Autor Tópico: Etanol  (Lida 2697 vezes)

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Offline JJ

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Etanol
« Online: 24 de Janeiro de 2017, 10:58:03 »



Artigo: etanol de batata-doce, uma realidade

19/11/2015 | Luís Antônio Suita de Castro #Hortaliças e Frutas

 
 
BRS Gaita cultivada para dupla finalidade: consumo de mesa e produção de etanol


O Rio Grande do Sul produz apenas 2% do álcool que consome, pagando preço alto pela importação desse produto de outros estados. Programas de biomassa, responsáveis por 25% da energia primária do País, também podem representar um incremento na geração de empregos e uma diminuição dos danos ambientais causados pelo uso do petróleo. A ênfase em redução da poluição e limitação do aquecimento global também têm sido fortes motivações para a continuidade de produção de combustíveis renováveis. O princípio básico da produção na agricultura é a conversão, pelas plantas, da energia solar em energia química. Também qualquer produto que contenha uma quantidade considerável de carboidratos (açúcares) constitui-se em matéria-prima para obtenção de álcool pela via fermentativa. Entretanto, para que seja viável economicamente, é preciso que se considere o volume de produção, rendimento industrial e o custo de fabricação.


Como fonte alternativa de bioenergia a batata-doce apresenta ótima produção de biomassa para obtenção de álcool combustível, associada à rusticidade do plantio e experiência dos agricultores. Resultados preliminares têm demonstrado que um hectare de raiz de batata-doce rende de 30 a 40 toneladas de biomassa, que pode ser transformada em combustível. Neste contexto, a cultura, ao contrário de outras culturas agroenergéticas, tem a seu favor privilegiar os pequenos produtores rurais por não exigir grandes áreas de plantio, apresentar custo baixo para implantação da lavoura e alto rendimento, além da possibilidade de ser produzida em terras menos férteis, necessitar de investimento menor que outras culturas, e os resíduos da produção poderem ser usados como ração animal.


A pesquisa tem direcionado esforços para desenvolver produtos e processos que tornem viáveis as expectativas dos produtores em fomentar a atividade rural. Com a demanda de produção dos “biocombustíveis limpos” surgem perspectivas para a batata-doce ocupar um nicho de mercado ainda pouco explorado no Brasil.


Para produção de etanol, no processamento, podem ser utilizadas batatas consideradas refugo, ou seja, fora do padrão comercial (com defeitos de forma, muito pequenas ou muito grandes, atacadas por insetos ou com cortes resultantes do processo de colheita). Também não há necessidade de separação das batatas considerando-se suas características de cor de casca ou cor de polpa. Entretanto, é preferível utilizar cultivares de batata-doce que tenham sido selecionadas para esta finalidade. No Brasil, a cultivar Duda, desenvolvida pela Universidade Federal de Tocantins para esta finalidade, é o material que tem servido para diversas atividades de pesquisa nesta área. No Rio Grande do Sul, foram realizados experimentos pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul com a cultivar BRS Cuia, que se mostrou promissora, e também foram registradas duas novas cultivares, BRS FEPAGRO Viola e BRS Gaita, que poderão ser produzidas comercialmente em 2017.


Na produção de etanol, para a obtenção do hidrolizado de amido, as batatas devem ser lavadas e cortadas para posterior trituração e adição de água, submetendo ao aquecimento a 90°C para geleificação do amido. No processo, é acrescentada a enzima alfa-amilase, na concentração de 1,5 mL/kg de batata, mantendo-se a mistura nessa temperatura por 1 hora. O pH deve ser ajustado para permitir a atuação da glicoamilase. Na sacarificação é adicionada a levedura Saccharomyces cerevisiae para fermentação. A separação de sólidos é realizada por meio de destilação, onde a mistura é aquecida até a fervura, e os vapores resfriados até se tornarem líquidos novamente. Dados indicam ser possível obter 158 litros de álcool a partir de uma tonelada de batata-doce.


Uma das dificuldades que podem surgir no processo consiste na desuniformidade da matéria-prima utilizada. A grande diferença entre o tamanho das batatas-doces destinadas à fermentação pode dificultar o processo de moagem, necessitando adaptação do equipamento de modo a uniformizar previamente o material através de cortes.


No Rio Grande do Sul, testes foram realizados na Embrapa Clima Temperado com o objetivo de avaliar o processo e testar batatas-doce com potencial de utilização para biocombustível. Foi utilizada uma microdestilaria de álcool hidratado 96ºgl com capacidade de até 650 litros/dia, do tipo batelada,da Limana Poliserviços, que foi colocada em funcionamento na Estação Experimental de Terras Baixas (Capão do Leão/RS).

No Brasil, existe uma usina experimental na Fundação Universidade do Tocantins, a Unitins, em Palmas, onde está sendo testada a potencialidade da batata-doce como opção aos derivados de petróleo para os pequenos produtores da região Norte do País. Paralelamente são desenvolvidos vários trabalhos de pesquisa no sentido de selecionar variedades de batata-doce direcionadas ao processo de produção de álcool, mais produtivas e adaptadas às diferentes regiões produtoras.


Em outros países, exemplos históricos podem ser citados com relação à obtenção de biocombustível de batata-doce. Sabe-se que, por volta de 1880, como o mercado de Portugal era ávido por álcool industrial, a cultura da batata-doce levou à construção, nos Açores, de cinco fábricas de álcool, o que contribuiu decisivamente para a modernização da indústria e desenvolvimento da região. A produção do álcool foi muito importante e positiva durante os últimos 20-30 anos do século XIX, apesar da necessidade de superar obstáculos, como o surgimento do monopólio do álcool, que resultou em um decreto de 1901 que limitou a produção de álcool nos Açores a 2 milhões de litros/ano e fechou quatro unidades do ramo, que na época produziam 10 milhões de litros de álcool por ano, quantidade que corresponde às necessidades atuais de consumo em Portugal.


http://www.grupocultivar.com.br/noticias/artigo-etanol-de-batata-doce-uma-realidade


Offline JJ

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Re:Etanol
« Resposta #1 Online: 24 de Janeiro de 2017, 11:05:10 »

Já tem várias pesquisas consolidadas nesta área, e já tem projeto comercial funcionando. Uma grande vantagem do etanol de batata doce é a sua viabilidade econômica que vai desde para pequenos produtores até para grandes produtores.  Já o etanol produzido a partir da cana de açúcar é pouco viável para pequenos produtores.




