Autor Tópico: Como a regulação do governo prejudica a medicina e contribui para a pseudociênci  (Lida 1672 vezes)

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Rhyan

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Como a regulação do governo prejudica a medicina e contribui para a pseudociência

Publicado em 5 de maio de 2016 | por Daniel Bier

Em 1900, a expectativa de vida média nos Estados Unidos era de apenas 47 anos, e uma em cada 10 crianças morriam antes de completar 1 ano. Hoje, a expectativa de vida está chegando a 80 anos, e a mortalidade infantil caiu para 0,5%. Vacinas têm levado à quase extinção doenças mortais como a pólio, varíola, sarampo, coqueluche, hepatite e tétano. Se houvesse um monumento à conquista humana, seria o de que existem tantas pessoas vivas e saudáveis ao seu redor – e tão poucas doentes ou morrendo.

A medicina moderna é um triunfo excepcional da inteligência e da cooperação humana. Como resultado de um desenvolvimento científico e econômico sem paralelos, o Ocidente tem erradicado doenças infecciosas, reduzido a mortalidade infantil drasticamente, e tem tido progressos no diagnóstico e tratamento de todos os tipos de enfermidade.

No entanto,  a desconfiança na medicina baseada em evidências ainda é grande, e práticas pseudocientíficas continuam a prosperar às suas margens – apenas nos Estados Unidos, a medicina alternativa é um mercado que movimenta  U$ 34 bilhões ao ano. Dado o inegável sucesso da medicina moderna, por que tantos a rejeitam em favor de remédios sem base científica?  Enquanto a resposta, certamente, baseia-se em uma combinação de fatores, incluso os de caráter histórico, cultural e psicológico, a economia revela outro possível culpado pelo sucesso da pseudo-medicina: leis de licenciamento ocupacional.

O economista Milton Friedman, em seu livro “Capitalismo e Liberdade”, publicado em 1962, especulou a respeito do fator econômico por trás da aceitação pública da medicina charlatã. Friedman dizia que as regulamentações de licença para a prática médica criou um incentivo econômico para os substitutos à medicina convencional. Ele argumentava que o licenciamento cortou drasticamente a oferta profissionais médicos, direcionando os consumidores para alternativas não regulamentadas.

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Sempre que se estabelece uma barreira para entrar em algum campo, se estabelece um incentivo para encontrar maneiras de contorná-la e, é claro, a medicina não é uma exceção. O surgimento das profissões de osteopatia e de quiropraxia não é algo desconexo à restrição para se ingressar na medicina. [...] Pelo contrário, cada uma delas representou, até certo ponto, uma tentativa de contornar a restrição de entrada [...] Estas alternativas possivelmente possuem uma qualidade inferior à que teria a prática médica, caso não houvesse tais restrições.

Friedman explicou que se as licenças cumprirem seu propósito – evitar a entrada de prestadores de serviços médicos marginais – então, para aqueles que não têm condições de pagar um médico, “a alternativa é a prática inexperiente por parte de alguém; ela pode ser realizada por pessoas que não tenham qualquer qualificação profissional.” Friedman certamente tinha razão em 1962, mas hoje, a demanda pela medicina alternativa vem principalmente de pessoas com mais recursos. A demanda por cuidados básicos é inelástica e subsidiada pelo estado assistencialista, enquanto a maior parte dos tratamentos médicos alternativos não é coberta pelo Medicaid [N.R.: Programa do governo dos EUA que subsidia a assistência com saúde para os mais pobres], e os pobres possuem menos renda disponível para gastos com quiropráticos, suplementos caros, e assim por diante. Em todo caso, o licenciamento reduz a oferta, elevando o preço da assistência médica e tornando seus substitutos mais atrativos. O campo é preenchido por charlatões e vendedores de remédios “milagreiros”, resultando em mais  fornecedores desqualificados do que em uma situação onde o livre mercado prevalecesse, com certificações privadas competitivas.

O que é significativo em relação ao curandeiro e o homeopata não é apenas o fato de que eles tendem a ser mais baratos do que médicos diplomados, mas também porque eles frequentemente prometem, de forma fraudulenta, maiores benefícios pelos seus serviços do que aqueles que a medicina possa proporcionar. Esta situação parece indicar que as restrições impostas pelo governo sobre a oferta de assistência médica podem agravar as restrições postas pela realidade.

