Autor Tópico: O Exército Brasileiro  (Lida 1573 vezes)

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Re:O Exército Brasileiro
« Resposta #25 Online: 28 de Outubro de 2018, 23:21:30 »
Boa a chance desse submarino aí se incendiar
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Offline JJ

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Re:O Exército Brasileiro
« Resposta #26 Online: 11 de Agosto de 2019, 12:18:03 »
Brasil recusa convite da ONU para integrar missões de paz na África


Capacetes azuis da ONU na República Centro-Africana

Imagem: AFP PHOTO / ALEXIS HUGUET

O Ministério da Defesa divulgou nota na noite desta terça-feira (10) afirmando que o governo brasileiro recusou o pedido da ONU para o envio de tropas para as missões de paz na República Centro-Africana e na República Democrática do Congo.


O UOL apurou que a recusa aconteceu devido a restrições financeiras. A missão na República CentroAfricana, cuja negociação estava mais avançada, foi orçada em R$ 400 milhões no primeiro ano.

A ONU havia pedido em novembro do ano passado 750 militares para conter uma onda de assassinatos em massa em campos de refugiados da República Centro-Africana. As mortes estão sendo causadas por conflitos entre combatentes muçulmanos ex-Seleka e cristãos Anti-Balaka.

A missão de paz da ONU no país conta majoritariamente com tropas africanas, carentes de recursos e treinamento, que não têm conseguido conter a violência. O Brasil é visto pela ONU como um país experiente na área, devido à participação em diversas missões no passado, principalmente no Haiti. O presidente Michel Temer havia afirmado em janeiro que era “muito provável” que o pedido seria atendido. Ao menos duas missões de reconhecimento com militares brasileiros foram enviadas ao país, e tropas do Exército e da Marinha começaram a ser treinadas para a operação.


Prestígio e riscos

Uma missão na República Centro-Africana era vista como uma possibilidade de o Brasil se destacar em meio a outras nações e acumular prestígio político internacional para o Brasil.
A missão de paz na República Democrática do Congo também foi cogitada. Uma parte importante dessa missão -- a Brigada de Intervenção, a primeira tropa de caráter ofensivo da ONU – foi comandada pelo general Brasileiro Carlos Alberto dos Santos Cruz entre 2014 e 2016 (hoje ele é o secretário executivo do Ministério da Segurança Pública do Brasil) mas, fora o general e uma pequena equipe, não foram enviados contingentes brasileiros de tropas.


Mas a avaliação do governo na época foi que o nível de perigo era muito alto e o Brasil teria menos condições de se destacar no trabalho de pacificação no Congo em comparação com o cenário na República Centro-Africana.


Forças Armadas divididas As Forças Armadas brasileiras estavam divididas sobre a participação em uma nova missão de paz, segundo apurou o UOL.

Os defensores da ideia argumentaram que a ONU havia aberto espaço para o crescimento da importância do Brasil no cenário geopolítico internacional -- e o país perdeu a oportunidade, o que pode não se repetir. A possibilidade de continuar o treinamento de tropas em operações conjuntas com forças de outros países também foi um argumento utilizado. Essa ala de militares recebeu a notícia do cancelamento com grande frustração.

O grupo contrário dizia que era preciso primeiro “arrumar a casa” antes de partir para uma nova ação internacional. Com o início da intervenção federal no Rio e as restrições orçamentárias, essa ala acabou sendo atendida pela decisão do governo.

O Ministério da Defesa não descartou, porém, a possibilidade de participação em outras eventuais missões de paz no futuro. “O Brasil permanece com o seu compromisso internacional de colaborar com a paz mundial, mantendo aberto o diálogo com a ONU e permanecendo em condições de contribuir, no futuro, para outras missões de manutenção de paz”, disse o Ministério da Defesa em nota



https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2018/04/10/ministerio-da-defesa-brasil-nao-atendera-convite-da-onu-para-enviar-tropas-a-missoes-de-paz.htm

Offline JJ

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Re:O Exército Brasileiro
« Resposta #27 Online: 11 de Agosto de 2019, 12:20:14 »
Brasil desiste da Missão de Paz na República Centro Africana (MINUSCA).