Offline JJ

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Re:Etanol
« Resposta #2 Online: 24 de Janeiro de 2017, 11:09:04 »
23/03/2015 18h19 - Atualizado em 23/03/2015 18h19

Usina de etanol à base de batata-doce começa a funcionar no Tocantins

A capacidade total da usina é de três mil litros de etanol por dia.
Projeto beneficiará principalmente os pequenos e médios produtores.
Do G1 TO


Usina de etanol à base de batata-doce é implantada após 12 anos de pesquisa na UFT (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Usina de etanol à base de batata-doce

é implantada após 12 anos de pesquisa na UFT
(Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Após 12 anos de pesquisa e de vários testes, a Universidade Federal do Tocantins (UFT) construiu uma usina de álcool feita a partir do processamento da batata-doce. A inauguração foi na manhã desta segunda-feira (23), em Palmas, e é resultado de um convênio da universidade com a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).


O projeto para a implantação da usina nasceu em 1996, através de um projeto de pesquisa elaborado pelo professor Márcio Antônio da Silveira, com um investimento inicial de R$ 20 mil, feito pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Hoje, o projeto conta com um aporte financeiro de R$ 1,2 milhão e envolve em média 44 profissionais, sendo 25 doutores, nove alunos de mestrado e dez acadêmicos de graduação.

A capacidade total da usina é de três mil litros de etanol por dia (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
A capacidade total da usina é de três mil litros de
etanol por dia (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

O coordenador do projeto, o doutor em biologia Fabiano Souza, explicou que a usina vai funcionar como um laboratório para vários cursos da UFT e como uma vitrine tecnológica para os pequenos e médios produtores rurais. "O projeto foi montado com a intenção de atender justamente os pequenos e médios produtores, visto que os grandes produtores é que são responsáveis por esta rota etílica no país, porém ela é produzida pela cana-de-açúcar e hoje a gente tenta incorporar a batata-doce como matéria-prima para os pequenos e médios produtores".


A capacidade total da usina é de três mil litros de etanol por dia, mas esta não será a única produção. Além do etanol, vão ser produzidos a glucose, álcool em gel e ração animal. "É um programa que não só produz álcool, pode produzir açúcar, farinha, amido, CO2. Para se ter uma ideia dentro da Amazônia não temos uma fábrica de CO2. O CO2 utilizado nas fábricas de refrigerantes, vem de São Paulo", destacou o reitor da UFT Márcio da Silveira.


http://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/2015/03/usina-de-etanol-base-de-batata-doce-comeca-funcionar-no-tocantins.html




« Última modificação: 24 de Janeiro de 2017, 11:12:30 por JJ »

Offline JJ

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Re:Etanol
« Resposta #3 Online: 24 de Janeiro de 2017, 11:14:52 »


Existem várias pesquisas demonstrando  bons resultados tanto nas regiões Sul, Centro Oeste e Norte. 

Offline JJ

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Re:Etanol
« Resposta #4 Online: 24 de Janeiro de 2017, 11:16:44 »
Aqui um artigo em PDF:


Avaliação da viabilidade técnica e econômica da produção de etanol em planta piloto a partir da batata-doce (Ipomoea batatas)


Recebimento dos originais: 05/09/2014
Aceitação para publicação: 04/06/2015
Loana Wollmann Taborda

Mestre em Engenharia de Produção pela UFSM
Instituição: Universidade Federal de Santa Maria
Endereço: Avenida Santa Rosa, 2405, Três de Maio, RS, Brasil, CEP: 98.910-000
E-mail: loanataborda@yahoo.com.br
Sérgio Luiz Jahn

Doutor em Engenharia Química pela UFSCAR
Instituição: Universidade Federal de Santa Maria
Endereço: Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, prédio 07, sala 305,
Centro de Tecnologia, Cidade Universitária, Santa Maria, RS, Brasil, CEP 97.105-900
E-mail: jahn@smail.ufsm.br
Adalberto Lovato

Mestre em Engenharia de Sistema e Computação pela UFRJ
Instituição: Sociedade Educacional Três de Maio
Endereço: Avenida Santa Rosa, 2405, Três de Maio, RS, Brasil, CEP: 98.910-000
E-mail: proflovato@terra.com.br
Mário Luiz Santos Evangelista
Doutor em Engenharia de Produção pela UFSC
Instituição: Universidade Federal de Santa Maria

Endereço: Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, prédio 07, sala 305,
Centro de Tecnologia, Cidade Universitária, Santa Maria, RS, Brasil, CEP 97.105-900
E-mail: mario.santos.evangelista@gmail.com

Resumo

Os biocombustíveis ampliam gradativamente seu potencial de participação de geração de
energia, em decorrência da redução progressiva das reservas de carbono fóssil, aliado à
crescente demanda energética da sociedade. O álcool é tido como uma alternativa para
diversificação da matriz energética. No Brasil é produzido principalmente da cana-de-açúcar.
No entanto, a cana-de-açúcar apresenta exigências edafoclimáticas que restringem seu cultivo
no Sul do país. Uma fonte de matéria-prima alternativa são as amiláceas. Este trabalho
determina a viabilidade técnica e econômica de produção de etanol combustível, em uma
pequena unidade de produção na cidade de Santa Maria, região central do Estado do Rio
Grande do Sul, empregando a amilácea batata-doce (Ipomoea batatas). Os resultados
apresentam viabilidade técnica de produção de etanol a partir de batata-doce, de 1000 Kg de
matéria-prima foram obtidos 190 litros de etanol hidratado. Sob o ponto de vista econômico
os custos industriais obtidos foram de R$ 0,96 (noventa e seis centavos), deste valor 35,4%
corresponde à contribuição do custo da matéria-prima e 64,6% do custo de processamento. Do[..]


http://www.custoseagronegocioonline.com.br/numero1v11/OK_14_etanol.pdf





Offline JJ

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Re:Etanol
« Resposta #5 Online: 24 de Janeiro de 2017, 11:27:30 »

10/08/2015

Pesquisa comprova uso da batata ­doce na geração de álcool

Canal Rural

Alimento tradicional da culinária do Rio Grande do Sul, seja cozida, frita ou assada, a
batata-doce pode alcançar novos mercados com uma pesquisa da Fundação Estadual de
Pesquisa Agropecuária (Fepagro). Até então restrito à mesa, o produto, com grande
volume de biomassa, passa a também ser transformado em álcool.

