Autor Tópico: A Escola Austríaca - Críticas  (Lida 1625 vezes)

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Offline Feliperj

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A Escola Austríaca - Críticas
« Online: 30 de Janeiro de 2016, 19:38:17 »
Pessoal,

Seguem algumas críticas sobre a Escola Austríaca :

Essa aqui é a mais abrangente que já li :

http://econfaculty.gmu.edu/bcaplan/whyaust.htm

Obs : essa critica ele escreveu antes da crise de 2008, e por isso considerava controversa/errada a afirmação que a expansão monetaria , manipulaçaõ de juros pudesse gerar distorções sistêmicas e levar a crises. Isso ocorreu, pois na visão neoclássica, temos a racionalidade do agente econômico que evitaria essas distorções. Em uma discussão com um Austriaco ele admitiu que depois de 2008, ele concorda que os agentes podem tomar decisões "irracionais"

Aqui, um conjunto de respostas :

https://mises.org/blog/caplan-and-responses

Essa aqui é especificamente sobre a lei da utilidade marginal decrescente :

https://mises.org/blog/austrian-and-neoclassical-concepts-marginal-ulitity

Acho que já é um bom início para a discussão.

Edit : Aqui um vídeo do Belluzo, onde ele fala sobre a falácia da composição, que depois eu vou comentar, pois agora, vou comprar carne e cerveja!! Churrasco à vista!! heheheeh


Abs
Felipe
« Última modificação: 30 de Janeiro de 2016, 22:31:09 por Geotecton »

Offline Buckaroo Banzai

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Re:A Escola Austríaca - Críticas
« Resposta #1 Online: 31 de Janeiro de 2016, 20:05:42 »
Eu não tenho gabarito para debater o assunto, no máximo dar uns pitacos e fazer algumas perguntas que com sorte não serão impertinentes, a não ser no bom sentido.

Minha posição político-econômica é de cético-agnóstico-pragmático. Tem uma porção de níveis de intervenção estatal e livre-mercado no mundo dando certo. Austríacos não raramente citarão como exemplo "do seu lado" Cingapura, que se não me engano tem algo com 80% da habitação sendo pública. Esquerdistas/estatistas citam os países nórdicos como exemplo oposto, mas estes tem economias bastante livres, "apesar" das políticas de bem-estar-social. Etc.

Minha visão caricaturalmente sintética sobre as coisas é que mercado é simplesmente você poder realizar trocas. E "estado" é um mecanismo intencionando reduzir eventuais externalidades disso. Por isso não consigo concordar com o extremo austríaco que me parece tender ao "anarco-capitalismo", que diga-se de passagem, acho que é quase um oxímoro, junto com austríacos mais light como Hayek que colocam "reinado da lei" como imprescindível para um mercado livre (ao mesmo tempo em que não vejo com muito otimismo alternativas não-estatais à lei... me parece requerer um nível maior de "monopólio").

Também não gosto da noção de tentar derivar a economia de axiomas, embora talvez isso não seja tão problemático se um pouco mais adiante essas coisas não estiverem tão fora do que é empiricamente observado. Algo análogo àquelas formulações teóricas de que haveria sensibilidade no mercado a até uma diferença de um centavo no preço de um bem, que, eu não acredito ser algo real, mas talvez ainda seja funcional pensando apenas como "tendência" geral.

Por último, e meio ad-hominem, o padrão de aceitação da escola austríaca novamente me parece análoga ao criacionismo ou a "ciências" alternativas em geral. Tem desproporcionalmente mais adeptos "populares", o que é bem mais característico de ideologia do que de "ciência", mesmo social. Outra aproximação, talvez maior, ainda calha de ser o comunismo/marxismo.

Ambos parecem ter tido alguma influência na economia mainstream. De um lado, Keynes, e do outro Hayek. Então por "apelo à autoridade" de leigo apenas marginalmente interessado no assunto, acho que isso deve ter sua explicação principalmente em algum grau de crivo "científico"/acadêmico, em vez de meramente ideologia ou "poder".


É o resumão do que penso, que me lembro agora.


Huxley, Partiti, Geotecton, DDV, Rhyan, Herf, Procedure, etc, podem assumir daqui. :P

Offline Feliperj

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Re:A Escola Austríaca - Críticas
« Resposta #2 Online: 01 de Fevereiro de 2016, 23:37:30 »
Olá Buck,

Minha posição político-econômica é de cético-agnóstico-pragmático. Tem uma porção de níveis de intervenção estatal e livre-mercado no mundo dando certo. Austríacos não raramente citarão como exemplo "do seu lado" Cingapura, que se não me engano tem algo com 80% da habitação sendo pública. Esquerdistas/estatistas citam os países nórdicos como exemplo oposto, mas estes tem economias bastante livres, "apesar" das políticas de bem-estar-social. Etc.

Na verdade, os Austríacos vão citar os EUA da época dos colonos, até a criação do FED; a Suécia em seu período liberal, que gerou a riqueza que viabilizou a instalação do estado de bem estar social, Hong King. Atualmente, realmente o que "sobrou" foi Cingapura (que tem um regime politico bem autoritário), Hong Kong e outros poucos.

