seguir o método será bem sucedido. Isto não é muito diferente dos esquemas de pirâmide, uma vez que não é preciso demonstrar que a riqueza não é acessível a todos, não importando o quanto as pessoas se esforcem. Simplesmente não há recursos suficientes para que a maioria tenha uma vida de luxos.

Uma das pouquíssimas coisas que economistas de convicções muito diferentes parecem concordar é que existem limites para o crescimento da renda nacional e que determinadas taxas de crescimento são impossíveis, pelo menos aquela taxa de crescimento comparável ao que ocorre na renda individual de alguém que sai da pobreza para uma vida livre de preocupações com o dinheiro. Restrição no balanço de pagamentos, restrição de progresso tecnológico, esgotamento de recursos naturais são algumas das causas mencionadas.

Porém, os autores omitirem que "a riqueza não é acessível a todos" é um crime menos grave que os outros, pois mantido o status quo do número de livros que eles conseguem vender, não haveria o problema de restrição macroeconômica.

Offline André Luiz

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Re:"Como ficar rico em dez passos"
« Resposta #5 Online: 11 de Janeiro de 2016, 19:53:53 »
Tem um pouco disto também nos cursos de empreendedorismo e geração de valor, muito mantra, muita empolgação  :|

Offline -Huxley-

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Re:"Como ficar rico em dez passos"
« Resposta #6 Online: 16 de Janeiro de 2016, 21:20:05 »
"O que eu faço se eu não puder prever?" Alguém já deve ter se perguntado isso ao ler o título do tópico e o post inicial. Mas há sim o que fazer. Como vocês viram no meu primeiro post do tópico, ficar rico comumente depende muito do que Nassim Taleb chama de "cisne negro". Aqui vai uma descrição desse conceito...

https://en.wikipedia.org/wiki/Black_swan_theory

Eu acho que Nassim Taleb é a minha principal influência intelectual na área de Finanças (ao lado de Daniel Kahnemann, talvez). Portanto, colocarei os melhores conselhos sobre o assunto do tópico. Uma biografia interessante sobre ele está disponível no site do sociólogo Malcolm Gladwell: http://gladwell.com/blowing-up/

Não escrevo tão bem quanto ele, portanto quase todas as frases abaixo são dele, foram retiradas dos dois livros dele que já li, A Lógica do Cisne Negro e Antifrágil:


(1) Faça uma distinção entre as contingências positivas e negativas.

Em um negócio virtuoso sujeito a Cisnes Negros, o que o passado não revelou certamente será bom para você. Em certos negócios, você é sortudo se não souber de nada – especialmente se os outros não sabem nada, mas não tem consciência disso. E você se sairá melhor se souber onde reside sua ignorância, se for o único procurando pelos livros não lidos. Ademais, você deve ser paranoico em relação aos Cisnes Negros negativos para que eles não causem estragos nos seus ganhos.

(2) Não procure pelo preciso e nem pelo local. 

É preciso entender a noção de que não se procura algo em especial todas as manhãs, mas que se trabalha duro para que a contingência entre em sua vida de trabalho.

(3) Agarre qualquer oportunidade ou qualquer coisa que se pareça uma oportunidade.

Muitas pessoas não percebem que estão recebendo uma oportunidade afortunada na vida quando ela acontece. Persiga essas oportunidades e maximize a exposição a elas.

(4) Cuidado com planos precisos feitos por governos.

Deixem que os governos façam previsões, mas não dê muita importância ao que dizem

(5) “Existem algumas pessoas que, se ainda não sabem de algo, você não pode contar algo para elas”.

Não perca tempo tentando lutar contra cientistas sociais, exceto para pregar peças neles. Se algum dia precisar dar ouvidos a uma previsão, tenha em mente que a exatidão dela degrada rápido à medida que se estende no tempo.

(6) O que você não sabe é mais relevante do que aquilo que você sabe.

Pense sobre a “receita secreta” para que se tenha um sucesso absoluto no ramo de restaurantes. Se ela fosse conhecida e óbvia, então alguém já teria concebido a ideia e ela teria passado a ser genérica. O próximo sucesso absoluto na indústria de restaurantes precisa ser uma ideia que não é facilmente concebida pela população atual de restaurantes. Quanto mais inesperado for o sucesso de um empreendimento, menor o número de concorrentes e mais bem sucedido será o empresário que implementa a ideia.   

