Autor Tópico: Agrotóxicos  (Lida 538 vezes)

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Offline JJ

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Agrotóxicos
« Online: 28 de Novembro de 2017, 13:16:03 »
UE renova licença do herbicida glifosato por mais cinco anos


Por RFI Publicado em 27-11-2017 Modificado em 27-11-2017 em 20:25
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Glifosato: militantes do meio-ambiente protestam em Bruxelas contra a extensão da licença do glifosato.
REUTERS/Yves Herman


Os Estados-membros da União Europeia votaram nesta segunda-feira (27) pela prolongação da licença do herbicida glifosato, conhecido no Brasil como Round Up, por mais cinco anos, provocando a fúria das ONGs de proteção ao meio-ambiente e do governo francês.


A votação favorável à prolongação da licença do glifosato surpreendeu a todos, quando faltavam apenas três semanas para a expiração da sua autorização. Os votos da bancada alemã, que se aliou à proposta da Comissão Europeia, fizeram toda a diferença.


Desta vez, 18 países votaram a favor da prolongação por cinco anos – contra 14 na votação anterior – permitindo a aprovação por uma margem apertada, uma maioria que representa 65% da população da União.


O peso do voto alemão


Segundo uma fonte próxima aos alemães, Berlim haveria exigido modificações no texto proposto, fazendo emendas com restrições ao uso privado do glifosato e lembrando o respeito pela biodiversidade.


A ministra alemã do Meio Ambiente, Barbara Hendricks, membra do Partido Social Democrata (SPD), chegou a se emocionar num comunicado após a votação. Oposta à prolongação da licença do glifosato, a ministra não conseguiu demover seu homólogo da Agricultura, do partido conservador (CSU), que votou a favor do herbicida.


“Estava claro para mim que a Alemanha deveria se abster”, disse Hendricks.


Reação da França


Os mesmos nove países que já haviam dito “não” na primeira votação, em 9 de novembro, mantiveram as suas posições, segundo uma fonte que analisou a votação a portas fechadas.


Paris, por sua vez, deixou clara a sua posição: “A França pretende continuar, com outros Estados membros, a fazer pressão para que a Comissão Europeia conduza estudos suplementares sobre a periculosidade do produto e sobre as alternativas para os agricultores”, informou o gabinete do primeiro-ministro Édouard Philippe.


Já o presidente da França, Emmanuel Macron, reafirmou a sua vontade de interditar o glifosato em território francês “em, no máximo, três anos”, dizendo ainda que seu governo lamentava o resultado da votação que autorizou a utilização “desse herbicida controverso” por mais cinco anos.


OMS versus UE


Os debates sobre o glifosato têm sido intensos desde que o herbicida foi considerado como “provavelmente cancerígeno” em maio de 2015 pelo Centro Internacional de Pesquisa sobre o Câncer, um órgão da Organização Mundial de Saúde (OMS).


A Comissão Europeia, por sua vez, tem se apoiado no sinal verde dado pelas agências científicas da UE (a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar e a Agência Europeia das Substâncias Químicas) que até hoje não classificaram a substância como cancerígena em nenhum dos seus estudos.


Acusações de influência sobre os estudos científicos, exercidas pela indústria fitossanitária e pela empresa norte-americana Monsanto, fabricante do glifosato, têm acirrado ainda mais os debates.


(Com agência AFP) 



http://br.rfi.fr/europa/20171127-herbicida-glifosato-aprovado-por-mais-cinco-anos



Offline Fabrício

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Re:Agrotóxicos
« Resposta #1 Online: 28 de Novembro de 2017, 14:40:35 »
Tem muito tempo que não sou agrônomo mais  :lol: e posso estar desatualizado, mas pelo menos enquanto eu estava na ativa na agronomia proibir o glifosato seria um tremendo tiro no pé. O glifosato é faixa verde, ou seja, está na faixa de toxicidade mais branda entre as possíveis para agrotóxicos. As alternativas a ele normalmente estão na faixa amarela ou vermelha, bem mais tóxicas. Além de muito mais caras e muito mais ineficientes também.

