http://www.tempoagora.com.br/report_view.php?nid=92A vulnerabilidade dos países perante aos fenômenos climáticos
A natureza está mostrando que mesmo os países considerados potências mundiais não estão preparados para receber furacões.
O desastre ocorrido no sul dos Estados Unidos serviu para mostrar que mesmo um país considerado de primeiro mundo não está preparado para receber um furacão. Os Estados Unidos possuem um sistema de previsão exclusivo para furacões devido à incidência destes fenômenos no País. Mesmo sabendo da gravidade do furacão, não houve uma evacuação eficiente nas áreas prestes a ser atingidas. Muito pior do que isso é saber que o governo retardou demais as suas operações de resgate e não tinha um plano de contingência definido. Muitos já estão se perguntando se a razão pela qual isto ocorreu não foi por uma questão étnica e social. Quem pôde acompanhar pelos noticiários e ver as infelizes imagens de uma população que foi devastada percebeu que os Estados Unidos se omite a muitos de seus filhos. Que explicação teriam as autoridades na hora de comparar os números de soldados enviados ao Iraque com o número de soldados enviados à New Orleans? Milhares contra apenas um mil, logo depois da tragédia.
No meio de tanto caos, os moradores do local conseguiram ainda adicionar mais problemas àqueles que muito já tinham perdido: saques, estupros e tiros. Os delitos e crimes ocorridos na região depois do Katrina foram inúmeros e fica bem fácil julgar as pessoas que estavam lá com todo o distanciamento geográfico e de realidade em que se vive. É praticamente previsível que as pessoas, sem água, abrigo ou comida retornem ao nível zero de civilização. Espere ver um filho com sede para saber do que se é capaz. É preciso tirar algum lado positivo de uma tragédia como essa. A natureza nos manda o seu recado: não exite primeiro ou segundo mundo. O planeta o qual vivemos é um só e mesmo os que se julgam mais preparados podem sofrer as mesmas intempéries do tempo.
De acordo com o meteorologista Márcio Custódio, da SOMAR Meteorologia, não é possível descartar totalmente a possibilidade da ocorrência de furacões no Brasil. "Os furacões são fenômenos naturais que geralmente ocorrem em águas tropicais com temperaturas acima de 26 graus. Isto, a princípio, mostra que o Brasil estaria livre destes fenômenos. No entanto, jamais podemos esquecer do Catarina, que foi um episódio inédito no nosso País". O Catarina inicialmente foi detectado pela comunidade meteorológica como um ciclone extratropical, mas durante a sua formação ganhou proporções e formas de um furacão, atingindo o sul do Brasil no dia 27 de março de 2004. O número de mortes não pode ser comparado com as perdas decorrentes do Katrina. Mas para as famílias que perderam suas casas, pais ou irmãos não há a menor diferença. E para os Estados Unidos, uma das maiores potências bélicas do mundo, não existiu arma poderosa o suficiente para deter a força das águas. Quem sabe a natureza não ensina da maneira mais trágica que ninguém pode ser o dono do mundo. Somos meros inquilinos.
Saiba mais sobre a formação dos furacões
Furacões, tufões, terremotos e ciclones são palavras que já causam medo nas pessoas. No entanto é importante saber diferenciá-los para assim conhecer o nível de devastação e periculosidade de cada um deles. Em meteorologia um furacão é um tipo de sistema de baixa-pressão que geralmente se forma nas regiões trópicas. Os furacões que se formam em áreas povoadas são considerados altamente destrutivos. Os ingredientes para um furacão incluem uma perturbação de tempo preexistente, oceanos tropicais mornos, umidade, e ventos relativamente fortes em níveis superiores da atmosfera. Se as condições certas persistirem por muito tempo, elas podem combinar para produzir os ventos violentos, ondas incríveis, chuvas torrenciais, e inundações associadas com este fenômeno. Para formar a máquina de calor, um furacão tem que ficar em cima de água morna que provê a umidade atmosférica necessária, ou seja, os furacões são necessariamente formados em cima dos Oceanos. No seu trajeto, eventualmente, ele pode passar por parte dos continentes, ocasionando prejuízos às áreas habitadas da costa.
Os furacões são categorizados em escala de 01 a 05 de acordo com a força dos ventos denominada Escala de Furacões Saffir-Simpson. Um furacão categoria 01 tem as mais baixas velocidades do vento, enquanto um de categoria 5 tem a mais forte velocidade do vento. Estes são condições relativas, porque as tempestades de categoria menor às vezes podem infligir maior dano que categoria mais alta dependendo do local onde acontece o fenômeno. De fato, tempestades tropicais também podem produzir danos significantes e perda de vida, principalmente devido as inundações. O furacão Katrina chegou a ter categoria 5 ao se aproximar de Louisiana nos Estados Unidos.
De acordo com a SOMAR Meteorologia, a diferença entre um furacão e um tufão é apenas o Oceano onde ele se forma. "O tufão se forma no Oceano Pacífico norte e o furacão no Atlântico. São apenas denominações diferentes para caracterizar o mesmo sistema"- explica o meteorologista, Márcio Custodio da SOMAR. Já os ciclones são sistemas diferentes dos furacões e tufões. O furacão está relacionado a uma área menor com ventos mais intensos, já o ciclone atua em uma área maior com ventos mais fracos. Em uma imagem de satélite é mais fácil identificar os furacões porque estes possuem densas nuvens em forma de espiral e o famoso "olho". Já o ciclone tem uma extensão geográfica maior do que a do furacão, mas os ventos são mais calmos, sem nuvens espiraladas e formação de "olho". Os ciclones são caracterizados por áreas de baixa pressão atmosférica. Os ventos sopram para dentro e ao redor deste centro. No Hemisfério Sul giram no sentido dos ponteiros do relógio e no Hemisfério Norte giram contra o sentido dos ponteiros do relógio. A ocorrência de um ciclone não indica necessariamente que haja tempestade, embora seja comum os ciclones virem acompanhados da formação destas.
No Brasil, é muito comum a formação de ciclones, às vezes fracos e outras vezes mais fortes, podendo ocasionar alguns problemas para a população. No entanto, estes possíveis danos não poderão ser comparados com a tragédia ocorrida no sul dos Estados Unidos devido ao furacão Katrina. E na verdade, as danos foram aumentados devido à lentidão do Governo federal Americano. O Katrina conseguiu mostrar que um fenômeno da natureza pode ser devastador até mesmo para uma das maiores potências do mundo.