(7) Livros do estilo "como fazer" são charlatães se dão apenas conselhos positivos; os profissionais dão ênfase a conselho do tipo “como não fazer”.

Os mestres de xadrez costumam ganhar ao não perder, pessoas enriquecem por não irem à falência; aprendizagem na vida diz respeito ao que evitar. Empirismo negativo é uma forma de se contornar o empirismo ingênuo. Ver cisnes brancos não confirma a não existência de cisnes negros. Mas se vejo um cisne negro posso confirmar que todos os cisnes não são brancos.

(8) Métodos mais simples para prognóstico e inferência podem funcionar melhor do que os complexos.

As pessoas querem “mais informações” para resolver problemas. Todavia, mais informações podem incluir epifenômenos que se possa imaginar como causa (análise complexa de causas é altamente frágil e sujeita a erros) e isso pode nos fazer perder de vista a ameaça essencial. Mesmo na medicina moderna, há avanços espetaculares no tratamento de doenças sem exigir qualquer compreensão profunda de suas causas.

(9) "Falácia da madeira verde" (expressão explicada em Antifrágil)

Quem observa de fora pressupõe que certos detalhes, como dominar o discurso habitual, é importante. Mas as pessoas que se dedicam a atividades práticas não são submetidas a exames de nivelamento; elas são selecionadas da forma mais não discursiva possível – os bons argumentos não fazem diferença. Taleb cita o caso de um bem-sucedido operador de câmbio de francos suíços que sequer sabia onde ficava a Suíça no mapa.

(10) Procure pela opcionalidade, preferencialmente com retornos ilimitados, e não limitados.

Não ficar preso a determinado esquema, de modo que se possa mudar de opinião enquanto se segue adiante, com base em novas descobertas ou informações.

(11) Não invista em planos de negócios, mas em pessoas

Ou seja procure alguém capaz de mudar seis ou sete vezes ao longo da carreira, ou mais, pois quando investimos em pessoas, ficamos imunes aos discursos de retroajustamento no plano de negócios – é simplesmente mais robusto fazer isso. Não há evidências que o planejamento estratégico funcione. Até há evidência que ela atrapalhe. Segundo o pesquisador de gestão William Starbucks, ele faz com que a empresa fique cega às opções, uma vez que se aprisiona a uma conduta não oportunista.

(12) Certifique-se que está operando no modo barbell.

Estratégia barbell é uma estratégia dupla, uma combinação de dois extremos, um lado seguro e outro especulativo, considerada mais robusta que uma estratégia “monomodal”; muitas vezes, considerada uma condição necessária para a antrifragilidade. Até mesmo a tentativo e erro, com os pequenos erros sendo o tipo “certo” de erros, é uma forma de barra de pesos. Um exemplo é investir 90% em títulos do Tesouro Americano e 10% em apostas de capitais de risco, de preferência usando a maior alavancagem possível (como opções). E quanto aos investimentos de "risco mediano"? Isso pode ser respondido com outra pergunta: como saber que o risco no investimento que existe realmente é mediano? (Lembre-se do problema do Cisne Negro).

13) Evite ser cegado pela vividez de um único cisne negro.

Tenha tanto dessas pequenas apostas quanto for concebível.

14) Você precisa amar para perder

As apostas de negócios sujeito a cisnes negros se ganha muito, mas com pouca frequência. Vale a pena se outras pessoas gostarem muito delas e se você tiver a resistência pessoal e intelectual necessária. Mas você precisa ter essa resistência. Você também precisa lidar com pessoas ao seu redor infligindo toda a sorte de insultos com você, a maioria diretamente.

15) Cuidado com o escalável

Algumas profissões não são escaláveis. Isso significa que você tem um limite no número de clientes que pode atender em um dado tempo e a sua presença é necessária. Dentistas, consultores, massagistas e taxistas estão nessa categoria. Algumas profissões permite que você multiplique sua produção e sua renda, caso seja competente, com pouco ou nenhum esforço extra. A tecnologia de cópia e distribuição permite que esses trabalhos sejam essencialmente de planejamento e inspiração, em vez de transpiração (e suor). Escritores, cantores, atores e grandes industriais estão nessa categoria. 