E a questão do "dando certo" é a parte mais controversa, por causa da questão da sustentabilidade do modelo. Apesar de todos os nórdicos terem um mercado extremamente livre, com muito pouca interferência do estado e com alguns tendo um mercado mais livre que os próprios EUA atualmente,  todos eles estão sofrendo sérios problemas de sustentabilidade econômica (e ainda temos a questão cultural que torna o sistema muito vulnerável a imigração - já vem tendo problemas faz algum tempo). Mas se eles conseguirem resolver....

Além disso, temos a questão da comportamento. Tando Suecia, quanto Dinamarca e Noruegua tiveram sérios problemas com % relevante de pessoas vivendo dos beneficios do estado sem trabalhar!

Depois eu passo artigos e reportagens sobre esses problemas

Citar
Minha visão caricaturalmente sintética sobre as coisas é que mercado é simplesmente você poder realizar trocas. E "estado" é um mecanismo intencionando reduzir eventuais externalidades disso. Por isso não consigo concordar com o extremo austríaco que me parece tender ao "anarco-capitalismo", que diga-se de passagem, acho que é quase um oxímoro, junto com austríacos mais light como Hayek que colocam "reinado da lei" como imprescindível para um mercado livre (ao mesmo tempo em que não vejo com muito otimismo alternativas não-estatais à lei... me parece requerer um nível maior de "monopólio").

O que o Estado reduz de externalidades?

Eu concordo que o estado tem papel : proteção do país, sistema juridico e penitenciário, educação (até 2o grau) , saúde (sem o custo administrativo, talvez com sistema de vouchers :)) e assistencialismo para os que necessitam, para sair da condição de pobreza. O resto, é com o mercado e sem interferência - não sou liberal radical, estou mais para o lado do Hayek.

Citar
Também não gosto da noção de tentar derivar a economia de axiomas, embora talvez isso não seja tão problemático se um pouco mais adiante essas coisas não estiverem tão fora do que é empiricamente observado. Algo análogo àquelas formulações teóricas de que haveria sensibilidade no mercado a até uma diferença de um centavo no preço de um bem, que, eu não acredito ser algo real, mas talvez ainda seja funcional pensando apenas como "tendência" geral.

Acho que o mais correto é que se derive leis econômicas a partir do axioma da ação*, dado que o nosso sistema de cooperação é baseado na ação-humana intencional, com os homens usando meios para atingir determinados fins, onde as relações de causa e efeito podem ser deduzidas através da lógica verbal. E creio que muitas das leis realmente não precisam, sequer, de comprovação empírica :

Por exemplo :

1) tem sentido demonstrarmos empiricamente que em uma troca voluntária, ambos os envolvidos esperam se beneficiar dela e possuem ordens de preferência inversas com relação a troca? E em uma troca baseada na coerção, apenas um se beneficia e o outro é prejudicado?

2) Tem sentido demonstrarmos empiricamente a Lei de Associação de Ricardo?
https://mises.org/library/human-action-0/html/pp/707

3) Tem sentido provar a lei da utilidade marginal decrescente, conforme enunciada pela Escola Austríaca?
https://mises.org/blog/austrian-and-neoclassical-concepts-marginal-ulitity

*o que o axioma da ação fala é : o homem age, através de meios, para atingir determinados fins que melhorem a sua situação (fisica, psiquica, fisiologica, etc).

Acho que o Mises escorrega ao falar que esse axioma é verdadeiro, pois a tentativa de negá-lo leva a uma contradição. O fato da tentativa de negação ser uma ação humana, como defendida por ele (uso de meios para atingir fins), não significa que todas as ações sejam do mesmo tipo que ele defende. E ele sabe disso, tanto que separa a ação humana de atos reflexo, por exemplo. Mas em termos de ação em sociedade, não vejo como esse axioma não seja válido!

E mais ainda, compare essa metodologia e sua abordagem/visão da economia, com as outras. Você verá claramente que uma estuda um sistema complexo, dinâmico (onde o tempo e os "caminhos" são cruciais), real; as demais, criam uma completa ficção, para dela tirar conclusões sobre o mundo real!

No livro abaixo, que indiquei aqui, tem um quadro comparativo logo no 1o. capítulo comparando a EA e a escola de Chicago, e mais a frente outro quadro comparativo EA x Keynesiana/chicafo (capitulo 6):

http://www.mises.org.br/EbookChapter.aspx?id=221

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Por último, e meio ad-hominem, o padrão de aceitação da escola austríaca novamente me parece análoga ao criacionismo ou a "ciências" alternativas em geral. Tem desproporcionalmente mais adeptos "populares", o que é bem mais característico de ideologia do que de "ciência", mesmo social. Outra aproximação, talvez maior, ainda calha de ser o comunismo/marxismo.

Isso é relativamente fácil de explicar:
 
1) A escola austríaca focou na lógica verbal para explicar as relações existentes no sistema econômico, por entender que uma matematização não acrescentaria nada ao conhecimento econômico (das leis econômicas), além de ser totalmente sem sentido (não podemos somar utilidades marginais individuais, para encontrar uma curva de utilidade que represente o mercado, por exemplo). Os Chicaguistas/Keynesianos, transformaram a economia em uma ciência não acessível ao publico comum, com um alto nível de matematização. Dessa forma, a EA tem uma linguagem acessível ao público em geral, diferentemente das outras escolas.

Sobre a questão da matematização da economia :

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1690

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=95

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1735

Obs : falam da "arrogância" dos Austríacos, mas na realidade eles são muito mais conservadores com relação à economia que as demais escolas.