Em quase todo caso, o que a medicina alternativa está vendendo é, na verdade, uma  resposta placebo, a qual é um fenômeno real, resultante de interações positivas com pessoas que se conhece, não importando se elas estejam usando jalecos ou cristais mágicos. Ao mesmo tempo, por conta da oferta reduzida, médicos extremamente qualificados gastam muito tempo tratando problemas menores. O tempo de que dispõem é extremamente valioso e demandado, criando altos custos de oportunidade para conversar com os pacientes.  Além disso, por conta de terceiros, tais como o Medicare [N.R.: nome do sistema de seguros de saúde gerido pelo governo dos Estados Unidos da América e destinado às pessoas de idade igual ou maior que 65 anos ou que verifiquem certos critérios de rendimento] e a obrigatoriedade dos planos de saúde pagarem por quase todo procedimento médico, existe pouca competição entre os médicos, e quase nenhuma entre eles e os técnicos menos qualificados, que poderiam tratar problemas simples de forma efetiva e a um custo inferior, em um ambiente menos regulado.

Estes fatos nos permitem fazer duas previsões, que acredito terem fundamento. Primeiro, levando-se em conta as barreiras de entrada e o status de cartel dos médicos, a qualidade das interações pessoais deles com os pacientes é, provavelmente, menor do que seria de outro modo. (Por exemplo, um estudo revelou que os médicos ouvem os pacientes por apenas 23 segundos antes de interrompê-los.) Segundo, pessoas que vendem serviços alternativos ou substitutos competirão nessa margem através de uma abordagem mais amistosa, ouvindo mais, e prometendo resultados extremamente otimistas. O resultado é um efeito placebo para o paciente, e uma vasta indústria de provedores “alternativos” bem-intencionados, porém desqualificados, para a sociedade.

O fato lamentável é que a principal escassez de assistência médica é criada pela natureza: nem tudo pode ser consertado, e ninguém vive para sempre. Enquanto buscarmos a imortalidade, as pessoas continuarão a ser enganadas por charlatões prometendo a cura de todos os males e poções mágicas. É por isso que a demanda não atendida pelo tratamento perfeito é preenchida pela falsa oferta. Superstição e falta de realismo se abrigam nas lacunas de nosso conhecimento, e amistosos charlatões preenchem as margens da assistência médica, afirmando resolver todos os problemas que a medicina ainda não resolveu.

Parte disso é inevitável e, provavelmente, inofensivo, mas pode se revelar muito perigoso quando picaretas convencem pessoas doentes a beber água ao invés de tomar antibióticos ou estalar suas costas ao invés de fazer quimioterapia. Ao restringir a oferta de profissionais através do licenciamento e outras regulamentações, governos têm tornado mais difícil aos americanos o acesso à assistência médica, e assim, ironicamente, levando as pessoas a alternativas de qualidade ainda mais baixa em relação à boa medicina. As boas intenções dos reguladores raramente prevalecem sobre os incentivos econômicos. É tempo de combater a fraude com a liberdade: Elimine as barreiras de entrada e deixe as pessoas escolherem o nível de tratamento que seja bom para elas.

// Tradução de Saulo Henrique. Revisão de Ivanildo Santos III. | Artigo Original

Daniel Bier
É editor do fee.org.

Rhyan

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Daniel Bier is the editor of The Skeptical Libertarian. The Skeptical Libertarian is a project to promote science, secularism, and skeptical inquiry in the libertarian movement. He personally writes on issues relating to science, skepticism, and economic freedom, focusing on the role of evolution in social and economic development. "Instead of trying to silence or ignore the crazies in our midst, we ought to confront them and expose the lunatic fringe for what they really are: peddlers of fear, falsehood, and paranoia, just like the politicians they claim to oppose. We cannot sit passively next to the people in tinfoil hats screaming about chemtrails and FEMA camps and still expect to be listened to when we try to speak about our real concerns on foreign policy or personal liberty." When he's not debating the crazies and exposing some downright sketchy things the government is up to, Daniel likes to perfect his underwater basket-weaving technique. Normally he's busy doing things like working as researcher for a free market think tank in Washington, DC, appearing on Fox Business and Al Jazeera, and contributing to The Freeman, The Commentator, Reason, and more. However, when given the opportunity, he likes to take long walks on the beach and drink pina coladas. He dislikes being caught in the rain.

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Offline Buckaroo Banzai

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https://en.wikipedia.org/wiki/Medical_license
[...]

