Autor Tópico: Artigo de Roberto Campos sobre o setor petrolífero brasileiro (ainda atual)  (Lida 959 vezes)

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Offline -Huxley-

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Roberto Campos, sobre a Petrossauro: “A falsa identificação entre interesse da empresa e interesse nacional”


Brasil  23.05.18 18:41

Já reproduzimos uma vez, em 2015, um artigo magnífico de Roberto Campos sobre a Petrobras, publicado originalmente em 1999.

Neste momento, vale a pena reproduzi-lo de novo. Quase vinte anos depois, ele continua atual na sua essência.

Com vocês, Roberto Campos:

“Quando for escrita a história econômica do Brasil nos últimos 50 anos, várias coisas estranhas acontecerão. A política de autonomia tecnológica em informática, dos anos 70 e 80, aparecerá como uma solene estupidez, pois significou uma taxação da inteligência e uma subvenção à burrice dos nacionalistas e à safadeza de empresários cartoriais. Campanhas econômico-ideológicas como a do ‘o petróleo é nosso’ deixarão de ser descritas como uma marcha de patriotas esclarecidos, para ser vistas como uma procissão de fetichistas anti-higiênicos, capazes de transformar um líquido fedorento num ungüento sagrado. Foi uma ‘passeata da anti-razão’ que criou sérias deformações culturais, inclusive a propensão funesta às ‘reservas de mercado’.
A criação do monopólio estatal de 1953 foi um pecado contra a lógica econômica. Precisamente nesse momento, o ministro da Fazenda, Oswaldo Aranha, mendigava um empréstimo de US$ 300 milhões ao Eximbank, para cobertura de importações correntes (inclusive de petróleo). A ironia da situação era flagrante: de um lado, o país mendigava capitais de empréstimos que agravariam sua insolvência, de outro, pela proclamação do monopólio estatal, rejeitava capitais voluntários de risco. Ao invés de sócios complacentes(cuja fortuna dependeria do êxito do país), preferíamos credores implacáveis (que exigiriam pagamento, independentemente das crises internas). Esse absurdo ilogismo levou Eugene Black, presidente do Banco Mundial, a interromper financiamentos ao Brasil durante cerca de dez anos (com exceção do projeto hidrelétrico de Furnas, financiado em 1958). Houve outros subprodutos desfavoráveis.
Criou-se uma cultura de ‘reserva de mercado’, hostil ao capitalismo competitivo. Surgiu uma poderosa burguesia estatal que, protegida da crítica e imune à concorrência, acumulou privilégios abusivos em termos de salários e aposentadorias.
Criou-se uma falsa identificação entre interesse da empresa e interesse nacional, de sorte que a crítica de gestão e a busca de alternativas passaram a ser vistas como traição ou impatriotismo.
Vistos em retrospecto, os monopólios estatais de petróleo, que se expandiram no Terceiro Mundo nas décadas de 60 e 70, longe de representarem um ativo estratégico, tornaram-se um cacoete de países subdesenvolvidos na América Latina, África e Médio Oriente. Nenhum país rico ou estrategicamente importante, nem do Grupo dos 7 nem da OCDE, mantém hoje monopólios estatais, o que significa que os monopólios não são necessários nem para a riqueza nem para a segurança estratégica.
Essas considerações me vêm à mente ao perlustrar os últimos relatórios da Petrossauro. Ao contrário de suas congêneres terceiro-mundistas, que são vacas-leiteiras dos respectivos Tesouros, a Petrossauro sempre foi mesquinha no tratamento do acionista majoritário. Tradicionalmente, a remuneração média anual do Tesouro, sob a forma de dividendos líquidos, não chegou a 1% sobre o capital aplicado. Após a extinção de jure do monopólio, em 1995 (ele continua de facto), e em virtude da crítica de gestão e da pressão do Tesouro falido, os dividendos melhoraram um pouco, ma non troppo.
Muito mais generoso é o tratamento dado pela Petrossauro à Fundação Petros, que representa patrimônio privado dos funcionários.
A empresa é dessarte muito mais um instituto de previdência, que trabalha para os funcionários, do que uma indústria lucrativa, que trabalha para os acionistas. Aliás, é duvidoso que a Petrossauro seja uma empresa lucrativa. Lucro é o resultado gerado em condições competitivas. No caso de monopólios, é melhor falar em resultados. Quanto à Petrossauro, se fosse obrigada a pagar os variados tributos que pagam as multinacionais aos países hospedeiros — bônus de assinatura, royalties polpudos, participação na produção, Imposto de Renda e importação — teria que registrar prejuízos constantes, pois é alto seu custo de produção e baixa sua eficiência, quer medida em barris/dia por empregado, quer em venda anual por empregado.

