No último Oscar, o crítico e comentarista Rubens Ewald Filho soltou um comentário infeliz acerca de uma atriz transexual, Daniela Vega, que ganhou na categoria de melhor filme estrangeiro: "Essa moça na verdade é um rapaz, um transexual, mas ela tem um dom artístico muito legal. Isso emoldura o filme."
Logo em seguida, a mídia e a internet desceu a lenha no cara, como se ele tivesse feito um comentário transfóbico de má-fé. Não que não seja um comentário infeliz, mas pareceu que aconteceu mais por uma suposta "ignorância" do cara dos conceitos sociais dos dias de hoje.
Mas fiquei com isso na cabeça. Nossa, é pra tanto? Vão despedir o cara? A geração atual está "mimizenta" a esse ponto?
Grifo a parte "chave" que interessa ao tópico: tirando a parte cultural e social, e falando cientificamente, o que pode ser considerado o que separa o "macho" da "fêmea" nos seres humanos?
Até onde me lembro, das aulas de biologia, isso era determinado pelo último par dos cromossomos humanos (23º), conhecido como os "cromossomos sexuais", que eram denominados "XY" para os machos e "XX" para as fêmeas.
Então, por mais que uma pessoa resolva trocar de sexo após o nascimento, por melhor que saia o resultado da transformação, em níveis psicológicos, sociais e orgânicos (hormônios, cirurgias, etc), do ponto de vista biológico, no caso acima, a pessoa ainda é XY, correto? (acredito eu que a medicina ainda não consiga alterar a pessoa a nível genético).
Logo, a afirmação do comentarista, mesmo que tenha sido socialmente infeliz, biologicamente, não está correta?