– É considerado de superior qualidade para componentes farmacológicos, bebidas
especiais e combustão – explica o pesquisador Zeferino Genésio Chielle, que está à
frente do estudo pela Fepagro Vale do Taquari - Centro de Pesquisa Emílio Schenk.
O processo de avaliação do potencial da batata-doce levou cerca de dez anos e contou
com a parceria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que fez as
análises em laboratório. A descoberta, por enquanto, permanece sob a tutela da
Fepagro, mas tem previsão de lançamento no início do ano que vem, na Expoagro
Afubra .

A partir daí, conforme Chielle, o projeto poderá se transformar em realidade se
houver interesse político e da iniciativa privada, mas já é uma ideia "semeada" entre os
agricultores.

– A batata-doce pode ser aproveitada integralmente, tanto a parte aérea como os
tubérculos. Muito resíduo é desperdiçado – esclarece o pesquisador. Além disso, o
álcool processado a partir da batata-doce é uma bioenergia, por ser totalmente
renovável.

No Rio Grande do Sul, a matéria-prima não é o problema. A cidade de Mariana
Pimentel, na região metropolitana de Porto Alegre, se destaca por ser a maior
produtora de batata-doce no Brasil são cerca de mil hectares.

– A propriedade agropecuária é uma indústria muito complexa. A evolução e o
desenvolvimento dependem da sabedoria do seu dono ou usuário – frisa Chielle.
Outra vantagem do processamento da batata-doce é a quantidade de álcool produzida
e a utilização da terra para o cultivo de outros alimentos. De acordo com o
pesquisador, uma tonelada de tubérculos pode gerar de 160 a 180 litros de etanol. O
principal: tudo isso em quatro meses, que é o tempo do cultivo da batata-doce, do
plantio à colheita.

– Isso dá três vezes mais do que a cana-de- açúcar por hectare – observa.
Em um ano, a batata-doce tem capacidade de processar 27 mil litros,
enquanto a cana-de-açúcar tem oito mil.

Farinha e farelo de mandioca e batata-doce

Além do álcool, o pesquisador descobriu, por meio do seu trabalho, que a raiz e a
parte aérea da mandioca e da batata-doce podem se transformar em ingredientes como
farinha para pão, farelo para ração animal, entre outros.

– O objetivo é o aproveitamento integral das culturas para evitar o desperdício, tendo
em vista a alta capacidade nutricional de toda a planta – destaca.

Outros projetos

A Universidade Federal do Tocantins (UFT), após 12 anos de pesquisa e de vários
testes, construiu uma usina de álcool feita a partir do processamento da batata-doce. A
inauguração foi em março deste ano, em Palmas, e é resultado de um convênio da
universidade com a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).

O projeto para a implantação da usina nasceu em 1996, através de uma pesquisa
elaborada pelo professor Márcio Antônio da Silveira, com um investimento inicial de
R$ 20 mil, feito pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq).

Hoje, o projeto conta com um aporte financeiro de R$ 1,2 milhão e envolve em média
44 profissionais, sendo 25 doutores, nove alunos de mestrado e dez acadêmicos de
graduação. A capacidade total da usina é de três mil litros de etanol por dia.


http://www.fepagro.rs.gov.br/upload/20150810084156pesquisa_comprova_uso_da_batata_doce_na_geracao_de_alcool___canal_rural.pdf

http://www.canalrural.com.br/noticias/agricultura/pesquisa­comprova­uso­batata­doce­geracao­alcool­58134 2/4

Offline JJ

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Re:Etanol
« Resposta #6 Online: 24 de Janeiro de 2017, 11:31:36 »

Quem tiver uma chácara, ou  sítio já pode pensar em produzir o seu próprio combustível. Ou se estiver próximo de uma região produtora de batata doce talvez até seja viável comprá-la e ter um micro usina em casa.   :D



Offline Lorentz

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Re:Etanol
« Resposta #7 Online: 24 de Janeiro de 2017, 12:25:47 »

Quem tiver uma chácara, ou  sítio já pode pensar em produzir o seu próprio combustível. Ou se estiver próximo de uma região produtora de batata doce talvez até seja viável comprá-la e ter um micro usina em casa.   :D




Acho ainda mais rentável vender batata-doce para marombeiros. Isso é praticamente moeda de troca para eles.
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Offline Shadow

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Re:Etanol
« Resposta #8 Online: 24 de Janeiro de 2017, 12:32:25 »

Quem tiver uma chácara, ou  sítio já pode pensar em produzir o seu próprio combustível. Ou se estiver próximo de uma região produtora de batata doce talvez até seja viável comprá-la e ter um micro usina em casa.   :D

Existem pequenas usinas para cana também. Qual a vantagem da produção do álcool de batata, em termos financeiros?
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Offline JJ

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Re:Etanol
« Resposta #9 Online: 24 de Janeiro de 2017, 13:35:23 »

Quem tiver uma chácara, ou  sítio já pode pensar em produzir o seu próprio combustível. Ou se estiver próximo de uma região produtora de batata doce talvez até seja viável comprá-la e ter um micro usina em casa.   :D

Existem pequenas usinas para cana também. Qual a vantagem da produção do álcool de batata, em termos financeiros?