Examinados os balanços de 1995 a 1998, verifica-se que o somatório dos dividendos ao Tesouro (pagos ou propostos) alcançam R$ 1,606 bilhão, enquanto que as doações à Petros atingiram 2,054 bilhões.
Considerando que o Tesouro representa 160 milhões de habitantes e vários milhões de contribuintes, enquanto que a burguesia do Estado da Petrossauro é inferior a 40 mil pessoas, verifica-se que é o contribuinte que está a serviço da estatal e não vice-versa.
Nota-se hoje no Governo uma perigosa tendência de postergação das privatizações seja na área de petróleo, seja na área financeira, seja na eletricidade. É um erro grave, que põe em dúvida nosso sentido de urgência na solução da crise e nossa percepção dos remédios necessários. A privatização não é uma opção acidental nem coisa postergável, como pensam políticos irrealistas e burocratas corporativistas.É uma imposição do realismo financeiro. Há duas tarefas de saneamento imprescindíveis. A primeira consiste em deter-se o ‘fluxo’ do endividamento (o objeto mínimo seria estabilizar-se a relacão endividamento/PIB). Essa é a tarefa a ser cumprida pelo ajuste ‘fiscal’.
A segunda consiste em reduzir-se o estoque da dívida. Esse o objetivo da reforma ‘patrimonial’, ou seja, a ‘privatização’.
Não se deve subestimar a contribuição potencial da reforma patrimonial para a solução de nosso impasse financeiro.
Tomemos um exemplo simplificado.
Apesar da crise das Bolsas, a venda do complexo Petrossauro-BR Distribuidora poderia gerar uma receita estimada em R$ 20 bilhões.
Considerando-se que a rolagem da dívida está custando ao Tesouro 40% ao ano, uma redução do estoque em R$ 20 bilhões, representaria uma economia a curto prazo de R$ 8 bilhões. Isso equivale a aproximadamente 20 anos dos dividendos pagos ao Tesouro pela Petrossauro na média do período 1995-1998 (a média anual foi de R$ 401,7 milhões).
Se aplicarmos o mesmo raciocínio à privatização de bancos estatais e empresas de eletricidade, verificaremos que a solvência brasileira dificilmente será restaurada pela simples reforma fiscal. Terá que ser complementada pela reforma patrimonial.
É perigosa complacência a atitude governamental de que a reforma fiscal é urgente e a reforma patrimonial postergável. É dessas complacências e meias medidas que se compõe nossa lamentável, repetitiva e humilhante crise existencial.”

Fonte: https://www.oantagonista.com/brasil/roberto-campos-sobre-petrossauro-falsa-identificacao-entre-interesse-da-empresa-e-interesse-nacional/

Offline JJ

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Re:Artigo de Roberto Campos sobre o setor petrolífero brasileiro (ainda atual)
« Resposta #1 Online: 25 de Maio de 2018, 14:57:08 »

[...] A privatização não é uma opção acidental nem coisa postergável, como pensam políticos irrealistas e burocratas corporativistas.É uma imposição do realismo financeiro. [...]



Noruegueses certamente considerariam tal  ideia de privatização de sua empresa petrolífera como  não necessária  e até mesmo tola, ou até pior do que isso. 