Por Roberto Caiafa - abr 11, 201804352




Intervenção Federal no Rio de Janeiro e a Crise Humanitária em Roraima (Fronteira Brasil-Venezuela) são os principais motivos alegados, mas o temor de entrar despreparado em um conflito de graves proporções acabou falando mais alto: faltam veículos blindados leves, proteção extra para a tropa e inúmeros outros implementos tecnológicos necessários.

Por MATHIAS ALENCASTRO E FABIO VICTOR (Piauí/UOL)


Dado como certo até o final do ano passado, o envio de tropas brasileiras para a missão de paz da ONU na República Centro-Africana foi cancelado pelo governo brasileiro. A intervenção federal na área de segurança no Rio monopolizou a atenção e o orçamento do governo para as Forças Armadas junto com o deslocamento de soldados para atender a situação de emergência de refugiados venezuelanos na fronteira com Roraima.



O Exército também avaliou que o Brasil poderia estar se metendo numa enrascada militar e diplomática. Dentro da comunidade internacional, a República Centro-Africana tem fama de “Vietnã africano”, com um inimigo mal identificado, espirais bruscas de violência e até ataques com facas a soldados. A missão da ONU no país – chamada Missão Multidimensional para a Estabilização da República Centro-Africana, a Minusca – começou em 2014, mas não livrou o país de uma guerra civil de caráter tribal. Em 2017, catorze capacetes azuis foram assassinados em ataques de grupos armados contra populações civis em áreas que supostamente estariam sob controle das forças da Minusca.


Com a destinação, desde 16 de fevereiro, de todo o efetivo do Comando Militar Leste, de até 30 mil homens ao custo de cerca de 1,2 bilhão de reais, a intervenção no Rio na prática inviabilizou a participação do Brasil na que seria sua missão internacional mais relevante desde o Haiti (entre 2004 e 2017). Em novembro passado, o ex-ministro da Defesa Raul Jungmann chegou a dar como fato consumado o deslocamento de soldados à República Centro-Africana e falou em enviar “1.000 homens” ao país.


Antes mesmo da intervenção, a percepção brasileira de que seria mau negócio desembarcar na República Centro-Africana começou a se estabelecer após o envio da missão de reconhecimento brasileira, no começo do ano. Na avaliação dos dez oficiais que estiveram na RCA entre 21 de janeiro e 3 de fevereiro, havia chances consideráveis de baixas, num país de terreno acidentado e com logística precária, agravadas pelas fortes chuvas desta época do ano. Os relatos solidificaram a rejeição do Alto Comando do Exército à missão, cujo maior defensor era Jungmann.


As dificuldades enfrentadas pelos países participantes da missão também foram consideradas para a desistência. Ao longo dos últimos anos, as tropas das Nações Unidas no país, chefiadas pela França, vêm sendo acusadas de participação em episódios de violência – em 2017, dezesseis capacetes azuis franceses foram inocentados de uma acusação de estupro de quatro meninos de 9 a 13 anos, e o Gabão teve de retirar seus 450 soldados do país, por terem assumido um papel central na organização do tráfico humano e sexual, segundo fontes da ONU.


Além da intervenção no Rio, parte das tropas elegíveis para a missão africana foi empregada na assistência aos refugiados venezuelanos em Roraima. Em fevereiro, o Exército Brasileiro duplicou o seu contingente na fronteira, passando para 200 soldados. Além disso, duas semanas depois da intervenção militar no Rio, em 9 de março, uma medida abriu crédito no valor de 190 milhões de reais em favor do Ministério da Defesa para assistência emergencial a venezuelanos no Brasil. Estava pavimentado o caminho para justificar o abandono da missão de paz.


