Autor Tópico: “Sem o estado, quem cuidará dos pobres?”  (Lida 1423 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Rhyan

  • Visitante
“Sem o estado, quem cuidará dos pobres?”
« Online: 16 de Abril de 2016, 19:21:20 »
“Sem o estado, quem cuidará dos pobres?”
por Leandro Roque, domingo, 10 de abril de 2016


Um leitor nos enviou a seguinte pergunta:

Citar
"Concordo que o estado é ineficiente, propenso à corrupção e ao desperdício.  Concordo também que ele gera vários privilégios para quem está dentro da máquina pública.  Mas vocês ao menos concordariam que, se não fosse o estado, os pobres seriam ainda mais pobres, certo?"

Outro leitor enviou um comentário no mesmo sentido da pergunta acima:

Citar
"Dizem que não se deve dar o peixe ao povo, que deve ensiná-lo a pescar. Mas, se lhe tiramos o barco, os anzóis, a vara de pescar, temos que começar a lhe dar o peixe.  Sem o Bolsa-Família, o que seria dos pobres?"

Outro leitor complementou:

Citar
"O problema é que o estado só é mínimo na vida dos pobres."

Na mesma linha, outro leitor concluiu:

Citar
"Se não fosse o estado, o que seria das pessoas que vivem na extrema pobreza e com pouca expectativa de vida?"

E outro, finalmente, arrematou (provavelmente parodiando Thomas Hobbes):

Citar
"E como seria a vida dos pobres sem o estado? Inimaginável, sórdida, solitária, bestial e curta".

O que é interessante é que, por trás de todas as afirmações acima, há a ideia — já dada como certa — de que o estado é o solucionador (ou, pior das hipóteses, o remediador) da pobreza.

Segundo os defensores do assistencialismo, o estado — por mais defeitos que tenha — é quem impede que os pobres sejam ainda mais pobres, que a miséria se torne mais profunda, e que a expectativa de vida decline ainda mais.

Alguns — como é o caso do primeiro leitor — até conseguem ver o estado como uma máquina ineficiente que representa um grande entrave ao desenvolvimento.  No entanto, e curiosamente, quando se trata de amenizar e até mesmo acabar com a pobreza — algo infinitamente mais complicado do que simplesmente atravancar o progresso —, aquela máquina ineficiente e corrupta miraculosamente se transforma na solução suprema e inquestionável.

Como o estado é capaz de operar essa transubstanciação?

As perguntas que devem ser feitas

Eis uma pergunta raramente feita: por que as pessoas adoram debater sobre assistencialismo estatal (contra ou a favor), mas quase ninguém fala sobre as políticas governamentais que empurraram as pessoas para a pobreza?

Eis outra pergunta raramente feita: por que o estado nunca é visto como o causador da pobreza que ele próprio se propõe remediar?

Segundo os defensores do assistencialismo, o estado socorre os pobres, transfere-lhes poder de compra e lhes garante condições mínimas de vida.

Beleza.  Mas isso nos leva às seguintes perguntas:

1) Quem é que detém o monopólio da moeda e, consequentemente, adota políticas que destroem o poder de compra dessa moeda, perpetuando a pobreza dos mais pobres?

2) Quem é que, ao estimular o setor bancário a expandir o crédito — e, com isso, fazer com que a inflação de preços se mantenha continuamente alta —, intensifica a redução do poder de compra dos mais pobres?

3) Quem é que, ao incorrer em déficits orçamentários e com isso desvalorizar a moeda e a taxa de câmbio, não apenas aniquila o poder de compra dos mais pobres, como também os impede de utilizar seu já escasso poder de compra para adquirir produtos importados, o que melhoraria bastante seu padrão de vida e bem-estar?

4) Quem é que, além de desvalorizar a moeda, a taxa de câmbio e gerar inflação de preços, ainda impõe tarifas protecionistas para proteger o grande baronato industrial — e, com isso, impedir duplamente que os mais pobres possam adquirir produtos baratos do exterior?

