Autor Tópico: Notícias sobre o obscurantismo (ou rumo à Idade das Trevas)  (Lida 877 vezes)

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Offline Derfel

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Notícias sobre o obscurantismo (ou rumo à Idade das Trevas)
« Online: 04 de Maio de 2016, 17:25:47 »
Tópico para notícias e discussões sobre ataques que promovam o obscurantismo na sociedade.

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Deputados de AL aprovam lei que pune professor que opinar em sala de aula212
Carlos Madeiro
Colaboração para o UOL, em Maceió (AL) 26/04/201618h18 > Atualizada 27/04/201610h21
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Andreza Araújo/Arquivo Pessoal
Manifestantes protestam contra o projeto Escola Livre e tentam entrar na Assembleia, após a transmissão da sessão ser suspensa
Manifestantes protestam contra o projeto Escola Livre e tentam entrar na Assembleia, após a transmissão da sessão ser suspensa
Por 18 votos a oito, os deputados estaduais de Alagoas decidiram, em votação no fim da tarde desta terça-feira (26), derrubar o veto do governador Renan Filho (PMDB) ao projeto Escola Livre. Agora, os professores são obrigados a manter "neutralidade" em sala de aula e estão impedidos de "doutrinar" e "induzir" alunos em assuntos políticos, religiosos e ideológicos, sob pena até de demissão.

A votação foi marcada por confusão no lado de fora, onde manifestantes contrários e a favor do projeto assistiam à sessão. Logo no início da discussão, o telão que apresentava a votação teve problemas e foi desligado. Manifestantes tentaram invadir o plenário da Assembleia para assistir à votação, mas a galeria já estava lotada. A polícia precisou conter os manifestantes. O portão do legislativo foi destruído na confusão, mas não houve relato de feridos.

O projeto Escola Livre, de autoria do deputado Ricardo Nezinho (PMDB), foi aprovado em primeira e segunda votações, por unanimidade, no dia 17 de novembro. Dois meses depois, em janeiro, o governador vetou integralmente a lei, alegando inconstitucionalidade.

O veto à lei foi defendido pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação. Segundo a instituição, Alagoas passa a ser o primeiro Estado do país a ter uma lei nesse sentido que pune professores por opiniões em sala de aula.

O veto do governador foi defendido pelo líder do governo, deputado Ronaldo Medeiros (PMDB). "O professor, com essa lei, não vai poder falar sobre a teoria de Darwin, pois, como se sabe ele, era ateu. E não vai poder falar sobre a Reforma Protestante porque um católico pode reclamar", afirmou.

Em sua fala, o deputado Ricardo Nezinho rebateu e garantiu que o projeto não censura professores. "Fiquei pasmo ao saber que, após sete meses tramitando aqui, passando por várias comissões, ninguém chegou para discordar da proposição. É inadmissível, quase um ano depois, haver discussão de censura, de mordaça de professor. O projeto vai em busca do bom professor, que é 99% da rede", disse.

O deputado Bruno Toledo (Pros), um dos maiores defensores do projeto, criticou a repercussão contrária e pediu a derrubada do voto em "nome dos costumes." "Ninguém quer criminalizar aqui professor, e rogo pela honestidade intelectual de quem está falando sobre o tema, que discuta, que sugira que a gente tenta melhorar", disse.

O projeto
Segundo a lei que será promulgada, o professor deve manter "neutralidade política, ideológica e religiosa do Estado"; e fica "vedada a prática de doutrinação política e ideológica em sala de aula, bem como a veiculação, em disciplina obrigatória, de conteúdos que possam induzir aos alunos a um único pensamento religioso, político ou ideológico."

O professor também ficaria proibido de fazer "propaganda religiosa, ideológica ou político-partidária em sala de aula" e incitar "seus alunos a participar de manifestações, atos públicos ou passeatas".

Além disso, determina ainda que, nas questões políticas, socioculturais e econômicas, o professor deve apresentar aos alunos, "de forma justa, com a mesma profundidade e seriedade, as principais versões, teorias, opiniões e perspectivas das várias concorrentes a respeito, concordando ou não com elas."

A lei também condiciona a frequência dos estudantes em disciplinas optativas à "expressa autorização dos seus pais ou responsáveis."

Para garantir a efetividade da lei, o projeto prevê punições previstas no Código de Ética e no regimento único dos servidores, que estipula até demissão.