A desistência repercutiu negativamente na ONU. Durante as discussões para a renovação do mandato da Minusca, em novembro, o Conselho de Segurança aprovou o aumento do número de tropas, já contando com a entrada de cerca de 900 militares brasileiros. Para compensar a ausência brasileira, a ONU teve de encontrar o que diplomatas no departamento de missões de paz das Nações Unidas em Nova York chamaram de “solução de remendos”. Agora, a missão negocia a entrada de novos contingentes, como os de Ruanda e Portugal, que iniciaram suas atividades nos últimos meses. Essa solução de compor o Exército com pequenos e médios contingentes de diversos países era evitada pela ONU, que procurava a todo custo um parceiro de grande porte para dar densidade ao corpo de capacetes azuis.


Estava claro, desde o início, que a Minusca precisava mais do Brasil do que o contrário, o que teria colocado os oficiais brasileiros em posição de força na mesa de negociações. “A decisão do Brasil de se retirar tem fundamentos”, disse uma diplomata de um país-membro do Conselho de Segurança, citando as dificuldades crescentes da ONU em montar as missões de paz. “Mas a forma como ela foi anunciada causou estragos.” Para ele, o recuo do governo pode comprometer a credibilidade e a influência do Brasil dentro do alto comando da ONU, num momento em que o Conselho de Segurança pode ser acionado a qualquer instante sobre a Venezuela.


A discussão de uma missão do Brasil na África começou em 2014, quando o governo Dilma Rousseff descartou uma sondagem da ONU para enviar tropas ao Sudão do Sul, mas deixou a porta aberta para negociações quando o Brasil saísse do Haiti – operação que se esticou por catorze anos e tornou o Exército brasileiro cobiçado para missões de paz internacionais. O assunto foi retomado às vésperas da conclusão da missão no país caribenho, quando a ONU apresentou a Jungmann, três operações nas quais tropas brasileiras poderiam ser incorporadas: Chipre, Líbano e República Centro-Africana, que parecia a mais apropriada. O Brasil vinha desenvolvendo uma presença nas missões de paz nos vizinhos Sudão e na República Democrática do Congo, tinha boa reputação entre as autoridades africanas e pretendia aumentar a sua influência no Atlântico Sul e, em particular, no Golfo da Guiné, por meio do qual as tropas brasileiras desembarcariam na República Centro-Africana, via Camarões.


O Exército Brasileiro tinha interesse em manter-se presente no palco internacional. Fonte de prestígio, treino e dinheiro, a indústria das missões de paz tem entre os seus principais clientes os exércitos de países em desenvolvimento envolvidos em conflitos latentes: Ruanda, Índia, Bangladesh, Etiópia e Paquistão formam quase 40% do contingente de 110 000 capacetes azuis. A ONU não só reembolsa generosamente uma parte das despesas militares dos países envolvidos, como as suas missões também oferecem boas condições de treino e até um certo glamour. Profundamente marcado pela experiência no Haiti, o Exército almejava passar rapidamente da Minustah para outra missão da ONU – inclusive para preservar dos cortes as conquistas obtidas na era Lula, como o Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil, o CCOPAB, no Rio de Janeiro.


O crescente ativismo militar na política externa, no entanto, criou preocupação entre os diplomatas do Itamaraty, que não queriam perder seu domínio. Desde a missão no Haiti, adidos militares passaram a fazer parte da equipe das embaixadas e das missões brasileiras em organizações internacionais. Quando o Painel Independente de Alto Nível Sobre Operações de Paz se reuniu para deliberar sobre evoluções institucionais em 2015, o general Floriano Peixoto, ex-comandante da missão no Haiti, representou o Brasil. Esse ganho de visibilidade dos militares acontecia ao mesmo tempo da perda de influência dos diplomatas. Enquanto o governo de Luiz Inácio Lula da Silva entendia as missões de paz como parte de uma estratégia diplomática ampla, cujo objetivo em última instância era um lugar no conselho de segurança, os governos de Dilma Rousseff e agora de Temer as veem como uma demanda operacional e financeira das Forças Armadas, na qual a diplomacia tinha papel secundário. Em novembro, o Itamaraty viu com desconforto o ministro Jungmann e o general Lacroix, chefe das missões de paz na ONU tratarem a participação do Brasil na Minusca – agora abandonada – como um fato consumado.