Sim existem e já faz tempo. Eu não conheço os detalhes, mas me parece que um dos problemas para os pequenos produtores de cana de açúcar é a dificuldade para mecanização da produção:



Pequenos produtores têm dificuldades em aderir à mecanização da colheita de cana

Canal Rural  21 Out 2013 08:10h
Email


A colheita mecanizada de cana-de-açúcar avança a cada ano no Estado de São Paulo. O crescimento, no entanto, prejudica pequenos produtores que possuem terrenos irregulares. Muitos encontram dificuldades e já estão pensando em abandonar a cultura.

O produtor Pedro Chinelato Filho acabou de colher as lavouras de cana de sua propriedade de 12 hectares em Saltinho, no interior de São Paulo. A área deveria ter sido colhida em agosto, mas o serviço só foi realizado agora porque a propriedade tem o terreno acidentado, o que impede a entrada de máquinas para fazer o corte.

– Tanto pela declividade quanto pelo comprimento da cana. É muito curto. Vira demais a máquina e acaba estragando a soqueira. O pico de ATR dessa cana seria em agosto. Então, a gente está com atraso de praticamente 60 dias – reclama o produtor.

Desde o ano passado, a licença expedida pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) que autorizava a queima da palha da cana-de-açúcar na região de Piracicaba foi suspensa. Com isso, os pequenos produtores estão com dificuldade, já que os custos de produção aumentaram.

Em São Paulo, a queima da palha deve acabar até 2014 nas áreas mecanizadas e em 2017 nas demais áreas. Na região de Piracicaba, 19 municípios estão proibidos pela Justiça de realizar a queimada com pena de multa. O irmão de Pedro, Dimas Chinelato, tem uma propriedade de cinco hectares, mas sua situação é pior. Ele não tem como conseguir trabalhadores para o corte, já que com a palha fica mais difícil trabalhar. As colheitadeiras não conseguem fazer o trabalho devido ao declive do terreno. O produtor está desesperado com a situação, já que pode perder cerca de 30% da produção.

De acordo com a Associação dos Fornecedores de Cana de Piracicaba (Afocapi), com a queima da palha, incluindo o transporte, o custo do corte é de R$ 25,00 por tonelada. Para o corte manual seco, o custo chega a R$ 32,00 por tonelada e para a colheita mecanizada fica em R$ 22,00.

– De maneira geral, nós passamos por uma das maiores crises do setor. O valor da cana hoje está R$ 12,00 abaixo do custo de produção, está em torno de R$ 70,00, e nós estamos recebendo R$ 58,00. Não está compensando produzir cana hoje – diz o gerente técnico da Afocapi, José Rodolfo Penatti.

Para Penatti, a solução é dar mais prazo para o produtor queimar a palha da cana.

– A única solução seria dar mais prazo para ele poder respirar, e combinar com o governo do Estado para ele poder continuar fazendo a lavoura da cana. Com a canetada, nós simplesmente fomos marginalizados. A situação ficou crítica. Ou ele muda ou vai ficar difícil plantar nessas áreas – afirma.

– Eu acredito que para o pequeno produtor não tem condições. A gente não vê chances. Com um terreno desses, não tem condições – reclama Pedro Chinelato.


https://www.novacana.com/n/cana/colheita/pequenos-produtores-dificuldades-aderir-mecanizacao-colheita-cana-211013/
« Última modificação: 24 de Janeiro de 2017, 13:42:43 por JJ »

Offline JJ

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Re:Etanol
« Resposta #10 Online: 24 de Janeiro de 2017, 13:49:49 »

Quem tiver uma chácara, ou  sítio já pode pensar em produzir o seu próprio combustível. Ou se estiver próximo de uma região produtora de batata doce talvez até seja viável comprá-la e ter um micro usina em casa.   :D




Acho ainda mais rentável vender batata-doce para marombeiros. Isso é praticamente moeda de troca para eles.


Só que a quantidade de marombeiros é relativamente pequena em relação a quantidade de consumidores de etanol.    :D



Offline Shadow

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Re:Etanol
« Resposta #11 Online: 24 de Janeiro de 2017, 14:00:17 »

Quem tiver uma chácara, ou  sítio já pode pensar em produzir o seu próprio combustível. Ou se estiver próximo de uma região produtora de batata doce talvez até seja viável comprá-la e ter um micro usina em casa.   :D

Existem pequenas usinas para cana também. Qual a vantagem da produção do álcool de batata, em termos financeiros?


Sim existem e já faz tempo. Eu não conheço os detalhes, mas me parece que um dos problemas para os pequenos produtores de cana de açúcar é a dificuldade para mecanização da produção:



Pequenos produtores têm dificuldades em aderir à mecanização da colheita de cana

Canal Rural  21 Out 2013 08:10h
Email


A colheita mecanizada de cana-de-açúcar avança a cada ano no Estado de São Paulo. O crescimento, no entanto, prejudica pequenos produtores que possuem terrenos irregulares. Muitos encontram dificuldades e já estão pensando em abandonar a cultura.

O produtor Pedro Chinelato Filho acabou de colher as lavouras de cana de sua propriedade de 12 hectares em Saltinho, no interior de São Paulo. A área deveria ter sido colhida em agosto, mas o serviço só foi realizado agora porque a propriedade tem o terreno acidentado, o que impede a entrada de máquinas para fazer o corte.

– Tanto pela declividade quanto pelo comprimento da cana. É muito curto. Vira demais a máquina e acaba estragando a soqueira. O pico de ATR dessa cana seria em agosto. Então, a gente está com atraso de praticamente 60 dias – reclama o produtor.

Desde o ano passado, a licença expedida pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) que autorizava a queima da palha da cana-de-açúcar na região de Piracicaba foi suspensa. Com isso, os pequenos produtores estão com dificuldade, já que os custos de produção aumentaram.

Em São Paulo, a queima da palha deve acabar até 2014 nas áreas mecanizadas e em 2017 nas demais áreas. Na região de Piracicaba, 19 municípios estão proibidos pela Justiça de realizar a queimada com pena de multa. O irmão de Pedro, Dimas Chinelato, tem uma propriedade de cinco hectares, mas sua situação é pior. Ele não tem como conseguir trabalhadores para o corte, já que com a palha fica mais difícil trabalhar. As colheitadeiras não conseguem fazer o trabalho devido ao declive do terreno. O produtor está desesperado com a situação, já que pode perder cerca de 30% da produção.