A lei foi vetada integralmente pelo governador sob argumento de que era inconstitucional. Para Renan Filho, ela prevê gastos com cursos de capacitação, e é vedado aos deputados apresentarem projetos que criem novas despesas ao Executivo.

Também foi contrária à ideia dos deputados. "A partir do momento que se proíbe o professor de tecer qualquer consideração de natureza filosófica, política e ideológica, sem qualquer parâmetro adequado, acaba-se por tolher o amplo espectro de atuação do profissional da educação", diz o veto do governador.


Repercussão
Segundo o doutor e professor em direito constitucional, Othoniel Pinheiro, a lei é "totalmente inconstitucional" e pode ser derrubada por meio de ações no STF (Supremo Tribunal Federal) ou TJ-AL (Tribunal de Justiça de Alagoas).

"Essa lei tem vícios de iniciativa, porque mexeu na atribuição da Secretaria da Educação de criar gastos. Já existe precedente nesse sentido no STF, inclusive com uma lei de Alagoas. Na questão material, ela é uma que restringe em demasia a liberdade de ensinar do professor, que é prevista na Constituição. Ela fala que o professor não pode induzir um aluno a um pensamento. O que seria induzir? Qualquer aluno ou pai vai poder dizer que o professor está induzindo, e vai criar um problema desnecessário ao professor, mesmo. Lei não deve ter conteúdo muito aberto, as definições devem ser taxativas, e não é o caso dessa lei absurda", afirma.

Procurada, a assessoria do governador Renan Filho afirmou que ele está em viagem, mas disse que ainda não há definição sobre se o governo vai recorrer da aprovação da lei no judiciário.

http://educacao.uol.com.br/noticias/2016/04/26/deputados-de-al-aprovam-lei-que-pune-professor-que-opinar-em-sala-de-aula.htm

Offline Derfel

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Re:Notícias sobre o obscurantismo (ou rumo à Idade das Trevas)
« Resposta #1 Online: 04 de Maio de 2016, 17:35:54 »
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Bispo é cotado para Ministério da Ciência e Tecnologia em governo Temer

Pastor licenciado da Universal e presidente nacional do PRB, Marcos Pereira pode assumir como ministro em transição de governo
Da Redação
03 de Maio de 2016 - 11h20

Em um eventual governo, o atual vice-presidente Michel Temer (PMDB) pode passar a chefia do Ministério da Ciência e Tecnologia para Marcos Pereira, pastor licenciado da Universal e presidente nacional do PRB. Os dois jantaram na noite de segunda-feira (2) no Palácio Jaburu, residência oficial do vice.

Isso porque o PRB, braço político da Igreja Universal do Reino de Deus, bateu o pé nas negociações e não topou a sugestão de Temer de empurrar para partidos aliados ministros de sua cota pessoal. Assim, ficou acertado que o partido ficará com a pasta da Ciência e Tecnologia.

A formação da hipotética equipe ministerial de Temer voltou a desagradar o PSDB, que estaria desapontado com a falta de nomes técnicos para a área. Embora tenham decidido apoiar o governo no Congresso e com a indicação de ministro.

Com a desconfiança, os tucanos ameaçam voltar à estaca zero e oferecer apenas apoio parlamentar às medidas do hoje vice-presidente.


http://computerworld.com.br/bispo-e-cotado-para-ministerio-da-ciencia-e-tecnologia-em-governo-temer

Offline El Elyon

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Re:Notícias sobre o obscurantismo (ou rumo à Idade das Trevas)
« Resposta #2 Online: 04 de Maio de 2016, 17:36:20 »
Chamar a "Idade das Trevas" de Idade das Trevas não é aderir a uma forma de obscurantismo histórico, não adotado mais por quase nenhuma corrente historiográfica hoje em dia?  :)

Chiste a parte, esse é o tipo de lei que é desnecessária por si só, praticamente inaplicável e que requer um tipo de juiz mais iluminado do que o previsto pelo Culto da Razão da França Revolucionária. Provavelmente ficará relegada a "letra-morta da Lei".
"As long as the Colossus stands, Rome will stand, when the Colossus falls, Rome will also fall, when Rome falls, so falls the world."

São Beda.

Offline Gaúcho

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Re:Notícias sobre o obscurantismo (ou rumo à Idade das Trevas)
« Resposta #3 Online: 04 de Maio de 2016, 17:43:20 »
Professor não tem que fazer proselitismo em sala de aula mesmo.