Criticism

Beyond the more general criticisms of occupational licensing that licensing increases costs and fails to improve quality, licensing in the medical profession specifically has been criticized as failing to enforce the standard practices they are charged with enforcing. In 1986, Inspector General at the US Health Department said that medical boards took "strikingly few disciplinary actions" for physician misconduct.[8] There have been a number of cases involving patient deaths where physicians only had their licenses removed years after multiple wrongful patient deaths had happened.[8] [9]

Also, it has been said that because hospitals have had more legal burden placed on them in recent decades, they have more of an incentive to require their physicians to be competent.[10] State medical boards have increased the number of disciplinary actions against physicians since the 1980s.[11]



Por algum motivo eu suspeito que a prática médica sem licença esteja significativamente mais associada a mortalidade e seqüelas do que a prática licenciada. Seria de se esperar ser também algo mais litigioso no fim das contas.

Me parece uma "barreira artificial" que na maior parte do tempo não deve ser mais maléfica do que as artificialidades de se exigir dirigir sóbrio e obedecendo às leis de trânsito. Pode-se imaginar que no fim das contas marketo-darwnisticamente sobreviveriam só os melhores, essas barreiras acabam sendo uma forma menos letal de conseguir uma aproximação disso. E de certa forma não é tão diferente de um mega-hospital que fizesse testes mais rigorosos para contratação.

Offline Buckaroo Banzai

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Nota: é FALSO que homeopatia seja sempre placebo. Dependendo da [falta de] regulação do país, eles podem colocar princípios ativos sem passar pelas mesmas baterias de testes exigidos para medicamentos de verdade. É o caso dos EUA, onde pessoas perderam a olfação por overdose de um princípio ativo em "medicamento" homeopático.

Offline Criaturo

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uma coisa é certa: quando a dor aperta ninguém ficará só rezando para ela passar, nem ira procurar um homeopata, nem um centro espirita, nem a igreja universal, todo irão correndo procurar ajuda em  um hospital.
Mas também é inegável o capitalismo querer colocar o lucro acima do ser humano, principalmente em países subdesenvolvidos como o brasil deve ter muito remédio ineficiente e até prejudicial, sendo legalmente comercializado.
não é a toa que existem um numero muito grande de farmacia, laboratórios compram médicos para venderem seus produtos, junte  a isso a crença popular de que" há remédio para tudo", pessoas entram em farmacias que mais parece mini shopping, pegam suas cestinhas e fazem suas compras remédios pra dor de cabeça,  resfriados,dores musculares,insonias, calmantes mais aquele que não pode faltar , mais  um   hipocondríaco brasileiro tai a receita do sucesso financeiro dos inúmeros laboratórios, vendendo supostas curas a preço de ouro.
só tomo algum tipo de remédio se for caso de morte e por enquanto estou bem vivo! :ok:
« Última modificação: 18 de Maio de 2016, 08:55:06 por Criaturo »
existência é igual a  ciência, sem nenhuma ciência sem existência.

Amo sofia mas, ela parece fugir de mim, de tão longe faz o meu amor platônico.

Rhyan

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Pelo contrário, quando bate o desespero muita gente apela pra coisas que duvida.

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Mas também é inegável o capitalismo querer colocar o lucro acima do ser humano, principalmente em países subdesenvolvidos como o brasil

Capitalismo no Brasil e em países subdesenvolvidos? Do que você tá falando? Lucro acima das pessoas? Sem lucro não existiria hospitais, remédios, tratamentos, pesquisa nem nada. De uma olhada nos belos hospitais da Venezuela, lá o capitalismo é quase zero.

Rhyan

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O governo não precisa regular profissões, inclusive a medicina, isso é criar escassez artificial. Depois pobre não tem condição de fazer tratamento, tem que criar a porcaria do SUS ou torrar mais dinheiro nele. Quem regula é o mercado. Sem governo regulando médicos, enfermeiros, farmacêuticos, professores, hospitais, universidades, remédios nem nada, fica muito mais fácil ter uma larga oferta acessível à todas as classes sociais e a qualidade poderia ser verificada por sistema de certificados privados, que obviamente competiriam no mercado.

Regulação privada é a chave. Ela é voluntária, obedece sistema de preços e concorrência e não limita a oferta.

Rhyan

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Nota: é FALSO que homeopatia seja sempre placebo. Dependendo da [falta de] regulação do país, eles podem colocar princípios ativos sem passar pelas mesmas baterias de testes exigidos para medicamentos de verdade. É o caso dos EUA, onde pessoas perderam a olfação por overdose de um princípio ativo em "medicamento" homeopático.