2) A escola austríaca foi constantemente sendo desprestigiada pelo meio político e financeiro, pela sua defesa do padrão ouro, pela sua crítica ao sistema de bancos centrais e reservas fracionarias, que restringiam, e muito, os lucros dos banqueiros; e em função da sua politica de estado mínimo, que colocava sérias restrições ao crescimento/gasto estatal.

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Ambos parecem ter tido alguma influência na economia mainstream. De um lado, Keynes, e do outro Hayek. Então por "apelo à autoridade" de leigo apenas marginalmente interessado no assunto, acho que isso deve ter sua explicação principalmente em algum grau de crivo "científico"/acadêmico, em vez de meramente ideologia ou "poder".

Keynes não é levado á sério por nenhuma das escolas liberais (só pelos governos). Nem a Austríaca, nem Chicago. No final, aparentemente nem ele mesmo estava acreditando na sua teoria, que já vem sendo falseada faz muito tempo (estagflação) :


Uma entrevista muito interessante sobre o conhecimento econômico de Keynes :


Abs
Felipe
« Última modificação: 02 de Fevereiro de 2016, 00:17:04 por Feliperj »

Offline JJ

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Re:A Escola Austríaca - Críticas
« Resposta #3 Online: 21 de Agosto de 2016, 07:53:02 »


A Escola Austríaca de Economia*


Ciro Gomes fez dura crítica, recentemente em uma palestra, à Escola Austríaca de Economia (EAE) e a seus defensores, como Rodrigo Constantino. Desde então, muitos deles têm gravado agressivos vídeos ou escrito textos em resposta, enquanto outros propõem um debate entre Ciro e algum especialista da escola.


Este texto tem o objetivo de analisar brevemente a EAE de forma a tentar ajudar aqueles que querem entender as suas ideias. Algumas delas são hoje adotadas pelo pensamento econômico prevalecente (mainstream) e uma parte é, de fato, interessante. É preciso conhecer cada uma para não aceitá-las ou rejeitá-las irrefletidamente. 


A EAE é, obviamente, uma defensora do sistema capitalista e crítica do socialista. Boa parte do seu sucesso se deve às fraquezas do socialismo, sobre as quais ela aproveitou para capitalizar. No momento em que se tira o socialismo da discussão, contudo, a EAE perde a sua força. É por isso que, de forma inconsciente ou ardilosa, os adeptos dessa escola procuram tentar caracterizar todos com visão mais à esquerda como socialistas, pois, assim, fica mais fácil atacá-los. Constantino é um mestre nisso. 


Seus principais expoentes, como Friedrich A. von Hayek, levantaram pontos negativos do socialismo que são pertinentes. Um dos principais é a falta de signos de preços de mercado, ou seja, sem mercado não há preços informativos definidos pelas relações econômicas, um elemento importante para a sociedade em diversos sentidos.


Uma das razões pelas quais há certo consenso no exterior entre economistas, mesmo de esquerda, no sentido de que, em regra, não se deve controlar preços ou reduzir tributação de apenas alguns produtos é evitar ineficiências geradas pelas distorções nos comportamentos e nos preços.


Se o objetivo é redistribuir, é mitigar a pobreza, é empoderar os menos favorecidos, o melhor mesmo é entregar dinheiro e deixá-los alocá-lo da forma que julgarem mais eficiente. Essa renda deve servir na tarefa de cobrir suas necessidades básicas e de equipá-los intelectual e tecnologicamente para o mercado competitivo.


A compreensão dos preços enquanto signos de conhecimento é um dos pontos centrais da EAE, e ele parece bem colocado. Os preços fixados no mercado são informações sobre o excesso ou a falta dos recursos e dos produtos, sobre como as relações estão acontecendo, sobre a oferta e a demanda.


Ao mesmo tempo, com a falta de um bem e o aumento do preço, ele passa a ser menos consumido, de modo que o mercado ajusta quase que automaticamente, apesar de nem sempre ser assim, a escassez ou o excesso de algo.


No caso do socialismo, sistema no qual a propriedade privada é controlada pelo Estado, este precisa definir incontáveis preços e controlar as quantidades de recursos e produtos, sendo gerada uma imensa ineficiência por conta disso.


Outras situações que afetam a eficiência e os preços são os monopólios, os cartéis e as especulações financeiras, de modo que todas precisam ser muito bem reguladas. É curioso como, apesar de saberem disso, os defensores da EAE são contrários à regulação acima de tudo.     


A EAE valoriza o mérito dos indivíduos em competição na sociedade, o que tem, de fato, grande relevância. A competição e a recompensa aos que têm mérito é mola propulsora de inovação, de esforço, de desenvolvimento e de crescimento. Numa sociedade onde os sujeitos já saibam mais ou menos quanto vão ganhar, independentemente do seu esforço e mérito, os resultados são muito mais tímidos, pois a motivação diminui consideravelmente. 


Essa ideia é importante mesmo numa sociedade capitalista, pois nos ensina a desenhar as políticas públicas, especialmente as sociais. É preciso criar políticas complexas, que igualem (ou ao menos aproximem) os pontos de partida dos desiguais, porém sem desestimular a dedicação, o esforço, a inovação, os comportamentos que levam a desenvolvimento e crescimento.


Um erro grave da EAE é focar demais na competição e esquecer da cooperação, típica consequência de quem assume o individualismo metodológico como premissa. De acordo com ela, importa sempre analisar as ações dos indivíduos singulares. Estado, empresa, família; todo tipo de organização coletiva é o resultado de decisões tomadas por individualidades.