5) Quem é que, ao estimular a expansão do crédito imobiliário via bancos estatais, encarece artificialmente os preços das moradias e joga os pobres para barracões, favelas e outras áreas com poucas expectativas de vida?

6) Quem é que impede que os moradores de favelas obtenham títulos de propriedade, os quais poderiam ser utilizados como garantia para a obtenção de crédito, com o qual poderiam abrir pequenas empresas, fornecer empregos e, de forma geral, se integrar ao sistema produtivo?

7) Quem é que tributa absolutamente tudo o que é vendido na economia, e com isso abocanha grande parte da renda dos pobres?

8) Quem é que, por meio de agências reguladoras, carteliza o mercado interno, protege grandes empresários contra a concorrência externa e, com isso, impede que haja preços baixos e produtos de qualidade no mercado, prejudicando principalmente os mais pobres?

9) Quem é que cria encargos sociais e trabalhistas que encarecem artificialmente e mão-de-obra e, com isso, gera desemprego, estimula a informalidade e impede que os salários sejam maiores?

Após responder a todas as perguntas acima (dica: a resposta é a mesma para todas elas), você verá o quão "sensata" é essa ideia de que é o estado quem salva os mais pobres.

Após ter criado toda essa cornucópia de intervenções e com isso destruir o poder de compra dos mais pobres, o estado criou um esquema de assistencialismo para tentar mitigar os efeitos nefastos causados pelas intervenções acima descritas.

Em vez de simplesmente abolir todas as causas da perpetuação da pobreza, a entidade que criou os problemas quer apenas remediá-los com novas intervenções. E ainda consegue a simpatia dos incautos e ingênuos. E também das vítimas.


Leandro Roque é o editor e tradutor do site do Instituto Ludwig von Mises Brasil.

Fonte: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2383

Offline Euler1707

  • Nível 24
  • *
  • Mensagens: 1.044
  • Sexo: Masculino
  • não há texto pessoal
Re:“Sem o estado, quem cuidará dos pobres?”
« Resposta #1 Online: 19 de Abril de 2016, 12:39:39 »
Eu ví esse comentário na página do MBL e achei engraçado:

Offline MarceliNNNN

  • Nível 16
  • *
  • Mensagens: 436
Re:“Sem o estado, quem cuidará dos pobres?”
« Resposta #2 Online: 19 de Abril de 2016, 13:05:07 »
Eu ví esse comentário na página do MBL e achei engraçado:
Apesar de ser um marxista, vejo muitos progressistas e socias-democratas com esse mesmo discurso.  E eles que são considerados a nata intelectual da sociedade. Não sei se eu rio ou choro.

Offline Lorentz

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 10.735
  • Sexo: Masculino
Re:“Sem o estado, quem cuidará dos pobres?”
« Resposta #3 Online: 19 de Abril de 2016, 13:29:34 »
Eu ví esse comentário na página do MBL e achei engraçado:

Deixa ele descobrir o Mercado Livre www.mercadolivre.com.br

É simples assim.
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

Rhyan

  • Visitante
Re:“Sem o estado, quem cuidará dos pobres?”
« Resposta #4 Online: 19 de Abril de 2016, 22:50:58 »
carlos marx... não deve ser sério isso

Offline Euler1707

  • Nível 24
  • *
  • Mensagens: 1.044
  • Sexo: Masculino
  • não há texto pessoal
Re:“Sem o estado, quem cuidará dos pobres?”
« Resposta #5 Online: 19 de Abril de 2016, 22:56:51 »
carlos marx... não deve ser sério isso
É sério. Esse não foi o único comentário dele, por mais caricato e estereotipado seja a sua figura.

Offline Lakatos

  • Nível 35
  • *
  • Mensagens: 3.071
  • Sexo: Masculino
Re:“Sem o estado, quem cuidará dos pobres?”
« Resposta #6 Online: 19 de Abril de 2016, 22:59:34 »
Faltou o texto responder de fato a questão do título. Quais são as melhores soluções liberais para amenizar o problema da pobreza extrema? Ou a miséria é apenas uma justa punição para quem não foi capaz de gerar valor econômico à sociedade?