Se usou a palavra "opinar" no projeto, mas todo mundo sabe que o que ocorre é doutrinação. E sempre esquerdista. Dá a matéria e guarda tuas opiniões sobre Che Guevara pra ti mesmo.
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Muad'Dib

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Re:Notícias sobre o obscurantismo (ou rumo à Idade das Trevas)
« Resposta #4 Online: 04 de Maio de 2016, 17:52:30 »
Professor não tem que fazer proselitismo em sala de aula mesmo.

Se usou a palavra "opinar" no projeto, mas todo mundo sabe que o que ocorre é doutrinação. E sempre esquerdista. Dá a matéria e guarda tuas opiniões sobre Che Guevara pra ti mesmo.

Quando eu estava no colegial eu tinha 2 professores de história. Lembro de um dia estar conversando com colegas como era engraçado os dois terem opiniões completamente distintas sobre a figura histórica do Getúlio Vargas. Estadista ou ditador imprestável?

Opiniões são diferentes de doutrinação.

Assim que eu li a reportagem do primeiro post deste tópico eu imaginei quantos posts iria levar para alguém citar a conspiração esquerdista que está em curso no projeto de marxismo cultural do foro de São Paulo.


Offline Geotecton

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Re:Notícias sobre o obscurantismo (ou rumo à Idade das Trevas)
« Resposta #5 Online: 04 de Maio de 2016, 18:00:49 »
Neste tópico caberia perfeitamente a apresentação e a discussão sobre o conteúdo de alguns livros "didáticos" onde há exaltação ao socialismo e condenação ao capitalismo, que já foi mostrado em alguma outra parte deste fórum.

Obscurantismo e ideologização idiotizante em sua plenitude.
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Offline Geotecton

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Re:Notícias sobre o obscurantismo (ou rumo à Idade das Trevas)
« Resposta #6 Online: 04 de Maio de 2016, 18:01:52 »
[...]
Chiste a parte, esse é o tipo de lei que é desnecessária por si só, praticamente inaplicável e que requer um tipo de juiz mais iluminado do que o previsto pelo Culto da Razão da França Revolucionária. Provavelmente ficará relegada a "letra-morta da Lei".

O melhor é que ela seja declarada inconstitucional.
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Offline Gaúcho

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Re:Notícias sobre o obscurantismo (ou rumo à Idade das Trevas)
« Resposta #7 Online: 04 de Maio de 2016, 18:02:05 »
Professor não tem que fazer proselitismo em sala de aula mesmo.

Se usou a palavra "opinar" no projeto, mas todo mundo sabe que o que ocorre é doutrinação. E sempre esquerdista. Dá a matéria e guarda tuas opiniões sobre Che Guevara pra ti mesmo.

Quando eu estava no colegial eu tinha 2 professores de história. Lembro de um dia estar conversando com colegas como era engraçado os dois terem opiniões completamente distintas sobre a figura histórica do Getúlio Vargas. Estadista ou ditador imprestável?

Opiniões são diferentes de doutrinação.

Assim que eu li a reportagem do primeiro post deste tópico eu imaginei quantos posts iria levar para alguém citar a conspiração esquerdista que está em curso no projeto de marxismo cultural do foro de São Paulo.



Eu, por outro lado, não lembro a opinião de nenhum professor sobre absolutamente nada. Eles entravam na sala, passavam a matéria e pronto. Exatamente como tem que ser. Ninguém precisa de professores falando para suas crianças como o socialismo é espetacular ou como Brilhante Ustra foi um herói.
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Offline Geotecton

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Re:Notícias sobre o obscurantismo (ou rumo à Idade das Trevas)
« Resposta #8 Online: 04 de Maio de 2016, 18:08:56 »
[...]
Assim que eu li a reportagem do primeiro post deste tópico eu imaginei quantos posts iria levar para alguém citar a conspiração esquerdista que está em curso no projeto de marxismo cultural do foro de São Paulo.

Não precisa imaginar nada.