O glifosato é a meu ver o herbicida ideal: baixa toxicidade, barato, e produzido por várias empresas (apesar do roundup ser o mais famoso, e marca da Monsanto, o princípio ativo - glifosato - é comercializado por várias empresas diferentes). A única desvantagem dele era que, por ser um herbicida não seletivo (ou seja, mata qualquer tipo de planta), ele tinha que ser aplicado de forma localizada e direcionada, para matar as ervas daninhas mas não a cultura.

Isso acabou com o desenvolvimento do milho, soja e outras culturas transgênicas, resistentes ao glifosato, o que facilitou enormemente a aplicação do produto. Agora o agricultor pode simplesmente plantar soja, milho ou o que for, e quando as ervas começarem a nascer, aplica o glifosato por cima de tudo, matando as ervas daninhas mas não a cultura.

Pela fuçada que dei na internet, parece não haver consenso se o produto é realmente cancerígeno ou não. Digitei "glifosato causa cancer" no google e já na primeira página aparecem vários links contraditórios, dizendo que causa, que não causa ou talvez cause  :lol:. Mas se não usar o glifosato, o agricultor terá que usar outro produto qualquer, e pelo menos no meu tempo (estou meio desatualizado), as alternativas eram bem piores do que ele.

Por fim, todo agrotóxico tem um período de carência entre a última aplicação e o consumo, que se respeitado, traz um bom grau de segurança para o consumidor.

Agrotóxico nenhum é bom para a saúde, claro. Mas dentre os que existem, o glifosato é um dos menos perigosos.
"Deus prefere os ateus"


Offline Lorentz

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Re:Agrotóxicos
« Resposta #3 Online: 28 de Novembro de 2017, 14:43:22 »
Muitos consideram o roundup maligno pelo simples fato de ser produzido pela monsanto.
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

Offline Fabrício

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Re:Agrotóxicos
« Resposta #4 Online: 28 de Novembro de 2017, 14:49:23 »
Muitos consideram o roundup maligno pelo simples fato de ser produzido pela monsanto.

Me parece muito isso mesmo. Se vem da Monsanto, uma corporação malvadona, só pode ser ruim.

Mas isso é ignorância pura, a Monsanto tem o produto "de grife" mais famoso, o Roundup. Mas o princípio ativo genérico, glifosato, é vendido por muitas empresas.

Outra coisa que acho que afeta muito estas discussões são ecologistas de asfalto que acham que produção em alta escala de produtos agrícolas é como plantar uma hortinha, esperar as plantinhas crescerem e colher. E nesse meio tempo, admirar os passarinhos e bichinhos fofinhos que existem no idílico meio rural.

"Deus prefere os ateus"

Offline JJ

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Re:Agrotóxicos
« Resposta #5 Online: 18 de Abril de 2019, 17:04:17 »



É inadmissível': 1 a cada 4 cidades brasileiras tem água contaminada por agrotóxicos



 © REUTERS / Jorge Adorno
BRASIL

15:07 17.04.2019(atualizado 15:32 17.04.2019) URL curta 0 142
Dados divulgados pelo Ministério da Saúde, que abrangem o período entre 2014 e 2017, alerta que 1 a cada 4 cidades brasileiras tem sua água contaminada por agrotóxicos. A contaminação seria de 27 agrotóxicos diferentes. Para comentar o assunto, a Sputnik Brasil entrevistou Warwick Manfrinato, engenheiro agrônomo da USP especializado no tema.

Os agrotóxicos foram detectados por empresas de abastecimento de água em 1.396 municípios brasileiros. Dos 27 pesticidas encontrado nas águas dos municípios, 16 são classificados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como "extremamente" ou "altamente tóxicos". Ainda, 11 dessas substâncias estariam ligadas ao desenvolvimento de doenças crônicas, tais como câncer, malformação fetal, disfunções hormonais e reprodutivas.