Offline JJ

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Re:Artigo de Roberto Campos sobre o setor petrolífero brasileiro (ainda atual)
« Resposta #2 Online: 25 de Maio de 2018, 15:01:03 »


Essas coisa de que quer porque quer  privatizar a Petrobrás me parece um fetiche dos neo liberais brazucas. 



Offline -Huxley-

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Re:Artigo de Roberto Campos sobre o setor petrolífero brasileiro (ainda atual)
« Resposta #3 Online: 25 de Maio de 2018, 16:08:20 »

[...] A privatização não é uma opção acidental nem coisa postergável, como pensam políticos irrealistas e burocratas corporativistas.É uma imposição do realismo financeiro. [...]



Noruegueses certamente considerariam tal  ideia de privatização de sua empresa petrolífera como  não necessária  e até mesmo tola, ou até pior do que isso.

Eis uma típica lógica do JJ. A Escandinávia faz frio, logo o frio é causador de IDH alto. Certamente deveríamos considerar a fuga do frio como não necessária e até mesmo tola, ou até pior do que isso.

Offline JJ

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Re:Artigo de Roberto Campos sobre o setor petrolífero brasileiro (ainda atual)
« Resposta #4 Online: 25 de Maio de 2018, 16:17:51 »
Eis uma típica lógica do JJ. A Escandinávia faz frio, logo o frio é causador de IDH alto. Certamente deveríamos considerar a fuga do frio como não necessária e até mesmo tola, ou até pior do que isso.


Muito engraçado,  :histeria:



Offline JJ

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Re:Artigo de Roberto Campos sobre o setor petrolífero brasileiro (ainda atual)
« Resposta #5 Online: 25 de Maio de 2018, 16:21:27 »
Mas, vejamos essa outra lógica:



1)

Empresas estatais não prestam;

Empresas que não prestam devem ser privatizadas;

A  Petrobrás é uma empresa estatal;

Logo, a Petrobrás deve ser privatizada.


2)

Empresas estatais não prestam;

Empresas que não prestam devem ser privatizadas;

A  Statoil é uma empresa estatal;

Logo, a Statoil  deve ser privatizada.


Offline Geotecton

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Re:Artigo de Roberto Campos sobre o setor petrolífero brasileiro (ainda atual)
« Resposta #6 Online: 25 de Maio de 2018, 17:43:31 »
Essas coisa de que quer porque quer  privatizar a Petrobrás me parece um fetiche dos neo liberais brazucas. 

Você não tem a menor ideia da quantidade de pessoas que 'mamam' desta empresa, por ela ser de economia mista.

Se soubesse, já teria aprovado a ideia de privatizá-la há muito tempo.

Eu, como geólogo, quero que ela seja privatizada para ontem.
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Offline -Huxley-

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Re:Artigo de Roberto Campos sobre o setor petrolífero brasileiro (ainda atual)
« Resposta #7 Online: 25 de Maio de 2018, 21:56:17 »
Liberais tem essa raiva de tudo que é público, pois defendem os ricos e o mandonismo privado ou são manipulados por esses. A Petrobrás deve ser mantida pública, isto é, do povo. É de vital interesse que seja do povo os setores estratégicos da economia e que eles sejam protegidos da cobiça estrangeira, mais especificamente o patrimônio de nossas riquezas naturais, que foram tão desprezadas pelo liberal FHC, esse fã ardoroso da mão invisível do mercado que vendeu nossas estatais estratégicas a preço de banana. Esses são setores em que o imperialismo estadunidense e europeu espoliaram e espoliam os países mais pobres; a sucção de riquezas naturais dos países explorados foi condição indispensável para o tamanho enorme da riqueza desses países. E são setores dominados por oligopólios da elite bilionária oligárquica que querem ter ou manter controle/barganha sobre os trabalhadores equivalentes aos que os proprietários de escravos tinham dos escravos durante o escravismo...