De acordo com a Associação dos Fornecedores de Cana de Piracicaba (Afocapi), com a queima da palha, incluindo o transporte, o custo do corte é de R$ 25,00 por tonelada. Para o corte manual seco, o custo chega a R$ 32,00 por tonelada e para a colheita mecanizada fica em R$ 22,00.

– De maneira geral, nós passamos por uma das maiores crises do setor. O valor da cana hoje está R$ 12,00 abaixo do custo de produção, está em torno de R$ 70,00, e nós estamos recebendo R$ 58,00. Não está compensando produzir cana hoje – diz o gerente técnico da Afocapi, José Rodolfo Penatti.

Para Penatti, a solução é dar mais prazo para o produtor queimar a palha da cana.

– A única solução seria dar mais prazo para ele poder respirar, e combinar com o governo do Estado para ele poder continuar fazendo a lavoura da cana. Com a canetada, nós simplesmente fomos marginalizados. A situação ficou crítica. Ou ele muda ou vai ficar difícil plantar nessas áreas – afirma.

– Eu acredito que para o pequeno produtor não tem condições. A gente não vê chances. Com um terreno desses, não tem condições – reclama Pedro Chinelato.


https://www.novacana.com/n/cana/colheita/pequenos-produtores-dificuldades-aderir-mecanizacao-colheita-cana-211013/

Pois é...todo mundo bateu palminhas quando da "luta" contra o "trabalho escravo" na lavoura da cana.... o resultado foi a mecanização.
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Offline JJ

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Re:Etanol
« Resposta #12 Online: 24 de Janeiro de 2017, 14:01:18 »
Achei este artigo que tem um comparativo de custos de produção a partir da batata doce e do etanol:


ANÁLISE ECONÔMICA DA SUSTENTABILIDADE DA CADEIA PRODUTIVA DE
ETANOL DE BATATA-DOCE NO ESTADO DO TOCANTINS



waldecy@terra.com.br
Apresentação Oral-Agropecuária, Meio-Ambiente, e Desenvolvimento Sustentável
WALDECY RODRIGUES1
; KEILE APARECIDA BERALDO2
; MÁRCIO ANTÔNIO
SILVIEIRA3
.
1.PGDRA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS, PALMAS - TO - BRASIL;
2.CURSO DE AGRONOMIA - CAMPUS DE GURUPI - UNIVERSIDADE FEDERAL DO
TOCANTINS, GURUPI - TO - BRASIL; 3.PROGRAMA DE MESTRADO EM
AGROENERGIA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS, PALMAS - TO - BRASIL.
ANÁLISE ECONÔMICA DA SUSTENTABILIDADE DA CADEIA
PRODUTIVA DE ETANOL DE BATATA-DOCE NO ESTADO DO
TOCANTINS
Grupo de Pesquisa: Agropecuária, Meio-Ambiente, e Desenvolvimento Sustentável.


Este artigo analisa a sustentabilidade econômica, ambiental e social para a implantação de
uma cadeia produtiva para a produção de etanol como biocombustível, a partir da batata-doce,
no município de Palmas – TO. O método utilizado neste estudo foi à análise custo –
beneficio, incluindo-se aspectos de rentabilidade econômica, externalidades sociais e
ambientais. Para fins analíticos os indicadores calculados da produção de biocombustível da
batata-doce foram comparados aos da cana-de-açúcar, por ser a referência para produção de
etanol no país. Como resultado obteve-se que a produção de etanol, para fins combustíveis, a
partir da batata-doce apesar de ser viável do ponto de vista econômico, apresenta claras
desvantagens com relação ao processamento a partir da cana-de-açúcar, onde este tem uma
superior rentabilidade unitária e, principalmente, maiores ganhos de escala. Porém, quando se
aborda a sustentabilidade de toda a cadeia produtiva da cana-de-açúcar, verifica-se que o
custo causado pelas queimadas à sociedade faz com que a mesma seja não sustentável. Já
para o caso da batata-doce, apesar de ser um negócio menos atrativo do ponto de vista
econômico-financeiro, trás maiores ganhos sociais e ambientais.
Palavras-chave: Sustentabilidade, Biocombustível, Análise Custo - Beneficio e Etanol de
batata-doce.



http://www.sober.org.br/palestra/13/546.pdf



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Re:Etanol
« Resposta #13 Online: 24 de Janeiro de 2017, 14:03:43 »

Pois é...todo mundo bateu palminhas quando da "luta" contra o "trabalho escravo" na lavoura da cana.... o resultado foi a mecanização.


A mecanização e a automação são o futuro da grande produção (e até da média e pequena). É um caminho sem volta.


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Re:Etanol
« Resposta #14 Online: 24 de Janeiro de 2017, 14:18:48 »
Shadow,

Você é de São Paulo ?


Segundo este artigo abaixo, houve uma parceria de empresários de Sertãozinho - SP  com pesquisadores de Tocantins na pesquisa por cultivares viáveis para produção de etanol:


Batata doce: Bioenergia na agricultura familiar

Márcio Antônio da Silveira

Engenheiro Agrônomo, Doutor em Melhoramento, Professor Adjunto III, Engenharia Ambiental – UFT,
marcio@uft.edu.br


[...]
Foi baseado nesta experiência que a equipe de pesquisadores do Tocantins –
Laboratório de Sistemas de Produção de Energia a partir de Fontes Renováveis –
LASPER/ UFT, iniciou um estudo visando desenvolver cultivares de batata-doce com
características específicas para produção de etanol. Depois de sete de anos de estudo, para
obtenção de cultivares especificas para produção de etanol, foi estabelecido uma parceria
com um grupo de empresários de Sertãozinho-SP, para a partir daí, testar as dez novas
cultivares, em um sistema industrial, próprio para a batata-doce. Após três anos de ajustes
e definição de processos e bioprocessos desenvolvidos em parceria com a empresa, chegasse
a um sistema (indústria e cultivares ) capaz de ser implantado com sucesso.
[...]






http://www.abhorticultura.com.br/eventosx/trabalhos/ev_1/PAL11.pdf



« Última modificação: 24 de Janeiro de 2017, 14:29:43 por JJ »

Offline JJ

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Re:Etanol
« Resposta #15 Online: 24 de Janeiro de 2017, 14:25:47 »

Quem tiver uma chácara, ou  sítio já pode pensar em produzir o seu próprio combustível. Ou se estiver próximo de uma região produtora de batata doce talvez até seja viável comprá-la e ter um micro usina em casa.   :D

Existem pequenas usinas para cana também. Qual a vantagem da produção do álcool de batata, em termos financeiros?