Offline Euler1707

  • Nível 24
  • *
  • Mensagens: 1.044
  • Sexo: Masculino
  • não há texto pessoal
Re:“Sem o estado, quem cuidará dos pobres?”
« Resposta #7 Online: 19 de Abril de 2016, 23:26:06 »
Faltou o texto responder de fato a questão do título. Quais são as melhores soluções liberais para amenizar o problema da pobreza extrema? Ou a miséria é apenas uma justa punição para quem não foi capaz de gerar valor econômico à sociedade?
De fato, essa imagem foge ao escopo do tópico, num primeiro momento, mas se considerarmos o debate sobre o tema em geral, a argumentação do rapaz do print pode ser usada de forma proveitosa para esse debate. Veja como ele argumenta sobre como o mercado livre é uma falácia e perceba como podemos desenvolver esse tema e mostrar que não, o livre mercado não é uma falácia, mas na verdade é um dos meios para se acabar com a pobreza com o incentivo ao empreendedorismo e pioneirismo que caracteriza o livre mercado.
« Última modificação: 19 de Abril de 2016, 23:28:21 por Euler1707 »

Rhyan

  • Visitante
Re:“Sem o estado, quem cuidará dos pobres?”
« Resposta #8 Online: 20 de Abril de 2016, 00:27:10 »
Faltou o texto responder de fato a questão do título. Quais são as melhores soluções liberais para amenizar o problema da pobreza extrema? Ou a miséria é apenas uma justa punição para quem não foi capaz de gerar valor econômico à sociedade?

Nossa! 1) As respostas estão lá. 2) É o completo oposto disso.

“O capitalismo não criou a pobreza: ele a herdou.”
Ayn Rand

Offline Euler1707

  • Nível 24
  • *
  • Mensagens: 1.044
  • Sexo: Masculino
  • não há texto pessoal
Re:“Sem o estado, quem cuidará dos pobres?”
« Resposta #9 Online: 20 de Abril de 2016, 00:58:58 »
E eu achando que o Lakatos estava se referindo a mim.
Que pena...  :sleepy:

Offline Criaturo

  • Nível 36
  • *
  • Mensagens: 3.292
  • Sexo: Masculino
  • "sinto logo existo"
Re:“Sem o estado, quem cuidará dos pobres?”
« Resposta #10 Online: 20 de Abril de 2016, 09:47:57 »
“Sem o estado, quem cuidará dos pobres?”
por Leandro Roque, domingo, 10 de abril de 2016


Segundo os defensores do assistencialismo, o estado — por mais defeitos que tenha — é quem impede que os pobres sejam ainda mais pobres, que a miséria se torne mais profunda, e que a expectativa de vida decline ainda mais.

sou contra o assistencialismo proselitista partidário cativando fieis eleitores criando mendigos sociais mas, pior seria se tal verba acabasse destinada a corrupção!
Citar
5) Quem é que, ao estimular a expansão do crédito imobiliário via bancos estatais, encarece artificialmente os preços das moradias e joga os pobres para barracões, favelas e outras áreas com poucas expectativas de vida?

6) Quem é que impede que os moradores de favelas obtenham títulos de propriedade, os quais poderiam ser utilizados como garantia para a obtenção de crédito, com o qual poderiam abrir pequenas empresas, fornecer empregos e, de forma geral, se integrar ao sistema produtivo?