É tentador dizer que a segunda categoria de profissão é mais vantajosa. Isso só é verdade se você for muito bem-sucedido. Pois profissões escaláveis são mais competitivas, apresentam disparidades monstruosas entre o resultados entre os concorrentes e são muito mais aleatórias, com disparidades imensas entre esforços e recompensas. Muitas vezes, isso inclui fenômenos como “o-vencedor-leva-tudo”, basta ver o exemplo do domínio do Google no mercado de motor de busca. Também é comum que 80% dos resultados sejam gerados pela parcela dos 20% superiores e 50% dos resultados sejam gerados pela parcela do 1% superior, numa lei exponencial chamada de Princípio de Pareto. É por isso que é muito mais comum você encontrar escritores servindo cafés no Starbucks do que dentistas.

16) Seja bobo nos lugares certos

Mesmo as pessoas mais sábias estão sujeitas aos erros causados pelas heurísticas e vieses cognitivos, pois não teorizar leva a grande quantidade de consumo de energia mental. Portanto, saber onde os erros tem maior impacto é um melhor modo de entender onde a energia da “não teorização” deve ser empregada.
« Última modificação: 17 de Janeiro de 2016, 00:24:50 por -Huxley- »

Offline Pedro Reis

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Re:"Como ficar rico em dez passos"
« Resposta #7 Online: 19 de Janeiro de 2016, 16:30:18 »
Huxley, se você ainda não é, eu tenho certeza que um dia você vai ser muito rico.

E não vai ser graças a estes conselhos, embora possam até ser úteis, mas simplesmente por causa do seu interesse e empenho em enriquecer.

Um amigo leu um desses livros de auto-ajuda financeira, mas era meio esotérico, e o autor sugeria que  a pessoa pensasse em dinheiro o tempo todo. Deveria até mesmo dormir balbuciando a palavra "dinheiro, dinheiro"... Segundo o autor isto sintonizaria você com o universo atraindo a riqueza.

Meu amigo achou tudo muito engraçado mas eu penso que deve funcionar.

É o item 3 da sua lista: agarre as oportunidades. Este é o grande segredo, o mais importante de todos. Porém é mais provável que você reconheça uma oportunidade se estiver completamente mobilizado para isso. Se você for um "monomaníaco", com um único objetivo na vida, a despeito de talento, educação, experiência, inteligência... sua chance de atingir esse objetivo é considerável.

Algo curioso já aconteceu comigo diversas vezes e já deve ter acontecido também com alguns de vocês. É um fenômeno comum: em toda a sua vida você nunca ouviu falar de determinada coisa ou assunto, mas de repente, ao tomar conhecimento pela primeira vez, aquele assunto começa a surgir toda hora, em todos os lugares, como se fosse uma coincidência.

Até pouco tempo nunca tinha ouvido falar no sistema de reservas fracionadas. Quando li a primeira vez sobre isso fiquei impressionado com as implicações e por esse fato ser tão desconhecido. Dois dias depois estava caminhando no calçadão e de repente notei que alguém havia escrito em um poste, de maneira tosca, quase ilegível, usando um pedaço de carvão ou algo assim: " Todo o problema do mundo são as reservas fracionadas."

Coincidência? Uma mensagem que o universo estaria enviando para mim? Um sinal de alguma coisa que eu não sei o que é?

Provavelmente apenas o meu cérebro não teria antes feito registro desse grafite se eu não soubesse o que eram reservas fracionadas.

A cada instante o seu cérebro é submetido a milhares de informações, se você tivesse que lidar conscientemente com todas ficaria sobrecarregado e paralisado. Por isso um "filtro" dirige para a apreciação da consciência apenas  o que é importante. E o que é importante é você que define, de acordo com seus interesses e valores.

O seu filtro está ajustado para peneirar todas as oportunidades de sucesso financeiro. Você não tem como fracassar.

