Congresso derruba veto de Obama a lei sobre vítimas de 11 de setembro
Presidente tinha vetado lei que permite processos contra a Arábia Saudita.
Em 8 anos de governo, essa é 1ª vez que veto de Obama é derrubado.
O Congresso dos Estados Unidos aprovou nesta quarta-feira (28) eliminar o veto do presidente norte-americano, Barack Obama, a uma lei que permite que as vítimas dos ataques de 11 de setembro de 2001 processem a Arábia Saudita, informa a agência de notícias France Presse.
Primeiro, os senadores votaram de forma quase unânime (97 votos contra um) para eliminar o veto. Em seguida, foi a vez da Câmara de Representantes eliminar o veto, por 348 votos a 77.
É a primeira vez em que isso ocorre com um veto de Obama em seus oito anos como presidente. Ao longo de sua Presidência, Obama emitiu 12 vetos. Nenhum deles havia sido questionado até agora - um fato curioso, considerando-se a maioria republicana, de longa data, no Congresso dos EUA.
A excepcional demonstração de unidade bipartidária implica um duro golpe para Obama, que lançou uma forte campanha contra a proposta, conhecida como Lei de Justiça contra os Patrocinadores do Terrorismo (Jasta, na sigla em inglês).
Veto de Obama
Ao divulgar o veto, Obama alegou que a proposta seria "contraproducente" para o interesse de segurança nacional dos EUA e minaria o princípio de imunidade soberana.
Também disse que a lei prejudicaria os esforços de trabalhar com aliados internacionais na luta contra o terrorismo e outros temas, além de que poderia levar a processos judiciais contra funcionários dos EUA por parte de grupos estrangeiros que recebem ajuda, equipamento ou treinamento americano.
"Entendo o desejo de justiça dos familiares e estou decidido a ajudá-los nesse esforço", explicou em uma mensagem dirigida ao Senado. De acordo com o presidente, a legislação "não protegeria os americanos de ataques terroristas, nem melhoraria a eficácia de nossas respostas a esses ataques".
Quase 3 mil pessoas morreram nos ataques de 11 de setembro de 2001. Quinze dos 19 autores dos ataques eram sauditas, mas não foi provada a existência de uma cumplicidade oficial da Arábia Saudita nos ataques da Al-Qaeda.
De acordo com a lei atual, as vítimas de terrorismo podem processar somente os países oficialmente designados pelo Departamento de Estado como patrocinadores do terrorismo, como Irã e Síria.
Familiares de vítimas dos ataques de 2001 fizeram uma forte campanha a favor da lei Jasta, convencidos de que o governo saudita tem responsabilidade nos ataques.
Nenhuma prova
Em fevereiro passado, Zacarias Mussaui, apelidado de "20º sequestrador", disse aos advogados americanos que membros da família real saudita doaram milhões de dólares para a Al-Qaeda nos anos 1990.
A embaixada saudita negou, mas suas acusações reavivaram o debate sobre se o governo de Obama deve tornar pública uma seção de 28 páginas do Informe da Comissão 11/9.
Os documentos foram publicados em meados de julho e mostram que mesmo que os Estados Unidos tenham investigado as ligações entre o governo da Arábia Saudita e os ataques de 11/9, houve muitas suspeitas, mas nenhuma prova.
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/09/senado-derruba-veto-de-obama-lei-sobre-vitimas-de-11-de-setembro.html
Quem não deve, não teme!
As vítimas poderão processar a Arábia Saudita que não é classificada pelo Departamento de Estado como patrocinador de terrorismo. E outras vítimas de bombardeios dos EUA vão querer processá-los pelo mesmo motivo.
A Arábia disse querer retirar dos EUA 750 bilhões de dólares, mas acho que vai ficar só no disse...