Realmente tem a ver com os custos de mecanização:



Batata-doce para produção de biocombustível




A utilização dos "combustíveis limpos", não derivados de petróleo, e fontes minerais, pode impulsionar a produção de álcool a partir da batata-doce no Brasil, com a vantagem de não poluir. O princípio básico da produção na agricultura é a conversão, pelas plantas, da energia solar em energia química. Programas de biomassa, responsáveis por 25% da energia primária do País, também podem representar um incremento na geração de empregos e diminuição dos danos ambientais causados pelo petróleo e pela cana-de-açúcar.


A cana-de-açúcar utilizada para produção de bioenergia entre os anos 70 e 80, foi apontada como uma das responsáveis pelo elevado índice de queimadas e reprodutora da estrutura agrária de monocultura e latifúndio, além do alto custo de produção, devido à grande mecanização. A batata-doce, ao contrário, privilegia os pequenos produtores rurais por não exigir grandes áreas de plantio, apresenta custo baixo para implantação da lavoura e alto rendimento, além da  possibilidade de ser produzida em terras menos férteis, ser uma cultura cuja necessidade de investimento é relativamente pequena e os resíduos da produção poderem ser usados como ração animal.



Como fonte alternativa de bioenergia, a batata-doce apresenta uma ótima produção de biomassa para obtenção de álcool combustível, associada à rusticidade do plantio. Resultados preliminars têm demonstrado que um hectare de raiz de batata-doce rende de 30 a 40 toneladas de biomassa. Enquanto uma tonelada de cana-de-açúcar gera 67 litros de álcool, a mesma quantidade de batata-doce chega a até 130 litros do combustível.


Em outros países, exemplos históricos podem ser citados com relação a obtenção de biocombustível de batata-doce. Sabe-se que  por volta de 1880, como o mercado de Portugal era ávido de álcool industrial, a cultura da batata-doce levou à construção, nos Açores, de cinco fábricas de álcool, o que contribuiu decisivamente para a modernização da indústria e desenvolvimento da região. A produção do álcool foi muito importante e positiva durante os últimos 20-30 anos do século passado, apesar da necessidade de superar obstáculos, como o surgimento do monopólio do álcool.


Nas condições brasileiras, a implantação de um pólo de batata-doce para produção de álcool etílico na Bahia está incentivando debates sobre  temas como perspectiva de apoio do governo federal para produção de álcool, situação da agropecuária da Bahia, sistema de produção de batata-doce, uso do álcool na produção de biodiesel e programas de financiamentos. Um projeto em fase inicial na Embrapa Hortaliças, aponta que o álcool extraído da batata-doce pode movimentar a cadeia produtiva do setor na Região Norte do País. A CereAlcool do interior do Estado de São Paulo é outra possibilidade de usina produtora porque a companhia pode adaptar rapidamente seus equipamentos para a produção do álcool. Atualmente o País conta com uma usina experimental na Fundação Universidade do Tocantins, a Unitins, em Palmas, onde está sendo testando a potencialidade da batata-doce como opção aos derivados de petróleo para os pequenos produtores da região Norte do país. O desafio dos pesquisadores da instituição, que integram o Programa do Trópico Úmido, é garantir o melhor aproveitamento possível de biomassa da batata-doce.

No Rio Grande do Sul, a Embrapa Clima Temperado tem atuado junto aos produtores no resgate ao material genético existente.  Diferentes genótipos de batata-doce têm sido coletados em várias regiões do Rio Grande do Sul, envolvendo principalmente os municípios de Pelotas, Capão do Leão, Morro Redondo, Turuçu, Canguçú, São Lourenço do Sul, Tapes, Guaiba, Cristal, Barra do Ribeiro, São Borja e Quarai.


Tem-se observado que ao longo dos anos, evoluindo de geração em geração, tem ocorrido a seleção natural de genótipos de batata-doce, os quais apresentam características agronômicas desejáveis, mostrando-se altamente promissores. Entretanto, na maioria dos casos, estes materiais não expressam, na totalidade, o seu potencial produtivo, por estarem infectados com viroses e outras doenças degenerativas, o que resulta em perdas e depreciação do produto. Vários fatores são limitantes à produção para a cultura da  batata-doce, podendo ser destacado o desconhecimento sobre cultivares e a infecção por viroses. Várias causas podem ser apontadas como responsáveis pela baixa produtividade das lavouras, que sob a alegação de ser um cultivo rústico, pouco exigente, são raros os investimentos e o uso de tecnologias.

Na Embrapa Clima Temperado, os trabalhos desenvolvidos têm por finalidade introduzir e caracterizar acessos genéticos de batata-doce que possam ser utilizados em lavouras comerciais, levando em consideração a rusticidade, produtividade e adaptabilidade. Visam disponibilizar aos produtores matrizes com alta sanidade para melhorar o padrão das lavouras, considerando-se, que a eliminação de patógenos das plantas de batata-doce e a realização de avaliações em condições adequadas, possibilita a obtenção de cultivares  promissoras para cultivos em larga escala.


Os resultados iniciais das atividades que atualmente estão sendo conduzidas, indicam que o germoplasma de batata-doce existente na Região Sul do Brasil, apresenta alto potencial de seleção de materiais genéticos com elevado potencial de cultivo, reduzindo tempo e investimentos no desenvolvimento de pesquisas básicas. A eliminação de patógenos transmissíveis vegetativamente interfere diretamente na melhoria dos níveis de produção e tem permitido a completa expressão do potencial produtivo do material genético selecionado.