Offline -Huxley-

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Re:"Como ficar rico em dez passos"
« Resposta #8 Online: 19 de Janeiro de 2016, 22:40:40 »
Pedro Reis, se você for capaz de prever que eu ficarei rico ("se você ainda não é, eu tenho certeza que um dia você vai ser muito rico"), então seria você que provavelmente ficaria rico antes de mim, talvez roubando minha ideia de caminho para chegar lá. Lei do conhecimento reiterado (interpretação de Taleb numa estrutura popperiana): "Para que o futuro seja compreendido a ponto que você seja capaz de prevê-lo, é necessário incorporar os elementos desse futuro". Se você sabe que ficarei rico, então você sabe como ficarei rico e então já está encaminhado. Você não diria: "Eu sei que e como futuramente mais uma pessoa ficará rica. Ignorarei essa informação e terei os próximos meses tranquilos sem qualquer projeto adicional".
« Última modificação: 19 de Janeiro de 2016, 22:58:21 por -Huxley- »

Offline -Huxley-

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Re:"Como ficar rico em dez passos"
« Resposta #9 Online: 19 de Janeiro de 2016, 22:52:10 »
Um amigo leu um desses livros de auto-ajuda financeira, mas era meio esotérico, e o autor sugeria que  a pessoa pensasse em dinheiro o tempo todo. Deveria até mesmo dormir balbuciando a palavra "dinheiro, dinheiro"... Segundo o autor isto sintonizaria você com o universo atraindo a riqueza.

Se eu encontrasse um cara desses, pediria educadamente para ele repetir "Eu sei voar, eu sei voar"... Depois levaria-o para um alto de um prédio e, quando chegasse lá, daria um empurrãozinho dizendo: "Pronto, agora voa".  ::)
« Última modificação: 19 de Janeiro de 2016, 22:59:10 por -Huxley- »

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Re:"Como ficar rico em dez passos"
« Resposta #10 Online: 04 de Março de 2019, 00:23:02 »

Offline JJ

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Re:"Como ficar rico em dez passos"
« Resposta #11 Online: 04 de Março de 2019, 09:37:35 »
Um amigo leu um desses livros de auto-ajuda financeira, mas era meio esotérico, e o autor sugeria que  a pessoa pensasse em dinheiro o tempo todo. Deveria até mesmo dormir balbuciando a palavra "dinheiro, dinheiro"... Segundo o autor isto sintonizaria você com o universo atraindo a riqueza.

Se eu encontrasse um cara desses, pediria educadamente para ele repetir "Eu sei voar, eu sei voar"... Depois levaria-o para um alto de um prédio e, quando chegasse lá, daria um empurrãozinho dizendo: "Pronto, agora voa".  ::)



 :histeria:    :histeria:




Offline Gigaview

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Re:"Como ficar rico em dez passos"
« Resposta #12 Online: 04 de Março de 2019, 23:00:13 »
Verdades que podem doer...

Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline -Huxley-

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Re:"Como ficar rico em dez passos"
« Resposta #13 Online: 10 de Dezembro de 2019, 11:00:00 »
Curso Bilionário em 7 Dias de Murilo Coach:


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« Última modificação: 10 de Dezembro de 2019, 11:47:44 por -Huxley- »

Offline -Huxley-

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Re:"Como ficar rico em dez passos"
« Resposta #14 Online: 10 de Dezembro de 2019, 11:48:02 »
Verdades que podem doer...


O clichê de Kiyosaki "Profissionalmente, deixe de ser empregado e vire dono de negócios para ser bem-sucedido" é uma falácia baseada no viés da sobrevivência. Você não pode considerar uma profissão sem levar em conta a média das pessoas que entram nela, não os exemplos de quem foi bem-sucedido nela. Desse ponto de vista, os dentistas são mais profissionalmente bem-sucedidos do que os donos de negócios daqueles que Kiyosaki tinha quando era jovem. Existem muito mais donos de negócios do que dentistas passando fome. O fato de o dentista ser remunerado por hora não significa que ele esteja fadado a ficar eternamente na classe média, uma vez que ele também pode ter acesso a valores mobiliários que têm retornos potenciais imensamente desproporcionais ao risco que ele corre.
« Última modificação: 10 de Dezembro de 2019, 11:53:55 por -Huxley- »

 

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