aqui ja discordo, os bens são públicos  por tanto deveriam ser comuns beneficiando a maioria e não usado para privilegiar alguns   grupos oportunistas minoritários apadrinhados por políticos que querem se manter no poder, usando  o poder publico. 
a maioria das invasões de terrenos publicos são articulada por políticos sobre promessas de releição, alem do que parte dos invasores  são de oportunistas que muitas vezes ja possuem casa própria,  a maioria das invasões em SP são em bairros centrais em locais privilegiados, onde instalamo comercio informal competindo com os que pagam impostos.
o bairro que moro teve todos seus terrenos municipais invadidos por pessoas que vieram de regiões bem distantes, agora onde é que a prefeitura poderá construir novas escolas , postos de saudê, creches ?
alem do que eles se aproveitarem de estarem se instalando em locais centralizados abrindo comércios ocupando todos os espaços estacionando carros, como "pobres favelados", possuem casas com portões automáticos, tv a cabo, carros importados como Audi, Hilux ? roubado não deve ser ja que ficam expostos nas avenidas ?
Titulo de propriedade gratuito para aquisição de bens publicos com isenção de imposto , é injusto socialmente, no minimo deveria urbanizar decentemente tais terrenos publicos e vender a um preço justo segundo a pobreza do necessitado.
Como ja disse sou contra o assistencialismo proselitista politico, onde o governo usa o poder publico para angariar eleitores.

« Última modificação: 20 de Abril de 2016, 09:54:12 por Criaturo »
existência é igual a  ciência, sem nenhuma ciência sem existência.

Amo sofia mas, ela parece fugir de mim, de tão longe faz o meu amor platônico.

Offline Lakatos

  • Nível 35
  • *
  • Mensagens: 3.071
  • Sexo: Masculino
Re:“Sem o estado, quem cuidará dos pobres?”
« Resposta #11 Online: 20 de Abril de 2016, 10:45:32 »
Faltou o texto responder de fato a questão do título. Quais são as melhores soluções liberais para amenizar o problema da pobreza extrema? Ou a miséria é apenas uma justa punição para quem não foi capaz de gerar valor econômico à sociedade?

Nossa! 1) As respostas estão lá. 2) É o completo oposto disso.

“O capitalismo não criou a pobreza: ele a herdou.”
Ayn Rand

É uma dúvida sincera, eu quero entender qual é o mecanismo previsto que leva da diminuição da intervenção estatal até uma melhor condição de vida para os mais pobres. O texto apenas afirma que vai acontecer, não explica como. Se não quiser responder, apenas diga que eu paro de insistir.

Offline Jurubeba

  • Nível 31
  • *
  • Mensagens: 2.071
  • Sexo: Masculino
  • CHAMEM OS ANARQUISTAS!!!
Re:“Sem o estado, quem cuidará dos pobres?”
« Resposta #12 Online: 20 de Abril de 2016, 11:09:50 »
Faltou o texto responder de fato a questão do título. Quais são as melhores soluções liberais para amenizar o problema da pobreza extrema? Ou a miséria é apenas uma justa punição para quem não foi capaz de gerar valor econômico à sociedade?

Nossa! 1) As respostas estão lá. 2) É o completo oposto disso.

“O capitalismo não criou a pobreza: ele a herdou.”
Ayn Rand

É uma dúvida sincera, eu quero entender qual é o mecanismo previsto que leva da diminuição da intervenção estatal até uma melhor condição de vida para os mais pobres. O texto apenas afirma que vai acontecer, não explica como. Se não quiser responder, apenas diga que eu paro de insistir.
De tudo que li e venho lendo sobre o assunto, não existe UMA resposta. Seriam o resultado de um conjunto de ações e situações.

Assim como as perguntas listadas no artigo sobre a atuação do estado, onde cada item foi pensado com outra finalidade, mas acabou resultado em pobreza e desigualdade, outro conjunto de itens noutra direção produzirá outros resultados.

Um bom local para encontrar essas respostas é o próprio site de onde o artigo foi extraído.

