Atualmente existem aproximadamente 40 calendários em uso pelo mundo, baseados nos ciclos solar (nos países ocidentais) , lunar (nos países muçulmanos) ou de ambos (calendário judaico).
Alguém pensou em adotar um calendário universal para ser usado como referência cronológica geral por todos os povos
e que buscaria ser mais simples e conveniente que os calendários atuais. A ideia desse calendário universal nasceu por volta de 1834,
através de um sacerdote italiano, o abade Marco Mastrofini.
Características do Calendário Gregoriano:
O calendário gregoriano, estabelecido pelo papa Gregório XIII em 1582 para substituir o calendário juliano e adotado atualmente
por todo o mundo ocidental, é reconhecido por ser no geral bastante preciso. Ele provoca apenas um dia de atraso a cada 3226 anos.
Entretanto, as maiores críticas são contra sua estrutura interna.
Esse calendário procura seguir um ano astronômico (tempo que decorre entre duas passagens consecutivas do Sol pelo perigeu, de aproximadamente 365,24219 dias), estabelecendo um ano de 365, 2425 dias.
Consequentemente, ele lida com valores variáveis ou não inteiros.
Os meses, os trimestres e os semestres não têm o mesmo número de semanas. Os meses possuem uma duração variável (de 28 até 31 dias), o que torna difícil associar o nome do dia com seu número no mês.
A duração dos meses foi escolhida de maneira de corresponder a aproximadamente um ciclo lunar. Isso na época era importante para os marinheiros (para saber as marés) e para o mundo rural antes de população predominante (trabalho noturno nos campos), mas deixou de sê-lo hoje.
Os trimestres também não têm a mesma duração (o segundo trimestre é mais curto que o terceiro) e o número de semanas
por mês não é um valor inteiro (é igual à 4,33).
Há uma diferença de 7 dias entre o período estival e o período invernal e há uma variação das datas de vários dias em certos feriados (como Páscoa).
Isso tudo dificulta as operações comerciais (contabilidade, formação dos custos) e as estatísticas. Há por exemplo 14 formas de fevereiro e 7 formas dos outros meses. São necessário acertos, que são caros e demorados.
Deve-se lembrar que na época em que foi estabelecido, o principal propósito do calendário gregoriano era apenas regulamentar o ciclo dos dias sagrados.
A data de Páscoa (que no hemisfério Norte cai na primavera) é determinada pela primeira lua cheia depois do equinócio da primavera.
O calendário juliano (com duração anual de 365,25 dias, maior que o ano astronômico) causava um acumulo de dias, deslocando o equinócio da primavera e, consequentemente, a data da Páscoa em direção ao verão.
Quando o calendário gregoriano foi estabelecido em outubro de 1582, foi decidido que seriam cortados os 10 dias a mais acumulados pelo calendário juliano desde o concilio de Nicéia em 325. Assim a quinta de 4 de outubro de 1582 foi seguida da sexta de 15 de outubro.
Características do Calendário Universal:
Como se trata de um calendário solar, deve-se lembrar o mais importante: ele precisa ter uma duração que seja o mais perto possível de um ano astronômico.
O calendário universal, teria como principal característica ser um calendário perpétuo. Os anos serão uniformizados,
com os trimestres e semestres tendo uma igual duração.
O calendário universal possui 12 meses espalhados em 4 trimestres idênticos de 91 dias. O ano tem 364 dias divididos igualmente em 52 semanas de 7 dias.
O 365º dia seria tirado fora, como um dia especial sem o respectivo dia da semana. São dados 31 dias ao primeiro mês de cada trimestre e 30 dias aos dois seguintes.
Desse modo, o ano, com 12 meses, teria 4 meses de 31 dias, e 8 meses de 30 dias.
Dois dias dias suplementares (ou epagomenos) - não computados na semana – seriam adicionados depois do dia 30 de junho durante os anos bissextos e depois do dia 30 de dezembro de cada ano. Esses dois dias seriam considerados feriados universais.
Todo o ano e todo o primeiro mês de cada trimestre iniciariam-se em um domingo, e todos os segundos meses do trimestre em uma quarta-feira e o ultimo mês de cada trimestre em uma sexta-feira.
Os meses teriam em média 26 dias úteis, sem incluir os diversos feriados dos vários países.
O mais importante de tudo: as datas de cada mês cairiam sempre no mesmo dia da semana.
Ao contrário do calendário gregoriano e dos calendários lunares, ele possui um número de dias inteiros em um ano o que nós permite uma melhor localização através dos anos.
Mais importante : o calendário universal poderia ter o mesmo ajuste do calendário gregoriano: os anos centenários (1700, 1800, 1900) caracterizam um ano bissexto, com a exceção dos anos múltiplos de 400 (1600, 2000), o que tornaria sua duração anual de 365, 2425 dias, igual ao o do gregoriano.
As vantagens do calendário universal poderiam ser:
- redução de custos comerciais
- facilitar o planejamento dos governos e observância dos registros oficiais
- possibilitar aos tribunais e aos estabelecimentos de ensino programarem seus períodos em datas regulares
- facilitar o orçamento doméstico, visto que cada mês teria o mesmo número de dias
- as férias poderiam ser deslocadas de modo a tornar possível uma dúzia de fins-de-semana de três dias por ano
Houve projetos para tentar leva-lo a ser reconhecido pela Liga das Nações e posteriormente pela ONU por volta de 1954, mas pela pressão de vários países, ele seria abandonado por motivos religiosos.
Deveria esse calendário ser adotado?
A outra pergunta é: se esse calendário fosse adotado, qual ano ou época ele deveria usar como referência para seu começo? (como o calendário gregoriano que usa a era cristã, ou Anno Domini.)
Eu sugeria usar algum ano do século 6 antes de Cristo como início. Afinal, essa época foi significativa na história da Humanidade. Foi nela que surgiram ilustres personagens como os
filósofos pré-socráticos Tales, Pitagoras e outros, além de Buda (ou Gautama) na India, Confucio e Lao-Tsé na China, Zaratustra no Irã, os profetas e juizes em Israel.