Outra razão para manter a Petrobrás pública, de preferência voltando aos 100% disso... Na empresa privada, reinam os valores burgueses de individualismo, eficiência, cálculo racional, conforto, etc., valores que não foram originados pelos trabalhadores e que frequentemente os empobrecem. Na empresa 100% pública dirigida pela política socialista, reinam os valores socialistas da solidariedade, heroísmo, honra e estabilidade empregatícia do trabalhador. Valores de uma doutrina política originada por trabalhadores e frequentemente responsáveis pelo empoderamento do trabalhador.

Vejam o exemplo da Venezuela, que invés de ter uma grande empresa petrolífera guiada puramente pela lógica do lucro, tem uma empresa que permite gasolina tão barata que muitos já a usam como instrumento de lavar a calçada no dia-a-dia. Situação antiimperialista que despertou tanta ira do Tio Sam que foi criada uma megaoperação para sabotar a economia venezuelana ao ponto de tentar derrubar o regime chavista eleito democraticamente pelo povo, assim como espalhar notícias difamatórias falsas, como a que diz que o venezuelano típico está passando fome ou sofrendo com a pobreza.
« Última modificação: 25 de Maio de 2018, 23:54:20 por -Huxley- »

Offline Geotecton

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Re:Artigo de Roberto Campos sobre o setor petrolífero brasileiro (ainda atual)
« Resposta #8 Online: 26 de Maio de 2018, 08:31:17 »
Texto que seria típico de um esquerdista idiota.

Perfeito.
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Offline André Luiz

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Re:Artigo de Roberto Campos sobre o setor petrolífero brasileiro (ainda atual)
« Resposta #9 Online: 26 de Maio de 2018, 11:28:34 »
Começou toda uma discussão a respeito de aumentar a nossa malha ferroviária pra escoar a produção e não depender tanto de caminhões para trajetos longos e outra de alternativas ao petróleo.

Tem gente séria pensando nisso mesmo?

Offline Geotecton

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Re:Artigo de Roberto Campos sobre o setor petrolífero brasileiro (ainda atual)
« Resposta #10 Online: 26 de Maio de 2018, 11:29:18 »
Começou toda uma discussão a respeito de aumentar a nossa malha ferroviária pra escoar a produção e não depender tanto de caminhões para trajetos longos e outra de alternativas ao petróleo.

Tem gente séria pensando nisso mesmo?

Tomara que sim, mesmo que sob a pressão da crise que passamos.
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Offline André Luiz

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Re:Artigo de Roberto Campos sobre o setor petrolífero brasileiro (ainda atual)
« Resposta #11 Online: 26 de Maio de 2018, 11:34:01 »
Do petróleo parece que o problema não é a geração de energia e sim alguma coisa que substitua o plástico.

No Brasil o lobby do modal rodoviário é muito forte, a não ser que convençam esses caras a investir em ferrovia também

Offline JJ

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Re:Artigo de Roberto Campos sobre o setor petrolífero brasileiro (ainda atual)
« Resposta #12 Online: 26 de Maio de 2018, 12:16:59 »
No Brasil o lobby do modal rodoviário é muito forte, a não ser que convençam esses caras a investir em ferrovia também


Não acho que tenha algo a ver primordialmente com algum  "lobby do modal rodoviário". Pelo que eu sei os motivos estariam bem mais relacionados a:


1) Necessidade muita alta de investimentos, mesmo para a malha de  ferrovia que já existia e que foi privatizada,  foram necessários enormes investimentos para torná-las minimamente rentáveis, imagine para implementar do zero uma malha;


2)Taxa de juros na economia,  se você tem uma economia na qual constantemente  as taxas de juros  aproximam ou até superam os ganhos  em algum ramo de investimento produtivo  (bens ou serviços)  simplesmente não compensará investir naquele ramo. Para que ter um trabalhão  oferecendo um bem ou serviço no mercado se você pode pegar a grana e investir em papéis que irão render quase a mesma coisa ou as vezes até mais do que na trabalhosa atividade produtiva ?


