Interessante seu questionamento, foi só quando comecei a procurar lógica nas coisas que iniciei o processo de "descrentização". Como um ex-crente que realmente levava a sério tudo que me foi ensinado desde criança vou dar meu pitaco aqui.
A resposta pra sua pergunta (Qual terá sido o propósito?) de acordo com minha experiência é NÃO IMPORTA, não existia nenhum tipo de indagação parecida com essa, a religião se sustenta pelo medo das pessoas, no meio, questionar sobre a natureza de deus é algo inconcebível, lembro-me muito bem do cagaço que sentia toda vez que algum questionamento assim me vinha à cabeça.
Claro que não tenho amostragem suficiente pra afirmar que em todas as igrejas e vertentes é assim, mas em vários anos de culto em várias igrejas diferentes, congressos, retiros e tudo mais nunca vi nenhum questionamento ao menos parecido. O que se ensina é que deus simplesmente é essa parada de verbo que eu nunca entendi direito e não interessa o resto, você tem que procurar seguir o que tá na bíblia senão vai pro inferno, não se discute a ética, moral ou legalidade do que está escrito, se a interpretação da pessoa determinar que escravidão é legal então assim seja, nós estamos indo contra a vontade de deus por aboli-la (já vi crente me dizendo isso em uma argumentação).
Não sei como as pessoas conseguem viver condicionadas por esse medo pra sempre, fiquei "preso" por um tempo e acho que a medida que ia crescendo seria inevitável que em algum momento eu acabaria por me livrar, já que tem muito furo mesmo na estorinha.