30/06/2017 às 11h26
BC: Dívida bruta do setor público alcança o recorde de 72,5% do PIBBRASÍLIA - (Atualizada às 13h22) A dívida bruta do setor público não financeiro avançou de R$ 4,547 trilhões em abril para R$ 4,633 trilhões em
maio, conforme dados do Banco Central (BC). Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a dívida subiu de 71,3% (dado revisado de 71,7%) para 72,5%, novo recorde na série iniciada em 2006.
A previsão do BC era de alta para 72,1% do PIB. Para 2017, a projeção é de alta para 76,2% do PIB.
Entre os fatores condicionantes, destacam-se as emissões de dívida e pagamento de juros, que contribuíram com 1,3 ponto percentual. Já o desempenho positivo do PIB tirou 0,1 ponto percentual da dívida/PIB.
Em maio, as operações compromissadas da autoridade monetária para regular a liquidez do sistema financeiro contribuíram para a elevação da dívida, já que foram colocados títulos no mercado. Como proporção do PIB, o saldo dessas operações saiu de 17,2% para 18,3%. Em valores nominais,
montante foi de R$ 1,096 trilhão para R$ 1,166 trilhão.
Dívida líquida
O BC também apontou aumento da dívida líquida do setor público não financeiro, que passou de 3,025 trilhões em abril, ou 47,4% do PIB, para R$
3,075 trilhões um mês depois, ou 48,1% do PIB. Essa é a maior relação dívida/PIB da série histórica iniciada em 2006. A previsão do BC era de alta
para 48% do PIB. A dívida fechou 2016 em 46,2% do PIB. Para o ano, o BC estima dívida líquida de 52,4% do PIB.
O dado leva em conta União, Estados, municípios e empresas estatais, com exceção daquelas dos grupos Petrobras e Eletrobras. Os bancos estatais
também não entram na conta da dívida pública líquida, pois as estatísticas se referem ao setor público não financeiro.
Projeções
O BC projeta que a dívida líquida do setor público deve atingir 48,5% do PIB em junho. A dívida bruta também deve permanecer em trajetória de
crescimento e chegar a 73,1% do PIB.
Para o fechamento de 2017, a autoridade monetária projeta uma dívida líquida equivalente a 52,7% do PIB, ante projeção anterior de 52,4%. A
estimativa é que a dívida bruta fique em 77,5% do PIB no ano, em vez de 76,2% do PIB.
O gasto com juros deve corresponder a 6,18% do PIB em 2017, e não 6,1% do PIB. O déficit nominal deve chegar a 8,39% no fechamento do ano - ante uma estimativa anterior de 8,29% do PIB.
Para 2017, o BC manteve a previsão de déficit primário do setor público consolidado equivalente a 2,2% do PIB. Pelos dados da instituição, a projeção
para o crescimento da economia também permanece em 0,5%.
O chefe-adjunto do Departamento Econômico da autoridade monetária, Fernando Rocha, ressaltou que o governo tem demonstrado, "de maneira invariável , um empenho em garantir melhores resultados fiscais para os próximos anos. "Todas as autoridades têm reafirmado compromisso com o cumprimento da meta e a adoção de medidas necessárias para isso", disse.
(Eduardo Campos e Cristiane Bonfanti | Valor)
http://www.valor.com.br/brasil/5022724/bc-divida-bruta-do-setor-publico-alcanca-o-recorde-de-725-do-pib