« Última modificação: 26 de Maio de 2018, 12:22:16 por JJ »

Offline JJ

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Re:Artigo de Roberto Campos sobre o setor petrolífero brasileiro (ainda atual)
« Resposta #13 Online: 26 de Maio de 2018, 12:24:20 »
Do petróleo parece que o problema não é a geração de energia e sim alguma coisa que substitua o plástico.


A geração de energia é problema sim, e grande,  ainda não existe qualquer coisa que possa realmente substituir  com os  mesmos baixos custos, eficiência, eficácia e enorme escala,  o ouro negro. Nada.


« Última modificação: 26 de Maio de 2018, 12:44:03 por JJ »

Offline André Luiz

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Re:Artigo de Roberto Campos sobre o setor petrolífero brasileiro (ainda atual)
« Resposta #14 Online: 26 de Maio de 2018, 12:55:37 »
Mas não tem nada sendo pesquisado? Já ouvi um papo de hidrogênio pra gerar energia e fibras vegetais para o plástico.

Offline JJ

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Re:Artigo de Roberto Campos sobre o setor petrolífero brasileiro (ainda atual)
« Resposta #15 Online: 26 de Maio de 2018, 13:34:11 »
Mas não tem nada sendo pesquisado? Já ouvi um papo de hidrogênio pra gerar energia e fibras vegetais para o plástico.


Sobre hidrogênio existem pesquisas sobre:


Célula de combustível


Uma célula de combustível ou pilha de combustível é uma célula electroquímica em que são consumidos um agente redutor (combustível) e um agente oxidante (comburente), com o objetivo de gerar energia elétrica. Na célula de combustível, ao contrário das baterias ou das pilhas, estes agentes químicos são fornecidos e consumidos continuamente.

Nas baterias e pilhas comuns os reagentes se esgotam, embora alguns casos, as reações sejam reversíveis, e estes possam ser regenerados pela aplicação periódica de uma corrente elétrica (pilhas recarregáveis).

As células de combustível têm a vantagem de serem altamente eficientes e pouco poluentes. Podem ser utilizadas como sistemas de emergência, em zonas onde não existe rede elétrica, em aparelhos portáteis e veículos. Sua desvantagem ainda é seu alto custo.

O modelo que se encontra mais desenvolvido tecnologicamente utiliza como reagentes o hidrogênio e o oxigênio.

O uso do hidrogênio como combustível é polêmico em várias aplicações, já que ele não constitui uma fonte primária de energia. No entanto pode ser facilmente fabricada a partir de outras fontes de energia. Críticos do estágio atual desta tecnologia dizem que a energia necessária para "criar" o combustível em primeiro lugar pode reduzir a eficiência final do sistema ficando pior que o mais eficiente motor de combustão interna a gasolina; é verdadeiro pois o hidrogênio é gerado pela eletrólise da água. Pode ser gerado também do metano, componente principal do gás natural com mais ou menos 80% de eficiência. O método de conversão do metano liberta gases para o meio ambiente portanto o método ideal será usar fonte que gere hidrogênio através da eletrólise.


[...]


https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9lula_de_combust%C3%ADvel



Mas,  é uma tecnologia  ainda em em pesquisa,  e que não tem  viabilidade de substituir  a enorme demanda que o petróleo atende.



Offline JJ

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Re:Artigo de Roberto Campos sobre o setor petrolífero brasileiro (ainda atual)
« Resposta #16 Online: 26 de Maio de 2018, 13:36:52 »
[...] fibras vegetais para o plástico.


Pelo que eu sei  tanto o álcool como gás natural podem originar alguns plásticos,  mas também  não tem viabilidade para substituir  a enorme demanda que a petroquímica atende.



Offline JJ

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Re:Artigo de Roberto Campos sobre o setor petrolífero brasileiro (ainda atual)
« Resposta #17 Online: 26 de Maio de 2018, 13:38:52 »


Reitero, nada atualmente é capaz de substituir de forma eficiente e eficaz o ouro negro,  tanto como fonte de combustíveis/energia como matéria prima para química.