Embora o Brasil seja atualmente o 10º maior produtor mundial de batata-doce, com 82 mil hectares de área, a produtividade média de 8,9 t/ha é relativamente baixa. Basicamente, toda a produção está voltada para alimentação humana e animal, entretanto existe um grande potencial da cultura na produção de biocombustível. Segundo análises do Cenbio (Centro Nacional de Referência em Biomassa), a seleção de clones pode permitir o aumento no rendimento da matéria-prima para combustível de 8,9 t/ha para 20 a 30 t/ha. Neste sentido, pesquisas desenvolvidas na  Embrapa Clima Temperado já possibilitaram a seleção de  clones que permitem produçoes experimentais de até 60t/ha.


Luis Antônio Suita de Castro e Beatriz Marti Emygdio são Pesquisadores da Embrapa Clima Temperado



Fonte: Embrapa Clima Temperado


http://www.portaldoagronegocio.com.br/artigo/batata-doce-para-producao-de-biocombustivel


« Última modificação: 24 de Janeiro de 2017, 14:28:49 por JJ »

Offline Shadow

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Re:Etanol
« Resposta #16 Online: 24 de Janeiro de 2017, 14:36:00 »
Shadow,

Você é de São Paulo ?


Segundo este artigo abaixo, houve uma parceria de empresários de Sertãozinho - SP  com pesquisadores de Tocantins na pesquisa por cultivares viáveis para produção de etanol:


Batata doce: Bioenergia na agricultura familiar

Márcio Antônio da Silveira

Engenheiro Agrônomo, Doutor em Melhoramento, Professor Adjunto III, Engenharia Ambiental – UFT,
marcio@uft.edu.br


[...]
Foi baseado nesta experiência que a equipe de pesquisadores do Tocantins –
Laboratório de Sistemas de Produção de Energia a partir de Fontes Renováveis –
LASPER/ UFT, iniciou um estudo visando desenvolver cultivares de batata-doce com
características específicas para produção de etanol. Depois de sete de anos de estudo, para
obtenção de cultivares especificas para produção de etanol, foi estabelecido uma parceria
com um grupo de empresários de Sertãozinho-SP, para a partir daí, testar as dez novas
cultivares, em um sistema industrial, próprio para a batata-doce. Após três anos de ajustes
e definição de processos e bioprocessos desenvolvidos em parceria com a empresa, chegasse
a um sistema (indústria e cultivares ) capaz de ser implantado com sucesso.
[...]


http://www.abhorticultura.com.br/eventosx/trabalhos/ev_1/PAL11.pdf

Paraná. A coisa toda foi vendida na época como "proteção ao meio ambiente" e "proteção ao trabalhador". As indústrias adoraram. Mecanização total. Sem greves. Sem Ministério do trabalho. Custo mais baixo.

talvez essa alternativa resgate os pequenos produtores.
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Re:Etanol
« Resposta #17 Online: 24 de Janeiro de 2017, 14:44:15 »

Paraná. A coisa toda foi vendida na época como "proteção ao meio ambiente" e "proteção ao trabalhador". As indústrias adoraram. Mecanização total. Sem greves. Sem Ministério do trabalho. Custo mais baixo.

talvez essa alternativa resgate os pequenos produtores.


Pois é, no caso da cana de açúcar ela foi e é bem adequada para o grande produtor, mas não é para o pequeno.  Já a batata doce, por tudo que eu tenho lido, me parece que será bem adequada para a realidade  do pequeno produtor  (e também é viável para o médio e o grande, em Mato Grosso já tem produtor com usina de médio porte com planos de usar a batata doce como matéria prima).


« Última modificação: 24 de Janeiro de 2017, 15:15:08 por JJ »

Offline JJ

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Re:Etanol
« Resposta #18 Online: 24 de Janeiro de 2017, 14:51:12 »

Tem uma empresa grande aí do Paraná que já está investindo nesta produção, veja:


São Gabriel/RS vai produzir etanol de batata-doce
Visitas: 1989



Uma planta industrial para a produção de etanol a partir do amido da batata-doce é o novo projeto que a Bioex Etanol pretende implantar no município de São Gabriel (RS). A usina terá capacidade para a produção de até 450 mil litros/dia, quando estiver operando com plena capacidade. São Gabriel foi a cidade escolhida porque reúne as condições de clima e infraestrutura adequadas ao empreendimento. Segundo o presidente da empresa, Fagundes Cunha, que fez a apresentação do projeto na Expointer para um grupo de prefeitos, a batata-doce possui diversas vantagens em relação a outros vegetais que são utilizados para a fabricação de etanol. “Não necessita de queimada e pode ficar até 14 meses embaixo do solo, conservando o amido”, destacou.

Para atingir sua plena capacidade, a planta industrial precisará da produção de 14 mil hectares de lavouras cultivadas, que funcionarão em sistema de arrendamento e parcerias com produtores da região. A expectativa da Bioex é que até o final deste ano estejam concluídos todos os estudos e licenças relativos ao projeto e seja iniciada a construção da unidade que poderá operar dentro de até 12 meses.

Um estudo realizado pela Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) mostra que praticamente todas as regiões do Rio Grande do Sul se prestam à produção da batata-doce e não existem empecilhos para uma larga produção. O tubérculo é indicado para cultivo entre os meses de agosto e janeiro. Mas, dependendo da região, o plantio pode ser feito até em outubro ou novembro, fugindo assim da possibilidade de geadas tardias.

A produção das mudas de batata será feita em laboratório, o que garantirá a mesma quantidade de amido em toda a produção. Os dados apresentados na exposição mostraram que um hectare produz comercialmente 68 toneladas de batatas. Uma tonelada de batata-doce produz 170 litros de álcool e 300 quilos de resíduos úmidos, que se transformam em 150 quilos de farelo com o mesmo teor proteico do farelo de soja. Posteriormente a usina poderá produzir etanol utilizando também o farelo de arroz.

