ECONOMIA DO CHILE
Indicadores econômicos O Chile, ao contrário de outras grandes economias da América Latina, conseguiu se manter economicamente estável. No entanto, após anos de crescimento constante, o Chile sofreu uma acentuada desaceleração de sua economia em 2015, devido à queda dos preços internacionais do cobre, uma vez que é o primeiro exportador mundial de cobre. Devido à queda da demanda nos principais mercados emergentes, as expectativas de crescimento são moderadas para 2016 (2,5%). As perspectivas para 2017-2020 são, no entanto, mais promissoras, com um crescimento esperado de cerca de 4%. Ainda assim, esta taxa continua a ser relativamente fraca em comparação com os anos de “boom” das matérias primas.
Em 2016, o déficit fiscal deverá diminuir apenas ligeiramente, uma vez que os preços do cobre permanecem baixos. O Chile continua se beneficiando de uma notação de risco de crédito de nível A, graças a seus baixos índices de dívida pública, a uma política macroeconômica sólida, e ao acesso a amplas reservas e fundos soberanos, avaliados, pela última vez, em novembro de 2015, em 22 bilhões de dólares. Os baixos preços do petróleo vão ajudar a manter o déficit em conta corrente controlável, e a inflação deverá diminuir, ficando na faixa dos 2 - 4%. O peso permanece vulnerável a novos surtos de volatilidade cambial dos mercados emergentes, mas esta incerteza é contrabalançada por fundamentos macroeconômicos sólidos, um déficit em conta corrente controlável e reservas abundantes.
Apesar de ser considerado como um modelo de transparência política e financeira na América Latina, o país foi abalado por significativos escândalos de corrupção relativos ao financiamento ilegal de campanhas eleitorais. Com uma baixa taxa de apoio (24% em novembro de 2015), a Presidente irá por certo enfrentar grandes obstáculos para implementar as reformas constitucionais, fiscais e de educação que faziam parte do seu programa eleitoral: a reforma tributária, em particular, devia gerar 8,3 bilhões de dólares (3% do PIB do país), para financiar a reforma do ensino e reduzir as desigualdades sociais. Se prevê que o déficit público do Chile chegue a 2,0% do PIB, e a dívida permaneça contida em 20% do PIB, um dos menores quocientes entre os países da OCDE.
Como consequência da crise económica, a taxa de desemprego no Chile subiu de 6,6% em 2015 para 7% atualmente. A pobreza ainda atinge perto de 15% da população e as desigualdades permanecem fortes (é um dos países mais desiguais da OCDE). Reduzir as desigualdades de renda e diminuir sua dependência em relação às exportações de cobre representam, a longo prazo, os principais desafios económicos do Chile. Para alcançar esses resultados, o Chile tem investido fortemente nas energias renováveis, que deverão representar 20% da produção de energia até 2020.
Indicadores de crescimento 2012 2013 2014 2015 2016 (e)
PIB (bilhões de USD) 265,13 276,66 258,02 240,04 240,31
PIB 5,5 4,3 1,9 2,3 2,5
(crescimento anual em %, preço constante)
PIB per capita (USD) 15.198 15.691e 14.480e 13.331 13.207
Saldo do Balanço de Pagamentos -0,1 -1,1 -1,5 -3,0e -2,0
(em % do PIB)
Dívida Pública (em % do PIB) 12,0 12,8 15,1 18,1 20,0
Índice de inflação (%) 3,0 1,9 4,4 4,4 3,7
Taxa de desemprego 6,4 5,9 6,4 6,6 7,0
(% da população economicamente ativa)
Balanço das transações correntes -9,63 -10,13 -2,99 -1,79e -3,95
(bilhões de USD)
Balanço das transações correntes -3,6 -3,7 -1,2 -0,7 -1,6
(em % do PIB)
Fonte: IMF – World Economic Outlook Database 2016
Nota: (e) Dado estimativo
Principais setores econômicos
A economia do Chile é dominada pelos setores industrial e de serviços. Os dois setores representam mais de 96% do PIB. A importância do setor de serviços tem aumentado nos últimos dois anos. As principais atividades econômicas chilenas são a exploração mineira (cobre, carbono e nitrato), os produtos manufaturados (processamento agroalimentar, produtos químicos, madeira) e a agricultura (pesca, vinhas e frutas).
O setor agrícola representa 3,3% do PIB, o setor industrial mais de 35% e o de serviços 61,5%. Cerca de 9% da população trabalha no setor agrícola, 24% na indústria e 67% nos serviços. O turismo está em crescimento: o país acolheu 3,5 milhões de visitantes em 2014. A queda do preço do petróleo impulsionou o Chile a investir em energias renováveis, que deverão representar 20% da produção de energia em 2020.
Os três principais desafios da economia chilena são: superar sua dependência tradicional em relação ao preço do cobre (a produção de cobre representa 50% das exportações do país); desenvolver uma produção de alimentos autossuficiente (atualmente, a produção agrícola cobre menos de metade das necessidades internas); e aumentar sua produtividade, especialmente no setor da mineração.
A agricultura e a pecuária constituem as principais atividades praticadas no centro e no sul do país. A exportação de frutas e de legumes alcançou níveis históricos devido a uma estratégia deliberada de conquista dos mercados estrangeiros na Europa, na América do Norte e na Ásia, implementada nos anos de 1990. O Chile aproveita de sua situação no hemisfério Sul para oferecer frutas que estão fora da estação nos países do hemisfério Norte.
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