Offline André Luiz

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Re:Artigo de Roberto Campos sobre o setor petrolífero brasileiro (ainda atual)
« Resposta #18 Online: 26 de Maio de 2018, 14:24:45 »
Então a gente tá muito fodido quando essa porra acabar  :lol:
Nossa espécie não consegue mais viver sem o conforto do petróleo e da eletricidade

Offline JJ

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Re:Artigo de Roberto Campos sobre o setor petrolífero brasileiro (ainda atual)
« Resposta #19 Online: 26 de Maio de 2018, 17:05:59 »
Então a gente tá muito fodido quando essa porra acabar  :lol:
Nossa espécie não consegue mais viver sem o conforto do petróleo e da eletricidade



Petróleo e eletricidade são importantíssimos.  E eletricidade é outra coisa que caso houvesse uma grande catástrofe que  paralisasse o sistema elétrico de um país ou mesmo de grande parte do mundo  haveria um caos incrível em questão de dias.  Em pouco tempo haveria falta de água potável, falta de alimentos, falta de combustíveis, falta de remédios, etc. E como consequência teríamos  fome e doenças que começariam a matar em grande escala. Seria praticamente um apocalipse.


« Última modificação: 26 de Maio de 2018, 17:13:18 por JJ »

Offline Sdelareza

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Re:Artigo de Roberto Campos sobre o setor petrolífero brasileiro (ainda atual)
« Resposta #20 Online: 26 de Maio de 2018, 17:25:46 »
Começou toda uma discussão a respeito de aumentar a nossa malha ferroviária pra escoar a produção e não depender tanto de caminhões para trajetos longos e outra de alternativas ao petróleo.

Tem gente séria pensando nisso mesmo?

Carga pesada danifica as estradas e provoca boa parte dos acidentes, ao que parece. Besteira do Kubitschek que deu
prioridade à malha rodoviária.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Artigo de Roberto Campos sobre o setor petrolífero brasileiro (ainda atual)
« Resposta #21 Online: 26 de Maio de 2018, 22:09:38 »

[...] A privatização não é uma opção acidental nem coisa postergável, como pensam políticos irrealistas e burocratas corporativistas.É uma imposição do realismo financeiro. [...]



Noruegueses certamente considerariam tal  ideia de privatização de sua empresa petrolífera como  não necessária  e até mesmo tola, ou até pior do que isso. 





Citar
http://terracoeconomico.com.br/comparando-estatais-petroleiras-noruega-7-x-1-brasil-parte-i
[...] A Statoil é uma estatal na qual simula o funcionamento de uma empresa privada: as regras que a guiam são geridas pela lógica do mercado. Ela não tem direito automático de exploração em todas as áreas da Noruega. Ou seja, ela pode decidir em quais licitações é benéfico para ela entrar, não tendo reserva de mercado. Além disso, o conselho dela é majoritariamente composto por pessoas não ligadas ao governo – o contrário da Petrobras, cujo conselho é composto por 70% de pessoas indicadas pelo governo.

Mas funcionar assim, como uma empresa privada, não faz com que a Statoil perca o objetivo principal de gerar bem estar social, crescimento e receita para o país. A gigante norueguesa paga mais de 78% do que arrecada na Noruega em impostos de renda – esse dinheiro compõe 67% do fundo soberano do país  que é o maior fundo soberano do mundo, com 460 bilhões de libras-. Com uma tributação dessas dimensões, a empresa não tem outra opção a não ser buscar sempre ter muito lucro. Quanto mais ela cresce, mais imposto ela paga ao país eassim gera mais bem estar social.  Em entrevista, o presidente da Statoil Brasil afirmou: “Felizmente há uma razoável consenso entre os políticos noruegueses de que a competição é um valor inabalável. Sem eficiência não há petróleo”. [...]