Colheita de soja no Brasil (imagem referencial)
FOTOS PÚBLICAS / PALÁCIO PIRATINI / CAMILA DOMINGUES


Governo Bolsonaro libera 152 novos agrotóxicos em seus 100 primeiros dias

"A agricultura é uma atividade artificial […]. A gente altera muito o sistema para que o sistema possa se adaptar de maneira orgânica, de maneira sistêmica a essa alteração que a agricultura tropical, de larga escala, especialmente, impõe para que a gente possa produzir os alimentos", diz Warwick Manfrinato, engenheiro agrônomo especializado em agrotóxicos e pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP), em entrevista à Sputnik Brasil.

O engenheiro defende que a agricultura deva andar em direção a uma produção orgânica e agroecológica, classificando como "inadmissível" que haja esse tipo de efeito detectado sobre as águas em decorrência da presença dos agrotóxicos nos alimentos.


Apesar do levantamento, ainda há um nível de subnotificação, pois a maioria dos 5.570 municípios brasileiros sequer participou do levantamento, deixando 2.931 municípios de fora do estudo. Dos 1.396 municípios analisados, 92% apresentaram algum nível de contaminação em suas águas. O número cresceu e já esteve em 75% no levantamento de 2014.


"Isso não pode acontecer. Não é para isso que os agroquímicos foram produzidos. Eles foram elaborados para que possam ser usados com a […] máxima segurança possível e o mínimo impacto para as pessoas", aponta Manfrinato. "É inadmissível que o alimento chegue contaminado à mesa do consumidor".


Para o especialista, no entanto, a liberação de agrotóxicos durante o governo Bolsonaro, tida como a mais acelerada desde 2010 durante os 100 primeiros dias de governo, pode ser vista como uma ação política mas que ao mesmo tempo facilita a entrada, no Brasil, de novas tecnologias químicas de menor. Apesar disso, 28% dos 152 agrotóxicos liberados no período são proibidos na União Europeia.

A responsabilidade da situação apontada pelos dados do Ministério da Saúde, explica Manfrinato, é ampla e abrange desde a indústria química aos agrônomos que levam esses produtos às plantações, além dos órgãos fiscalizadores e dos próprios agricultores.

Colheita de trigo (foto de arquivo)
© SPUTNIK / ALEXEY MALGAVKO


Comissão da Câmara aprova projeto que flexibiliza uso de agrotóxico

Manfrinato aponta que a detecção de excesso demonstra falta de preparo produtores, tendo vista que denota má aplicação e uso dos agrotóxicos nas plantações.
Para o engenheiro, a solução para o atual estado apontado pelo Ministério da Saúde passaria tanto pela disponibilização no Brasil de químicos menos poluentes, quanto de uma fiscalização mais rígida, que ao liberar o uso das substâncias acompanhe sua distribuição e aplicação. O mote dessas medidas seria o uso responsável das substâncias.


"O consumidor precisa ter essa proteção, tanto do Estado, quanto das organizações observadoras, para que essas novas tecnologias disponíveis, ou esses novos agroquímicos, agrotóxicos, disponíveis no mercado, possam ser controlados", conclui o engenheiro agrônomo.


https://br.sputniknews.com/brasil/2019041713702139-agrotoxicos-brasil-jair-bolsonaro-agricultura/


Offline Buckaroo Banzai

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Re:Agrotóxicos
« Resposta #6 Online: 18 de Abril de 2019, 17:34:14 »
Espero que de alguma forma prevaleça a razão nessa briga entre os lobbies terceiro-mundizadores que querem liberar geral tudo que é proibido em todo o mundo pelo comunismo globalista, e os tecnófobos naturebas fanáticos histéricos e ignorantes, que reclamam de frações subatômicas de glifosato indo parar na produção de cerveja "orgânica"... com álcool... talvez achem que o álcool "orgânico" não é cancerígeno.


 

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