A Bioex é uma empresa de pesquisa, desenvolvimento e produção de energia e alimentos, a partir de biomassa, em especial da batata-doce, com sede em Ponta Grossa (PR), e com quatro plantas industriais (Jesuítas e Ponta Grossa, no Paraná, Babaçulândia e Porto Nacional, no Tocantins).


http://www.agrolink.com.br/noticias/vendas-de-supermercados-caem-4-86--em-setembro_117212.html



Offline Shadow

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Re:Etanol
« Resposta #19 Online: 24 de Janeiro de 2017, 14:53:32 »

Tem uma empresa grande aí do Paraná que já está investindo nesta produção, veja:


São Gabriel/RS vai produzir etanol de batata-doce
Visitas: 1989



Uma planta industrial para a produção de etanol a partir do amido da batata-doce é o novo projeto que a Bioex Etanol pretende implantar no município de São Gabriel (RS). A usina terá capacidade para a produção de até 450 mil litros/dia, quando estiver operando com plena capacidade. São Gabriel foi a cidade escolhida porque reúne as condições de clima e infraestrutura adequadas ao empreendimento. Segundo o presidente da empresa, Fagundes Cunha, que fez a apresentação do projeto na Expointer para um grupo de prefeitos, a batata-doce possui diversas vantagens em relação a outros vegetais que são utilizados para a fabricação de etanol. “Não necessita de queimada e pode ficar até 14 meses embaixo do solo, conservando o amido”, destacou.

Para atingir sua plena capacidade, a planta industrial precisará da produção de 14 mil hectares de lavouras cultivadas, que funcionarão em sistema de arrendamento e parcerias com produtores da região. A expectativa da Bioex é que até o final deste ano estejam concluídos todos os estudos e licenças relativos ao projeto e seja iniciada a construção da unidade que poderá operar dentro de até 12 meses.

Um estudo realizado pela Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) mostra que praticamente todas as regiões do Rio Grande do Sul se prestam à produção da batata-doce e não existem empecilhos para uma larga produção. O tubérculo é indicado para cultivo entre os meses de agosto e janeiro. Mas, dependendo da região, o plantio pode ser feito até em outubro ou novembro, fugindo assim da possibilidade de geadas tardias.

A produção das mudas de batata será feita em laboratório, o que garantirá a mesma quantidade de amido em toda a produção. Os dados apresentados na exposição mostraram que um hectare produz comercialmente 68 toneladas de batatas. Uma tonelada de batata-doce produz 170 litros de álcool e 300 quilos de resíduos úmidos, que se transformam em 150 quilos de farelo com o mesmo teor proteico do farelo de soja. Posteriormente a usina poderá produzir etanol utilizando também o farelo de arroz.

A Bioex é uma empresa de pesquisa, desenvolvimento e produção de energia e alimentos, a partir de biomassa, em especial da batata-doce, com sede em Ponta Grossa (PR), e com quatro plantas industriais (Jesuítas e Ponta Grossa, no Paraná, Babaçulândia e Porto Nacional, no Tocantins).


http://www.agrolink.com.br/noticias/vendas-de-supermercados-caem-4-86--em-setembro_117212.html

Pesquisando descubro que o dono é meu conhecido...rs
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Re:Etanol
« Resposta #20 Online: 24 de Janeiro de 2017, 14:54:43 »
O Paraná tá mais na frente nessa área do que eu imaginava:


PR e TO se destacam na produção de etanol de batata-doce


A Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa do Paraná estuda, junto ao governo estadual, a regulamentação da produção de etanol a partir da batatadoce, com a criação de incentivos fiscais ao produtor e regras de zoneamento agrícola. O Estado possui duas pequenas usinas, que produzem em escala experimental, nos municípios de Ponta Grossa e Jesuítas. As unidades, mantidas pelo Cescage (Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais) através da empresa BioEx Etanol, se somam a outras duas em Araguaína e Porto Nacional, no estado do Tocantins. De acordo com o engenheiro agrônomo Jaime Alberti Gomes, pesquisador do Cescage, a idéia é capacitar as instalações para que a produção alcance 100 mil litros/dia, cada uma, em 2009.

Fonte: Procana

http://www.mbfagribusiness.com/conteudo/pr-e-to-se-destacam-na-producao-de-etanol-de-batata-doce8j657

« Última modificação: 24 de Janeiro de 2017, 15:01:03 por JJ »

Offline JJ

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Re:Etanol
« Resposta #21 Online: 24 de Janeiro de 2017, 14:58:04 »


Pesquisando descubro que o dono é meu conhecido...rs



Pois é, agora se você tiver uma terra (que não precisa ser grande) e quiser produzir seu próprio etanol, é só pegar mais informações e   já pode ir plantar batata 

:biglol:



Offline Shadow

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Re:Etanol
« Resposta #22 Online: 24 de Janeiro de 2017, 14:59:32 »


Pesquisando descubro que o dono é meu conhecido...rs



Pois é, agora se você tiver uma terra (que não precisa ser grande) e quiser produzir seu próprio etanol, é só pegar mais informações e   já pode ir plantar batata 

:biglol:

...literalmente...rs
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Offline JJ

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Re:Etanol
« Resposta #23 Online: 24 de Janeiro de 2017, 15:05:14 »

Outra vantagem, para o pequeno produtor,  de produzir etanol a partir da batata doce,  é que há geração de resíduos com bom índice de proteínas, o qual pode ser utilizada na alimentação de criações.  De forma que há uma integração entre o cultivo e a criação.  Realmente está me parecendo algo bem interessante.



« Última modificação: 24 de Janeiro de 2017, 15:16:13 por JJ »

Offline Fabrício

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Re:Etanol
« Resposta #24 Online: 24 de Janeiro de 2017, 16:01:43 »

Pois é...todo mundo bateu palminhas quando da "luta" contra o "trabalho escravo" na lavoura da cana.... o resultado foi a mecanização.


A mecanização e a automação são o futuro da grande produção (e até da média e pequena). É um caminho sem volta.



E é bom que seja, porque cortar cana manualmente é um dos serviços mais brutais que existe.

E com esta alternativa aí da batata doce, que me parece mesmo bem interessante, fica melhor ainda.
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