Ludwig von Mises, um dos principais expoentes da EAE, cria, a partir daí, a sua noção de Praxeologia, segundo a qual seria possível chegar a respostas verdadeiras, a leis gerais da economia, a partir da análise das ações humanas.


A EAE chega ao absurdo de praticamente negar o empiricismo e o historicismo. Para ela, não é importante buscar confirmações na prática, em dados históricos, pois, a partir de uma análise das ações individuais humanas, seria possível traçar as leis naturais da economia.


Adeptos da Escola de Chicago, que é bastante empiricista, fazem essa crítica à EAE, alegando que ela defende teses nunca comprovadas na prática, como a de que o aumento do salário mínimo leva necessariamente a menos empregos.


Apesar de Hayek ter esboçado ideias evolucionistas e baseadas na teoria dos sistemas complexos, o seu pensamento, assim como o da EAE de um modo geral, é ainda bastante cartesiano, reducionista, mecanicista e determinista, pilares caracterizadores da vencida racionalidade prevalecente na Idade Moderna, que costumam explicar muito bem diversas teorias criadas entre os séculos XVII e XXI.


A noção de individualismo metodológico tem sua parcela de razão, mas desloca o pensamento para o indivíduo singular, deixando em segundo plano as relações e o todo.


É, portanto, uma compreensão reducionista do fenômeno econômico, que não ajuda a explicar, por exemplo, os comportamentos rebanho, manada e uma série de outras situações coletivas. O individual é completamente determinado pelo seu contexto e, portanto, muitas vezes age mais pela influência do coletivo do que por suas próprias convicções.


A melhor visão é a complexa, que dá o mesmo grau de relevância às partes e ao todo, mas principalmente às relações. Assim como o holismo metodológico é uma visão muito parcial, que foca apenas no todo e pensa ingenuamente compreendê-lo, o individualismo enxerga apenas as partes isoladas, não olhando adequadamente para as estruturas que se formam entre elas, talvez a parte mais importante de toda a existência humana.


As estruturas energéticas e de pensamento são ainda pouco conhecidas. As estruturas sociais, todavia, são exatamente as instituições, que os adeptos da EAE veem como algo pré-determinado, erro grave que será criticado adiante.

A noção de Praxeologia de Mises, então, é uma atrasada construção reducionista e baseada na visão lógico-dedutiva (cartesiana) que predominou nos últimos séculos por influência de Descartes, Newton e outros autores.

Desde o final do século XIX, o pensamento vem sendo modificado por noções como determinismo fraco; predominância de incertezas, contradições e paradoxos; transdimensionalidade; e caos. A visão de Hayek baseada no evolucionismo e nos sistemas complexos já é uma crítica em si à Praxeologia de Mises, porém ele não levou as suas próprias premissas às últimas consequências.


Um dos principais erros da EAE é a visão unidimensional da liberdade, que não a enxerga com diferentes graus ao longo da sociedade, procurando compreender as diferentes classes e suas relações. A sua visão de liberdade é simplista, busca deixar as relações correrem e evitar interferências do Estado.


Trata-se, na verdade, de pensamento bastante conservador, pois, onde se fala apenas em não interferir, a tendência é ficar como está e desacelerar o progresso. Apesar de a EAE ter sido criada e ser composta até hoje por pessoas preparadas, suas inadequadas escolhas metodológicas, filosóficas e ideológicas lhes fazem cair em frequentes enganos.


É curioso como, mesmo apesar de todas as evoluções econômicas e de uma ampla aceitação do trade-off entre liberdade (eficiência) e igualdade (equidade), muitos adeptos da EAE, como o próprio Constantino, insistem ainda, no ano de 2016, em falar apenas em liberdade e esquecer da igualdade ou deixá-la em segundo, terceiro plano.


Se o grau de desigualdade é muito grande, como no Brasil, a maioria da população não tem liberdade para crescer, para competir no mercado, para criar uma família e produzir. Que sentido faz, então, falar num sistema libertário que não dá liberdade à maioria?


É por isso que a EAE acerta mais em uma pequena parte das suas premissas técnicas econômicas do que em seus princípios e conclusões, o que se deve em muito a suas visões parciais e, portanto, falaciosas dos fenômenos.


O capitalismo leva a mais conhecimento, inovação e riqueza. É difícil de negar isso. No entanto, os seus defensores apaixonados esquecem de outros aspectos. O ser humano está com a moral cada vez mais degradada pela sede de capital e pelo consumismo, que culminam, frequentemente, na corrupção e na violência. A desigualdade deixa a maioria sem condições de produzir e destrói a eficiência.


É possível manter o sistema capitalista, porém redesenhado com novas instituições, fazendo-o funcionar com os mesmos pontos positivos, porém com correções nos pontos negativos que acarretem redução de desigualdade (e, portanto difusão da liberdade), aumento de cooperação, de respeito às regras, de senso social, mudanças que tendem a maximizar os próprios aspectos positivos do capitalismo antes mencionados.


A proteção da propriedade privada, uma ideia central do capitalismo e da própria EAE, é importante para que sejam garantidos os preços como signos de conhecimento, os resultados do trabalho dos indivíduos e para que, assim, realmente os méritos produzidos na sociedade sejam recompensados em termos de capital. Deve ser estimulada, porém, a busca por recompensas que vão além do capital.