Com a desistência da participação na República Centro-Africana, o Brasil deve enviar um general para outra missão de paz das Nações Unidas, no Congo, para assumir uma posição de prestígio – a de comandante da força – e tentar preservar a imagem brasileira no círculo militar da ONU. Uma tentativa de impedir a consolidação da narrativa de que o governo Temer foi incapaz de deixar legado na política externa, depois de fracassar em suas três principais metas: a entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, o avanço das negociações para o acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul, e o lançamento de uma nova missão de paz na ONU.


http://tecnodefesa.com.br/brasil-desiste-da-missao-de-paz-na-republica-centro-africana-minusca/



---------------------------------




O vantajoso  e seguro  é   obter  cargos  nos ministérios e nas estatais.  Entrar na  política ? Ok.   Combater contra gente razoavelmente bem armada ? E com  riscos reais ? Aí, não.




 :brasil:




« Última modificação: 11 de Agosto de 2019, 12:29:38 por JJ »

Offline Marciano

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Re:O Exército Brasileiro
« Resposta #28 Online: 11 de Agosto de 2019, 13:36:21 »
Brasil desiste da Missão de Paz na República Centro Africana (MINUSCA).

Por Roberto Caiafa - abr 11, 201804352




Intervenção Federal no Rio de Janeiro e a Crise Humanitária em Roraima (Fronteira Brasil-Venezuela) são os principais motivos alegados, mas o temor de entrar despreparado em um conflito de graves proporções acabou falando mais alto: faltam veículos blindados leves, proteção extra para a tropa e inúmeros outros implementos tecnológicos necessários.

Por MATHIAS ALENCASTRO E FABIO VICTOR (Piauí/UOL)


Dado como certo até o final do ano passado, o envio de tropas brasileiras para a missão de paz da ONU na República Centro-Africana foi cancelado pelo governo brasileiro. A intervenção federal na área de segurança no Rio monopolizou a atenção e o orçamento do governo para as Forças Armadas junto com o deslocamento de soldados para atender a situação de emergência de refugiados venezuelanos na fronteira com Roraima.



O Exército também avaliou que o Brasil poderia estar se metendo numa enrascada militar e diplomática. Dentro da comunidade internacional, a República Centro-Africana tem fama de “Vietnã africano”, com um inimigo mal identificado, espirais bruscas de violência e até ataques com facas a soldados. A missão da ONU no país – chamada Missão Multidimensional para a Estabilização da República Centro-Africana, a Minusca – começou em 2014, mas não livrou o país de uma guerra civil de caráter tribal. Em 2017, catorze capacetes azuis foram assassinados em ataques de grupos armados contra populações civis em áreas que supostamente estariam sob controle das forças da Minusca.


Com a destinação, desde 16 de fevereiro, de todo o efetivo do Comando Militar Leste, de até 30 mil homens ao custo de cerca de 1,2 bilhão de reais, a intervenção no Rio na prática inviabilizou a participação do Brasil na que seria sua missão internacional mais relevante desde o Haiti (entre 2004 e 2017). Em novembro passado, o ex-ministro da Defesa Raul Jungmann chegou a dar como fato consumado o deslocamento de soldados à República Centro-Africana e falou em enviar “1.000 homens” ao país.


Antes mesmo da intervenção, a percepção brasileira de que seria mau negócio desembarcar na República Centro-Africana começou a se estabelecer após o envio da missão de reconhecimento brasileira, no começo do ano. Na avaliação dos dez oficiais que estiveram na RCA entre 21 de janeiro e 3 de fevereiro, havia chances consideráveis de baixas, num país de terreno acidentado e com logística precária, agravadas pelas fortes chuvas desta época do ano. Os relatos solidificaram a rejeição do Alto Comando do Exército à missão, cujo maior defensor era Jungmann.