Saudações

Rhyan

  • Visitante
Re:“Sem o estado, quem cuidará dos pobres?”
« Resposta #13 Online: 21 de Abril de 2016, 06:14:08 »
“Sem o estado, quem cuidará dos pobres?”
por Leandro Roque, domingo, 10 de abril de 2016


Segundo os defensores do assistencialismo, o estado — por mais defeitos que tenha — é quem impede que os pobres sejam ainda mais pobres, que a miséria se torne mais profunda, e que a expectativa de vida decline ainda mais.

sou contra o assistencialismo proselitista partidário cativando fieis eleitores criando mendigos sociais mas, pior seria se tal verba acabasse destinada a corrupção!
Citar
5) Quem é que, ao estimular a expansão do crédito imobiliário via bancos estatais, encarece artificialmente os preços das moradias e joga os pobres para barracões, favelas e outras áreas com poucas expectativas de vida?

6) Quem é que impede que os moradores de favelas obtenham títulos de propriedade, os quais poderiam ser utilizados como garantia para a obtenção de crédito, com o qual poderiam abrir pequenas empresas, fornecer empregos e, de forma geral, se integrar ao sistema produtivo?

aqui ja discordo, os bens são públicos  por tanto deveriam ser comuns beneficiando a maioria e não usado para privilegiar alguns   grupos oportunistas minoritários apadrinhados por políticos que querem se manter no poder, usando  o poder publico. 
a maioria das invasões de terrenos publicos são articulada por políticos sobre promessas de releição, alem do que parte dos invasores  são de oportunistas que muitas vezes ja possuem casa própria,  a maioria das invasões em SP são em bairros centrais em locais privilegiados, onde instalamo comercio informal competindo com os que pagam impostos.
o bairro que moro teve todos seus terrenos municipais invadidos por pessoas que vieram de regiões bem distantes, agora onde é que a prefeitura poderá construir novas escolas , postos de saudê, creches ?
alem do que eles se aproveitarem de estarem se instalando em locais centralizados abrindo comércios ocupando todos os espaços estacionando carros, como "pobres favelados", possuem casas com portões automáticos, tv a cabo, carros importados como Audi, Hilux ? roubado não deve ser ja que ficam expostos nas avenidas ?
Titulo de propriedade gratuito para aquisição de bens publicos com isenção de imposto , é injusto socialmente, no minimo deveria urbanizar decentemente tais terrenos publicos e vender a um preço justo segundo a pobreza do necessitado.
Como ja disse sou contra o assistencialismo proselitista politico, onde o governo usa o poder publico para angariar eleitores.

Praticamente todas as favelas surgiram assim. Nenhum libertário seria a favor da invasão de um propriedade privada justamente adquirida, mas vários casos desses são abandonos ou terrenos do governo. O que entra na teoria do homesteading, apropriação original. O fato que de que muitas pessoas moradoras dessas áreas não serem donas das suas casas em nível legal com registro bonitinho gera uma espiral de problemas sociais e econômicos intensos. Você também tem as intervenções dos planos diretores que tentam moldar uma cidade através de burocratas urbanistas causando vários danos como, por exemplo, o crescimento para os lados em cidades que prédios altos são proibidos.

Citar
Você provavelmente não faz a menor ideia disso, mas quase a metade das moradias brasileiras não são plenamente legalizadas. Isso mesmo – metade. E a maioria esmagadora delas estão no mesmo lugar: na periferia.

Não se engane, não estou falando apenas de um pedaço de papel qualquer aqui. Pense um pouco. Qual é o maior empecilho para que os mais pobres criem prosperidade? A resposta é evidente: a incapacidade que eles têm de gerar capital. Sim, o capital é o principal ingrediente do sistema capitalista, é a base do progresso de qualquer país. Para você ter dinheiro você precisa ganhar dinheiro, não é mesmo? E para a maioria esmagadora das pessoas ao redor do mundo as suas propriedades são seus maiores ativos.