Se não há instituições inclusivas o bastante, a maioria das pessoas sequer tem propriedade privada e vivem na rua ou em barracos, passando fome ou tendo muito pouco o que comer. Como essas pessoas irão adquirir conhecimento, como irão competir com as demais que tiveram todo o necessário desde o berço?


Sem uma difusão da liberdade e da propriedade privada não há meritocracia, pois alguns partirão, na corrida competitiva, de posições bem desfavoráveis. A EAE preocupa-se muito pouco com essas questões, pois é uma linha de pensamento míope, unidimensionalizada por uma ideia falaciosa de liberdade e por um individualismo excessivo que beira o egoísmo.


Ligado ao pilar do individualismo está o subjetivismo metodológico. Continuando a visão do ser humano como um indivíduo singular, com interesses próprios, quase sempre egoístas, a EAE prega uma compreensão da economia baseada em ações de sujeitos interessados.


Ela foca muito na ideia de que nós nos relacionamos economicamente por vontade de ter os melhores retornos possíveis. As vontades interessadas movem os indivíduos, uma ideia bastante parcial, que desconsidera inúmeros outros fins dos seres humanos para além do acúmulo de capital ou do consumo de bens e serviços.


Vários indivíduos, sobretudo na medida em que eles evoluem intelectual e moralmente, agem simplesmente na busca de sucesso profissional, que não necessariamente é individualista, como, também, podem agir com o objetivo maior de ajudar outros seres humanos.


A visão de que o homem é essencialmente um ser auto interessado é limitada, apesar de ter sua parcela de razão, e ainda pior é a crença de que o progresso moral humano não pode ser acelerado por melhores incentivos, inclusive econômicos.


Há indivíduos tão egoístas que, por ter essa visão exclusivamente auto interessada, a projetam em todos os demais da sociedade, o que é muito comum. Em regra, uma pessoa traidora projeta em todos os demais a falsidade e a infidelidade; o egoísta, então, acha que ninguém age, de fato, por pura solidariedade; e assim por diante. 


O subjetivismo metodológico leva a entendermos o custo e a utilidade como algo subjetivo. É o sujeito quem determina quanto vale cada bem em termos de quanto custa e de quanto lhe beneficia. Deste modo, é preciso compreender como os indivíduos pensam. Essa visão tem aspectos positivos e abre espaço para a Behavioral Economics.


A EAE teve como um dos seus méritos a difusão da ideia de “custo de oportunidade”, que significa o custo de cada escolha, de cada caminho. Toda decisão leva à preterição de outras, à perda de outras oportunidades. Assim, ao se comprar uma matéria-prima e utilizá-la, pode-se deixar de obter melhores ganhos com outra de maior qualidade. Ao se escolher pelo lazer, deixa-se de trabalhar, e vice-versa.


O último pilar da EAE aqui analisado, e talvez o mais fraco, é a visão mecanicista e determinista da sociedade enquanto uma ordem de dificílima alteração, algo pré-determinado para evoluir num determinado sentido, que vai completamente contra a ideia hoje crescente nos redutos mais avançados de conhecimento de que as instituições são moldadas pelos seres humanos, de modo que até mesmo o mercado pode ser redesenhado para que lhes dê resultados melhores.   


Do exposto nestas brevíssimas linhas, nota-se que a EAE tem adeptos inteligentes e estudiosos, que fazem boas críticas ao socialismo e ajudam a compreender melhor o capitalismo, porém pecam na falta de empatia, na sustentação de ideologia precária como vetor das suas teorias e no uso de premissas metodológicas atrasadas, que não ajudam ao aprofundamento dessas teorias e permitem o predomínio da ideologia.


Na Política, na Economia, no Direito e em qualquer área, o primeiro diferencial entre os pensadores é pensar em todos, sobretudo nos mais fracos, independentemente da sua origem, das suas ideias etc. Isso falta à EAE, típica escola de direita mais conservadora, menos progressista.



Há também ideologias esquerdistas de certa forma conservadoras, como a que quer apenas garantir empregos e uma eterna redistribuição de renda ou como a que se traveste de revolucionária para instalar sistemas até então pouco progressistas, como socialismo e comunismo. 


O segundo diferencial do bom pensador, consequência do primeiro, é pensar complexamente, aceitando dizer sim e não para a mesma ideia, aceitando a sua diversidade e a convivência entre elas, aceitando a contradição e a paradoxalidade, tornando possível enxergar os fenômenos em suas múltiplas dimensões, algo imprescindível para compreender onde estão os problemas e, por fim, solucioná-los.


A EAE não tem esses diferenciais, pois prega a conservação da ordem por meio do máximo de liberdade. Ela é a negação da política e do direito progressistas em prol de uma visão econômica essencialmente conservadora, individualista e, sobretudo hoje, financeira.


Não se pode, no entanto, deixar de conhecê-la, nem se esquecer dos seus méritos. A crítica de Ciro Gomes a ela deve se focar nos seus aspectos negativos, mas sem esquecer de ressaltar os seus pontos positivos, não correndo, assim, o risco de cair em “ideologismos”, que ele mesmo combate com sua força e inteligência.   