Ué, mas não é tão diluído que não sobra nenhuma molécula do princípio ativo?

Offline Criaturo

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colocar o lucro acima do ser humano, seria cirurgias e remédios em casos desnecessários ou até prejudiciais.
existência é igual a  ciência, sem nenhuma ciência sem existência.

Amo sofia mas, ela parece fugir de mim, de tão longe faz o meu amor platônico.

Rhyan

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Então seria fraude ou péssimo serviço. Não culpe o sistema de mercado por pessoas pilantras. Na verdade, um sistema com concorrência desestimularia tudo isso. Sua crítica erra o alvo.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Como a regulação do governo prejudica a medicina e contribui para a pseudociênci
« Resposta #10 Online: 20 de Maio de 2016, 13:17:22 »
Nota: é FALSO que homeopatia seja sempre placebo. Dependendo da [falta de] regulação do país, eles podem colocar princípios ativos sem passar pelas mesmas baterias de testes exigidos para medicamentos de verdade. É o caso dos EUA, onde pessoas perderam a olfação por overdose de um princípio ativo em "medicamento" homeopático.

Ué, mas não é tão diluído que não sobra nenhuma molécula do princípio ativo?

A parte estritamente homeopática (água) pode ser combinada a alguma outra coisa "de verdade", em dose potencialmente perigosa.

Essa brecha ajuda a fazer medicamentos 'pseudo-homeopáticos", que então teriam efeitos mesmo, por terem componentes reais em vez de só água. Não sei quais são os critérios desses aditivos, se ainda são "alternativos" ou é medicação tradicional mista. De qualquer forma, haverá potencial para dosagem nociva.

http://www.dgabc.com.br/(X(1)S(hs2us34qerg5xjtxptga3zhv))/Noticia/440872/remedio-homeopatico-contra-resfriado-pode-provocar-perda-do-olfato


(Endereço esquisito, acho que parenteses não são comuns em endereços de internet)

Offline JJ

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Re:Como a regulação do governo prejudica a medicina e contribui para a pseudociênci
« Resposta #11 Online: 21 de Maio de 2016, 17:57:51 »
O governo não precisa regular profissões, inclusive a medicina, isso é criar escassez artificial. Depois pobre não tem condição de fazer tratamento, tem que criar a porcaria do SUS ou torrar mais dinheiro nele. Quem regula é o mercado. Sem governo regulando médicos, enfermeiros, farmacêuticos, professores, hospitais, universidades, remédios nem nada, fica muito mais fácil ter uma larga oferta acessível à todas as classes sociais e a qualidade poderia ser verificada por sistema de certificados privados, que obviamente competiriam no mercado.

Regulação privada é a chave. Ela é voluntária, obedece sistema de preços e concorrência e não limita a oferta.


Me parece uma ideia bastante interessante. 



Offline Buckaroo Banzai

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Re:Como a regulação do governo prejudica a medicina e contribui para a pseudociênci
« Resposta #12 Online: 21 de Maio de 2016, 22:31:33 »
A saúde pública ("da população") provalvelmente tenderá a ser melhor quanto maior for a escassez artificial de "profissionais" sem treinamento adequado para trabalhar com saúde.

Entidades privadas como hospitais já procurariam em considerável grau criar essa escassez, filtrando a esses maus profissionais, mas haver uma peneira estatal também deve contribuir (começando por facilitar a peneira na iniciativa privada), ao mesmo tempo em que não deve estar na maior parte do tempo prejudicando a sociedade com algum impedimento acidentalmente imposto a profissionais qualificados.

Offline JJ

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Re:Como a regulação do governo prejudica a medicina e contribui para a pseudociênci
« Resposta #13 Online: 22 de Maio de 2016, 05:15:48 »

A saúde pública ("da população") provalvelmente tenderá a ser melhor quanto maior for a escassez artificial de "profissionais" sem treinamento adequado para trabalhar com saúde.

Podemos afirmar também que:

A segurança pública ("da população") provalvelmente tenderá a ser melhor quanto maior for a escassez artificial de "profissionais" sem treinamento adequado para trabalhar com  segurança pública.


Peraê, mas isso é meio que óbvio, que quanto menos profissionais ruins melhor tenderá a ser a média da prestação do serviço…

Entretanto, disso não segue que a fiscalização estatal é indispensável para diminuir a quantidade de profissionais ruins em alguma área (seja saúde, segurança  ou outra área).