As dificuldades enfrentadas pelos países participantes da missão também foram consideradas para a desistência. Ao longo dos últimos anos, as tropas das Nações Unidas no país, chefiadas pela França, vêm sendo acusadas de participação em episódios de violência – em 2017, dezesseis capacetes azuis franceses foram inocentados de uma acusação de estupro de quatro meninos de 9 a 13 anos, e o Gabão teve de retirar seus 450 soldados do país, por terem assumido um papel central na organização do tráfico humano e sexual, segundo fontes da ONU.


Além da intervenção no Rio, parte das tropas elegíveis para a missão africana foi empregada na assistência aos refugiados venezuelanos em Roraima. Em fevereiro, o Exército Brasileiro duplicou o seu contingente na fronteira, passando para 200 soldados. Além disso, duas semanas depois da intervenção militar no Rio, em 9 de março, uma medida abriu crédito no valor de 190 milhões de reais em favor do Ministério da Defesa para assistência emergencial a venezuelanos no Brasil. Estava pavimentado o caminho para justificar o abandono da missão de paz.


A desistência repercutiu negativamente na ONU. Durante as discussões para a renovação do mandato da Minusca, em novembro, o Conselho de Segurança aprovou o aumento do número de tropas, já contando com a entrada de cerca de 900 militares brasileiros. Para compensar a ausência brasileira, a ONU teve de encontrar o que diplomatas no departamento de missões de paz das Nações Unidas em Nova York chamaram de “solução de remendos”. Agora, a missão negocia a entrada de novos contingentes, como os de Ruanda e Portugal, que iniciaram suas atividades nos últimos meses. Essa solução de compor o Exército com pequenos e médios contingentes de diversos países era evitada pela ONU, que procurava a todo custo um parceiro de grande porte para dar densidade ao corpo de capacetes azuis.


Estava claro, desde o início, que a Minusca precisava mais do Brasil do que o contrário, o que teria colocado os oficiais brasileiros em posição de força na mesa de negociações. “A decisão do Brasil de se retirar tem fundamentos”, disse uma diplomata de um país-membro do Conselho de Segurança, citando as dificuldades crescentes da ONU em montar as missões de paz. “Mas a forma como ela foi anunciada causou estragos.” Para ele, o recuo do governo pode comprometer a credibilidade e a influência do Brasil dentro do alto comando da ONU, num momento em que o Conselho de Segurança pode ser acionado a qualquer instante sobre a Venezuela.


A discussão de uma missão do Brasil na África começou em 2014, quando o governo Dilma Rousseff descartou uma sondagem da ONU para enviar tropas ao Sudão do Sul, mas deixou a porta aberta para negociações quando o Brasil saísse do Haiti – operação que se esticou por catorze anos e tornou o Exército brasileiro cobiçado para missões de paz internacionais. O assunto foi retomado às vésperas da conclusão da missão no país caribenho, quando a ONU apresentou a Jungmann, três operações nas quais tropas brasileiras poderiam ser incorporadas: Chipre, Líbano e República Centro-Africana, que parecia a mais apropriada. O Brasil vinha desenvolvendo uma presença nas missões de paz nos vizinhos Sudão e na República Democrática do Congo, tinha boa reputação entre as autoridades africanas e pretendia aumentar a sua influência no Atlântico Sul e, em particular, no Golfo da Guiné, por meio do qual as tropas brasileiras desembarcariam na República Centro-Africana, via Camarões.


O Exército Brasileiro tinha interesse em manter-se presente no palco internacional. Fonte de prestígio, treino e dinheiro, a indústria das missões de paz tem entre os seus principais clientes os exércitos de países em desenvolvimento envolvidos em conflitos latentes: Ruanda, Índia, Bangladesh, Etiópia e Paquistão formam quase 40% do contingente de 110 000 capacetes azuis. A ONU não só reembolsa generosamente uma parte das despesas militares dos países envolvidos, como as suas missões também oferecem boas condições de treino e até um certo glamour. Profundamente marcado pela experiência no Haiti, o Exército almejava passar rapidamente da Minustah para outra missão da ONU – inclusive para preservar dos cortes as conquistas obtidas na era Lula, como o Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil, o CCOPAB, no Rio de Janeiro.