Por Marcos Villas-Bôas


Marcos Villas-Bôas é doutor em Direito Tributário pela PUC-SP, mestre em Direito pela UFBA, Advogado, atualmente faz pesquisas independentes na Harvard University e no MIT - Massachusetts Institute of Technology.




http://jornalggn.com.br/noticia/ciro-gomes-e-a-escola-austriaca-de-economia-por-marcos-villas-boas


*Editei o tíitulo do texto para tirar o foco do Ciro e colocar o foco na EA, que no final das contas é o que fez o autor  no decorrer do texto.


« Última modificação: 21 de Agosto de 2016, 08:04:18 por JJ »

Offline Buckaroo Banzai

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Re:A Escola Austríaca - Críticas
« Resposta #4 Online: 21 de Agosto de 2016, 21:37:52 »
Citar
Business cycle theory
Mainstream economic research regarding Austrian business cycle theory finds that it is inconsistent with empirical evidence. Economists such as Gordon Tullock,[90] Bryan Caplan,[26] Milton Friedman,[91][92] and Paul Krugman[93] have said that they regard the theory as incorrect. Austrian economist Ludwig Lachmann noted that the Austrian theory was rejected during the 1930s:

The promise of an Austrian theory of the trade cycle, which might also serve to explain the severity of the Great Depression, a feature of the early 1930s that provided the background for Hayek’s successful appearance on the London scene, soon proved deceptive. Three giants – Keynes, Knight and Sraffa – turned against the hapless Austrians who, in the middle of that black decade, thus had to do battle on three fronts. Naturally it proved a task beyond their strength.[94]

https://en.wikipedia.org/wiki/Austrian_School#Criticisms


Tem aqueles libertários mais moderados, como os economiistas do blog marginalrevolution, um deles aparece num "curso" de economia do youtube explicando brevemente as diversas teorias de ciclos ecnômicos. Num dos vídeos ele aborda a keynesiana, e como ela não é veementemente rejeitada (todas são expostas como explicando algo, mas limitadas), nos comentários tem gente inconformada dando piti e falando coisas como "o que? Socialismo nesse canal???? Como é que pode, meu deus!!!!!!111" :biglol: (Ah, o curso é de algum canal libertário, algo como freedomnomics, freedomandliberty, freetheeconomy, econfreedom4ever, econfreedomrulez, sei lá)

(Mas "de verdade", sem os exageros de pontuação denotando paródia)



Citar
"Austrian economics very much has the psychology of a cult. Its devotees believe that they have access to a truth that generations of mainstream economists have somehow failed to discern; they go wild at any suggestion that maybe they’re the ones who have an intellectual blind spot. And as with all cults, the failure of prophecy — in this case, the prophecy of soaring inflation from deficits and monetary expansion — only strengthens the determination of the faithful to uphold the faith."
—Paul Krugman, "Fine Austrian Whines

http://rationalwiki.org/wiki/Austrian_school

Rhyan

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Re:A Escola Austríaca - Críticas
« Resposta #5 Online: 03 de Setembro de 2016, 21:45:46 »
Ciro Gomes, o arregão?

Aceitou debater com o Rodrigo Saraiva Marinho depois de desafiar "qualquer um" da Escola Austríaca, e ainda teve a cara de pau de falar que "um pessoal da tal escola austríaca estava me caçando para um debate aí...", depois arregou. Ele criticou a Escola Austríaca dizendo que na Áustria tem crédito giratório. Quando lhe perguntaram qual teórico da EA ele conhece, ele respondeu a verdade: ninguém.

PS: Rodrigo Constantino nunca foi da EA, só fez uso e fama em cima de algumas coisas. Nunca se declarou puramente austríaco nem quando fingia ser libertário.

PS2: JornalGGN é aquelas mídias bizarras que estavam sendo financiadas pelo PT e pela Lava Jato, sempre citadas no Spotniks.

JJ se supera cada vez mais...
« Última modificação: 03 de Setembro de 2016, 21:48:21 por Libertário »

Rhyan

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Re:A Escola Austríaca - Críticas
« Resposta #6 Online: 03 de Setembro de 2016, 21:54:27 »
Plus: "Rational" Wiki + Paul Krugman

Pseudorational wiki é uma página que diz que empiria é importante na economia, mas a Escola de Chicago é pseudociência também. Só Keynes salva. Qual vertente keynesiana ninguém sabe, já que Keynes escrevia mal pra cacete e sua teoria não tem sentido claro criou-se varias seitas da mesma crendice.

Paul Krugman disse que uma invasão alienígena faria a economia se recuperar. Ele ainda não aprendeu a falácia da janela quebrada do Século XIX.

Offline Gauss

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Re:A Escola Austríaca - Críticas
« Resposta #7 Online: 03 de Setembro de 2016, 22:23:59 »
Keynesianismo puro é marginalismo econômico.

Você já viu o artigo da RationalWiki sobre Milton Friedman? É ad hominem puro. Principalmente quando eles falam dos  ChicagoBoys da Era Pinochet no Chile.

http://rationalwiki.org/wiki/Milton_Friedman

Segundo a "Rational"Wiki, MF era um libertário extremista e suas políticas econômicas defendidas não prestavam. Ignore o fato dele ser um economista neoclássico que influenciou as políticas monetárias do FED, do FMI...
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Rhyan

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Re:A Escola Austríaca - Críticas
« Resposta #8 Online: 03 de Setembro de 2016, 22:40:35 »
Keynesianismo puro é marginalismo econômico.

Oi?