Não sei se é baseada em alguma diretriz daquele foro de vagabundos, mas eu já vi material didático de história e de geografia humana com analise de viés marxista.
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Offline Gaúcho

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Re:Notícias sobre o obscurantismo (ou rumo à Idade das Trevas)
« Resposta #9 Online: 04 de Maio de 2016, 18:15:49 »
[...]
Assim que eu li a reportagem do primeiro post deste tópico eu imaginei quantos posts iria levar para alguém citar a conspiração esquerdista que está em curso no projeto de marxismo cultural do foro de São Paulo.

Não precisa imaginar nada.

Não sei se é baseada em alguma diretriz daquele foro de vagabundos, mas eu já vi material didático de história e de geografia humana com analise de viés marxista.

Deve ser esse material aqui:













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Offline Jurubeba

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Re:Notícias sobre o obscurantismo (ou rumo à Idade das Trevas)
« Resposta #10 Online: 04 de Maio de 2016, 18:18:06 »
Eu vou vomitar  :enjoo:

Offline Gaúcho

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Re:Notícias sobre o obscurantismo (ou rumo à Idade das Trevas)
« Resposta #11 Online: 04 de Maio de 2016, 18:27:33 »
Tem isso aqui também:

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MEC já admite mudar texto do novo currículo da Educação
Em consulta pública, 9,8 milhões de alterações foram sugeridas

BRASÍLIA — Diante de críticas contundentes, o Ministério da Educação já decidiu modificar o texto do novo currículo nacional da Educação básica, chamado oficialmente de Base Nacional Comum Curricular. O texto já recebeu cerca de 9,8 milhões de sugestões de alterações desde que entrou em consulta pública, em setembro de 2015.

História deverá ser a disciplina com mais mudanças. A configuração do conteúdo levou historiadores a apontarem um suposto viés ideológico de esquerda na Base Curricular. No artigo “A Revolução cultural do PT”, publicado ontem no GLOBO, o historiador Marco Antonio Villa aponta um “duro golpe” no caso do ensino de História e explica:

"É um crime de lesa-pátria. Vou comentar somente o currículo de História do ensino médio. Foi simplesmente suprimida a História Antiga. Seguindo a vontade dos comissários-educadores do PT, não teremos mais nenhuma aula que trata da Mesopotâmia ou do Egito. Da herança greco-latina os nossos alunos nada saberão. A filosofia grega para que serve? E a democracia ateniense? E a cultura grega? E a herança romana? E o nascimento do cristianismo? E o Império Romano?”.

Villa diz ainda: “Toda a expansão do cristianismo e seus reflexos na cultura ocidental, o mundo islâmico, as Cruzadas, as transformações econômico-políticas, especialmente a partir do século XI, são desprezadas. O Renascimento — em todas as suas variações — foi simplesmente ignorado. Parece mentira, mas, infelizmente, não é. Mas tem mais: a Revolução Industrial não é citada uma vez sequer, assim como a Revolução Francesa ou as revoluções inglesas do século XVII.”

"DOCUMENTO RECHEADO DE EQUÍVOCOS"

Villa afirma que, segundo o MEC, o que importa “são as histórias ameríndias, africanas e afro-brasileiras”. E ainda que “os movimentos pré-independentistas — como as Conjurações Mineira e Baiana — não existiram, ao menos no novo currículo. As transformações do século XIX, a economia cafeeira, a transição para a industrialização foram desconsideradas, assim como a relação entre as diversas constituições e o momento histórico do país, isto só para ficar em alguns exemplos”.

Para o historiador, “o documento está recheado de equívocos, exemplos estapafúrdios, de panfletarismo barato, de desconhecimento da História. Os programas dos cursos universitários de História foram jogados na lata de lixo e há um evidente descompasso com a nossa produção historiográfica.”

O MEC admite que temas relacionados à História Antiga voltarão à nova versão da Base Nacional Curricular. Mas as falhas apontadas por especialistas no texto não se resumem a História. Foram apontados também problemas graves em Português e Matemática.

Outros estudiosos concordam que no currículo de História a principal falha do texto elaborado por uma comissão de professores universitários, é de fato a ausência ou a pouca ênfase na História europeia, que inclui temas importantes como o estudo da Grécia e da Roma antiga, além das Revoluções Francesa e Industrial, contrapondo-se a um vasto conteúdo de História do Brasil e da África, assinalando a importância de determinados povos, como indígenas e escravos.