E muito menos segue disso que atualmente os agentes de estado brasileiros e as leis impostas pelos agentes de estado,  tenham conseguido criar uma boa escassez de profissionais sem treinamento adequado.

Pode na verdade estar ocorrendo até o contrário,  a  restrição estatal e o protecionismo a algumas categorias profissionais pode estar gerando uma má escassez,  pode estar gerando uma escassez de profissionais (em razão de custos excessivos) que poderiam perfeitamente estarem atuando bem, com capacitação adequada,  em determinadas áreas.




« Última modificação: 22 de Maio de 2016, 05:25:09 por JJ »

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Como a regulação do governo prejudica a medicina e contribui para a pseudociênci
« Resposta #14 Online: 22 de Maio de 2016, 13:08:17 »

A saúde pública ("da população") provalvelmente tenderá a ser melhor quanto maior for a escassez artificial de "profissionais" sem treinamento adequado para trabalhar com saúde.

Podemos afirmar também que:

A segurança pública ("da população") provalvelmente tenderá a ser melhor quanto maior for a escassez artificial de "profissionais" sem treinamento adequado para trabalhar com  segurança pública.


Peraê, mas isso é meio que óbvio, que quanto menos profissionais ruins melhor tenderá a ser a média da prestação do serviço…

Entretanto, disso não segue que a fiscalização estatal é indispensável para diminuir a quantidade de profissionais ruins em alguma área (seja saúde, segurança  ou outra área).

Não sei, seria interessante comparar-se regiões onde não haja restrições estatais, bem como aqueles que atuam irregularmente.



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E muito menos segue disso que atualmente os agentes de estado brasileiros e as leis impostas pelos agentes de estado,  tenham conseguido criar uma boa escassez de profissionais sem treinamento adequado.

Pode na verdade estar ocorrendo até o contrário,  a  restrição estatal e o protecionismo a algumas categorias profissionais pode estar gerando uma má escassez,  pode estar gerando uma escassez de profissionais (em razão de custos excessivos) que poderiam perfeitamente estarem atuando bem, com capacitação adequada,  em determinadas áreas.

Acho mais provável o contrário, deixarem passar gente com menor competência (especialmente por corrupção) do que seria desejável, embora sempre possa ocorrer um pouco dos dois. Seja através do estado ou de qualquer outro mecanismo alternativo/paralelo.

Mais provavelmente os problemas serão encontrados pontualmente nos mecanismos específicos de filtro de profissionais, em vez de algo tão abrangente como "lei versus libera geral", onde a coisa deve ser muito mais "teórica"/especulativa, além de distante da possibilidade de mudanças não-revolucionárias na realidade.

Rhyan

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Re:Como a regulação do governo prejudica a medicina e contribui para a pseudociênci
« Resposta #15 Online: 25 de Maio de 2016, 02:10:51 »
Como podem existir bons competidores sem os ruins? Você tirou o incetivo de mercado de ser superior.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Como a regulação do governo prejudica a medicina e contribui para a pseudociênci
« Resposta #16 Online: 25 de Maio de 2016, 03:29:35 »
Não, você só ergue a barra, o nível mínimo de capacitação aceitável. Ou, reduz o risco aceitável, reduzindo mortes e seqüelas que custam à sociedade, se não ao estado através da saúde pública (e litígios), na perda de produtividade das pessoas.

As pessoas simplesmente não acham que "médico/hospital é tudo igual", só por haver regulação. Ainda há ampla possibilidade de competição, mesmo em capacitação técnica. Havendo ainda competição em qualidade de atendimento e etc.




O que poderia ser talvez o caso é que a regulação fosse tão exagerada que a oferta legalizada não pudesse dar conta da demanda, e no fim das contas a "saúde total" da população estivesse pior, por falta de médicos, do que se "liberassem geral", onde pessoas com capacitação inferior ainda contrubuíssem, em vez de agravar a situação. Eu não sei se chega a ser assim em qualquer lugar que a medicina seja regulada, desconfio que a correlação com regulação médica e saúde pública seja moderadamente positiva*, e consideravelmente negativa a de atuação sem licença.


* porque sempre vai haver espaço para regulações irrelevantes, e até algumas negativas.

Rhyan

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Re:Como a regulação do governo prejudica a medicina e contribui para a pseudociênci
« Resposta #17 Online: 25 de Maio de 2016, 21:30:31 »
É tipo aquela coisa de se esforçar pra entrar na OAB e depois relaxar quando já está dentro da guilda/cartel.

 

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