Offline Gauss

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Re:A Escola Austríaca - Críticas
« Resposta #9 Online: 03 de Setembro de 2016, 22:49:09 »
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Rhyan

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Re:A Escola Austríaca - Críticas
« Resposta #10 Online: 03 de Setembro de 2016, 23:14:42 »
Ah, você não tá falando sobre rev. marginalista, né?

Acho que o keynesianismo sempre foi mainstream depois do liberalismo clássico, mesmo porque diz exatamente aquilo que os políticos gostam de ouvir. O liberalismo venceu o mercantilismo ideologicamente mas nem assim era tão praticado quanto deveria, os políticos não tinham muita desculpa contra a ciência econômica da época. Dai surgiu o keynesianismo com a volta de algumas ideias mortas do mercantilismo. Era exatamente o que os políticos queriam. Keynesianismo na prática se resume em gastar que nem idiota, imprimir que nem idiota, no longo prazo estaremos todos mortos mesmo. Nem Keynes era tão radical assim, ele ainda defendia um certo comportamento anticíclico no planejamento central. A estagflação dos anos 70 obrigou os keynesianos a atualizarem sua religião, não dava pra pisar no freio e no acelerador ao mesmo tempo. O keynesianosmo acadêmico é uma gambiarra teórica para agradar políticos e burocratas com muita maquiagem matemática. Os novos-keynesianos parecem um pouco mais chicaguistas, é uma pequena evolução que nem é conhecida e sentida no Brasil, aqui é keynesianismo marxista-cepalino unicampiano, algo assim.

Offline Gauss

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Re:A Escola Austríaca - Críticas
« Resposta #11 Online: 03 de Setembro de 2016, 23:23:45 »
Me referia deles serem uma escola marginal no âmbito acadêmico sério, não deles serem parte da Revolução Marginalista.

A Unicamp tem uma abordagem esquisita mesmo pelo que já li. Mas a FGV em compensação parece ser bem chicaguista levando em consideração alguns professores que tem por lá.

Por falar nisto, qual é a abordagem da USP? Devem ser post-keynesianos Unicampianos também.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline JJ

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Re:A Escola Austríaca - Críticas
« Resposta #12 Online: 06 de Setembro de 2016, 09:31:29 »
Ciro Gomes, o arregão?



Ciro Gomes,  o esperto. Ciro Gomes, o inteligente. 

Ele percebeu a tempo que seria burrice  emprestar o nome e a fama dele (que é nacional)  para um debate com um sujeito que não passa  de uma nulidade desconhecida.

Isso é saber fazer política.

Parabéns ao Ciro. 

 :ok:




Offline Geotecton

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Re:A Escola Austríaca - Críticas
« Resposta #13 Online: 06 de Setembro de 2016, 10:03:51 »
Ciro Gomes, o arregão?
Ciro Gomes,  o esperto. Ciro Gomes, o inteligente.

Não!

Ciro Gomes, o mau-caráter. Ciro Gomes, o fanfarrão. Ciro Gomes, o covarde.

 
Ele percebeu a tempo que seria burrice  emprestar o nome e a fama dele (que é nacional)  para um debate com um sujeito que não passa  de uma nulidade desconhecida.

A única coisa que ele "percebeu a tempo" é que um falastrão e ignorante e que seria 'trucidado' pelo oponente.


Isso é saber fazer política.

Isto é ser calhorda e mau-caráter.

 
Parabéns ao Ciro. 

 :ok:

Tenho pena de você, JJ.
« Última modificação: 06 de Setembro de 2016, 11:23:29 por Geotecton »
Foto USGS

Offline Gauss

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Re:A Escola Austríaca - Críticas
« Resposta #14 Online: 06 de Setembro de 2016, 10:29:27 »

Ciro Gomes,  o esperto. Ciro Gomes, o inteligente. 


Quem? Ciro Gomes? AUHUHAUHAUHAUHAUHAUHA

Ele percebeu a tempo que seria burrice  emprestar o nome e a fama dele (que é nacional)  para um debate com um sujeito que não passa  de uma nulidade desconhecida.

Isso é saber fazer política.
Você já viu a maneira como ele trata os adversários? Primeiro que quem provocou foi ele, dizendo que desafiava qualquer um da Escola Austríaca a discutir com ele. Ele arregou e começou a inventar que estava sendo perseguido pelas pessoas da EA. Típico mau-caratismo do Ciro Gomes.

Parabéns ao Ciro. 

 :ok:
Tem gente que cultiva o próprio político  de estimação...
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:A Escola Austríaca - Críticas
« Resposta #15 Online: 06 de Setembro de 2016, 10:53:41 »
Quais são as autocríticas da escola austríaca? Os novos desenvolvimentos, ao longo dos anos, revisando equívocos, assimilando contribuições de outras escolas, etc.

Offline JJ

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Re:A Escola Austríaca - Críticas
« Resposta #16 Online: 06 de Setembro de 2016, 12:11:07 »
Ele percebeu a tempo que seria burrice  emprestar o nome e a fama dele (que é nacional)  para um debate com um sujeito que não passa  de uma nulidade desconhecida.
Isso é saber fazer política.
Você já viu a maneira como ele trata os adversários? Primeiro que quem provocou foi ele, dizendo que desafiava qualquer um da Escola Austríaca a discutir com ele. Ele arregou e começou a inventar que estava sendo perseguido pelas pessoas da EA. Típico mau-caratismo do Ciro Gomes.


