Confronto envolvendo estudantes e PMs deixa feridos em São PauloAo menos três estudantes ficaram feridos e 13 foram detidos na noite de quarta-feira (14) depois de entrarem em confronto com a Polícia Militar nas proximidades da Assembléia Legislativa de São Paulo.
O conflito começou porque cerca de mil estudantes, professores e funcionários da USP, da Unesp, da Unicamp e da Fatec quiseram entrar na Assembléia para acompanhar as discussões dos deputados com relação ao veto do governador Geraldo Alckmin (PSDB) ao mecanismo que permitiria aumentar as verbas para a educação.
A direção da Casa determinou que poderiam entrar cerca de 400 pessoas --a capacidade do plenário principal. Os manifestantes que permaneceram na rua pressionaram a entrada por meio de coros e de um carro de som.
Cerca de 80 policiais militares, incluindo 30 da Força Tática (grupo preparado para confrontos), faziam uma barreira para impedir a entrada dos manifestantes.
Por volta das 19h45, o grupo resolveu deixar o portão que fica em frente ao Comando Militar do Sudeste e se seguir até a avenida Pedro Álvares Cabral, em frente ao parque Ibirapuera. Eles tentaram fechar a via, e a polícia reagiu. Bombas de efeito moral foram lançadas contra os manifestantes, que revidaram com pedras. Carros que passavam no local manobraram e fugiram na contramão.
Os manifestantes se dispersaram e muitos seguiram para a Brigadeiro Luís Antonio, onde foram perseguidos pelos policiais. A reportagem da Folha presenciou três feridos --todos na perna ou no pé--, que foram atingidos por bombas na Brigadeiro, mas os estudantes afirmam que cinco pessoas ficaram feridas.
Um dos feridos foi Eduardo Portela, 22, aluno da USP. "Foi um absurdo. Eles [os PMs] jogaram bombas no meio do trânsito", afirmou.
O coronel Júlio Antônio de Freitas Gonçalves, designado pela gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) para comentar a ação da PM, disse que a polícia agiu para "garantir o direito de ir e vir de pessoas que não tinham nada a ver com o protesto". Ele negou que tenham ocorrido excessos dos policiais. "Eles [os universitários] estavam depredando carros e lojas", afirmou o coronel.
As 13 pessoas detidas foram autuadas no 78º DP (Jardins) por dano ao patrimônio e liberados em seguida.
Após o confronto, muitos estudantes passaram a noite em frente à Assembléia. A discussão sobre o veto, que começou em sessão extraordinária, deve ser retomada nesta quinta-feira.
Segundo o regimento interno da Casa, o veto exige 12 horas de discussão antes que seja posto em votação pelo plenário. Para a derrubada do veto, são necessários 48 votos, dos 94 deputados que compõem a Assembléia.
PaulistaAntes, universitários da rede pública se reuniram no vão livre do Masp e complicaram o trânsito na avenida Paulista.
O movimento começou por volta das 13h. O grupo também protestava contra o veto do governador.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u113078.shtmlPM prende 9 estudantes em passeataGrevistas da USP, Unesp, Unicamp e Fatec fizeram nova passeata para pressionar deputados a garantir mais verbas para educação no Estado
Dia de protestos: passeata e tumultoSão Paulo - Terminou em tumulto o protesto de 3 mil grevistas da USP, Unesp, Unicamp e Faculdades de Tecnologia (Fatec), na Assembléia Legislativa de São Paulo, na noite desta quarta-feira. A Polícia Militar atirou bombas de gás e prendeu nove estudantes. Um sofreu queimaduras na perna e foi levado para o Hospital das Clínicas.
Estudantes e funcionários haviam se reunido na Avenida Paulista e partido em passeata até a Assembléia para pressionar os deputados a derrubar o veto do governador Geraldo Alckmin (PSDB) ao aumento de verbas para a educação - de 30% para 31% do orçamento.
A PM limitou o acesso a 243 pessoas, para não exceder a capacidade do plenário. De fora, o clima ficou tenso. Às 20H00, os grevistas iniciaram uma caminhada até a Avenida Pedro Álvares Cabral.
“A PM reagiu soltando bombas de gás, além de ter acionado a cavalaria”, disse o diretor do Diretório Central dos Estudantes da USP Rodolfo Vianna.
O impasse continua. A sessão extraordinária em que o veto seria avaliado começou às 19h00 e durou duas horas e meia, o máximo permitido. Pelas regras da Casa, é preciso discutir o tema por 12 horas antes da votação.
# o que está em discussãoOs deputados aprovaram em julho um artigo da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2006 elevando o repasse da arrecadação do ICMS às universidades estaduais, mas o governador vetou. Os grevistas querem que os deputados derrubem o veto.
Há dez anos, o orçamento das três universidades representa 9,57% da arrecadação do ICMS do Estado, o que em 2005 deve girar em torno de R$ 3,8 bilhões. O artigo aprovado em julho elevou o repasse para 10% da arrecadação do ICMS.
Além disso, o artigo estabeleceu o repasse de 1% do imposto para as Faculdades de Tecnologia (Fatecs) e um aumento de 30% para 31% dos impostos do Estado vinculados à educação básica. Tudo isso representa R$ 470 milhões a mais em verbas estaduais.
Alckmin vetou o artigo afirmando, basicamente, que ele engessa o orçamento do Estado e retira recursos da educação básica para destiná-los obrigatoriamente às universidades.
http://www.estadao.com.br/educando/noticias/2005/set/15/41.htmProtestos pedem mais verba fixa para a educaçãoPoliciais militares e universitários se enfrentaram na noite de quarta-feira (14) nas proximidades da Assembléia Legislativa de São Paulo. Ao menos três pessoas ficaram feridas e 13 foram detidas. Os estudantes, funcionários e professores da USP, da Unesp e da Unicamp querem a derrubada do veto do governador Geraldo Alckmin (PSDB) ao aumento de um ponto percentual nas verbas destinadas à educação para o exercício 2006.
A LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) do ano que vem, que foi aprovada pelos deputados estaduais, previa aumento da vinculação orçamentária para a educação de 30% para 31%, incremento que representaria cerca de R$ 470 milhões a mais para a área. A proposta é dividir a verba extra em partes iguais entre o ensino básico, o ensino técnico e as três universidades estaduais públicas.
Para que a derrubada do veto seja votada, é necessário o apoio da base governista, já que a oposição não tem o número de votos necessário.
Os governistas dizem que antes de votar o veto é preciso haver uma discussão mais ampla do papel das universidades. A oposição diz que o argumento é uma forma de adiar a votação e diminuir a pressão dos manifestantes.