EX-MINISTRO ADMITIU PROBLEMAS

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e o ex-ministro da Educação Renato Janine Ribeiro, responsável por apresentar a versão em debate do currículo nacional, em setembro, já admitiram que há necessidade de alterações no texto. Na época da divulgação, Janine disse que o documento elaborado pelos professores convocados pelo MEC precisava ser melhorado. O então ministro usou termos como “brasilcêntrico” e “africocêntrico” para classificar o trabalho. Depois de assumir a pasta, Mercadante concordou com as críticas, em audiência pública na Câmara.

Hoje, a presidente da Associação Nacional dos Professores e Pesquisadores de História (Anpuh), Maria Helena Capelato, se reunirá com o MEC para pedir prazo maior para a consulta pública, que termina em 15 de março.

— Em alguns pontos, a proposta aparece muito detalhada, nas revoluções Cubana ou Mexicana, por exemplo. Em outros, como o Renascimento ou as Navegações, as menções são raras e vagas. É ótimo fazermos a crítica do eurocentrismo, mas não se pode deixar de fora aqueles que estão sendo criticados. Da mesma forma, concordamos com a inclusão de povos que são relegados no ensino, como os índios, os Incas — afirma Maria Capelato.

Como Mercadante está em férias, o ministro interino da Educação, Luiz Cláudio Costa, refutou ontem as acusações contra a Base. Segundo ele, o documento em consulta pública é uma primeira versão que ainda incluirá as contribuições que vêm sendo feitas. Em seguida, explicou Costa, o texto ainda passará pelo crivo das redes de ensino estaduais e municipais, que farão seminários, até ser encaminhado ao Conselho Nacional de Educação. Só depois disso, Mercadante poderá assinar a Base para torná-la obrigatória.

— Não há qualquer chance de haver um viés ideológico na Base Nacional Comum. O importante é acreditar no processo de debate que vai melhorar a proposta inicial até se chegar ao consenso possível — afirma Costa.

Denis Mizne, diretor-executivo da Fundação Lemann, que trabalha com projetos inovadores na área de Educação, disse achar natural a discussão sobre o tema, uma vez que o Brasil nunca teve um documento tão detalhado sobre o currículo da Educação básica:

— Sem entrar no mérito se temos de falar mais do escravo ou da Grécia, ficou claro que há uma real dificuldade de encontrar formas de ensinar História. Cabe à sociedade entrar no debate para fazer as modificações necessárias.

Paula Louzano, pós-doutoranda na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, lamenta que o debate sobre História ofusque problemas graves no currículo de Português e Matemática, considerados base do ensino. A falta de rigor é uma das falhas, aponta Paula:

— No 1º ano, espera-se que o aluno conte até 30. Em Cuba e em praticamente toda a Europa, é até cem; nos Estados Unidos, até 120. A gramática só aparece de forma explícita até o 3º ano, por causa da alfabetização, depois desaparece.Diante de críticas contundentes, o Ministério da Educação já decidiu modificar o texto do novo currículo nacional da educação básica, chamado oficialmente de Base Nacional Comum Curricular. O texto já recebeu cerca de 9,8 milhões de sugestões de alterações desde que entrou em consulta pública, em setembro de 2015.

http://oglobo.globo.com/brasil/mec-ja-admite-mudar-texto-do-novo-curriculo-da-educacao-18416717

E pensar que o então Ministro da Educação está em vias de ser preso por obstrução da justiça. Não dá pra esperar nada melhor quando é uma organização criminosa que define os rumos da educação do país.
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Offline Geotecton

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Re:Notícias sobre o obscurantismo (ou rumo à Idade das Trevas)
« Resposta #12 Online: 04 de Maio de 2016, 19:08:10 »
Citar
[...]
— Não há qualquer chance de haver um viés ideológico na Base Nacional Comum. O importante é acreditar no processo de debate que vai melhorar a proposta inicial até se chegar ao consenso possível — afirma Costa.
[...]

Não há chance de viés ideológico?

Ao que parece é só o que existe nele, oras!!
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Skorpios

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Re:Notícias sobre o obscurantismo (ou rumo à Idade das Trevas)
« Resposta #13 Online: 05 de Maio de 2016, 07:54:27 »
Eu, por outro lado, não lembro a opinião de nenhum professor sobre absolutamente nada. Eles entravam na sala, passavam a matéria e pronto. Exatamente como tem que ser. Ninguém precisa de professores falando para suas crianças como o socialismo é espetacular ou como Brilhante Ustra foi um herói.

+1  :ok:

 

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