(Statoil agora se chama Equinor -- porque Equinor é melhor)

Offline -Huxley-

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Re:Artigo de Roberto Campos sobre o setor petrolífero brasileiro (ainda atual)
« Resposta #22 Online: 26 de Maio de 2018, 22:27:19 »

[...] A privatização não é uma opção acidental nem coisa postergável, como pensam políticos irrealistas e burocratas corporativistas.É uma imposição do realismo financeiro. [...]



Noruegueses certamente considerariam tal  ideia de privatização de sua empresa petrolífera como  não necessária  e até mesmo tola, ou até pior do que isso. 





Citar
http://terracoeconomico.com.br/comparando-estatais-petroleiras-noruega-7-x-1-brasil-parte-i
[...] A Statoil é uma estatal na qual simula o funcionamento de uma empresa privada: as regras que a guiam são geridas pela lógica do mercado. Ela não tem direito automático de exploração em todas as áreas da Noruega. Ou seja, ela pode decidir em quais licitações é benéfico para ela entrar, não tendo reserva de mercado. Além disso, o conselho dela é majoritariamente composto por pessoas não ligadas ao governo – o contrário da Petrobras, cujo conselho é composto por 70% de pessoas indicadas pelo governo.

Mas funcionar assim, como uma empresa privada, não faz com que a Statoil perca o objetivo principal de gerar bem estar social, crescimento e receita para o país. A gigante norueguesa paga mais de 78% do que arrecada na Noruega em impostos de renda – esse dinheiro compõe 67% do fundo soberano do país  que é o maior fundo soberano do mundo, com 460 bilhões de libras-. Com uma tributação dessas dimensões, a empresa não tem outra opção a não ser buscar sempre ter muito lucro. Quanto mais ela cresce, mais imposto ela paga ao país eassim gera mais bem estar social.  Em entrevista, o presidente da Statoil Brasil afirmou: “Felizmente há uma razoável consenso entre os políticos noruegueses de que a competição é um valor inabalável. Sem eficiência não há petróleo”. [...]


(Statoil agora se chama Equinor -- porque Equinor é melhor)

O JJ sonha com instituições políticas norueguesas no futuro próximo do Brasil para que a manutenção da estatização da Petrobrás seja tão não-indefensável quanto a da Statoil. Sonho tão absurdo quanto ficar esperando Papai Noel descer pela chaminé na noite de Natal.
« Última modificação: 26 de Maio de 2018, 22:45:46 por -Huxley- »

Offline -Huxley-

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Re:Artigo de Roberto Campos sobre o setor petrolífero brasileiro (ainda atual)
« Resposta #23 Online: 26 de Maio de 2018, 23:26:36 »
A existência de uma grande empresa estatal em setor concorrencial talvez só poderia ser considerada neutra para a liberdade individual se fossem cumpridos esses requisitos: (1) a empresa seria lucrativa a ponto de ser uma vaca leiteira do Tesouro; (2) a empresa poderia decretar falência se fracassasse e estaria proibida de ser socorrida com dinheiro público; (3) a empresa teria os mesmos deveres comerciais, tributários, previdenciários e trabalhistas de suas concorrentes do setor privado, ou algo similar, de modo que seus resultados contábeis não sejam ficções quando comparadas a de empresas privadas.

Eu disse "talvez", pois... Se uma empresa estatal fosse tão saudável para cumprir todos esses requisitos, ainda teríamos que levar em conta que a venda dela em leilão levaria a um incremento de receita pública que aumentaria a disponibilidade de recursos para bens públicos ofertados pelo Estado (justiça, segurança, defesa nacional) e gastos públicos assistenciais para quem vive na miséria. Por exemplo, zerar a dívida pública com a receita de venda de grandes empresas estatais lucrativas num país eliminaria grande parte de uma futura grande despesa com juros da dívida pública.
« Última modificação: 27 de Maio de 2018, 09:43:32 por -Huxley- »

 

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