Sem direitos de propriedade não há capitalismo. Quando nós concedemos esse direito apenas para parte da população, que possui acesso legal ao registro de suas propriedades, fazendo com que a outra parte seja subcapitalizada – ou seja, esteja à margem do sistema, excluída do capitalismo – nós não apenas incentivamos a desigualdade social, por razões que escapam à economia capitalista, como possibilitamos a ascensão de discursos anticapitalistas, que abraçam esse cenário de abandono institucional para propagar o ideal de que o capitalismo é inerentemente perverso e excludente. Não é de se espantar que discursos populistas sejam tão prontamente aceitos em países com problemas de direitos de propriedade. Nesses lugares o que nós estamos oferecendo é capitalismo para os ricos e um abandono institucional para os pobres. O que precisamos ofertar no lugar é isonomia: uma reforma fiduciária de baixo para cima, que massifique finalmente os direitos de propriedade no país. Nós precisamos permitir que os mais pobres tenham finalmente acesso ao capital.

http://spotniks.com/so-ha-um-jeito-do-brasil-sair-da-maior-crise-de-sua-historia-e-e-diminuindo-o-tamanho-do-estado/

Rhyan

  • Visitante
Re:“Sem o estado, quem cuidará dos pobres?”
« Resposta #14 Online: 21 de Abril de 2016, 06:23:27 »
Faltou o texto responder de fato a questão do título. Quais são as melhores soluções liberais para amenizar o problema da pobreza extrema? Ou a miséria é apenas uma justa punição para quem não foi capaz de gerar valor econômico à sociedade?

Nossa! 1) As respostas estão lá. 2) É o completo oposto disso.

“O capitalismo não criou a pobreza: ele a herdou.”
Ayn Rand

É uma dúvida sincera, eu quero entender qual é o mecanismo previsto que leva da diminuição da intervenção estatal até uma melhor condição de vida para os mais pobres. O texto apenas afirma que vai acontecer, não explica como. Se não quiser responder, apenas diga que eu paro de insistir.

Ok. Imagina o estado não interferindo em tudo isso dito do tópico, por um longo tempo, ou interferindo pouco. Imagina um país evitando a inflação monetária, os ciclos econômicos, o desemprego involuntário, o protecionismo, a burocracia, a carga tributária, os deficits fiscais, a dívida pública, os juros altos, os encargos trabalhistas, as regulamentações de mercado e todo o resto. Isso não é suficiente pra perceber que os pobres estariam melhor?

Veja a quantidade de empreendedorismo que existe nas favelas:
http://spotniks.com/as-5-licoes-de-capitalismo-das-favelas-brasileiras/

Se isso ainda não te convenceu, de uma boa lida no relatório Economic Freedom of the World do Fraser Institute.


Offline Gaúcho

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.288
  • Sexo: Masculino
  • República Rio-Grandense
Re:“Sem o estado, quem cuidará dos pobres?”
« Resposta #15 Online: 04 de Julho de 2017, 11:42:42 »
Sem o Estado, quem vai cuidar da produção de cinema nacional?

Citar
Ancine cria taxa sobre vídeos no Youtube para financiar “cinema nacional”

O governo federal resolveu se intrometer mais uma vez na Internet, dessa vez por meio da Ancine (Agência Nacional de Cinema). A nova invenção do órgão, definida na Instrução Normativa n° 134, estabelece que todas as obras audiovisuais publicitárias veiculadas na Internet terão que ser obrigatoriamente registradas junto ao órgão com pagamento de Condecine, a “contribuição” que financia os artistas e cineastas corporativistas do “cinema nacional”. Em outras palavras: quaisquer vídeos publicitários veiculados no Youtube ou outro sites de vídeos, incluindo aqueles sem caráter publicitário direto mas que possuem merchandising incluído na obra, devem ser registrados junto ao governo e pagar a taxa.

A nova instrução também cria uma cota para brasileiros ou residentes no país em cada produção ao estabelecer que cada “Obra Audiovisual Publicitária Brasileira Filmada” deve ser “realizada por diretor Brasileiro ou estrangeiro residente no País há mais de 3 (três) anos, e que utilize para sua produção, no mínimo, 2/3 (dois terços) de artistas e técnicos Brasileiros ou residentes no Brasil há mais de 5 (cinco) anos”.