O crescente ativismo militar na política externa, no entanto, criou preocupação entre os diplomatas do Itamaraty, que não queriam perder seu domínio. Desde a missão no Haiti, adidos militares passaram a fazer parte da equipe das embaixadas e das missões brasileiras em organizações internacionais. Quando o Painel Independente de Alto Nível Sobre Operações de Paz se reuniu para deliberar sobre evoluções institucionais em 2015, o general Floriano Peixoto, ex-comandante da missão no Haiti, representou o Brasil. Esse ganho de visibilidade dos militares acontecia ao mesmo tempo da perda de influência dos diplomatas. Enquanto o governo de Luiz Inácio Lula da Silva entendia as missões de paz como parte de uma estratégia diplomática ampla, cujo objetivo em última instância era um lugar no conselho de segurança, os governos de Dilma Rousseff e agora de Temer as veem como uma demanda operacional e financeira das Forças Armadas, na qual a diplomacia tinha papel secundário. Em novembro, o Itamaraty viu com desconforto o ministro Jungmann e o general Lacroix, chefe das missões de paz na ONU tratarem a participação do Brasil na Minusca – agora abandonada – como um fato consumado.


Com a desistência da participação na República Centro-Africana, o Brasil deve enviar um general para outra missão de paz das Nações Unidas, no Congo, para assumir uma posição de prestígio – a de comandante da força – e tentar preservar a imagem brasileira no círculo militar da ONU. Uma tentativa de impedir a consolidação da narrativa de que o governo Temer foi incapaz de deixar legado na política externa, depois de fracassar em suas três principais metas: a entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, o avanço das negociações para o acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul, e o lançamento de uma nova missão de paz na ONU.


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Talvez o exército brasileiro esteja tão sucateado e destreinado que seja uma boa estratégia ficar fora disso. Talvez.
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Offline Sergiomgbr

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Re:O Exército Brasileiro
« Resposta #29 Online: 11 de Agosto de 2019, 13:52:35 »
Assim como um pai não manda seus filhos pra morrer em uma contenda as forças armadas não tem a incumbência de alienar seu corpus.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Marciano

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Re:O Exército Brasileiro
« Resposta #30 Online: 11 de Agosto de 2019, 14:32:04 »
Assim como um pai não manda seus filhos pra morrer em uma contenda as forças armadas não tem a incumbência de alienar seu corpus.

Se não manda, está errado. Se manda, também está. Eles não se contentariam se fosse o contrário. It's a catch 22.

Veja que estão incomodados porque o filho do Bolsonaro, aquele que limpava cocô no zoológico, enriqueceu milagrosamente.

A esquerdalha não sabe perder.
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Offline Geotecton

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Re:O Exército Brasileiro
« Resposta #31 Online: 11 de Agosto de 2019, 16:05:44 »
Assim como um pai não manda seus filhos pra morrer em uma contenda as forças armadas não tem a incumbência de alienar seu corpus.

Bela desculpa para encobrir o fato que as forças armadas deste país são uma porcaria.
Foto USGS

Offline Marciano

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Re:O Exército Brasileiro
« Resposta #32 Online: 11 de Agosto de 2019, 16:29:59 »
Assim como um pai não manda seus filhos pra morrer em uma contenda as forças armadas não tem a incumbência de alienar seu corpus.

Bela desculpa para encobrir o fato que as forças armadas deste país são uma porcaria.

Brasil desiste da Missão de Paz na República Centro Africana (MINUSCA).


Talvez o exército brasileiro esteja tão sucateado e destreinado que seja uma boa estratégia ficar fora disso. Talvez.
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