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Médicos atacam inclusão de terapias alternativas no SUS: 'Ultrajante'Ministério da Saúde anunciou esta semana que oferecerá práticas como aromaterapia, florais e imposição de mãosRIO - A Associação Médica Brasileira (AMB) reagiu negativamente à inclusão de dez terapias alternativas no Sistema Único de Saúde (SUS), anunciada na última segunda-feira, 12, pelo Ministério da Saúde. A entidade considerou "ultrajante" e um "desrespeito" a incorporação dessas práticas, chamadas de integrativas e complementares, porque avalia que a verba disponibilizada para oferecê-las seria mais bem investida em outras áreas.As novas opções de terapia são apiterapia, aromaterapia, bioenergética, constelação familiar, cromoterapia, geoterapia, hipnoterapia, imposição de mãos, ozonioterapia e terapia de florais (Saiba mais sobre cada uma ao fim do texto).Com essas dez, agora o total de terapias alternativas no SUS chega a 29. No entanto, apenas duas delas são reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM): a acupuntura e a homeopatia. As outras não podem ser realizadas ou indicadas por médicos, embora o Ministério da Saúde possa incorporá-las — e, neste caso, elas são realizadas por outros profissionais, como fisioterapeutas e massagistas."Para a Associação Médica Brasileira (AMB), é ultrajante que os recursos do SUS sejam direcionados a tais práticas, enquanto a cada ano se investe menos em saúde", diz a entidade, em nota. "Vemos o uso do orçamento da União, ou seja, o dinheiro da população, que deveria estar sendo aplicado em áreas da saúde negligenciadas, estão sendo gastos em 'terapias' com a total falta de reconhecimento científico", completa.A AMB argumenta, também, que o atual momento da saúde no Brasil não é propício para este tipo de iniciativa:"O país vive situações graves de filas para cirurgias e exames, inclusive oncológicos, hospitais superlotados, desativação de leitos e de unidades de atendimento, avanço da febre amarela, recrudescimento de doenças, como a malária, sífilis, hepatite A, tuberculose, entre outras (...). Assim a AMB considera um desrespeito aos brasileiros o uso de valores para tais práticas e, ainda, a destinação de mais recursos para a realização de grande evento internacional, o 1º Congresso Internacional de Práticas Integrativas para Saúde Pública, promovido pelo próprio Ministério da Saúde", diz a entidade, referindo-se ao congresso no qual a incorporação dessas dez práticas foi anunciada.A associação destaca que só a homeopatia e a acupuntura são especialidades médicas. A primeira, desde 1980, e a segunda, desde 1995. Mas mesmo estas preocupam a AMB:"Em muitos casos, [essas duas especialidades] estão sendo praticadas, de forma incentivada pelo governo, por não médicos, ferindo a Lei do Ato Médico e colocando em risco a saúde das pessoas.(...) No caso da acupuntura, uma das últimas decisões judiciais foi do Supremo Tribunal Federal, publicada em 16/2, e reafirmou que o exercício da acupuntura é ilegal para fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, que pleiteavam a competência para isso", diz a associação.
No entanto, apenas duas delas são reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM): a acupuntura e a homeopatia.