A regulação também estabelece que cada obra audiovisual publicitária deve ser registrada na Ancine incluindo título, produto / serviço anunciado, anunciante, agência envolvida, duração e ano de produção, bem como o comprovante de pagamento do Condecine, para que obtenha o número do Certificado de Registro de Título – CRT e seja “autorizada” a ser comunicada. A regulação também estalece que cada obra deve pagar Condecine uma vez ao ano “por segmento de mercado audiovisual em que seja comunicada publicamente”, ou seja, o mesmo vídeo deve pagar Condecine duas vezes se desejar ser veiculado em dois segmentos diferentes (Internet e televisão aberta, por exemplo).

De acordo com o site da Anatel, a Condenice é a principal fonte de recursos do Fundo Setorial de Audiovisual (FSA), que por sua vez é a principal fonte de recursos tomados dos pagadores de impostos para financiar o “cinema nacional” por meio da Lei do Audiovisual, em um modelo similar à Lei Rouanet. Somente em 2015, o orçamento do FSA foi de quase 1 bilhão de reais. É por meio dos recursos da Condenice que filmes como o do Porta dos Fundos, o da youtuber Kéfera e do Gregório Duvivier foram financiados.

http://www.ilisp.org/noticias/ancine-cria-taxa-sobre-videos-no-youtube-para-financiar-cinema-nacional/
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:“Sem o estado, quem cuidará dos pobres?”
« Resposta #16 Online: 04 de Julho de 2017, 12:17:07 »
Bizarro, imbecil, vergonhoso, e revoltante.

Tem que extinguir esse tipo de órgão tão rápido quanto possível. Não sem antes prender alguns deles, deve ter alguma coisa em que algusn deles se enquadrem.

Offline Sergiomgbr

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 11.712
  • Sexo: Masculino
  • uê?!
Re:“Sem o estado, quem cuidará dos pobres?”
« Resposta #17 Online: 04 de Julho de 2017, 12:32:19 »
O que precisa é que boicotar tudo que for financiado por eles, direta ou indiretamente.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:“Sem o estado, quem cuidará dos pobres?”
« Resposta #18 Online: 04 de Julho de 2017, 13:12:38 »
Infelizmente boicote é um instrumento muito ineficiente.

E, tendo o estado nas mãos, eles contornam isso aumentando um imposto aqui ou criando outro ali, e sentem menos ainda do que sentiriam grandes empresas sem ajuda do estado.

O que precisa era acabar com essa hegemonia dos parasitas políticos, chutando-os do poder ou, não os elegendo mais.

Uma constituinte para uma constituição mais enxuta e restritiva também talvez fosse muito útil.





Eu acho exgerado, beirando infantil, se dizer "imposto é roubo" desqualificadamente, mas isso é bem o caso. É moralmente indefensável. Enquanto em outros casos você pode sustentar ser imprescindível para segurança, e de tremenda importância em infra-estrutura, educação, e saúde, aqui estamos falando de "filme do porta dos fundos", pelo amor de Deus!


Alguém deveria fazer uma contra-proposta de um sistema de financiamento coletivo estatal, mas com financiamento voluntaŕio. Eu ainda sou contra, parece só um "BNDES light", ou serviço do mesmo, mas acho que dribla qualquer argumento estatóide boçal de "ah, mas a cultura, precisamos fomentar a cultura", ao mesmo tempo em que talvez drible também essa imbecilidade, ao menos. A defesa fica tendo que ter mais dificuldade em frasear, "mas é que nós acreditamos que as pessoas devem financiar coisas que elas mesmas não querem assistir, porque um seleto grupo assim decidiu".

Aceita a argumentação contra moralidade do financiamento compulsório de projetos privados, se está também a apenas um passo de descartar o voluntário estatal e ficar só com o privado.





Citação de: WP
Manoel Rangel Neto (Brasília, 2 de junho de 1971), é cineasta brasileiro. Foi diretor-presidente da Agência Nacional do Cinema (ANCINE) de 2006 a 2017.

Militante comunista desde adolescente [...]

:/

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!