De forma geral eu não sei como ele trata os adversários. Mas neste episódio específico ele acabou fazendo a coisa certa.  Pois ir num debate com uma nulidade só iria servir para a nulidade  se promover em cima da fama do Ciro.

Se foi ele que provocou e desafiou, então não parece ter sido uma boa ação.  Mas efetivar tal debate  seria insistir no erro.


Offline JJ

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Re:A Escola Austríaca - Críticas
« Resposta #17 Online: 06 de Setembro de 2016, 12:15:02 »




Parabéns ao Ciro. 

 :ok:
Tem gente que cultiva o próprio político  de estimação...



Eu não tenho apreço especial pelo Ciro,  meus parabéns foram específicos para este episódio específico,  no qual em termos políticos ele fez a coisa certa ao final.



Offline JJ

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Re:A Escola Austríaca - Críticas
« Resposta #18 Online: 06 de Setembro de 2016, 12:22:05 »
Isso é saber fazer política.
Isto é ser calhorda e mau-caráter.


Mas justamente oras.  Os jogos políticos  às vezes são  melhor  jogados por calhordas e maus.

Jogo político é isso mesmo.   Muitas vezes é  jogo  sujo.


« Última modificação: 06 de Setembro de 2016, 15:24:30 por JJ »

Offline Buckaroo Banzai

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Re:A Escola Austríaca - Críticas
« Resposta #19 Online: 06 de Setembro de 2016, 12:23:20 »
"Insistir no erro"? Seria tão somente cumprir com a palavra, independentemente de qualquer erro.

A próxima coisa mais decente que poderia fazer seria admitir não ser capaz de um debate, e talvez escolher a alguém que considerasse mais capacitado a debater em seu lugar, que também estivesse disposto a fazê-lo.



Eu não tenho apreço especial pelo Ciro,  meus parabéns foram específicos para este episódio específico,  no qual em termos políticos ele fez a coisa certa ao final.

A "coisa certa" é então bradar algo e depois fugir? Jogo sujo? O mesmo vale para o que você posta aqui, é "jogo sujo"? Em nome do que é "certo"?

Offline JJ

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Re:A Escola Austríaca - Críticas
« Resposta #20 Online: 06 de Setembro de 2016, 12:26:49 »
"Insistir no erro"? Seria tão somente cumprir com a palavra, independentemente de qualquer erro.

A próxima coisa mais decente que poderia fazer seria admitir não ser capaz de um debate, e talvez escolher a alguém que considerasse mais capacitado a debater em seu lugar, que também estivesse disposto a fazê-lo.


Nos jogos políticos,  cumprir com a palavra não é mais importante  do que se dar bem.  O importante na política é se dar bem, é ganhar,  se ele errou no início, o certo em  POLÍTICA, é não continuar com a ação.



Offline JJ

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Re:A Escola Austríaca - Críticas
« Resposta #21 Online: 06 de Setembro de 2016, 12:29:11 »
Eu não tenho apreço especial pelo Ciro,  meus parabéns foram específicos para este episódio específico,  no qual em termos políticos ele fez a coisa certa ao final.

A "coisa certa" é então bradar algo e depois fugir? Jogo sujo? O mesmo vale para o que você posta aqui, é "jogo sujo"? Em nome do que é "certo"?



Minha referência é a atividades políticas.   
« Última modificação: 06 de Setembro de 2016, 15:22:49 por JJ »

Offline JJ

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Re:A Escola Austríaca - Críticas
« Resposta #22 Online: 06 de Setembro de 2016, 12:33:43 »
"Insistir no erro"? Seria tão somente cumprir com a palavra, independentemente de qualquer erro.

A próxima coisa mais decente que poderia fazer seria admitir não ser capaz de um debate, e talvez escolher a alguém que considerasse mais capacitado a debater em seu lugar, que também estivesse disposto a fazê-lo.


O  certo    em    política *   é , basicamente, o que serve para conquistar e/ou manter o poder .   



*Conforme o pensamento de Maquiável.


« Última modificação: 06 de Setembro de 2016, 12:45:41 por JJ »

Offline Gauss

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Re:A Escola Austríaca - Críticas
« Resposta #23 Online: 06 de Setembro de 2016, 14:12:15 »
Eu não tenho apreço especial pelo Ciro,  meus parabéns foram específicos para este episódio específico,  no qual em termos políticos ele fez a coisa certa ao final.

Ok...
Ciro Gomes,  o esperto. Ciro Gomes, o inteligente. 
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Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:A Escola Austríaca - Críticas
« Resposta #24 Online: 06 de Setembro de 2016, 14:16:53 »
"Insistir no erro"? Seria tão somente cumprir com a palavra, independentemente de qualquer erro.

A próxima coisa mais decente que poderia fazer seria admitir não ser capaz de um debate, e talvez escolher a alguém que considerasse mais capacitado a debater em seu lugar, que também estivesse disposto a fazê-lo.


O  certo    em    política *   é , basicamente, o que serve para conquistar e/ou manter o poder .   



*Conforme o pensamento de Maquiável.




Troque "política" por "PODER PESSOAL" em diversos tamanhos de fontes nessas afirmações.

"Política" teoricamente deveria ser apenas "gerenciamento", "prática administrativa". Coisas que comumente são inescrupulosamente manipuladas para a ascenção pessoal no PODER, mas isso não é sua devida função.


 

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